Novo bispo metodista apóia decisão conciliar
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SÃO PAULO, 25 de julho - "Estou feliz com a decisão do 18. Concílio Geral de retirar a filiação da Igreja Metodista dos organismos ecumênicos que tenham a presença da Igreja Católica e de grupos não-cristãos, pois ela responde às demandas de muitos pastores e igrejas locais no país", sustentou o pastor da Igreja Central de Uberlândia, Adonias Pereira do Lago.
"Somos contra a participação dos metodistas em cultos macro-ecumênicos, com católicos e grupos não-cristãos", disse Pereira do Lago, que foi eleito bispo no Concílio Geral reunido em Aracruz, Espírito Santo, de 10 a 16 de julho, e que é um dos impulsionadores do movimento de avivamento no interior da Igreja Metodista.
Para o novo bispo da 5a. Região Eclesiástica, que abrange o interior de São Paulo, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Brasília e Mato Grosso do Sul, a participação nesses cultos afastou muitos membros da Igreja Metodista. "Só na 4a. Região Eclesiástica (Minas Gerais e Espírito Santo) perdemos mais de dois mil membros nos últimos meses", assinalou Pereira do Lago à ALC.
A não-participação em cultos ecumênicos não significa, segundo Pereira do Lago, que os metodistas não estejam dispostos a dialogar e cooperar com outras igrejas. "Na minha região não temos problemas em cooperar com outras igrejas em questões de defesa da vida, de cidadania, de ação social", argumentou.
O bispo metodista não concorda com alianças espirituais e teológicas. "Entendo que Roma, e muito menos outras religiões, não estão dispostas a caminhar em nossa direção, nem para encontrar-nos no meio do caminho. Roma trata estrategicamente de levar os irmãos separados de volta ao seu redil", disse Pereira do Lago ao sitio web Metodistas OnLine.
Radical em suas apreciações, o novo bispo não tem dúvida em assinalar que o bispo Adriel de Souza Maia e o pastor Western Clay Peixoto, ambos metodistas e atualmente presidente e secretário executivo do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), devem renunciar a seus cargos. Nos próximos dias, os metodistas terão de comunicar oficialmente a sua retirada do CONIC, organismo ecumênico que conta com a participação oficial de representantes da Igreja Católica.
Consultado se a Igreja Metodista reconsideraria também sua filiação no Conselho Mundial Metodista, que no último domingo, 23 de julho, aderiu à Declaração Conjunta sobre a Doutrina de Justificação pela Fé, Pereira do Lado respondeu: "Com certeza".
O documento, que reconhece a importância da Doutrina da Justificação pela Fé, um dos pilares da Reforma Protestante, foi assinado pelo Vaticano e pela Federação Luterana Mundial no dia 31 de outubro de 1999, em Augsburgo, Alemanha. Com a assinatura desse documento ficaram revogadas as condenações mútuas entre católicos e protestantes do século XVI.
O bispo metodista disse que o Concílio deverá reunir-se nos próximos meses, pois ficaram pontos pendentes na agenda. Na ocasião, serão apontadas as medidas a tomar a respeito do Conselho Mundial Metodista e outras organizações ecumênicas.
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