12 setembro, 2007

Anonimato e racismo

* Por Antonio Ozaí

Em certas circunstâncias, o anonimato é aceitável e mesmo aconselhável. Por exemplo, sob o regime político ditatorial ou situações de opressão nas quais o assumir-se põe em risco a própria vida e a sobrevivência econômica individual e da família. O sindicalista não precisa de anonimato se tem a estabilidade no emprego e sabe que se for demitido o sindicado o protegerá.
Mas o trabalhador comum, que luta no interior da fábrica por melhores salários e condições de trabalho, sabe que não pode se expor. Assim, ele aprende táticas como abaixo-assinados em forma circular e outros procedimentos. De certa forma, vive na clandestinidade. Sabe que deve se precaver quanto à chefia e os alcagüetes. Ele não se ilude. Ainda que o país seja formalmente uma democracia, o local de trabalho tem suas próprias leis definidas por governantes autocráticos.
É o poder econômico que se impõe. Para o trabalhador, a necessidade econômica é imperativa; o emprego é o meio que garante a sobrevivência. Portanto, é aceitável que recorra ao anonimato. Porém, mesmo assim, ele assume riscos e, cedo ou tarde, terá que se expor.Em outras circunstâncias, o anonimato revela comportamentos irresponsáveis. É fácil criticar ou destilar racismo e preconceitos protegido pelo anonimato.
Em Maringá, por exemplo, um anônimo postou um comentário considerado racista sobre o ministro Joaquim Barbosa. O caso está sob investigação.
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* Antonio Ozaí é professor da Universidade Estadual de Maringá