29 novembro, 2006

Encontro dos Missionários/as aposentados da United Methodist Church

Por: Maria Newnum

O Encontro dos Missionários/as aposentados da United Methodist Church, na Igreja Metodista no Brasil, aconteceu de 1º a 5 de novembro de 2006 no Sesc da praia do Cacupé, em Florianópolis. Missionários da ativa também foram convidados e acolhidos pelo grupo, além do casal Delci e Samuel Smith, filho do saudoso missionário Bispo Wilbur Smith.

Felicidade pelo reencontro, saudades dos que partiram, desafios missionários para hoje. Esse foi tom do encontro dos missionários e missionárias aposentados.

Devocionais matinais e noturnas seguidas de músicas e reflexões para a atualidade e histórias vividas nos anos de ministério ativo no Brasil, fizeram parte da programação dos 5 dias. Todos os dias experimentou-se boa música, em especial músicas que o grupo considerou, “músicas do nosso tempo”.




A língua nativa muitas vezes cedeu lugar ao português, que surgia sem que as pessoas se dessem conta que haviam mudado de idioma. O que mostra a profunda aculturação desses homens e mulheres que mesmo após findado o tempo de serviço, decidiram permanecer no país, que também consideram sua pátria.



Um dia foi destinado exclusivamente à avaliação da atual situação da Igreja Metodista no Brasil, tendo como foco de discussão o 18º Concílio Geral e a decisão ligada à questão ecumênica. Após o almoço os/as missionários/as ouviram o Rev. Clori Trindade, convidado pela comissão organizadora, que apresentou uma visão panorâmica da primeira e segunda fase do CG. A conclusão do grupo não fugiu a regra das análises fomentadas no plano nacional. Questões como motivação política de grupos interessados no controle e no poder da Igreja Metodista; necessidade de ampliar o ensino no campo da Unidade Cristã e das raízes metodistas e wesleyanas foram debatidas e apontadas como desafio das lideranças clérigas e leigas da igreja Metodista brasileira.

Os/as missionários/as assinalaram ainda para a urgência do fomento de pequenos grupos de estudo nas várias Regiões Eclesiásticas, visando a levar aos/as fiéis o sentido genuíno e amplo do ecumenismo. Missionários ativos lembraram do papel importante que os/as missionários aposentados/as têm nesse momento novo da Igreja, em especial pelo compromisso cristão de cada um/a, pela experiência de vida na Igreja Metodista Brasileira e pela liberdade de ação advinda do reconhecimento pelo trabalho prestado no Brasil.

O Centro Vivencial para pessoas idosas, fundado pelos missionários Edith e Willian Schisler (falecido), acolheu o grupo para um delicioso almoço. Na ocasião a Diretora do Centro agradeceu os/as missionários aposentados/as, afirmando que a Igreja Metodista e em especial o Centro Vivencial devem profundo respeito e agradecimento por tudo que os/as missionários realizaram durante seus ministérios.

Entre as reflexões sobre a atualidade, o grupo debateu a respeito da questão ecológica, que no entender do grupo necessita de uma atuação mais consistente das Igreja. A Missionária Wilma Roberts destacou a necessidade de um olhar mais atento sobre as empresas que vendem água engarrafada, alertando que os Fóruns Mundiais já denunciam empresas que exploram e devastam nascentes de água em todo mundo, bem como, despejam bilhões de toneladas de garrafas plásticas na natureza. Foi discutida a posição do presidente George W. Busch que insiste em não assinar os tratados de redução de resíduos poluentes. Nesse ponto ampliou-se as discussões sobre política e economia mundial.

Refletindo a respeito de oportunidades de participação e contribuição, alguns dos missionários/as salientaram certo nível de exclusão ou de pouca valorização que recebem da Igreja Brasileira, em função da condição de “aposentados”. Contudo, com certeza, todos/as têm muito a contribuir, pois tratam-se de homens e mulheres bem qualificados, experientes e que estão muito atualizados com as principais questões do mundo contemporâneo e da Igreja.

O culto de encerramento foi presidido pelo Rev. Stanley Fry, esposo de Edith Schisler que trouxe ao grupo um sermão marcado por profunda análise bíblica. Destacando que a teologia deve levar luz, vida e libertação para as pessoas e que a “nossa casa” é o lugar onde estamos.

Uma rosa vermelha foi colada no altar por um missionário ou missionária que trazia à memória lembranças do ministério, histórias, situações engraçadas ou desafiadoras deixadas pela pessoa que partiu. Ao final o grupo em coro dizia: “Sua vida e ministério é uma inspiração para nós”.

Foram colocadas rosas em memória dos seguintes missionários/as, falecidos nos últimos anos: Marjorie Kirkpatrick (2004) , Duncan Alexander Reily (2004), Howard Moody (2004), Lois Maitland (2005), Cyrus B. Dawsey Jr. (2005), Charles Heath (2005), Fred Sturm (2006), Grace Smith (2006), Beverly Walter (2006), Irene Hesselgersser (2006), Wilbur Smith (2006).

Informou: Maria Newnum