12 janeiro, 2008

Livro de padre claretiano é daninho ao fiel, afirma Comissão Episcopal

MADRI, 8 de janeiro (ALC) – A Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, da Conferência Episcopal Espanhola, qualificou o livro do padre claretiano José Maria Vigil – Teologia do Pluralismo. Curso Sistemático de Teologia Popular – como “um instrumento especialmente daninho para a fé das pessoas simples”.

Em nota divulgada na sexta-feira, 4, a Comissão Episcopal afirmou que o livro de Vigil contém afirmações incompatíveis com a fé católica, como a negação do realismo da Encarnação, a mediação salvífica única e universal de Jesus Cristo e da Igreja. Na avaliação de bispos da Comissão o autor do livro reduz a religião à ética, entendida como justiça e respeito ao outro, e assinala a ruptura entre o Reino de Deus e a Igreja.

Vigil recorre ao “ver, julgar e agir”, da metodologia latino-americana, mas faz, segundo a Comissão Episcopal, a leitura e interpretação da Sagrada Escritura à margem da Tradição eclesial, nega o Magistério como intérprete autêntico da Palavra de Deus, e traz uma compreensão sociológica da Igreja e uma apresentação ideológica da história da evangelização.

Na avaliação da Comissão Episcopal, o padre claretiano faz valorações históricas “injustificadas e marcadas por uma ideologia dialética” que se afastam da verdade, ao qualificar a evangelização da América como uma “invasão” e “conquista” motivada pelo poder, e enumera as “limitações concretas do cristianismo”, como a opressão da mulher, a justificação da violência, a opção clara pelos ricos, a falta de respeito para com a natureza.

“No fundo dessas afirmações encontra-se a negação da verdade sobre Cristo, o Filho de Deus encarnado, e da originalidade do cristianismo”, que não é uma expressão do esforço do homem para alcançar a divindade, mas o testemunho da encarnação de Deus que saiu ao encontro do homem, avaliou a Comissão.

O livro de Vigil, de 389 páginas no original espanhol, foi lançado pelas Edições El Almendro, de Córdoba, em 2005, e traduzido ao português pela Editora Paulus, em 2006.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação