19 outubro, 2006

Resposta à matéria do Rev. Otávio Julio Torres

Por: Dino Arí Fernandes

Peço permissão para, diante da matéria publicada da lavra do Rev. OTÁVIO JULIO TORRES entitulada "PALAVRA DE UM OUVINTE E ASSISTENTE", manifestar-me em resposta, pedindo seja a mesma publicada no "blog" - se possível for.

Há dentro das palavras do nosso irmão Rev. Otávio algumas considerações a serem vistas, pois toda história tem, pelo menos, 2 faces dintintas, senão mais. E o que parece aos olhos de algum uma mentira - ANTES DE ASSIM SER POSTA COMO TAL - ser melhor analisada.

1º - As óticas da manifestação feita na abertura da 2ª Sessão do 18º Concílio Geral não foram e não são as mesmas. Elas inclusive foram precedidas de preparação, e isso consta de alguns diálogos no ORKUT e outras - e estavam sendo agendadas - tanto é verdade, que membros de minha igreja e colegas pastores tiveram acesso.

PARA MIM ISSO É NORMAL EM UMA IGREJA DEMOCRÁTICA COMO A IGREJA METODISTA - apesar da ótica do colega ser diferenciada da minha - E EU O RESPEITO - e não o chamo de MENTIROSO por isso.

2º - A frase usada: ESTAMOS DE LUTO não é e não foi privilégio do grupo de jovens que ali a postaram, muito menos de clérigos que aderiram. Ela já vem sendo usada a algum tempo, inclusive em matérias que circulam pela internet também por e-mails. Eu mesmo já recebi cópia disso e com nome de seu emitente. Também há notícias que ela tenha sido usada em púlpitos (eu não presenciei isso).

3º - O site: www.metodistaonline.kit.net não é oficial, e vem mostrando-se, ao longo do tempo que existiu (ELE DEVE PARAR POR ESSES DIAS), que ele abriu-se às manifestações diversas, NÃO SEGUINDO UMA LINHA ÚNICA de matérias, mas esteve em postura democrática.

Se alguem quiser visitá-lo - enquanto estiver no ar ainda - verá que as matérias são variadas e de posições divergentes, inclusive.

3.1.- Parece-me que o Rev. Otávio Julio Torres não leu a 2ª matéria sobre o concílio, onde eu disse que fora procurado pelo grupo de jovens sobre o tema, e expliquei-lhes que eles tinham o espaço garantido para manifestar-se de forma contrária. Aliás, eu não apenas disse-lhes verbalmente, como fiz questão de constar na matéria (2ª) para que eles contasse a versão deles.

Eles o fizeram e foram respeitados, como ttambém o Rev. Nicanor (que, aliás, na primeirafase, antes do inicio do Concílio (ou já iniciado - não me lembro bem) foi procurado por mim para manifestar-se sobre suas expectativas, e ele o fez - e foi publicado, assim como de outros colegas e clérigos - pouco importando de que tendência fosse.

3.2.- Parece-me que, o Rev. Otávio Julio Torres, igualmente não leu a matéria sobre o término do Concílio, onde é mencionado a questão que os jovens manifestantes postaram em resposta....

É uma pena que tais leituras - ao que parece, não foram feitas.

Ele é da 4ª Região. Eu sou da 3ª, onde várias situações vem ocorrendo de forma diversa da sua região.

Ele viu e ouviu uma coisa. Eu ví e ouvi outra.

Ele interpretou os fatos de uma forma. Eu não sou obrigado a fazê-lo como ele.

Ele DEVE ter ouvido delegados e delegadas sobre os fatos. Eu também, e não necessáriamente os mesmos delegados.

Há os delegados que ficaram INDIGNADOS COM A MANIFESTAÇÃO E SENTIRAM-SE OFENDIDOS, e HÁ OS QUE A VIRAM COMO NORMAL...

Se haverá encaminhamento disciplinar ou não - deixei claro que é algo que não me diz respeito - mas... O Rev. Otávio NÃO LEU corretamente aquela matéria, e o que deixa claro é que não o fez com as demais.

Se quanto ao meu caso ele entende que devo ser passível de disciplina - que fique à vontade para os encaminhamentos que achar plausível.

Estou pronto ao que for necessário.

SOBRE A DECISÃO DA CGCJ e os votos do Rev. Carlos Walter Vieira.

Não se trata de defender ou não a postura adotada pelo presidente, mas é preciso esclarecer que a referida comissão, organizada em até 90 dias após o término do 17º Concílio Geral (art. 51, § 7º dos Cânones), formulou e aprovou o seu REGIMENTO INTERNO, e o submeteu à COGEAM nos conformes canônicos.

Sua figura jurídica difere das demais instituições, pela competência material aprovada pelo CG.

A competência para a aprovação deste regimento é interna (da comissão) e material (art. 51, ítens 1 a 5 dos Cânones) e sem ele a comissão não pode funcionar.

Neste regimento é que se tem toda a estrutura de funcionamento da comissão, distribuição de feitos, sessões, organização do contraditório, etc.

Por ser em numero "par" de membros, o presidente também participa dos julgamentos, com direito de manifestar-se em voto.

Só em caso de empate é que ele vota COMO MEMBRO e COMO PRESIDENTE.

Não houve em plenário nenhuma manifestação de impugnação, pedindo um NOVO JULGAMENTO.

Não houve, igualmente, nenhuma exceção de suspeição ou de incompetência manifestada pelo plenário.

Houve manifestações dos votos divergentes e favoráveis, e isso tudo foi lido para o plenário, que teve a oportunidade de aferí-los e decidir.

A Instância Máxima de decisão não é a COMISSÃO GERAL DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, mas o é o plenário do Concílio.

Houve votos favoráveis, contrários e abstenções.

As regras para um julgamento na CGCJ, estão esculpidas no art. 51 dos Cânones - APROVADAS pelo 17º Concílio Geral da Igreja Metodista. As próximas são as que foram aprovadas pelo 18º CG.

Se justas ou não - fomos nós, por intermédio de nossos representantes, que as aprovamos.

SOBRE AS ELEIÇÕES e seu preparo prévio

Há que se considerar outros fatores: ELEIÇÕES DE DELEGADOS AO GERAL.

Sempre ocorreram a luta pelos mais diferentes interesses na IM, desde a transferência das instituições de ensino para as Regiões, quanto a passagem delas ao Geral, quanto às eleições episcopais, de comissões, de transformação de campos missionários em regiões, etc.

Isso ocorre também no campo da visão evangelística, do ensino teológico, da educação cristã, das instituições de ação social - com os mais variados reflexos.

Não ocorre só na Igreja Metodista, mas nas demais denominações históricas também.

É luta pelo PODER ?

Depende da ótica de cada um, e como cada qual vê o que significa o PODER e finalidades de sua conquista.

Para alguns, a visão está adstrita ao seu ministério local, suas necessidades pastorais, ou a seu apego às instituições, pois delas depende para o seu sustento pessoal e familiar, suas projeções futurísticas de estudos, de conquistas pessoais.

Mesmo quando se diz que estamos "enxergando um pouco mais além" - na verdade, enxergamos muitas coisas das pessoas, igrejas locais e instituições que se perfilam com a nossa visão - mas IGREJA tem que ser muito mais que isso, pois a minha experiência na igreja local não é a mesma de um colega que está na 2ª, na 6ª, na 5ª, na 1ª, na 4ª Regiões, ou na REMNE ou CMA.

Nossa tendência - que ao que se percebe na crítica do Rev. Otávio não está sendo vista - é defender os que pensam de uma mesma forma como nós, e se alguém está no caminho oposto, logo dizemos: É POLITICAGEM....É DESONESTIDADE... É CASUÍSMO... É FUNDAMENTALISMO... É LIBERALISMO... e vai aí afora... Mas e no sentido oposto não é a mesma coisa ?

Vejam bem que há outros fatores: AS VIGILIAS, AS ORAÇÕES, OS CLAMORES levantados pelas Igrejas áo preparo do concílio Geral - onde, pelos bispos e lideranças foram estimulados para que Deus manifestasse sua vontade.

Se ficassemos com o mesmo Colégio Episcopal (anterior) - Diríamos: FOI RESPOSTA ÀS ORAÇÕES....?

Como ficou nas mudanças não foi resposta às orações ?

Se a IM tivesse optado por permanecer nos órgãos ecumênicos - diríamos É A VONTADE DE DEUS - EM RESPOSTA ÀS NOSSAS ORAÇÕES.... mas e o oposto não o é ?

Se ficamos satisfeitos ou não com as decisões - teremos um período para ajuste.

É a nossa Igreja Metodista - a Igreja que amamos.

Se exagerei nas respostas, perdoem-me, mas não posso deixar de responder.

Ao Rev. Otávio Julio Torres, encerro dizendo que mesmo que o colega tenha uma palavra de tratamento à minha pessoa como o fez, posso dizer que você continuará tendo o meu respeito e consideração - e mesmo divergindo do que escrevo ou de meus posicionamentos, isso não diminuirá meu sentimento de consideração à sua pessoa como meu irmão em Cristo e meu colega de ministério.

Dino Arí Fernandes
dinoarifernandes@hotmail.com

1 Comments:

At outubro 21, 2006, Blogger marianewnum said...

Querida Nancy há outra frase belissima: Quando descobrimos as respostas, mudaram as perguntas".(Pixação no muro de
Quito-Equador)
Beijos e parabéns pelas sutilezas de sua fala de mulher que pensa e reage.
Maria

 

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