Por que sou um metodista?
Estive pensando nesta pergunta durante algumas semanas. Diante dos atuais acontecimentos, que vêm de longa data e que não se resume apenas à questão ecumênica, o que me faz prosseguir nos caminhos do metodismo? Bem...teria que retornar ao ano de 1993, ano em que me tornei membro da Igreja Metodista, para responder a essa pergunta e responder a uma outra pergunta: Por que eu desejei ser um metodista?
Naquela noite de quinta-feira de junho de 1993, depois de ouvir um sermão bem elaborado por um leigo, onde pude, mesmo sendo visitante, reconhecer cada parte do sermão e a idéia central do texto, ao som do hino de nº 377 (Confiança em Cristo), senti uma verdadeira paz e uma alegria por estar ali. Era um verdadeiro culto metodista, onde se podia ouvir a oração de um irmão ou irmã de forma nítida, sem gritos e choros juntos. E onde ao final do culto as pessoas se aproximavam de você e desejavam uma boa noite e um “volte sempre que quiser!” E...eu voltei! E fui conhecendo aquela Igreja que alguns evangélicos diziam ser uma Igreja fria ou uma “católica melhorada”. Não dei muita atenção, porque aprendi com meus pais que juízo de valores não devem ser considerados e além do mais, eu gosto de ter a minha própria opinião. Tudo que diziam era um amontoado de preconceito!Algo típico da mentalidade evangélica brasileira atual!
Desejei ser metodista porque eu via nos cultos uma reverência a Deus que me impressionava! Via alegria, mas também “tudo com ordem e decência!” (I Coríntios 14.40).
Desejei ser metodista porque a criança tinha seu espaço na vida da Igreja, participando dos sacramentos da Ceia e do Batismo!
Desejei ser metodista porque era uma Igreja onde a tolerância e o dialogo sobrepunha o sectarismo e as ofensas.
Hoje eu olho a Igreja e me pergunto: Onde está aquela Igreja que conheci? Será que todas aquelas posturas cristãs estavam erradas? Será que eu estou errado em desejar que a Igreja Metodista seja Igreja Metodista?
Onde está a ordem e decência no culto? Deram lugar ao modismo e teologia neo-pentecostal.
Onde está o espaço da criança? Temo que suma em breve, pois têm pastores metodista que já não batizam crianças e nem oferecem Santa Ceia a elas.
Onde está a tolerância e o dialogo? Mataram (ou melhor, anestesiaram) no último Concílio Geral. Mas por que insisto em ser Metodista? E ainda pastor?
Porque acredito que a Igreja Metodista é onde Deus deseja que eu esteja...e porque “importa obedecer a Deus do que os homens” (Atos 5.29). E que no fundo, meus colegas pastores e bispos, sabem que o metodismo é bem diferente de como a Igreja Metodista “está” hoje!
Pr. Antonio Carlos Soares dos Santos
Igreja Metodista em Vargem Alta e Valão do Barro
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