13 maio, 2007

Educar para a Tolerância” - Síntese XII Encontro Nacional Metodista de Educadores

São Bernardo do Campo, 20 e 21 de abril de 2007
Nós, educadores e educadoras que atuamos nas Instituições Metodistas de Educação, reunidos/as no Campus Rudge Ramos da Universidade Metodista de São Paulo, nas dependências da Faculdade de Teologia, no marco dos 40 anos do Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação (COGEIME), na perspectiva de:
· conhecer tendências atuais para a educação básica e superior;
· avançar no diálogo e na reflexão pela busca de caminhos alternativos para a proposta educacional metodista;
· estimular a reflexão sobre as práticas relacionadas à temática da tolerância e da inclusão, afirmamos:
1. os fundamentos bíblicos, cristãos e wesleyanos da tolerância, sua importância e lugar como orientadores da ação das instituições de educação;
2. o compromisso educacional metodista de propor utopias que alimentem a construção de um outro mundo possível, no qual prevaleçam os valores da tolerância;
3. a complexidade e a pluralidade de tendências e experiências vivenciadas pelos mais diversos segmentos que constituem o mundo em que vivemos;
4. que a tolerância, mais do que um vocábulo, é um campo semântico que inclui conceitos, vivências e práticas, demandando processos de gestão efetivos;
5. que esta noção de tolerância inclui respeito, aceitação, apreço pela riqueza e pela diversidade das culturas, cuidado, superação de medos, envolvimento, diálogo, relações de gênero, sensibilidade como atitude, tanto no nível pessoal quanto institucional;
6. a necessidade de estimular a dimensão mais coletiva, plural e includente nas práticas educacionais superando as formas individualistas e sectárias;
7. que as instituições educacionais metodistas são primordialmente espaços de aprendência permanente, capazes de auto-organizar-se conforme a identificação das demandas emergentes;
8. a relevância do conceito de inclusão, reforçando sua importância enquanto valor, além de como paradigma operacional;
9. a importância do resgate da espiritualidade, na busca de sentido para a existência, superando o pessimismo pós-moderno.
A partir desses fundamentos, é importante que sejamos “redundantes e repetitivos” em reafirmar as seguintes práticas no cotidiano da vida de nossas instituições:
1. operacionalização da tolerância, em todos os níveis de escolaridade em que as instituições atuam, como forma efetiva de inclusão;
2. desenvolvimento de uma atitude afirmativa de gestão institucional, quanto ao tema da inclusão e da tolerância, por meio da criação de condições materiais possibilitadoras de ações concretas tais como verbas, alocação de pessoas, tempo, organização do atendimento, entre outras;
3. defesa da construção de políticas públicas eficazes para equacionar questões específicas dos diversos grupos minoritários e marginalizados, bem como consideração da legislação já existente como parâmetro mínimo a ser atendido e indicativo da importância do compromisso social inerente à própria razão de ser das instituições educacionais metodistas;
4. criação de mecanismos para ouvir e valorizar o outro, como fonte de enriquecimento das próprias instituições na qualidade dos serviços que oferecem;
5. estabelecimento de canais permanentes de diálogo com e entre estudantes, funcionários/as, professores/as, familiares e outros segmentos sociais para responder demandas e construir aprendizagens.
Nesse sentido, no âmbito da radicalidade ética do Reino de Deus, não podemos confundir tolerância com permissividade e devemos estar permanentemente atentos/as para as múltiplas manifestações da intolerância.
Em síntese, lembramos as palavras de John Wesley: “Se não podemos ainda pensar o mesmo em todas as coisas, pelo menos podemos estar juntos no amor. Nisto, não podeis errar.” (Carta a um Católico Romano, julho de 1749).