06 agosto, 2006

Meditação Diária - 07 de agosto

Amós 2.6-7a

É caraterístico de Amós que o primeiro crime que ele aponta em Israel é o da injustiça social. O que o enfurece são as pesadas cargas postas sobre os pobres e as injustiças de que são vítimas. Um pobre podia ser vendido como escravo simplesmente por não poder pagar suas dívidas. O devedor de que fala Amós não é alguém que recuse reconhecer seus débitos. Pelo contrário, é um/a justo/a, ou seja, uma pessoa honesta, que, vítima do infortúnio, não consegue no momento saldar seus compromissos. É uma dureza de coração contra a qual o profeta se insurge, não se conformando com o fato de uma pessoa ser vendida como escrava só por dever uma quantia equivalente a um par de sapatos.

Há matéria para uma séria reflexão no pensamento de que, até poucas gerações atrás, vinte e cinco ou vinte e seis longos séculos depois de Amós, e quase vinte séculos após Cristo, existiam cadeias para os devedores em países que estão habituados a considerar-se cristãos e altamente civilizados. Quão lenta foi a evolução da sensibilidade moral do ser humano!

A defesa do pobre feito por Amós não podia ser repuduada como se ele falasse em seu próprio benefício, pois ele não era pobre. Possuía seus rebanhos e parece que também um pomar. Falava, portanto, visando não a si mesmo, mas à justiça. Com raxzão, é reconhecido como o primeiro dentre os antigos profetas hebreus, mas não o último, a pôr bem perto do centro do interesse religioso as obrigações provenientes das exigências da justiça social.

Meditação: Reflete sobre a injustiça que existe entre as pessoas ou nações que têm condições melhores e aquelas que não têm. Onde está nossa denúncia?

Extraído: Leitura Cotidiana da Bíblia - Edição Ecumênica - CMI.
Contribuição de Stephen e Maria Newnum - Maringá, PR.