07 fevereiro, 2007

Liberdade religiosa e diversidade, o desafio do protestantismo italiano

COLONIA VALDENSE, 6 de fevereiro (ALC) -A moderadora da União das Igrejas Evangélicas Valdenses e Metodistas na Itália, pastora María Bonafede, que participa até a quarta-feira, 7, da XLIV Assembléia Sinodal da Igreja Valdense no Rio da Prata, reunida nesta cidade uruguaia, disse que denominações minoritárias na Itália trabalham pela aprovação de um Dia da Liberdade Religiosa.

Consultada a respeito do aumento constante da migração para a Europa, Bonafede comentou que um das características do fenômeno é que muitos desses imigrantes procedentes da Ásia, da África, do Leste europeu, são evangélicos e protestantes, e que precisam de um ou dois anos até encontrar uma igreja protestante como a do seu país de origem.

"No futuro, a Europa será um lugar onde conviverão pessoas de culturas diversas: cultura italiana, alemã, cultura africana e cultura islâmica, todas elas devem conviver juntas, o que é muito difícil”, disse. Na Europa há muita resistência e custa aos italianos aceitarem quem aquele que é diferente. “A Igreja Valdense entende que isso não é um problema, senão um enriquecimento e por isso se prepara para reconhecer as pessoas em sua diversidade", agregou.

Sobre a temática da liberdade religiosa e o conceito de igualdade religiosa, tema debatido em vários países europeus, Bonafede informou que o Sínodo Valdense-Metodista italiano emitiu proposta ao governo para que o dia 17 de fevereiro seja reconhecido oficialmente na Itália como o Dia da Liberdade Religiosa e de Consciência.

"Bom, é preciso ver se o governo o aprova. Na constituição essa liberdade existe, mas na realidade tudo o que não é católico não tem difusão, não aparece nos diários nem na televisão", afirmou.

O pedido formulado estende a todos os muçulmanos, budistas, protestante, enfim, a todos os que praticarem uma religião a possibilidade de celebrarem um Dia da Liberdade Religiosa. "Neste momento, o governo também está pensando numa lei de liberdade religiosa que tem a resistência da Igreja Católica, porque ela não quer ser igual às demais. Por esta razão, estamos trabalhando junto ao governo para a criação da lei", finalizou a pastora italiana.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação