02 setembro, 2007

CÂNTICO CÓSMICO

* Por Derrel Homer Santee

Louvem ao Deus Eterno.Todos os que estão nos céus, louvem o Eterno nas alturas!.... Louve o Eterno, tudo o que existe na terra: monstros do mar e todas as profundezas do oceano! Salmo 148.2,7 (leia 148.1-14) BLH

Os únicos dois evangelistas que narraram algo a respeito do nascimento de Jesus o colocaram emescala cósmica. Mateus incluiu uma estrela do céu e magos do Oriente distante: Lucas; pastores, rebanhos, um anjo e um coral de seres celestiais. O cosmos estava diante do seu nascimento.

Jesus tinha tudo para ter um nascimento bem provinciano, não celebrado por ninguém além de familiares e amigos próximos. José e Maria eram de uma aldeia insignificante, de uma província atrasada e desprezada pelo resto do país que, por sua vez, pouco pesava dentro do Império Romano. O evento (nascimento) ocorreu longe de casa, numa cidade distante onde havia poucos conhecidos. Jesus seria mais um “Zé Ninguém”, perdido na multidão.

Para Deus, “Zé Ninguém” não existe. Todos são criados e amados por Deus e, por isso, têm grande valor. Jesus é o supremo exemplo desta verdade. Pensando bem, Deus tem o mesmo amor por nós. Conforme o Novo Testamento, foi por nossa causa que Jesus foi enviado. Nós, também, estamos dentro do plano cósmico de Deus.

O Salmo 148 inclui todo o cosmos como recipiente do amor divino a apto a expressar louvor e gratidão pela graça da existência. A existência é a graça que todos recebem de Deus, sem distinção.

É difícil admitir esta verdade em nosso íntimo. Temos dificuldade em aceitar um Jesus cósmico, um Jesus que tem ovelhas que não são do nosso aprisco e que ilumina todos que vêm ao mundo. Nossa tendência é desprezar outras formas de espiritualidade e culturas. Condenamos e demonizamos outras religiões e manifestações de fé que são diferentes das nossas. Achamos que somente nós somos os amados e aceitos por Deus. Queremos um Jesus provinciano. Idolatramos as nossas formas religiosas e doutrinas e projetamos a nossa própria idolatria e a nossa incredulidade nos outros.

Jesus foi claro em dizer que não devemos julgar os outros e quando julgarmos o nosso julgamento se volta contra nós mesmos. Mesmo assim, queremos ser os juizes de quem é e de quem não é de Deus. Deus faz um círculo e coloca todos dentro. Nós fazemos o círculo e ficamos dentro, sozinhos. O nosso “nós” é um círculo de exclusão, não de inclusão.

O nascimento de Jesus é uma demonstração que toda a criação é recipiente do amor divino. Por isso, o nosso cântico deve ser um cântico cósmico.
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* Derrel Homer Santee é pastor missionário metodista aposentado. Acesse o Blog do autor http://sementesbiblicas.blogspot.com/ Para comentar ou ler outros artigos acesse: http://br.groups.yahoo.com/group/LittleThinks