Mundo - A armadilha da discussão sobre a verdadeira Igreja
* Jung Mo Sung
Qual é a questão fundamental em jogo na afirmação da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, da Igreja Católica Romana, de que só a Igreja Católica é plenamente a Igreja de Cristo? Eu penso que não é a discussão sobre qual é a "verdadeira" Igreja de Cristo ou qual é o verdadeiro sentido do conceito "subsiste" na afirmação do Concílio Vaticano II de que a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica. Como também não é a dificuldade que este tipo de documento traz para o diálogo ecumênico.
Qual é a questão fundamental em jogo na afirmação da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, da Igreja Católica Romana, de que só a Igreja Católica é plenamente a Igreja de Cristo? Eu penso que não é a discussão sobre qual é a "verdadeira" Igreja de Cristo ou qual é o verdadeiro sentido do conceito "subsiste" na afirmação do Concílio Vaticano II de que a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica. Como também não é a dificuldade que este tipo de documento traz para o diálogo ecumênico.
Estas duas questões são importantes, mas, na minha opinião, não são fundamentais e não devem se tornar o ponto central das nossas reflexões e dos diálogos neste momento histórico. Se gastarmos muito tempo e energia discutindo estas questões, estaremos caindo na "armadilha" - armada consciente ou inconscientemente - pelos proponentes do documento. Isto é, estaremos seguindo a pauta colocada pela Sagrada Congregação.
Apesar de serem importantes reflexões sobre o sentido do "subsiste" (e aqui eu quero destacar a reflexão feita por L. Boff, "Quem subverte o concílio: L.Boff ou o cardeal J. Ratzinger?", que está circulando na Internet), precisamos nos lembrar que a verdade (teológica ou não) não é prisioneira só da ignorância, mas sim da injustiça e do pecado (cf Rom 1,18). Se a ignorância fosse a única causa da não-verdade, uma boa discussão iluminaria a todos no caminho da verdade. Mas, as verdades teológicas, éticas e existenciais são, na maioria das vezes, prisioneiras da injustiça, da vontade de dominação e prepotência. Pessoas e grupos que buscam a dominação sobre o outro ou a sua auto-afirmação através da negação do outro "conhecem" de modo diferente das pessoas e grupos que buscam a cooperação e o diálogo em torno de problemas comuns e com o objetivo de convivência fraterna.
Leia Texto completo: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=28796
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* Professor de pós-grad. em Ciências da Religião da Univ. Metodista de S. Paulo e autor de Sementes de esperança: a fé em um mundo em crise
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