22 julho, 2006

Alegria ecumênica em Maringá

Por: Maria Newnum

“Não haverá paz no mundo enquanto não houver paz entre as religiões”. Tentamos achar o dono dessa frase em na nossa última reunião ecumênica aqui em Maringá. Chegamos à conclusão que na verdade esse é o Slogan dos movimentos ecumênicos mundiais hoje. O papa o tem repetido, Dalai Lama o tem repetido, participantes do CLAI, do CONIC e do CMI o tem repetido. E nós em Maringá vamos repetindo esse lindo slogan até que ele se torne realidade.

Alegria foi o ponto alto desse nosso encontro. O que como metodista me fez lembrar uma idéia de Wesley, fundador do metodismo, resgatada por Staley A. Fry em seu livro A New vision of God for the 21st century: “Santidade e felicidade caminham juntas”. Ou seja, não há santidade em qualquer situação em que a alegria e a felicidade estejam ausentes. Na discriminação do outro, nas brigas religiosas não há alegria nem felicidade, consequentemente não há santificação, não há toque do Espírito Santo que é movimento constante, sopro de amor e compaixão.

Nesse sentido nosso encontro foi repleto de santidade. Pois uma alegria indescritível tomou a todos e todas pelo simples fatos de estarmos juntos recepcionando Dom Neudal Alves Gomes, sua esposa Carmem e os fiéis da Igreja Anglicana que estão se instalando em Maringá. Dom Neudal Bispo da Igreja Anglicana, de forma apaixonante compartilhou sua experiência ecumênica no Rio Grande do Sul. Vivenciada pelo trabalho conjunto com padres e pastores quando saiam em duplas, ora um padre e um pastor luterano, ora um padre e um pastor metodista, ora um pastor metodista e um anglicano nas ruas dos bairros de Santa Maria, visitando as pessoas, levando a palavra de Deus, o conforto e constatando a necessidade para um agir efetivo de suas igrejas. Dom Neudal frisou que a compreensão ecumênica é inerente a sua vida e de sua esposa. No momento embrionário da Igreja Anglicana em Maringá essa marca é visível pela atitude imediata dos fiéis e do pastor Flávio Irala em interagir com o Movimento Ecumênico.

Para os fundadores do Movimento Ecumênico de Maringá, acostumados a correr atrás de pessoas arredias proposta ecumênica, esse fato é simplesmente novo. Normalmente correm de nós e não para nós. Daí mais motivo para festa e alegria.

Alegria e palmas saldaram o Arcebisbo Dom Anuar Batistini e o Padre Hildo Luz, que após encerrarem o último compromisso da noite se juntaram ao grupo num delicioso jantar regado a histórias, brincadeiras e bolinhas de guardanapo atiradas sorrateiramente escondidinho uns nos outros; uma traquinagem inventada pelo presidente de honra do Mecum o Dr. Irivaldo Joaquim, uma figura humana que caracteriza a seriedade, a doçura e a leveza desse grupo de irmãos e irmãs que lutam pelo ajuntamento ecumênico em Maringá. A professora Polônia como de costume contribuiu com seus dons musicais conduzindo a oração cantada para iniciar os comes e bebes. O Pastor Edrey da Igreja Presbiteriana Independente chegou quando todos estavam a mesa e como de lhe é próprio ensaiou em pequenos discurso. Novamente palmas, sorrisos, alegria...

Como que num desejo de que outros irmãos estivessem ali naquele momento festivo, começou-se a lembrar-los: Bispo Adriel de Souza Maia, Padre Elias Wolf, Rev. Jaci Marschin, Rev. Rui Josgrilberg, Rev. Luiz Caetano, Rev. Carlos Klein, entre outros. Cada qual com o registro dos esforços ecumênicos.
Entre os pastores presentes estavam os reverendos Stephen Newnum, Raimundo Corrêa e Ricardo Schadt. Padre Chiquinho veio representando os padres demais da arquidiocese. O padre Nelson Maia, não pode vir, mas vieram as fiéis escudeiras do ecumenismo da paróquia de Marialva. Padre Júlio era preletor numa cidade vizinha e avisou que estaria presente em coração e espírito. Apesar dos ausentes em corpo, havia um grupo de pelo menos 30 pessoas, todas registradas pelo Marcos Marcantônio, fotógrafo da noite.

Faltou falar do presidente Raul Pimenta, mas a presença dele com certeza foi a mais celebrada, pois acreditem, ele abriu o cofrinho e pagou a conta da festança. Vejam, quando achou-se que alegria iria morrer no caixa, veio essa.

“Santidade e felicidade caminham juntas”, sejamos todos e todas felizes, nesse caminho rumo à paz.
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* Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e Conselheira no Conselho Municipal da Mulher de Maringá.