Não existe caminho para a paz: A paz é o caminho
Por Robert Stephen e Maria Newnum*
Não temos receio em afirmar que duas frases simples do último século colocam todas as religiões diante da verdade da fé. A primeira é de Abraham Johannes Muste que dizia: “Não Existe caminho para a paz, a paz é o caminho”. E a de Hans Küng que disse: “Não haverá paz no mundo, enquanto não houver paz entre as religiões”. Não há como dizer qual delas é mais verdadeira.
Muste dizia que o maior problema da guerra é o vencedor. Pois o vencedor fica com a convicção que a violência dá resultado. “Quem lhe ensinará uma nova lição?” Perguntava Muste.
A cada Semana de Oração voltamos à frase desafiadora de Küng: “Não haverá paz no mundo enquanto não houver paz entre as religiões”. Isso nos coloca na parede quanto ao nosso papel como cristãos e construtores da Paz. O desafio da Semana de Oração nem é, aparentemente, tão grande assim, pois a proposta é para nos unirmos com nossos irmãos católicos e protestantes pelo uma vez por ano para rezar.
Mas é surpreendente as confusões que surgem. Rapidamente nos vemos no meio de uma guerra; uma guerra de egos, de donos do céu, donos de Jesus...
Nessa guerra, os vencedores logo aparecem; são os que ficam de fora, os que negam a se juntar, os que atacam e lançam toda sorte de maledicência dizendo, por exemplo, que os católicos querem evangelizar os protestantes ou vice-versa. Nessa hora vem a lembrança de Muste: “O pior da guerra são os vencedores, quem lhes ensinará uma lição nova?”
Aqui em casa já nos acostumamos a ficar do lado dos “perdedores”. Ou seja, fazemos parte de uma minoria que insiste em orar juntos ao menos uma vez por ano e sonhar com um futuro onde a tolerância e o respeito sejam tão fortes, que nem nos importará saber a qual igreja pertence nossos amigos e amigas da Semana de Oração.
De fato já experimentamos isso há vários anos. O melhor é que a cada ano aumenta nossa lista de amigos que continuam a nos brindar com amizade, bondade e aquela paz que supera todas as barreiras lastimavelmente levantadas pelos “vencedores” da guerra contra o ecumenismo.
Na prática quer dizer que se tivermos uma emergência numa noite fria e chuvosa teremos com quem contar. Isso não é pouca coisa
Juntos nessa simplicidade da vida, somos grãozinhos pequenos. Mas Jesus já dizia: “Deixe vir a mim os pequeninos, porque eles são de paz”.
Que a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos seja, também para você, oportunidade de aprender coisas novas. Só os verdadeiros vencedores se fazem aprendizes dia-a-dia.
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*Robert Stephen Newnum é missionário metodista, doutor em Ciências da Religião, professor e integrante Movimento Ecumênico de Maringá. Maria Newnum é teóloga metodista e Vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá. Para ler outros artigos cadastre-se no link: http://br.groups.yahoo.com/group/LittleThinks/
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