11 agosto, 2008

Éfeso: uma igreja que servia a Deus, mas sem amor (Pr. Ronan Boechat de Amorim)

Apocalipse 2:1-7 é uma carta escrita por João aos cristãos da igreja de Éfeso, uma cidade que ficava na fronteira entre a Europa e a Ásia e que tinha uma população estimada em mais de 250 mil habitantes.

“Conheço as tuas obras”, afirma Jesus, destacando entre as qualidades da igreja em Éfeso o labor (esforço) e perseverança e compromisso com a verdade, suportando a perseguição imposta pelo Império Romano sem negar a fé em Jesus, desmascarando os falsos mestres e não suportando os homens maus (Ap 2:2-3).

Mas Jesus aponta também os pecados. “Tenho, porém, contra ti que abandonastes o teu primeiro amor” (Ap 2:4). Ou seja, era uma igreja operosa, fiel às doutrinas e tradições cristãs, que amava a verdade, mas tinha se esquecido do Amor, do primeiro amor. Assim, já não fazia as coisas por amor a Deus e por amor às pessoas, mas por costume, por tradição, por busca de méritos, por pura obrigação... estavam trabalhando no automático... Esqueceram dos grandes mandamentos que formam a base para todos os ensinamentos de Deus (Mateus 22:37-40). Paulo instruiu os efésios sobre a importância do amor como alicerce da vida do cristão (Efésios 3:17; 4:2,16: 5:2; 6:23). Podemos defender a verdade, como os efésios fizeram e, ao mesmo tempo, praticar o amor. Foi exatamente isso que Paulo pediu aos efésios: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15).

Não foram apenas as experiências humilhantes com os porcos que levaram o filho pródigo ao arrependimento (Lc 15:17); foi sobretudo a lembrança da casa do pai. Para os efésios se arrependerem, teriam que lembrar da comunhão com Deus que deixaram para trás. Jesus pede aos efésios 3 coisas para não deixarem de ser filhos e Igreja de Deus: Lembra-te (Lm 3:21), arrepende-te (Jo 14:26) e volta.

Voltar é dar meia volta, é mudar o rumo, é converter-se. Converter-se de um culto mecânico e de um ativismo religioso para a verdadeira intimidade com Deus (Sl 15:14), que requer vida de relacionamento pessoal com Deus, prazer na prática da oração como um diálogo com Deus, prazer na Palavra e na vontade de Deus e um serviço feito por amor, almejando unicamente a glória do nome do Senhor e a realização da Sua Missão de salvar o mundo pecador.

Tudo o que fizermos seja feito em amor e por amor ao Senhor!