Voz e vez da mulher na política e nas sutilezas
Por Maria Newnum
Independente de serem maioria votante em seus países as mulheres são menosprezadas no âmbito da política. No Brasil, somam quase 52% do eleitorado e apesar disso, são tratadas como cidadãs de segunda classe. Não há de culpar os homens e sim, culturas que fomentam idéias que “lugar de mulher é na cozinha” e pronto. Por outro lado compete, especialmente às mulheres romper esse ciclo. A política é o lugar para a voz e vez das mulheres, sobretudo quando são majoritárias.
Nesse segundo turno das eleições presidenciais e estatuais as brasileiras têm alguns desafios. Primeiro: Constatar que a política nacional, apesar do majoritário feminino, continuará gerida pelos homens. Segundo: Decidir, particularmente entre os presidenciáveis, “um” que contemple necessidades urgentes da população: Moradia, emprego, saúde, segurança e educação. Lembrando, essa ordem compõe o imaginário do mundo ideal das mulheres. Elas, primeiramente querem um teto; depois, emprego para si e seu companheiro; saúde digna nos postos e hospitais públicos para a família ou condições financeiras para um bom plano de saúde; segurança para ir e vir do trabalho e por último, educação para os filhos e filhas, de modo que possam pular as etapas humilhantes a que são submetidas como empregadas domésticas, cortadoras de cana, pescadoras, artesãs, camelôs, diaristas e demais serviços informais, sem amparo da legislação trabalhista.
Numa democracia de fachada, onde o voto é obrigatório e os candidatos nomeados pelos partidos é preciso que homens e mulheres utilizem-se até de mínimas sutilezas para distinguir e optar pelo “menos ruim”. Aliás, essa máxima denuncia o caos e aponta a urgência de ampla reforma política.
Submetidos a toda sorte de falácias no horário eleitoral, um recurso sutil pode ser, por exemplo, a análise das esposas dos candidatos; numa lembrança do desgraçado jargão, que por ora nos serve: “Atrás de todo grande homem, há uma grande mulher”.
Dona Marisa de Lula, é verdade, parece o tipo resignado; mas não é. Chegou ao palácio com as mãos calejadas pela labuta com casa e os filhos, enquanto o marido corria atrás de um sonho. Dona Lu Alckmin, ficou conhecida pelo escândalo dos 400 vestidos de grife “ganhados” de um estilista que como ela, almejava fama e destaque na sociedade.
Dona Marisa, diz-se, dispensou parte dos empregados designados a servi-la e que ainda cozinha e acompanha o marido nos seus sonhos e certamente, nos devaneios. Lula pecou por não ver, não saber; contudo olhou e contemplou os pobres. Apesar dos pesares, surpreendeu positivamente, exceto no quesito supremo de seu partido, que igualzinho aos demais comporta indivíduos gananciosos e arrogantes.
Apontam alguns analistas políticos que Alckmin foi escolhido para perder e preservar a imagem do próximo presidenciável do partido, Aécio Neves. Em razão do inexplicável dossiê, surpreendeu o partido, o Brasil e até esposa que, talvez já imagine quantos vestidos de grife que lhe esperam. Ela pode não ser, mas pareceu fútil, num país onde para muitas mulheres “luxo” é comprar um vestidinho no bazar de usados ou na banca da feira. Detalhe, a filha de Alckmin trabalhava na luxuosa Daslú, quando a Polícia Federal descobriu tratar-se de uma quadrilha contrabandistas e sonegadora de impostos. Lá um pretinho básico não sai por menos de 4000 reais.
Num cenário político que dificulta avaliações sólidas, resta às mulheres e homens atentar para as pequenas sutilezas que cercam os presidenciáveis. Isso pode fazer toda diferença.
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Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá e Coordenadora da Spiritual care Consultoria.
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1 Comments:
Será que o superaremos?
Beijos,
maria
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