27 janeiro, 2007

A Reforma Política será o marco para avaliar a significância das religiões e do Ecumenismo

Voto decrescente na reforma política

Por Maria Newnum

Você vai deixar a reforma política nas mãos dos políticos? Depois não reclame.

Há grupos populares mobilizados nesse tema; fique por dentro, faça a sua parte.

A maioria dos políticos legisla em causa própria e irá continuar, a não ser que o povo brasileiro tome as rédeas de seu destino. O Voto decrescente representará o exercício constante de cidadania. Essa é uma proposta dessa que vos fala.

A reforma política deverá garantir direito pleno de retirar os votos daqueles que, durante o mandato não representarem com fidelidade e competência seus eleitores.

Os cartórios eleitorais do país deverão ficar aptos para atender todos, que de posse de seus títulos, queiram retirar o voto dado em confiança e desrespeitado pelo candidato.

O voto decrescente poderá zerar o número de votos dados aos candidatos, até o momento que alguns fiquem com números insuficientes para exercerem os cargos, cedendo lugar ao suplente, que do mesmo modo, ficará sujeito ao processo de decréscimo de votos.

O voto decrescente substituirá as CPIs que frequentemente terminam em pizza, dado os conchavos e a “lei” do corporativismo que vigora entre os políticos. E ainda mudará a sensação de impotência, de que uma vez concedido o voto, não resta nada mais a fazer.

No sistema atual, o vínculo ente candidatos e eleitores, termina, na prática, com o fechamento das urnas. Eleito, o candidato sente-se livre para fazer o que quer, e como se sabe, quase nunca é o que o povo quer. Ao invés de patrão, o lugar reservado ao eleitorado é de mero subalterno ou mendigo de seus direitos, direitos esses, que os eleitos deveriam defender e preservar.

É injusto afirmar que o povo não reage. Ora, quase não há o que fazer. A não ser aguardar futuras eleições. Nelas frequentemente são reeleitos os mesmos candidatos que usualmente praticam barganhas “assistenciais” rasteiras, em especial com eleitores mais carentes e menos dotados de poder crítico.

Não é que a memória do eleitorado seja curta. É que convictos de que não há o que fazer, ele resigna ou opta por não acompanhar aqueles que teve a infelicidade de ajudar a eleger. “O que os olhos não vêem o coração não sente”.

O voto decrescente trará um sentido efetivo em acompanhar o candidato eleito. Pois garantirá um poder contínuo de cidadania. Poder para mudar, voltar atrás; sempre e quando necessário.

Há muitas mudanças que precisam constar na reforma política brasileira, mas sem dúvida, há de iniciar-se com a garantia do voto decrescente. O princípio básico que tirará o eleitorado da condição de refém permanente de um sistema anti-democrático travestido de democracia genuína.

A Reforma Política será ainda o marco para avaliar a significância das religiões e do Ecumenismo no Brasil.

Conheça o movimento pró-reforma política http://www.proreformapolitica.com.br/

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Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e Coordenadora da Spiritual care Consultoria. Para comentar ou ler outros artigos acesse: http://br.groups.yahoo.com/group/LittleThinks/ http://www.adital.com.br/; http://www.alcnoticias.org/; http://www.prensasur.org/