No dia da Consciência Negra Pesquisa aponta diferenças entre brancos, pretos e pardos
BRASÍLIA, 20 de novembro (ALC) – Pesquisa Mensal de Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PME-IBGE), realizada em seis regiões metropolitanas e divulgada na sexta-feira, 17, mostra que a população preta e parda têm menos escolaridade e metade do rendimento médio da população branca.
A pesquisa registra dados de setembro de 2006 e foi realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Naquele mês, a população preta ou parda representava 42,8% das 39,8 milhões de pessoas com dez anos ou mais de idade nas seis regiões metropolitanas pesquisadas.
Salvador, com 82,1%, apresentou o maior contingente de pretos e pardos, e Porto Alegre, com 13,1%, o menor número dentre as seis regiões. Mas de modo surpreendente, é na capital gaúcha onde a diferença entre o que recebe um trabalhador branco e um trabalhador negro tem a menor distância.
Já em Salvador, a região metropolitana que apresenta o maior contingente populacional de pardos e negros dentre as seis áreas pesquisadas, essa diferença é a maior. Em Porto Alegre, um trabalhador branco recebia em média, em setembro, 1.062,95 reais (cerca de 494,3 dólares), e o trabalhador negro percebia, então, 649,40 reais (cerca de 302 dólares).
Em Salvador, essa brecha é maior: os trabalhadores brancos ganhavam, em média, 1.749,90 reais (em torno de 813,9 dólares), enquanto os pretos e pardos recebiam apenas 644,91 reais (300 dólares).
A Pesquisa Mensal de Emprego constatou que em setembro de 2006 pretos e pardos recebiam a média de 660,45 reais (307 dólares) nas seis regiões metropolitanas pesquisadas, enquanto brancos ganhavam quase o dobro, 1.292,19 reais (601 dólares).
A desigualdade também é notória nos indicadores educacionais. A população ativa preta e parda tem, em média, 7,1 anos de estudo e é menos escolarizada que a população branca, com 8,7 anos de estudo, segundo a PME.
De novo, os extremos ficam com Salvador e Porto Alegre. Na capital baiana, brancos, pardos e pretos apresentam as maiores médias de anos de estudo, mas também é a capital onde o diferencial entre os dois grupos é maior, 2,4 anos de estudo a mais para os brancos (10,1 anos contra 7,7 para pretos e pardos).
Em Porto Alegre, brancos estudam em média 8,2 anos, enquanto pardos e pretos têm 6,8 anos de estudos. A capital gaúcha apresenta a menor diferença entre os anos de estudo médio entre bancos e pretos e pardos: 1,4 ano.
A taxa de desocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas é maior entre pretos e pardos, com 11,8%, do que entre brancos, com 8,6%. Embora a população preta e parda nessas regiões represente menos da metade (42,8%) da população em idade ativa, eles são maioria (50,8%) dentre a população desocupada.
Em setembro de 2006, mostra a pesquisa do IBGE, entre os empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, na qual os trabalhadores têm maior proteção legal e melhor remuneração, 59,7% eram brancos e 39,8% pretos e pardos.
Mas pretos e pardos estão mais presentes do que brancos nos setores de construção e serviços domésticos. Em setembro de 2006, pretos e pardos eram 55,4% das pessoas ocupadas na construção civil e 57,8% das pessoas ocupadas nos serviços domésticos, setores em que os salários são mais baixos.
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Agencia Latinoamericana y Caribeña de Comunicación
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