15 janeiro, 2007

Carta a Anivaldo Padilha e Eliane

Prezado Anivaldo,
Primeiro Parabéns. Que texto rico, informativo e comovente.

Não há como não ficar petrificada com seu relato. Quem vivenciou ou apenas leu algo sobre os terríveis testemunhos dos que foram trancafiados pelo regime, sabe as marcas deixadas. Pior é saber que para lá foram levados pela traição de seus "irmãos de fé".

Lamento muito o sofrimento que passaram. Mas o sofrimento por uma causa se transforma em prêmio, no sentido que concede aos "sofredores" um título na história e na luta pela transformação. Esse título, é um prêmio, que distancia os sofredos dos covardes, dos dedos-duros e dos infelizes que se venderam e se vendem por um prato de lentilhas.

A história da ditatura bem como a história atual foi e será feita por heróis e heroínas anônimos; idealistas e sabedores que negar suas certezas é o mesmo que assinar um auto-atestado de óbito e sair na vida sem ter nada relevante para contar.

Você e Eliana e tantas outras pessoas reféns dos porões da ditatura e dos dedos-duros, incluvive os da própria igreja metodista, foram e continuarão sendo pessoas "grandes" por muitos méritos, mas o principal é o mérito de não ser covarde.

Ainda hoje, vocês que escreveram essa história revolucionária do passado, podem incentivar os/as que vivem uma realidade ainda tão carente de heróis e heroínas, profetas e profetizas e pessoas de coragem.

Os regimes da ditaturas nunca passarão. Estão sempre a espreita. Homens e mulheres de Coragem hão sempre de existir. Resta aguardá-los/as com esperança.


Parabéns com meu respeito e profunda admiração
Maria Newnum - Uma covarde desse tempo, sem histórias grandes para contar.