Metodistas condicionam participação em atos ecumênicos com a Igreja Católica
23 de abril de 2008
A Igreja Evangélica Metodista da Bolívia (IEMB) comunicou à Conferência Episcopal Boliviana (CEB) que se reserva o direito de não participar de atos ecumênicos que tenham a presença da Igreja Católica enquanto ela não manifestar, através de seus pastores, respeito e reconhecimento sobre a situação do povo guarani no país.
Em carta endereçada ao secretário de Diálogo da CEB, Moisés Morales, o bispo metodista Carlos Poma assinala que sua igreja está “surpresa com as infelizes expressões” do cardeal Julio Terrazas na homilia de domingo, 13, em Santa Cruz.
Terrazas afirmou que não existe escravidão do povo indígena guarani na Bolívia, “situação que é de conhecimento de todo o povo boliviano e de organizações internacionais”, destacam os metodistas. O cardeal pediu, na homilia, a apresentação de provas concretas que assegurem a existência desse tipo de submissão no país.
A reflexão de Terrazas coincide com a tentativa do governo do presidente Evo Morales de
desapropriar terras na região do Chaco, onde foram constatados casos de escravidão indígenas.
“Com que felicidade se derrama a sujeira entre nós, falam pra gente de lugares cheios de escravos. Ninguém está de acordo com isso, mas que nos mostrem a verdade, que nos digam onde se encontram. Não é possível que continuemos condenando-nos apenas com slogans, com palavras ofensivas”, disse Terrazas na homilia.
Reações às palavras de Terrazas não se fizeram esperar. Cartas e notas pediram ao cardeal para que abra os olhos frente à realidade indígena. “É profundamente deplorável que ainda existam situações de exploração, servidão, submissão e escravidão no nosso país, exercitadas pelos proprietários de terra, agropecuaristas e famílias inescrupulosas que sobrepõem os seus interesses acima do sacrifício humano”, diz a carta da IMB.
As Igrejas, afirma a carta, são responsáveis por assumir a denúncia profética diante de qualquer situação e estrutura que atente contra a vida e o bem-estar dos povos. Por este motivo, a Igreja é convocada e interpelada a sair em defesa da vida, dos direitos mais elementares das pessoas e dos povos.
A IEMB soma-se às organizações e instituições que demandam justiça para os irmãos guaranis, expressando seu direito "de não participar em atividades ecumênicas enquanto não seja manifestada uma atitude de reconhecimento e respeito ao povo guarani pelos níveis correspondentes da Igreja Católica".
Esta situação ganha particular importância no calendário ecumênico anual, quando faltam poucas semanas para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que será celebrada próximo à data de Pentecostes.
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Fonte: ALC e
A Igreja Evangélica Metodista da Bolívia (IEMB) comunicou à Conferência Episcopal Boliviana (CEB) que se reserva o direito de não participar de atos ecumênicos que tenham a presença da Igreja Católica enquanto ela não manifestar, através de seus pastores, respeito e reconhecimento sobre a situação do povo guarani no país.
Em carta endereçada ao secretário de Diálogo da CEB, Moisés Morales, o bispo metodista Carlos Poma assinala que sua igreja está “surpresa com as infelizes expressões” do cardeal Julio Terrazas na homilia de domingo, 13, em Santa Cruz.
Terrazas afirmou que não existe escravidão do povo indígena guarani na Bolívia, “situação que é de conhecimento de todo o povo boliviano e de organizações internacionais”, destacam os metodistas. O cardeal pediu, na homilia, a apresentação de provas concretas que assegurem a existência desse tipo de submissão no país.
A reflexão de Terrazas coincide com a tentativa do governo do presidente Evo Morales de
desapropriar terras na região do Chaco, onde foram constatados casos de escravidão indígenas.
“Com que felicidade se derrama a sujeira entre nós, falam pra gente de lugares cheios de escravos. Ninguém está de acordo com isso, mas que nos mostrem a verdade, que nos digam onde se encontram. Não é possível que continuemos condenando-nos apenas com slogans, com palavras ofensivas”, disse Terrazas na homilia.
Reações às palavras de Terrazas não se fizeram esperar. Cartas e notas pediram ao cardeal para que abra os olhos frente à realidade indígena. “É profundamente deplorável que ainda existam situações de exploração, servidão, submissão e escravidão no nosso país, exercitadas pelos proprietários de terra, agropecuaristas e famílias inescrupulosas que sobrepõem os seus interesses acima do sacrifício humano”, diz a carta da IMB.
As Igrejas, afirma a carta, são responsáveis por assumir a denúncia profética diante de qualquer situação e estrutura que atente contra a vida e o bem-estar dos povos. Por este motivo, a Igreja é convocada e interpelada a sair em defesa da vida, dos direitos mais elementares das pessoas e dos povos.
A IEMB soma-se às organizações e instituições que demandam justiça para os irmãos guaranis, expressando seu direito "de não participar em atividades ecumênicas enquanto não seja manifestada uma atitude de reconhecimento e respeito ao povo guarani pelos níveis correspondentes da Igreja Católica".
Esta situação ganha particular importância no calendário ecumênico anual, quando faltam poucas semanas para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que será celebrada próximo à data de Pentecostes.
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Fonte: ALC e
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