24 setembro, 2006

Igreja Metodista - CESE: o que Deus uniu, não separe o homem

Por: Cléber de Oliveira Paradela

Com essa convicção, um grupo da Igreja Metodista em Boca do Rio, Salvador, Bahia, participou no domingo, 17 de setembro, da abertura da Campanha Primavera para a Vida, promovida pela CESE.

O ato aconteceu no templo da Igreja Episcopal Anglicana, contando com a participação de todas as igrejas filiadas àquela Coordenadoria Ecumênica e outras convidadas, com representação, inclusive, de todas as linhas presbiterianas, Independente, Unida e a Presbiteriana do Brasil. Uma linda cerimônia!

É muito difícil para os metodistas de Salvador, comprometidos com a doutrina metodista histórica e que caminham ou caminharam ao lado da CESE, entender a decisão unilateral de ruptura entre ambas as entidades, patrocinada pela decisão anti-metodista do Concílio Geral de não participar mais de entidades ecumênicas. A rigor, uma tem a cara da outra. Ambas têm compromissos com justiça social e o fortalecimento de movimentos em favor da paz e da garantia da integridade do ser humano, combatendo a discriminação que divide a criação divina, à luz do cristianismo evangélico.

Será que estava errado o saudoso Remo. Bispo Sady Machado da Silva, ao se agregar ao Rev. Jaime Wright e outros líderes cristãos, na idéia de criação da CESE, no ano de 1972. Será que o Bispo Sady havia mal interpretado o pensamento e a mensagem de João Wesley no sentido de fazer do “pequeno povo chamado metodista” um grande povo na sua força ecumênica e agregadora em resposta à exortação de Jesus Cristo, para que todos sejam um?

Agrediram as doutrinas metodistas todos aqueles que permanecerem ao longo desses 34 anos trabalhando, ao lado de outras lideranças cristãs, nessa entidade? O Bispo Isaac Aço nada representa na caminhada do metodismo no Brasil? Os ideais do Bispo Paulo Aires devem ser desprezados? Nada significa para a vida da Igreja, e para as nossas próprias, os testemunhos do Bispo Adriel Maia ? Tudo o que fizeram Lydia dos Santos, Lúcia Leiga, Luiz Carlos Escobar, Keila Guimarães, Pastoras Marisa Coutinho e Ana Glória Gris, os pastores Antônio Olímpio Sant”Ana. e Stanley Moraes, além de muitos outros, diretores e representantes da Igreja junto à CESE, foi em vão e ainda comprometeu negativamente a caminhada da Igreja Metodista ? O rebanho metodista foi reduzido ao longo dos anos por essa vinculação e pelo pensamento dessas pessoas?

Nós estamos certos de que essa foi uma união divina. Quem tem coragem que a desfaça e assuma a responsabilidade por esse ato. No entanto, como metodistas históricos e comprometidos com a missão da Igreja, continuaremos a lutar ao lado da CESE e de outras instituições religiosas que conosco e com as nossas crenças se identifiquem, em favor da paz e da harmonia entre os povos e contra todo o tipo de discriminação. Isso me foi imposto ao ser recebido na família da fé, em 1953, quando de meu batismo em Carangola, Minas Gerais, pelas mãos do “Príncipe da Igreja Metodista”, Revmo Bispo César Dacorso.

Esse ato serviu, também, para que eu estabelecesse o padrão para o exercício do episcopado metodista.

Cléber de Oliveira Paradela
Salvador - Bahia