Vaticano apresenta 1º volume da obra completa de Bento XVI em alemão: 'Opera Omnia' do papa é composta de 16 tomos.
(Da EFE, no Vaticano. Publicado no G1. Endereço: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL831985-5602,00-VATICANO+APRESENTA+VOLUME+DA+OBRA+COMPLETA+DE+BENTO+XVI+EM+ALEMAO.html)
O Vaticano apresentou nesta quarta-feira (22) o primeiro volume em alemão da "Opera Omnia" (coletânea com toda a obra) do papa Bento XVI, "uma obra teológica que sem dúvida está entre as mais importantes dos séculos XX e XXI", afirmou o bispo de Regensburg (Alemanha), Gerhard Ludwig Müller.
Müller, que apresentou a obra, disse que Bento XVI é um "dos grandes teólogos que ocuparam a poltrona de Pedro (ocupada pelos papas)" e que ao longo de sua atividade acadêmica como professor de Teologia Fundamental e Dogmática elaborou "com autonomia um dos mais importantes estudos teológicos dos séculos XX e XXI".
Ratzinger lecionou nas universidades de Frisinga, Bonn, Munster, Tübingen e Regensburg. Nesta última, foi professor desde 1969 até 1977, quando foi nomeado arcebispo de Munique.
Bento XVI é ligado a Regensburg também por motivos familiares. Seus pais -Josef e Maria- e sua irmã Maria estão enterrados ali e ele tem uma casa no bairro de Pentling.
Durante sua viagem à Baviera, em 2006, o papa visitou a universidade de Regensburg e ali deu a famosa aula magna, na qual falava de Maomé, considerada "ofensiva" pelo mundo islâmico e que suscitou ira dos muçulmanos.
O motivo foi a citação que fez do diálogo entre o imperador bizantino Manuel II Paleólogo e um erudito persa, no qual o líder dizia que "Maomé não tinha trazido nada novo, exceto a ordem de estender a fé pela espada", pôs em pé de guerra o mundo muçulmano.
O bispo de Regensburg disse que essa aula magna "marcou um momento mágico na história universitária não só alemã" e que na mesma o papa ressaltou mais uma vez a "íntima conexão entre fé e razão".
O bispo Müller manifestou que Regensburg recolherá e tutelará toda a obra de Ratzinger e que esta cidade será a sede do Instituto Bento XVI.
Müller precisou que o papa lhe encarregou pessoalmente a publicação da coleção de escritos.
A Opera Omnia se compõe de 16 tomos. Começa com a tese de licenciatura de Joseph Ratzinger sobre "A doutrina agostiniana da Igreja" e com outros escritos sobre o santo que mais lhe marcou.
O segundo tomo recolhe os escritos do pontífice sobre São Boaventura.
O terceiro, partindo da conferência que Ratzinger deu em Bonn em 1959 sobre "O Deus da fé e o Deus dos filósofos", inclui todos os textos sobre fé e razão e suas reflexões sobre os fundamentos históricos-ideais da Europa.
O quarto tomo parte da Introdução ao Cristianismo (1968) e reúne outros sobre fé, batismo e conversão.
O quinto ao décimo segundo contém textos sobre teologia sistemática.
O quinto reúne os textos sobre a Doutrina da Criação, Antropologia e Doutrina da Graça; o sexto parte do livro Jesus de Nazaré e recolhe todos os estudos de argumento cristão.
O sétimo inclui textos da fase preparatória do Concílio Vaticano II e o oitavo, sobre ecumenismo e outros escritos eclesiásticos.
O nono recolhe os textos de Ratzinger em matéria de Gnose Teológica e Hermenêutica, assim como seus estudos sobre Escrituras, Revelação e Tradição.
O décimo tomo é aberto com "Escatologia" (1977), único manual dogmático teológico de Ratzinger até agora publicado.
O décimo primeiro inclui a Teologia da Liturgia e o décimo segundo recolhe textos sobre os sacramentos e serviço espiritual.
O décimo terceiro recolhe as numerosas entrevistas de Joseph Ratzinger; o décimo quarto, as homilias.
O décimo quinto parte da autobiografia "Minha vida" e inclui outros textos de caráter biográfico e o último, uma bibliografia completa das obras do papa em idioma alemão.
A "Opera Omnia" será publicada na Alemanha pela editora Herder Verlag. A Livraria Vaticana, que tem direito exclusivo sobre as obras papais, publicará a coletânea nos demais idiomas.
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