31 agosto, 2006

Clay Peixoto deixa cargo no CONIC

BRASÍLIA, 31 de agosto (ALC) – O pastor Western Clay Peixoto, 54 anos, entregou hoje o cargo de secretário executivo do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), depois de sete meses na função. Seu desligamento é uma decorrência da decisão do Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil (IMB) de se desvincular de organismos ecumênicos que tenham a presença da Igreja Católica e de grupos não-cristãos.

A Igreja Metodista isolou-se das comunidades irmãs e ainda vai ter que se defrontar com muitos desdobramentos da decisão conciliar de sair de organismos ecumênicos, avaliou Clay Peixto em entrevista para o repórter Paulo Hebmüller. Ele retorna ao pastorado, assumindo a congregação de Lima Duarte, no Espírito Santo.

Na análise do ex-secretário do CONIC, “as reações ao ecumenismo são bastante antigas dentro da Igreja Metodista e tiveram um processo de crescimento até desembocar na decisão do Concílio Geral”. Em sua avaliação, o resultado da assembléia baseou-se “numa articulação política do grupo carismático dentro da igreja”.

O pastor chama a atenção, no entanto, para o fato de que o movimento carismático não é uma particularidade da Igreja Metodista, “mas está presente também em outras denominações e com os mesmos resultados: cismas, conflitos e dificuldades de relacionamento”.

No momento, a decisão conciliar provoca um isolamento da Igreja Metodista, que sempre foi vista pelas demais como “uma igreja querida, respeitada e companheira”. “Isso traz conseqüências sérias porque ela se afasta da sua doutrina, da sua pastoral e da sua história”, acredita.

Na sua avaliação, a igreja se defrontará com desdobramentos, uma vez que as divergências vão persistir. “Internamente, o problema não está sanado, porque, tendo sido uma decisão política e grupal e não tendo solucionado a questão, esse quadro perdurará por algum tempo dentro da igreja de maneira muito tensa, afetando as relações internas e inclusive as conversas dentro dos concílios”, analisa.

Western Clay Peixoto é pessimista quanto à possibilidade de reversão da decisão na continuidade do Concílio Geral, marcada para os dias 12 a 14 de outubro. “Os caminhos que algumas pessoas têm tentado, pela via jurídica dentro da igreja e inclusive pelo caminho do questionamento disciplinar, também não oferecem muitas perspectivas, de forma que a superação disso deve ser uma coisa que só o tempo pode ensinar”, diz.

Clay Peixoto nasceu em Dores do Rio Preto (ES) e trabalhou em instituições de ensino e congregações da Igreja Metodista em Minas Gerais e no Espírito Santo, além de ter intensa participação no movimento ecumênico. O secretário adjunto, padre Gabrieli Cipriani, assume interinamente o cargo deixado por Clay Peixoto, até a nomeação de outro titular, que deve acontecer depois de novembro, quando o CONIC elegerá nova diretoria.

Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)

1 Comments:

At setembro 01, 2006, Blogger marianewnum said...

Irmãos e irmãs é com lamento mas também com esperança que repassamos essa notícia. Esperança porque cremos que o Rev Clay vai alçar novos voôs e que irá cada vez mais alto pela causa ecumênica que ele tem como ministério.

Elevamos nossos pensamentos a Deus pedindo que cure as feridas e dê o aconchego de Pai e de mãe para o nosso querido irmão e sua família.

Todos e todas do
Mecum - Movimento Ecumênico de Maringá

 

Postar um comentário

<< Home