20 dezembro, 2007

Foi em uma manjedoura e não num berço de ouro: Refelxões acerca do Natal



















Em tempos de “des-sacralização” do natal por algumas igrejas evangélicas e alguns evangélicos, é bastante apropriado refletirmos acerca dessa data comemorativa do calendário cristão que acabou se tornando polêmica nos últimos anos. Qual a real importância da comemoração do Natal? Mas a verdade é: que importância têm isso? Qual importância de se discutir argumentos contrários à comemoração do Natal? Não tem importância...por isso não vou discutir sobre isso...Gostaria sim de falar livremente a respeito do Natal. Quem não quiser comemorar, que não comemore... Mas eu acho lindo tudo que cerca o Natal! Principalmente, os presépios...o presépio não me permite esquecer a origem do meu Salvador...uma manjedoura...um estábulo...pastores humildes...Meu Salvador nasceu e viveu no meio da “ralé”.


Quando vejo os bispos, bispas e apóstolos, “felicianos” e “m@l@f@i@s” da vida, cheios de pompas e promessas... cheios de truques baratos para arrancar mais e mais dinheiro do povo, cheios de ameaças de maldições sobre a vida de pessoas sinceras e cheias de fé, por não doarem o que tem no bolso para seus Ministérios “abençoados”...quando vejo isso... lembro-me do presépio.


Lembro da vaquinha, das ovelhas, imagino o cheiro de estrume de animais que deveria estar naquele lugar...e penso: Como Deus poderia ser mais humano? Como Deus se dignou a estar tão próximo de nós? A ponto de ser um de nós!


Quando vejo Congressos e mais Congressos e pregadores como estrelas de espetáculos e “adoradores” adorados...lembro de Maria e José...Maria no lombo de um jumento (que segundo defensores da teologia da prosperidade era um Mercedes da época...nada mais ridículo pra se falar!) em viagem de dor e esperança...José, um homem de coragem por assumir a gravidez de uma mulher antes do casamento...um casal simples...banhados na humildade da luta do dia a dia...no suor do trabalho árduo...na vida desesperançada que ganhava forma de esperança no útero da jovem Maria.


Natal pra mim é isso...é beleza...é poesia...é Deus-homem, mais homem que Deus...bem pertinho de nós...porque o amor se expressou na fragilidade adquirida da Divindade mergulhada na humanidade. A criança é o símbolo maior da inocência manifesta em carne... Jesus é isso: é o sentimento encarnado de Deus! No Natal, o que brilha não são as luzes de um berço de ouro, mas a palha de uma manjedoura...porque ouro é para os poderosos e o Nosso Deus é Amor...tudo em Deus é regido pela sua essência prima: Amor. E o Amor é simples, combina mais com palha.
Por esta razão, me incomoda tanto assistir o inverso da Mensagem do Evangelho de Jesus com essa roupagem “positivista-pagã”. Tantos investidores e poucos pregadores...Creio que por essa razão a mensagem do Natal não é tão atraente...O Natal lembra coisas simples...vaca, jumento, berço de palha, ovelhas, pastores...onde entrariam essas coisas no altar ou nas festas pomposas dos cultos evangélicos de hoje? Não...não há espaço para o Natal de Jesus...


Paganismo declarado não é comemorar o Natal, mas sim, adorar o deus Mamon...é trocar a manjedoura por um berço de ouro.

Pr. Antônio Carlos Soares dos Santos Igreja Metodista em Altamira-PA