Luteranos reforçam compromisso com o ecumenismo
PANAMBI, RS, 13 de outubro (ALC) - A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) tem um claro compromisso ecumênico. Missão não pode ser entendido, pois, como sinônimo de anticatolicismo ou de antipentecostalismo. "Nosso desafio consiste em fortalecer e encontrar novas maneiras de diálogo ecumênico e cooperação entre as igrejas eexpressões religiosas", enfatizou o pastor presidente da IECLB, Walter Altmann.
Esse compromisso está registrado no relatório que Altmann apresentou ao 25. Concílio Geral da IECLB, reunido de 12 a 15 de outubro, em Panambi, cidade localizada a 380 Km ao noroeste da capital. O evento reúne nas dependências do Colégio Evangélico Panambi 95 delegados e delegadas dos 18 Sínodos e 21 convidados, observadores e parceiros de igrejas do Brasil e do exterior.
Existem no país inúmeras pessoas que andam sem rumo, sem fé ou que perderam a fé, "às quais devemos prestar contas da nossa esperança", disse Altmann. A pregação da IECLB não é contra nenhuma outra igreja, "mesmo que tenhamos com elas maiores ou menores divergências doutrinárias, mas é positiva, a favor de Jesus Cristo", enfatizou o pastor presidente, que também é o moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).
No relatório, Altmann reportou-se ao Fórum de Missão reunido pela IECLB em Florianópolis, em julho. O Fórum concluiu que a igreja cristã é essencialmente missionária, mas que falta uma cultura de planejamento na igreja e coragem, em muitos Sínodos, de ousar novos caminhos. Ainda assim, a IECLB está presente em 67 dos 125 centros urbanos brasileiros que somam mais de 200 mil habitantes.
O pastor presidente assinala, bem por isso, que o rosto da IECLB está em transição. Ela vive a dupla realidade da perda de membros e do desafio de acolher os novos rostos, frutos da missão. "Por isso, ela não pode mais restringir sua atuação ao acompanhamento de membros, mas deve incorporar a dimensão missionária em todos os seus níveis, buscando alcançar pessoas para além das fronteiras geográficas, culturais e étnicas".
Afinado com esse compromisso missionário, o pastor Paulo Afonso Butzke desafiou a IECLB, ao apresentar o tema principal do Concílio, hoje de manhã, a "lançar as redes em águas mais profundas". Ele destacou que a missão não é da igreja, e que a Igreja é uma função da missão de Deus. "Somos apenas instrumentos", apontou.
Num olhar sobre as perspectivas para o futuro da igreja, Butzke mencionou três desafios para a IECLB: o desafio da sustentabilidade, o desafio do crescimento quantitativo e qualitativo, e o desafio da identidade.
O palestrante enfatizou que o tema da sustentabilidade não se esgota numa estratégia de captação de recursos, mas deve estar embasada numa consistente concepção de desenvolvimento de igreja que contemple o testemunho do evangelho (martyria), a comunhão (koinonia), o serviço ao próximo e à sociedade (diakonia) e o louvor e a celebração (a leitourgia).
Se o tema da sustentabilidade nas congregações for canalizado apenas para o equilíbrio orçamentário "ele terá resultados frustrantes", alertou Butzke. O teólogo recomendou à igreja que desenvolva sensibilidade para as necessidades e dores da sociedade, de vir ao encontro do próximo que se encontra em situação de sofrimento psíquico, espiritual, físico eeconômico.
Butzke destacou que em nenhum outro campo a IECLB desenvolveu-se tanto nos últimos anos do que na renovação litúrgica. Admitiu, contudo, que ainda cabe avançar "na compreensão e melhor elaboração dos elementos antropológicos do culto para que, de fato, se torne acontecimento dialogal e proporcione experiência de comunhão".
Para Butzke, o desafio maior da IECLB é o de ouvir a ordem de Jesus - lancem as redes em águas mais profundas (segundo Lucas 5, 1-6). "Se o barco chamado IECLB se tornar disponível para a missão de Deus, então poderemos contar com a sua fidelidade, e, onde e quando aprouver a Deus, experimentar o milagre das redes repletas de suas bênçãos".
O secretário-geral do CMI, pastor metodista Samuel Kobia, veio a Panambi a convite da IECLB, para acompanhar o Concílio e dar continuidade ao momento que a IX Assembléia do organismo ecumênico reunido em fevereiro, em Porto Alegre, inaugurou. O bispo dom Sinésio Bohn, da cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, representa a Igreja Católica no Concílio.
Também estão em Panambi representantes das igrejas Evangélica Luterana dos Estados Unidos, Evangélica do Rio da Prata, Evangélica Luterana da Baviera, Evangélica da Alemanha, da Noruega, Metodista do Brasil, Presbiteriana Unida, da Coordenadoria Ecumênica de Serviço, da Sociedade Bíblica do Brasil e da Sociedade Missionária Norueguesa.
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Agencia Latinoamericana y Caribeña de Comunicación
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