09 novembro, 2009

A pedra sobre a qual a Igreja é edificada e as chaves do Reino que dão autoridade à Igreja para ligar e desligar (Ronan Boechat de Amorim)

Mateus 16:13-23


1 – O reconhecimento e a confissão do apóstolo Pedro são estabelecidos como a pedra, ou seja, o o fundamento da comunidade da fé: é igreja de Jesus quem reconhece e confessa que Jesus é o Messias, o filho de Deus, enviado ao mundo para salvar o que estava perdido.

2 - E sobre esta pedra, sobre o fundamento desse reconhecimento e dessa confissão, eu edificarei a minha igreja. A igreja nasce a partir da confissão, a partir daqueles que confessam o senhorio e a divindade de Jesus.

3 – As portas do inferno/sepulcro (do pecado, do mal, da morte) não prevalecerão contra ela. Jesus está dizendo que o poder da morte nunca poderá vencer a igreja edificada por Ele. Pelo contrário, a vida é que vence a morte... as portas da morte não permanecerão de pé, indiferentes ao anúncio do Evangelho. A Igreja é o povo marcado pela fé e pela experiência da ressurreição!

4 – Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus – embora Jesus esteja falando com Pedro, ele dá as chaves do Reino à Igreja, aos crentes. Basta ver que esta mesma expressão e poder são usados no capítulo 18:18, inclusive o poder de ligar e desligar na terra e no céu.

5 – As chaves do Reino não é um poder extraordinário e poder de salvação. Mas o poder da pregação que gera a fé e que provoca a decisão no pecador de aceitar a salvação divina que lhe é oferecida gratuitamente.

Quando Pedro pregou em At 2:14-40 ele “abriu” a porta do Reino pela primeira vez: e quase três mil pessoas se converteram e foram batizadas, tendo seus nomes escritos no Livro da Vida pelo Senhor Todo Poderoso.

6 – O que ligar na terra será ligado no Céu e o que desligar na terra será desligado no Céu - Deus dá autoridade à sua Igreja. Pedro e os demais discípulos iam continuar a Obra de Cristo, pregando o Evangelho e revelando a vontade de Deus aos homens e mulheres, sendo revestidos com a mesma unção e autoridade que o Mestre Jesus possuía. No Céu, Cristo sanciona o que é feito aqui no seu nome, o que é feito pela Igreja em total submissão e obediência à sua Palavra aqui na terra.

7 – Pedro e a Igreja para terem essa autoridade precisam confiar nas Palavras de Jesus e submeterem-se à sua vontade. Porque senão, o discípulo(a) e a Igreja deixam de ser Igreja edificada por Cristo e com a autoridade de Cristo (que age na direção e poder de Deus) e passa a ser satanás (adversário, alternativa à vontade de Deus). A “confissão” passa a ser mero rito, deixando de ser real e significativa, passando de pedra fundamental a pedra de tropeço e obstáculo.

8 – É o que acontece quando Jesus revela a humilhação e o sofrimento e morte de cruz que enfrentará. O mesmo Pedro que confessou e alegrou Jesus ao reconhecê-lo como o Messias, agora tenta demover Jesus de cumprir seu propósito. Pedro chama Jesus num canto e começa a reprová-lo (Mt 16:22): “de modo algum isso te acontecerá!”.

9 – Mas Jesus repreende a Pedro identificando-o não como o fundamento da Igreja, mas como pedra de tropeço. Jesus lhe diz: “Não cogitas (não pensas) as coisas de Deus. Arreda, Satanás! Afasta-te de mim.”

Só a título de curiosidade, mais adiante (Mt 26:31-35) ao prevenir os seus discípulos sobre o escândalo que sua prisão e morte humilhante e dolorosa na cruz causaria, Pedro se diz pronto para ir com Jesus até as últimas conseqüências, afirmando também que nunca negaria a fé em Jesus. No mesmo relato em Lc 22:31-34 narra Jesus dizendo a Pedro que intercederá por ele, para que a sua fé (de Pedro) não desfaleça. Jesus afirma também que quando Pedro se converter, será bênção na vida de seus irmãos.

10 – Voltando ao texto de Mt 16, depois de exortar a Pedro, Jesus diz aos seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt 16:24-26). Ou seja, estejam prontos para o que der e vier, mas não abram mão do reconhecimento e da confissão de que Jesus, e só Jesus, é o Messias, o filho de Deus, enviado ao mundo para salvar o que estava perdido.