Teólogo enfoca papel da religião na consolidação da paz
Por William Delgado Gil
COLÔMBIA, BOGOTÁ, 22 de março (GospelNoticias/ALC) – O coordenador do Centro de Estudos Teológicos e das Religiões da Universidade do Rosário, Fabián Salazar, refletiu, em artigo publicado na revista Vida de Hoje, sobre “o papel das religiões no tema de paz”, indicando que cada dia se apresenta com mais urgência o diálogo inter-religioso como aporte à construção da paz.
Salazar considerou as reflexões gerais de uma definição integral de paz a partir da justiça, emolduradas dentro das visitas do teólogo Hans Küng, na Semana da Ética e Paz Mundial a partir das Religiões do Mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo, e a próxima visita do diretor do Escritório Regional Latino-Americana e Caribenha da Conferência Mundial de Religiões pela Paz. Elías Szczytnicki.
O teólogo afirmou que a sociedade colombiana se define religiosa. “Essa dinâmica interna das pessoas e da nação pode ser um impulso para promover processos de reconstrução de um país que se vê esgotado por uma guerra fratricida e uma abundância de injustiça e delinqüência que satura suas entranhas”, afirmou.
Salazar enfatizou que num sentido veraz, “no nome de Deus misturado com política cometeram-se crimes e abusos através da história”. Mas em nome de Deus também foram realizadas ações solidárias em espaços educativos, de assistência social, saúde e proteção aos direitos humanos, admitiu.
A Constituição de 1991 demonstrou que o país, com sua diversidade religiosa, enriquece a própria pluralidade cultural e ética, ainda que o cristianismo se apresente historicamente como uma maioria que moldou o rosto do país. “É inegável a contribuição do judaísmo e do islã para a construção da realidade política, econômica, social e religiosa do rosto colombiano”, bem como a contribuição de populações indígenas que, “com sua sabedoria, nos ensinam a resolver os conflitos e a lutar por sua identidade”, argumentou o clérigo.
O religioso também reconheceu o aporte de vivências e espiritualidades das comunidades afrodescendentes, que resgatam raízes ancestrais, e de correntes espirituais orientais que “com sua proposta de paz e harmonia se perfilam como um componente a mais na construção de um país que se reconhece diverso e capaz de viver uma sã convivência”.
“A paz é um caminho que implica esforço, tempo e a participação dos diversos setores sociais, é obra da edificação na justiça que vai além do pactuado nos convênios”, pois é um “afazer permanente, porque a paz não se encontra, mas se constrói. É fruto do amor, nascida e consolidada na justiça e fortalecida e renovada na solidariedade”, frisou.
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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação
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