18 outubro, 2007

Bispos metodistas alertam que amuletos e rezas não bastam para enfrentar satanás


SÃO PAULO, 16 de outubro (ALC) – Vigilância, oração e disciplina espiritual são as armas do cristão para resistir às tentações e enfrentar os poderes demoníacos, diz a carta pastoral do Colégio Episcopal da Igreja Metodista do Brasil que enfoca “A Igreja e a questão dos demônios”.

“Não se vence os ataques do diabo com amuletos e rezas. É muito freqüente a influência mística cristã, onde se pratica o exorcismo com objetos e rezas mágicas. Essas práticas são totalmente sem fundamento bíblico e procedem de religiões pagãs”, alertam os bispos metodistas, lembrando que o mesmo se dá com o uso de cruz e Bíblia aberta nos cômodos das casas, tão usuais em filmes de vampiros e demônios.

A carta pastoral lembra que “o diabo é espírito maligno que não pode ser vencido por nossa força carnal, mas sim pela força e poder do Espírito de Deus”, destacando que a fé em Cristo, a vida verdadeira, íntegra e santa “é algo que o diabo não pode enfrentar”. Uma das estratégias de Satanás, destaca o texto, “é trazer descrédito à autoridade da Bíblia, porque ele sabe que dela vem conselho e força de Deus”.

Os bispos reconhecem que a carta pastoral é limitada, mas ela traz orientações claras do que a Bíblia diz e como a Igreja Metodista interpreta o assunto. No Antigo Testamento, o diabo é identificado pelo termo “satã”, um anjo criado por Deus, decaído e que se rebelou contra o Criador, “arrastando, em sua loucura, outros anjos, formando as hostes infernais”.

Já o Novo Testamento informa que foi freqüente o confronto de Satanás, ou diábolos, no ministério de Jesus, com o objetivo de provocá-lo para que o Mestre atendesse aos seus apelos e abandonasse, assim, os Planos de Deus. As tentações pelas quais Jesus passou apontam as três principais áreas em que os cristãos são tentados pelo diabo.

As três áreas são: necessidade física, de subsistência (o diabo propôs que Jesus transformasse pedras em pão), necessidade de sustento para a alma e carências emocionais internas (Jesus estava só, em solidão), e a necessidade de ter coisas para a vida, advindo daí a tentação da cobiça de ter cada vez mais (o diabo prometeu todos os reinos da Terra a Jesus se ele o adorasse).

A vitória sobre as forças do diabo se dá, também, através de uma contínua confissão de pecados e compromisso com Jesus e o Evangelho do Reino de Deus, apontam os bispos metodistas. Eles alertam, contudo, que é preciso discernir se a manifestação é de fato possessão demoníaca, uma vez que há diversas enfermidades psíquicas que produzem reações que podem ser confundidas com possessão.

“Devemos ser humildes e reconhecer que algumas pessoas precisam de acompanhamento profissional de um psicólogo ou psiquiatra. Nesses casos precisamos reconhecer também que existem, paralelamente, necessidades espirituais, e estas devem ser tratadas pelo pastor ou pastora em aconselhamento pastoral”, frisam os bispos na carta pastoral.


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