08 novembro, 2008

Judas continua traindo Jesus (Pr. Ronan Boechat de Amorim)

Judas continua traindo Jesus (Pr. Ronan Boechat de Amorim)

A Bíblia nos conta que Judas traiu Jesus por 30 moedas de prata (Mt 26:15; Mt 27:3 e 9). Traiu a confiança e a causa de Jesus, o Evangelho. Mas infelizmente essa história de traição a Jesus e ao Evangelho é mais comum do que pensamos: há discípulos que traem Jesus por moedas de prata, mas há outros que traem Jesus por medo (como fez Pedro), por desejo de sucesso a qualquer preço, por cobiça, por causa de um adultério, por causa de uma promoção no trabalho, para se dar bem com os amigos, por puro comodismo e preguiça, por racionalismo, por anti-intelectualismo, por alienação, por anti-ecumenismo, por comida ou bebida, por pura indiferença, por ritualismos vazios. Traem a Causa do Evangelho, traem a Igreja, traem os demais discípulos de Jesus, traem o amor e a confiança de Jesus. Sucumbem alegre e conscientemente às tentações. Pois é, Jesus continua sendo traído...

Ao longo da história humana a Igreja de Jesus caiu na tentação de se acostumar a não ter a espiritualidade que anseia por intimidade, fidelidade, confiança e amizade para com Deus e nem uma religiosidade solidária e missionária de quem de fato ama, anda, teme e serve a Deus. Isso aconteceu inúmeras vezes. E, infelizmente, continua a acontecer...

Vemos esse arrefecimento e desvirtuamento também na igreja em nossos dias... tanto na instituição em si quanto na vida pessoal de muitos crentes que já não percebem a diferença entre santidade e pecado, entre ética e falta de ética, entre a vontade de Deus e as emoções e desejos humanos.

Nessas épocas de crise, desvios e de amortecimento espiritual, Deus age providenciando avivamento que reforme a Sua Igreja. O avivamento (leia o encarte desse boletim!) é o sopro revitalizador do Senhor sobre a sua Igre-ja, tal como ocorre no capítulo 37 do livro bíblico do profeta Ezequiel.

Precisamos ser um grupo comprometido em buscar, clamar e consagrar-se a Deus por uma nova Reforma Religiosa que nos lembre que: 1) somos metodis-tas do coração aquecido pela graça e santidade e, 2) somos metodistas de Vila Isabel, uma comunidade de fé chamada por Deus para ser “cabeça e não cau-da” (Dt 28:13), ou seja, para exercer liderança, para dar exemplo, para ser refe-rência de uma igreja aprovada por Deus, para estar ao lado de Jesus à frente da batalha pela causa da justiça, da paz e da vida, da Missão.

Podemos nos manter fiéis a Jesus, não traindo o Evangelho, fazendo o que está ao alcance de nossas mãos! Para o que está além, podemos orar! Aleluia!


CLAMEMOS POR UMA NOVA REFORMA QUE COMECE EM NÓS MESMOS

No último dia 31 de outubro foi o 491º aniversário da Reforma Protestante protagonizada por Martinho Lutero e em 24 de maio de 2008 celebramos os 270 anos de uma outra Reforma Religiosa protagonizada por João Wesley, o fundador do Metodismo, que restaurou o lugar da graça, da santificação, do ministério cristão e da evangelização na vida da igreja que aparen-temente tinha se esquecido da existência, significado e importância dessas coisas.

Hoje não é o Dia da Reforma Protestante, mas queremos celebrar hoje a Reforma de Lute-ro buscando uma nova Reforma em nossa vida e em nossa Igreja. Mudanças, experiências de fé, experiências de intimidade com Deus, avivamento espiritual, reforma religiosa começam com oração, acontecem em meio a oração, e as conquistas e resultados só se mantém medi-ante vigília e oração (Mt 26:41)... daí a importância de orarmos.

Diz-nos Henry Maxwell Wrigth na letra do hino “Fidelidade do Cristão”, nº 314 do nosso Hinário Evangélico:

A ti, fiéis, ó Senhor, nós seremos, por tua graça, ó Jesus, Redentor!
Sempre fiéis nós por ti lutaremos, sob teu perdão, ó Jesus, Salvador!
Por ti viver, ó bendito Cordeiro, quem não deseja, se te conhecer?
Quem, se de fato é cristão verdadeiro, não estarás, por ti, pronto a sofrer?

Mas, Salvador, se amparados nós somos por tua mão, é impossível cair;
E, protegidos por ti, nos propomos firmes, constantes, teus passos seguir.
Sempre fiéis! Sem receio da morte! “Sempre fiéis, aceitemos a cruz!”
Eis a divisa que cabe por sorte, aos libertados por Cristo Jesus!

Sempre fiéis, irmãos, jamais traindo ao nosso Mestre, a Cristo Jesus,
Que até à morte por nó prosseguindo,vida nos deu, salvação pela cruz!

Oremos:
Senhor, volta-te para nós. Vivifica-nos! Incendeia o teu altar em nosso coração.
Assim, teremos línguas de fogo para falar das Tuas grandezas,
e vidas que anunciem ao mundo a Tua glória!
Aviva-nos, Senhor! Oh, dá-nos Teu poder! Dá santidade, fé e amor. Reveste o nosso ser.
Aviva-nos, Senhor! Eis nossa petição! Ateia o fogo do alto céu em cada coração!

Por um avivamento que nos empurre para fora das quatro paredes de nosso mundinho religioso, que realmente nos torne luz e sal e fermento de justiça e paz e vida no lugar em que vivemos. Por um avivamento que nos torne igualmente sujeitos de uma história cosntruida sobre solidariedade, respeito e a votnade de vida e justiça de Deus. Por um avivamento des-alienante...


OBS: Leia abaixo um texto muito interessante sobre o avivamento que precisamos nesses tempos de crise e de falta de identidade cristã. Vale a pena:

Avivamento Espiritual

(Extraído de http://www.amorese.com.br/OBRAS/PUBLICADOS/Publicados51.html)


Durante um semestre letivo, uma turma da Faculdade Teológica Batista de Brasília - FTBB, caracterizada por grande variedade denominacional, trabalhou para definir "Avivamento Espiritual", tendo como recursos pesquisas, entrevistas e leituras. O resultado foi o decálogo abaixo. Como trabalho final de curso, os alunos redigiram seu texto pessoal, que ampliava cada conceito, numa síntese pessoal dos achados.

Este texto-síntese veio a ser adotado pela Igreja Presbiteriana do Planalto-IPP, como pastoral à igreja.


O QUE É AVIVAMENTO ESPIRITUAL?

a) É o resultado da ação do Espírito na vida do crente, enchendo-o e habilitando-o para cumprir a vontade do Senhor no seu contexto específico de vida. Tem, também a conotação coletiva de um movimento.
b) É resultado também da ação (permissão, ou submissão) do homem, no sentido de buscar santidade e de se deixar encher por Deus.
c) Acontece, normalmente em momentos de crise da igreja, seja por pecado, seja por apatia, desnorteamento ou por desobediência à sua vocação e missão.



O DECÁLOGO DO AVIVAMENTO

O VERDADEIRO AVIVAMENTO ESPIRITUAL SE CARACTERIZA POR:

1. Uma forte ênfase no conhecimento, obediência e proclamação da Palavra de Deus;
• renascimento do amor pela Palavra leitura devocional e estudo individual, familiar, em grupos e na igreja;
• renascimento do amor pelo Senhor da Palavra obediência;
• renascimento da certeza sobre a Palavra fé e proclamação.

2. Uma forte ênfase na oração, como relacionamento íntimo e amoroso com Deus;
• o renascimento do amor pelo Senhor leva à busca de sua intimidade, sua presença, seu conselho, sua vontade;
• a oração como fortalecimento da alma o pulmão da alma;
• a oração como a invasão do invisível exercício de fé;

3. Desabrochar dos dons espirituais, sem que isso provoque competições, comparações nem orgulho;
• a busca explícita, coletiva e individual das habilitações, carismas e manifestações do Espírito de Deus, que nos equipa para sua obra;
• o desabrochar dos ministérios, conseqüências daqueles dons, quando oferecidos em humildade, obediência e anonimato;
• o desabrochar da felicidade de estar fazendo, por menor que seja o vaso, transbordar.

4. Eleição de Deus como centro de devoção;
• uma progressiva descentralização de si mesmo, para concentração em Deus
• uma descentralização da igreja e das coisas da igreja, para o Deus da igreja;
• uma centralização de Deus, nas decisões, nos negócios, no ministério, no cotidiano, no fervor, no comer, no andar paixão.

5. Grande sensibilidade ética;
• uma capacidade de distinguir o certo do errado proveniente do amor, e não do estudo de ética (esse pode até vir)
• uma capacidade sobrenatural de responder a essa sensibilidade, com ações, reações e coragem;
• uma capacidade de perceber injustiças acidentais, pessoais, estruturais e mesmo históricas e lutar por repará-las.

6. Transbordamento da comunhão e do compromisso comunitário com a Aliança e suas implicações;
• crescente disponibilidade para as necessidades dos irmãos (respeitados os traços de personalidade);
• crescente busca dos irmãos, numa manifestação de dependência e humildade;
• crescente amadurecimento de compromissos tácitos, de motivação individual e anônima, que se materializam em presença, constância, fidelidade, fidedignidade, permanência, paciência, benignidade, bondade, altruísmo e serviço humilde.

7. Forte impulso evangelístico e amor pelas almas desvalidas (órfão, viúva e estrangeiro);
• desabrochar do fervor evangelístico, movido pelo amor, e não apenas por um "ide"; fervor esse que rompe fronteiras, que fala, que exorta, que sofre, que chama, que explicita, que abre a Bíblia (como já não temos mais coragem de fazer), que passa por bobo mas que testemunha;
• redescoberta de meios e estratégias adequadas para o evangelismo institucional, coletivo, eclesiástico, contextualizado, que dá complemento ao trabalho individual (cultos ao ar-livre, acampamentos, seminários, palestras, cruzadas, etc)
• desenvolvimento de mecanismos de paternidade responsável: obstetras e pediatras trabalhando juntos.

8. Crescente impulso à adoração e fervor;
• uma nova alegria, um novo cântico, uma nova adoração, um novo compromisso, um novo espírito, uma nova exultação, uma nova sensibilidade para o mover do Espírito de Deus;
• uma inusitada e crescente vontade de adorar, cantar, louvar (reconhecer Deus nas coisas do dia) orar; de submeter as coisas, os fatos e acontecimentos do cotidiano a Deus, nas conversas, no compartilhar, na comunhão, no culto e fora dele de uma igreja de orações para uma igreja de oração.Uma nova exultação pelo reconhecimento dos feitos de Deus.
• um novo fôlego de afeição e confiança em Deus, que leva à adoração, à ousadia espiritual, ao dispender de tempo na presença de Deus, à fé bíblica, aos dons, à misericórdia, ao perdão, à superação de limitações pessoais, relacionais; à superação do impossível, do impensável, do imponderável seja pela interveniência do milagre, seja pelo milagre da compreensão, discernimento, submissão e aceitação dos desígnios de Deus.

9. Forte ênfase na definição, ampliação e focalização da dimensão de missão;
• rápido amadurecimento da identidade da igreja e do crente, individualmente, quanto ao seu papel no meio em que está; o amor acha seu próximo, acha meios, acha caminhos.
• reavivamento de seu fervor e compromisso em relação a missões, sejam transculturais, sejam urbanas;
• crescente compreensão do caráter da encarnação como símbolo do amor sacrificial que vai buscar o perdido onde ele está, para trazê-lo para o Pai.

10. Manifestação do fruto do Espírito, com ardente fervor, num misto (paradoxal) de ardor e humildade.
• rápida "des-estrelização" dos servos de Deus, desaparecimento da necessidade de aprovação para o exercício da piedade, da busca de aprovação institucional para o uso de dons e exercício de ministérios;
• manifestação anônima, humilde e construtiva de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio;
• crescente capacidade de aceitar a provação, a dor e o sofrimento, com humildade e resignação, como quem confia que não cai um fio de cabelo da cabeça sem que Deus consinta.E mais: a capacidade de exultar nas tribulações, sabendo que ela produz perseverança, onde há o Espírito de Deus; e a perseverança experiência; e a experiência, esperança.