17 agosto, 2006

Será mesmo um retrocesso?

Por: Pedro Nolasco

Será mesmo um retrocesso a saída da Igreja Metodista dos órgãos ecumênicos para nossa formação cristã, ação missionária e social?

A resposta pode parecer óbvia para alguns, especialmente aos que participam ativamente do movimento ecumênico. Entretanto, creio que para aqueles que são ecumênicos em sua vivência cotidiana e local, talvez tais implicações possam não ser tão claras.

Também aos que se iniciam nesta caminhada ou até mesmo para os que são pré-conceitualmente contrários à ação ecumênica, isso precisa ser melhor esclarecido.

Ouço pessoas de boa vontade afirmando: “Não tem problema, nós continuaremos ecumênicos”. Será que as coisas são assim tão simples?

Um exemplo, pra começo de conversa...
Nos últimos anos tenho sido convidado a prestar estudos e artigos sobre a igreja e o meio ambiente. É sabido que o tema é pouquíssimo trabalhado no âmbito das igrejas de tradição protestante no Brasil. No contexto cristão, os principais subsídios para tal reflexão e ação são elaborados, em grande parte, por organizações ecumênicas, como o CESEP e DIACONIA. Participar destas organizações, significa participar de suas reflexões e ações. Significa unir-se na busca de solução de problemas comuns a todos seres humanos.

Um motivo do surgimento do movimento ecumênico
Uma das motivações que deu origem aos organismos precursores do movimento ecumênico, ainda no século XIX, foi a necessidade das igrejas unirem suas forças em prol de trabalhos missionários comuns. Sozinhas elas não conseguiam, por exemplo, sustentar a missão em países distantes. Daí surge a necessidade unirem esforços e recursos para cumprirem tarefas comuns.

Eles pensam nisso?
Quando o Rev. Adonias afirma discordar que a decisão do Concílio Geral tenha provocado uma ruptura no diálogo e no serviço social, apresento, humildemente, pelo menos três perguntas:

1. A questão ambiental é inerente a todos seres humanos. Será possível dialogar e servir efetivamente junto com outras igrejas, sem participar dos organismos ecumênicos?
2. Ele estaria subentendendo que a Igreja Metodista não precisa contar com o apoio de tais organismos nestas questões fundamentais?
3. A Igreja Metodista consegue, sozinha, refletir e agir em prol da questão ambiental?

Você pode ajudar?
Visando uma maior compreensão das implicações da saída da Igreja dos organismos ecumênicos e do valor da participação nestes organismos, peço que irmãos e irmãs escrevam artigos sobre o assunto. Tais subsídios podem ser valiosos no fortalecimento do movimento ecumênico nas nossas igrejas.

Um abraço fraterno.

Pedro Nolasco
Pastor - 3a Região Eclesiástica