07 setembro, 2006

Credo sobre os direitos

Por: Pr. José do Carmo da Silva

Estamos nos aproximando do mês de outubro, e mais uma vez, o comercio estará em festa, em decorrência do dia da criança.

Lendo a história da Igreja Cristã, encontramos poucos documentos voltados para a criança. Refletindo sobre essa ausência e olhando a situação de abandono a quais muitas crianças estão expostas hoje, imaginei toda a igreja cristã independente de sua vertente protestante, católica, pentecostal ou neopentecostal, se reunindo em um grande concilio, com representantes de todo o mundo para debaterem a situação das crianças.

Esse concílio foi convocado após a Igreja ter sido incomodada pelo Espírito Santo diante da situação desumana, que estão vivendo milhares de crianças no pós bombardeio dos EUA contra o Afeganistão e o Iraque, Israel Contra o Líbano, as crianças abandonadas nas ruas e vitimas do trafico no Brasil. Entra também na agenda de discussão as centenas de milhares que morrem na África, de fome ou de AIDS. As vitimas de pedofilia e trabalho infantil no Brasil e no mundo...
O documento final desse Conclave, assinado por, todos os lideres cristãos e delegações compostas também por crianças, com direito a voz e voto foi o seguinte credo:

Credo sobre os direitos Da criança

Cremos em Deus, Pai todo Poderoso, que dentro da sua soberania, enviou seu unigênito Filho ao mundo, o qual se encarnou no ventre de Maria fazendo-se criança, e por intermédio do Espírito Santo. Cremos que assim Ele Agiu, para mostrar ao mundo que a criança também é importante, pois, sem ser criança a vida vazia é, que Ele Jesus Cristo, foi uma criança, que brincou, riu, chorou, crescendo em estatura e graça diante de Deus e dos homens, adquirindo assim conhecimento humano e fé. Cremos que Deus ama tanto as crianças que de antemão já lhes concedeu o Reino dos Céus. E as coloca como modelo para todos adultos que almejem nele entrar, e decretou que quem quiser ser cidadão do Reino, como criança tem que se tornar.

Cremos que Deus ama a todas as crianças, independente, de sua Etnia, Classe Social, e mesmo Religião. E que as crianças Brancas, Negras ou Amarelas, são expressões da multiforme sabedoria Dele que criou uma única raça, a humana e viu que todos seus matizes são belos.

Cremos que toda injustiça, violência e opressão as quais sofrem as crianças, seja no barraco ou na mansão, são crimes contra Deus, que não ficarão sem punição.

Cremos que o grito das crianças excluídas que moram e morrem nas ruas. Somado aos lamentos e gemidos dos bebês abortados, por serem frutos do adultério, ou fornicação, ou qualquer outro tipo de aborto planejado, bem como da falta de acesso medico ou alimentício as gestantes, unindo–se a agonia de milhares de crianças que após nascerem morrem de fome e sede, vitimas da desnutrição, tem subido a presença do Senhor dos Exércitos. Cremos que o clamor desses infantes tem enchido o cálice de Sua Ira, e o mesmo fará justiça, trazendo juízo aos governantes, Igrejas e demais organizações, que se calaram diante desse infanticídio...

Denunciamos como sendo criminoso o trabalho infantil, a qual muitas são submetidas, nos faróis, carvoarias, canaviais e sisais, ou mesmo nas suas casas, que lhes privam de brincar e estudar, roubando suas infâncias abrindo em suas almas traumas que as tornam adultos amargos e tristes.

Denunciamos que a pedofilia e a prostituição infantil, que ocorrem em muitas partes do mundo e do Brasil, é algo que fere a dignidade humana e o coração de Deus, o qual incumbiu a Igreja de zelar, amar e acolher os cordeirinhos do rebanho seu. Conclamamos a todos os seres humanos de boa vontade, para que num esforço conjunto, imbuídos pelo amor divino e senso de justiça a não nós calarmos diante de tal violência e imoralidade, seja contra quem for o autor da mesma.

Declaramos que todo aquele que pratica ou se cala, diante da violência contra as crianças, a qual ocorre na sociedade, nas ruas, no lar, e mesmo nas Igrejas, fecha para si mesmo a porta da graça, e sendo assim morrendo sem arrependimento será réu do juízo eterno.

Como Igreja cristã indivisa e reunida nesse conclave, em torno desse tema sumamente importante para o futuro da e humanidade da Igreja. Firmamos um pacto diante do nosso comum Pai Criador, Filho Redentor e Espírito Santo Consolador, de juntos construímos um mundo melhor, por que verdadeiramente cremos que um mundo melhor construiremos amando e educando as crianças dentro dos valores do Evangelho, mostrando a elas o caminho que deverão seguir, preparando-as para a vida.

Cremos que a vida devia ser bem melhor, e profetizamos que será a partir do momento que o Evangelho integral, o Evangelho de Cristo, não o denominacional for pregado, crido e praticado, nesse momento então toda injustiça, opressão e corrupção, cessarão e então ao som de júbilos e hinos de louvor, liberdade, igualdade, justiça e paz se abraçarão. Amém.

Pr. José do Carmo da Silva - Igreja Metodista em Fátima do Sul - MS