Café com amigos/as em Vila Isabel
No último dia 30 de junho aconteceu na Igreja Metodista de Vila Isabel, Rio, um encontro promovido pela Koinonia, onde 37 pastores e leigos se encontraram para tomar um café, trocar experiências, orar e avaliar sobre a caminhada do movimento ecumênico em nosso país e cidade.
Depois de 1h de um delícioso café oferecido pela Igreja Metodista de Vila Isabel o grupo se reuniu na capela para orações e reflexão. Darly Chaves, da Igreja Presbiteriana Independente, relatou resumidamente pesquisa que fez para o Conselho Latino Amaricano de Igrejas (CLAI) sobre a caminhada do movimento ecumênico no Brasil e na América Latina a partir de 1930. Um ponto que se destacou na fala de Darly foi a percepção da falta de renovação de novas lideranças à frente do movimento ecumênico no Brasil. "Quem lidera as práticas ecumênicas hoje são os mesmos da década de 60", embora hoje o espaço para ações ecumênicas esteja se abrindo novamente.
Zwinglio Dias, pastor da Igreja Presbiteriana Unida, fez uma análise teológico-pastoral do ecumenismo.
Houve então um momento de participação dos presentes, onde se destacam, entre outras, as seguintes frases:
- O que envergonha a igreja no Brasil não são as suas diferenças, mas a divisão, a falta de uma unidade mínima, a falta de respeito a quem é diferente de nós e o entendimento de que somos diferentes como riqueza da multiforme graça de Deus;
- A juventude intelegente (pensante) não está mais na igreja, mas ela se "encontra" noutros espaços. E mesmo a juventude que está dentro da igreja não tem mais a igreja como o lugar privilegiado para orientar sua formação, seus valores éticos.
- A Igreja Católica é uma instituição anti-ecumênica. Basta ver os discursos do papa por ocasião da sua visita ao Brasil. Ele recuperou o discurso de que fora da Igreja (a Católica) não existe salvação. O que existe na Igreja católica são pessoas que têm o coração ecumênico.
- O mesmo preconceito que a Igreja Católica tem com os evangélicos, nós evangélicos temos para com os neo-pentecostais. Nossas mãos ecumênicas estão estendidas para esses irmãos e irmãs? Será que do meio neo-pentecostal não pode vir coisa boa?
- A palavra ecumenismo hoje tem um sentido muito, muito, muito negativo. Devemois abondanar o uso dessa expressão. Devemos trabalhar para a unidade. Unidade Cristã, inclusive, é uma expressão muito mais significativa para nós evangélicos brasileiros.
- Os diversos grupos evangélicos ao não se reconhecerem como parte do corpo de Cristo, não se respeitando uns aos outros, caem na tentação de se comportarem como um corpo doente onde a mão fala mal do olho, o olho fala mal do pé, o pé fala mal da mão, etc... Quem não faz parte do mundo evangélico, tudo o que consegue ver, é a competição entre grupos, pessoas, liderenças, etc... O evangelho parece coisa fragmentada. E a casa fragmentada e dividida não subsiste.
- Não podemos falar, pensar, refletir, orar, etc... tudo que é importante num único encontro. Precisamos passar mais tempos juntos. Quanto mais nos conhecermos, mais seremos capazes de estabelecer amizade e unidade. A gente tem como característica defender, proteger, tomar partido, etc, das pessoas que estão mais próximas de nós. Precisamos construir caminhos que nos conduzam a estar próximos um dos outros, que nos levem ao companheirismo cristão, à amizade, à unidade cristã.
A Koinonia marcou um segundo encontro, um segundo Café, para o sábado dia 11 de agosto (a confirmar). Será na Igreja Metodista de Vila Isabel que tão carinhosamente tem acolhido o grupo. A idéia, a princípio, é passarmos um tempo maior juntos, de modo que, além do café, muito possivelmente teremos nesse próximo encontro um almoço.
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