Igreja Atuante - Sacerdote anglicano defende benefícios sociais para prostitutas
LIMA, 31 de maio (ALC) - A Associação Civil de Trabalhadoras Sexuais “Miluska Vida e Dignidade” e organizações defensoras dos direitos dos trabalhadores sexuais apoiaram a proposta do congressista José Macedo, que salvaguarda benefícios sociais para os trabalhadores sexuais do país, e refutaram o projeto de lei que proíbe a difusão de anúncios desses serviços.
O apoio foi manifestado em coletiva de imprensa, na sexta-feira, 18 de maio, que contou com a presença do reverendo David Limo, da Igreja Anglicana e Diretor Executivo do Centro Paroquial Ecumênico Rosa Blanca.
Limo esclareceu que sua posição quanto ao tema é meramente pessoal e que fala do lugar de "um pastor que acompanha homens e mulheres que realizam serviços sexuais e que é confidente de histórias que de nenhum modo podem ser reduzidas a histórias de mulheres vítimas, más ou libertinas".
Quando se fala de “prostituição”, disse Limo, parece difícil reconhecer que por trás de um serviço sexual existem pessoas com histórias próprias, com filhos e netos que vivem numa situação de abandono social.
O clérigo ressaltou que os e as trabalhadoras sexuais são seres humanos com direitos que devem ser resguardados pelo Estado. "Nosso Estado é um estado de direitos, e portanto, não podemos tolerar que existam cidadãos de segunda categoria. Esta é sua obrigação e estamos aqui para demandá-las", enfatizou.
O presidente da United Relligions Iniciative (URI LIMA) terminou dizendo que "agora não nos cabe atirar a primeira pedra de uma dupla moral, ou um conservadorismo que nos ofusca a visão do que ocorre nas ruas de nossa cidade. Neste sentido, o evangelho é cativante quando Jesus diz ‘que no caminho ao Reino dos céus as prostitutas andam melhor do que vocês’. Ou, como em outra versão bíblica, diz que ‘as prostitutas entrarão antes que vocês no reino dos céus’”.
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