14 outubro, 2006

O bis do Concílio

CULTO DE ABERTURA
12 DE OUTUBRO DE 2006 – 14 horas

Tema: MISSÃO
Igreja Metodista em Rudge Ramos

Ao som do piano, tocado por Liséte Espíndola, os participantes e visitantes do 18º Concílio Geral adentraram o templo para o culto de abertura do 18º Concílio Geral da Igreja Metodista. Na entrada, um presente bem humorado: cada pessoa ganhou um chocolate “bis”. O Rev. Marcos Munhoz (pastor titular da I.M. Rudge Ramos) fez a saudação inicial fazendo referência à 2ª sessão e ao chocolate: “Recebemos a todos vocês com carinho, no doce afeto do Espírito Santo, sinalizado no sabor do chocolate, que pede bis, unção dobrada do Espírito”.

O pastor Pedro Nolasco, da Igreja Metodista em Jundiaí, fez a leitura bíblica de Amós 5.21-24: "Aborreço desprezo as vossas festas; e com as vossas assembléias solenes não tenho nenhum prazer. (...) Antes corra o juízo como as águas e a justiça como ribeiro perene"

Após a leitura, ele conclamou a Igreja a fazer o louvor com os “olhos abertos” à realidade. O Ministério Toque de Poder cantou um cântico que dizia: “Ajuda-nos a olhar com os teus olhos” , enquanto imagens de crise, desemprego, dor e miséria passavam na tela. Ao final do cântico, a Igreja Metodista foi chamada a ficar de joelhos em atitude de contrição e arrependimento. Ao final do momento de oração, o hino “Eu venho como estou’ (hino 245).

Igreja com paixão: o sermão do bispo João Carlos Lopes

O Bispo João Carlos fez seu sermão baseado em 1 Coríntios 12.31 e 13.1, lembrando a preocupação do apóstolo Paulo com a unidade orgânica da Igreja. “Nenhum membro é tão grande e nenhum é tão pequeno que não tenha importância no corpo: procurem com zelo os melhores dons para exercer sua função”. Cada membro tem função específica e precisa de dons específicos. Dom é ferramenta para ser bem utilizado, não para esnobar, salientou o Bispo. Lembrando do “caminho sobremodo excelente”, ele instou a igreja a realizar a obra de maneira excelente, a fim de que recebam o certificado “ISO Eternidade”. “Excelência não se alcança com competição, nem com o ser melhor do que os outros – ser excelente é ser o melhor de nós mesmos”.

Disse também o Bispo João Carlos:

Na busca pela excelência, estamos competindo conosco mesmo, com a nossa tendência de aceitar a mediocridade, e mediocridade significa mediano, ficar no meio, fazer o que todo mundo faz – mas você e eu não somos todo mundo, somos servos/as de Deus! Habilidade técnica, estudo e dinheiro também não são essenciais na busca pela excelência. Há pessoas mais capacitadas, com mais habilidades técnicas e com mais tempo e dinheiro do que nós, mas a diferença é que tudo o que temos está nas mãos de Deus, e Ele pode usar do jeito que quiser. Excelência tem a ver com consagração total para a obra a qual Deus nos chamou! O que fazemos não é melhor que o outro, mas o melhor que temos – fazei tudo como que para o Senhor, conforme as tuas forças, para Cristo a quem serve!

Paixão e Compaixão

Por que confiamos em Deus? Porque sabemos que Ele é um Deus excelente. Tudo o que faz é bem feito, perfeito, excelente. Efésios 3.20 “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pensamos ou pedimos, segundo o seu poder que opera em nós”. Mais do que falar sobre a excelência, o apóstolo diz que irá nos mostrar o caminho para a excelência, o caminho para que o amor se manifeste. E o amor se manifesta, na prática, em forma de paixão, na vertical – na relação ‘eu e Deus’; e em forma de compaixão, na horizontal – na relação ‘eu e o próximo’.

O primeiro amor

No início da carta de Paulo aos Efésios, ficamos entusiasmados com os elogios que ele faz à igreja: “conheço as tuas obras e que não podes suportar homens maus..” – dá vontade de fazer parte de uma igreja com esse currículo! Mas, de repente, uma virada leva Paulo a dizer “mas uma coisa tenho contra vós, que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste, arrepende-te, volta à prática anterior; se não, venho contra ti e tiro o teu candeeiro” – serás qualquer coisa, menos luz do mundo, menos igreja, porque a igreja existe para brilhar a luz de Deus! É preciso retornar às obras do primeiro amor. Como é o namoro, nos primeiros dias? Renunciamos a tudo para ficar com a pessoa amada. A paixão é assim, se manifesta no desejo de conhecer mais a Deus, e de renunciar, como Paulo: “para mim, o que era ganho reputei por perda, por amor a Cristo” – paixão. Paixão que gera conhecimento e também obediência, e adoração. Não precisamos aprender a adorar quando aprendemos a amar, porque adorar é elogiar, e elogiamos quando amamos. O caminho do amor e da excelência é a paixão. E a relação ‘horizontal’ é conseqüência da relação ‘vertical’: a relação com Deus nos leva à compaixão com o próximo. “Filho de Davi, tem misericórdia de mim”. A palavra misericórdia se aproxima da palavra compaixão. A misericórdia liberta da cegueira, a compaixão cura as pessoas. Nós não adoramos um pacote doutrinário, mas a Cristo Vivo, que está presente aqui nesta tarde. Nossas reuniões de oração e vigílias terminam sempre com a busca de mais poder. Não precisamos de mais poder do que já temos, precisamos é de mais amor no coração! Temos muito poder e pouca compaixão. O milagre é muito mais conseqüência da misericórdia e da compaixão pela dor do próximo. Os discípulos tinham poder e não curavam. Devemos sentir com o outro a dor que ele sente – olhe ao redor, todos passamos por lutas, tribulações. O ‘grupo’ do qual você não gosta muito tem dificuldades e problemas também. É preciso espelhar a vida de Jesus em nós e lidar com as pessoas com compaixão, baseado no amor de Cristo. Quero fazer parte de uma igreja assim, onde haja fervor no relacionamento com Deus e compaixão no relacionamento com o próximo – e o milagre da ressurreição de pessoas que estão mortas mesmo dentro da igreja por falta de compaixão! Que Deus nos abençoe.

O culto terminou com o cântico do hino 394, A excelência do amor, e uma oração do Bispo Adriel de Souza Maia. Antes do momento de oração, ele lembrou de um motivo de gratidão – o cinqüentenário da 3ª Região – e um pedido de que oremos em favor da família do Rev. Otto Gustavo Otto da 2ª região, e do Prof. Hugo Bayer, seu sobrinho, que estava no vôo da Gol. Ambos foram enterrados hoje. Ele também lembrou do Dia das Crianças e convidou a todos a buscarem inspiração nos pequenos: “Precisamos de uma criança em nosso Concílio”.

Fonte
- Expositor Cristão

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