04 setembro, 2006

Comunicadores analisam fundamentalismos

Por Claudia Florentin

BUENOS AIRES, 4 de setembro (ALC) – A Associação Mundial para a Comunicação Cristã (WACC, a sigla em inglês), região Cone Sul, realizou, na sexta-feira, 1, o encontro anual de associados, quando refletiu a realidade dos fundamentalismos e os desafios para a comunicação.

A cada ano, a WACC-América Latina reúne organizações e pessoas físicas que aderem ao seu trabalho de comunicação cristã num encontro por regiões, nos quais comunicadores refletem a respeito do tema que o organismo definiu para análise no ano em curso. Em 2006, a América Latina trabalhará os fundamentalismos em encontros e seminários.

A região Cone Sul da WACC reúne comunicadores do Uruguai, Chile, Paraguai e Argentina, e realiza dois eventos: um em Buenos Aires e outro, no final do mês, em Santiago do Chile.

Os comunicadores reunidos na capital Argentina constataram que os fundamentalismos têm vez porque “o ser humano precisa estar inserido num entorno humano, em comunidade, que o contenha. O individualismo atual gera uma forte necessidade de buscar satisfações. Essa busca de certezas e segurança individual leva a viver como natural o processo de dominação do hegemônico”.

Uma das definições para o fundamentalismo foi emitido pelo comunicador e missionário Dennis Smith, presidente da WACC-América Latina. Ele afirma que fundamentalismo é “aferrar-se incondicionalmente a uma verdade, expressada na interpretação literal de um texto ou um discurso religioso, político ou econômico; fundamentalismo é afastar-se da ambigüidade e aceitar incondicionalmente uma liderança autoritária”.

Muitos dos comunicadores que participaram do encontro de Buenos Aires pertencem a organizações sociais, por isso, no marco da discussão não faltou o olhar sobre a situação de organismos que foram perdendo sua autonomia nas mãos de governos, ou sobre posturas que conseguem cooptá-las com dinheiro e discursos similares.

Comunicadores consideraram que essas situações são geradas também pela necessidade de segurança numa sociedade instável. Delegam-se níveis de autonomia para conservar algumas estruturas e ações.

Pensando no que a comunicação pode ajudar numa realidade na qual abundam fundamentalismos, comunicadores afirmaram que “a tarefa concreta é contribuir para a construção de seres autônomos e livres, com critério próprio, capazes de se integrar com ternura e responsabilidade a uma comunidade, capazes de viver na diversidade com tranqüilidade e respeito”.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)