Matéria distorce os fatos e é contestada
Em matéria assinada pelo Pr. Dino Ari Fernandes, publicada no site "Portal dos Metodistas Online", sob o título "Começa com tumulto 2ª fase do Concílio Geral", destacou-se que o culto de abertura da segunda fase do 18° Concílio Geral da Igreja Metodista "ficou maculado ao seu final, devido a uma manifestação de um grupo de pessoas, lideradas por alguns pastores e pastoras - a maioria da 3ª Região, vestidos de preto, com faixas, cartazes e a inscrição: "ESTAMOS DE LUTO", e gritaram ostensivamente no local do culto - em protesto pela decisão da saída da IM dos órgãos ecumênicos."
Completou ainda o Pr. Dino: "A manifestação não parou por aí, pois foi feita com grande alarido, causando indignação aos delegados/as e inúmeros visitantes, não só pela forma agressiva e descortês para com todos, como também quanto ao local, momento, e forma inadequados de fazê-lo."
Contudo, não parece ser essa a versão dos fatos informada na matéria do site oficial da Igreja Metodista, reproduzida neste blog em 13/10/2006, 13:07, inclusive com fotos . A referida matéria, do site oficial, destaca um caráter ordeiro e pacífico da manifestação, na forma de um "protesto silencioso de um grupo de jovens defensores do ecumenismo". "Ao final do culto (...) os jovens cantaram o hino 394 'A excelência do amor' enquanto os/as delegados/as saíam para a plenária: 'Onde houver desconfiança, ai do amor! Pois mostremos tolerância, muitas vezes a arrogância murcha e mata o amor!'"
Nesta data (14/10/2006) o site "Portal dos Metodistas Online" publicou nova matéria a respeito desse assunto, intitulada "Uma nova versão sobre a manifestação ocorrida na abertura da 2ª fase do Concílio Geral", onde são prestados esclarecimentos que contradizem a versão dada pelo Pr. Dino Ari Fernandes, que também é advogado.
Sete jovens da Terceira e da Quinta Região Eclesiásitca, organizadores da manifestação, esclareceram que "o movimento não foi idéia e muito menos liderado por pastores ou pastoras. Não havia camisetas pretas, e sim brancas, com os dizeres: Oikoumene – Estamos em luto(a). Nas faixas existentes não havia a inscrição “estamos de luto”, e não havia cartazes."
No entendimento dos mesmos, "talvez não tenha sido de interesse do autor [Pr. Dino Ari Fernandes] publicar em sua matéria o verdadeiro conteúdo contido na faixa, que dizia: 'Os 79 delegados que votaram contra o ecumenismo, por favor, justifiquem a estes jovens católicos e estes jovens presentes por que nossa Igreja se tornou intolerante? Por que não aceita mais a Igreja Católica?' E uma segunda faixa dizia: 'A Igreja Metodista não tolera mais a Igreja Católica'."
De acordo com o que informaram, bem como, pelo que se pode depreender da matéria publicada no site oficial da Igreja Metodista e das fotos da manifestação, "não houve gritaria ostensiva no local", contratiamente ao que pretendeu fazer crer a matéria divulgada pelo Pr. Dino.
E os manifestantes acrescentaram no esclarecimento a respeito do assunto: "Talvez, o 'grande alarido agressivo e descortês' a que o autor [Pr. Dino Ari Fernandes] se refere tenha sido o cântico do hino 394 – A excelência do amor, entoado pelo grupo ao final do culto enquanto os delegados saíam do templo. Hino que havia sido cantado pelos próprios delegados e que, talvez, cantaram sem prestar atenção e refletir sobre a mensagem do hino."
Da distribuição de folders a respeito do ecumenismo, o grupo informou que "foi uma ótima iniciativa", mas, que não foi idéia dos mesmos, ou seja, haviam outros grupos presentes e mobilizados pela causa ecumênica.
Finalmente, os manifestantes destacaram que procuraram o Pr. Dino Ari Fernandes para pedir esclarecimentos a respeito da matéria por ele publicada, ao que o mesmo teria informado que "o mesmo demonstrou não ter se preocupado em averiguar a veracidade dos fatos ocorridos, pois segundo ele, escreveu conforme o que ouviu de pessoas que o procuraram para comentar o assunto."
É lamentável qualquer tentativa de manipular os fatos e a opinião pública a partir de juízo de valor particular, além do mais, baseado no testemunho de terceiros e não na observação in loco dos fatos pelo próprio autor. Tal atitude é propícia à confundir as opiniões alheias e é bom lembrar que "Deus não é de confusão e sim de paz" (1Cor 14.33). Não fica bem, portanto, tal atitude no meio do Povo de Deus. Cabe em todas as ocasiões, acima de tudo, a recomendação paulina: "fale cada um a verdade com o seu próximo" (Ef 4.25).
A segunda fase do Concílio Geral ocorreu nas dependências da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), em Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, SP, nos dias 12-14/10/2006.
Moderador do
Blog Metodistas & Ecumênic@s
1 Comments:
Edson, quando vejo esses episódios e esse/as jovens maravilhos/as e os/as clerigos/as que se posicionaram ao ao lado, me vem a mente o episódio do AI - 5. Era preciso muita coragem, muita convicção numa causa.
Soube recentemente para minha tristeza que os metodistas da FT só foram sondados pela ditadura, porque estavam brigando por comida. Alegavam que a comida era pouca. Como o regime temia aglutinações, baixaram na FT. Outros eventos mais dignos sucederem, mas o início foi isso.
E agora assistimos esse/as jovens e clerigos/as sendo sondados pela ditadura pobre de nossa IM.
Confesso que não sei se é para rir ou para chorar.
Adorei a citação de minha grande e querida mestre Nancy Cardoso lembrando Quintana: "A mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer"!
Resta-nos saber quando virá a "verdade esquecida" por esse nosso povo chmado metodista que pouco se ocupa em distinguir falácias de outras coisas estranhas.
Vamos esperar. Enquanto isso vamos rindo e chorando.
Paz,
Maria
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