09 setembro, 2006

CMI reafirma busca de unidade da Igreja e atuação em favor da paz e justiça

GENEBRA, 8 de setembro (ALC) – A busca da unidade visível das igrejas continua sendo a tarefa principal do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), assim como o reforço na contribuição para a paz e justiça no mundo, concluiu o Comitê Central do organismo ecumênico, que esteve reunido em Genebra, de 30 de agosto a 6 de setembro.

“O objetivo do CMI é de oferecer um espaço no qual as igrejas possam exortar-se umas às outras para alcançar a unidade visível em uma só fé e uma só comunhão eucarística, expressada no culto e vida em Cristo”, assinalou o órgão executivo do CMI.

O Comitê Central adotou na reunião uma nova estratégica programática para suas linhas e incidência pública e ação ecumênica, e aprovou Programa de Ação que terá vigência de 2007 a 2013.

As decisões tomadas equipam o CMI para um compromisso deliberado, integrado e dinâmico em alguns dos principais desafios que as igrejas e o mundo enfrentam no alvorecer do século XXI, destaca o secretário-geral do organismo ecumênico, Samuel Kobia.

A renovada estratégica programática responde a decisões da IX Assembléia do CMI, realizada em fevereiro deste ano, em Porto Alegre, e enfatiza as áreas de formação ecumênica, o diálogo inter-religioso, o testemunho público, a diaconia e justiça, a evangelização e a espiritualidade.

“As igrejas são chamadas a fazer frente a quem, estando no poder, não estão a serviço dos seres humanos, a ser a voz dos excluídos dos benefícios do desenvolvimento, da justiça, dos pobres, mulheres, incapacitados, crianças e povos indefesos”, diz o documento do Programa, aprovado no último dia de reuniões do Comitê Central.

O Comitê declarou grande preocupação com a situação do Líbano, pedindo o levantamento do embargo aéreo e marítimo que o país sofre, e estendeu sua atenção aos conflitos nas Filipinas, Sri Lanka e Kosovo.

O CMI condenou os casos de assassinatos extrajudiciais nas Filipinas. Demandou do governo daquele país que dissolva os “esquadrões da morte”, as milícias privadas e as forças paramilitares, e que exija dos militares que parem de considerar as igrejas e os trabalhadores eclesiais como “inimigos do Estado”.

Também pediu ao governo do Sri Lanka e ao grupo rebelde Tigres Tamiles que terminem, imediatamente, todas as hostilidades e retomem as negociações de paz. Exortou os líderes religiosos de Kosovo para que continuem trabalhando pela reconciliação.

O Comitê Central assegurou que hoje as igrejas enfrentam problemas sem precedentes no Oriente Médio. “As guerras e os conflitos entre estados e dentro dos estados, a exacerbação do extremismo religioso, da intolerância por razões religiosas, estão provocando sangria e colocando em perigo a segurança e a estabilidade da região”, apontou.

Por isso, o CMI pretende revigorar seus planos da Década para a Superação da Violência, colaborando ativamente para erradicar a violência e promover a justiça, depois de anunciar que um de seus principais eixos de atenção será o Programa de Acompanhamento a Palestina e Israel.

O CMI também incentivou uma resposta pastoral à pandemia do HIV/Aids, defendendo o acesso universal a tratamentos, cuidado e apoio para todos aqueles que o necessitarem.

Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)