Católicos, evangélicos e luteranos usam templo comum
O pequeno templo com três cruzes na torre chama a atenção de peregrinos que trilham o caminho das Missões, em São João Tujá, no município de Garruchos, a 650 quilômetros de Porto Alegre. Três famílias religiosas, representadas nas três cruzes, têm na Igreja Ecumênica da Trindade o seu local de culto.
Por Edelberto Behs
Porto Alegre, terça-feira, 11 de novembro de 2008
“Sozinhos não teríamos condições de construir a igreja”, disse o pastor Wolter Becher, da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), há oito anos radicado em São Luiz Gonzaga, de onde presta atendimento pastoral às 20 famílias da denominação que vivem em São João Tujá.
A cada início de novembro, as três famílias religiosas – católica, evangélica de confissão luterana e luterana – unem-se para o culto ecumênico, que lembra a inauguração do templo, há seis anos. O templo é administrado por uma diretoria, que observa o sistema de rodízio na presidência, que é eleita a cada dois anos.
A igreja é muito simples, apropriada para abrigar as 80 famílias de São João Tujá, nem todas seguidoras de uma das três denominações históricas. “Quando cheguei aqui, havia quatro igrejas pentecostais, hoje são oito, nascidas de cismas internos”, relatou o pastor Becher.
A construção de um templo ecumênico nasceu da persistência da professora Neide Kochenborger Klein. Ela fizera promessa de que se passasse no concurso ao magistério, se empenharia na construção de um templo para São João Tujá. Até então, cultos e missas eram celebrados em salão comunitário ou na escola.
“Todo esse trabalho só foi possível porque pude contar com o apoio das pessoas, da comunidade”, disse Neide, que chegou a Garruchos em 1988 e hoje é diretora da escola local. Envolvida em projetos sociais, a professora busca a integração e união da comunidade.
O terreno onde foi erigida a Igreja da Trindade foi doado por paroquiano local. O templo foi construído em dez meses, em regime de mutirão, e custou 29 mil reais (cerca de 13,2 mil dólares), com recursos angariados no município. “Nós só contratamos um mestre de obras”, informou Neide.
O que rege as relações entre as três famílias confessionais é o respeito mútuo. O horário das celebrações é observado, assim que cada denominação tenha o seu espaço de culto.
“Cada denominação enfeita o altar a seu modo. Quando católicos celebram, eles colocam no altar a santa que, terminada a missa, é recolhida. As paredes não têm qualquer imagem”, descreveu a pastor Alice Griebeler, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que conta com apenas duas famílias na localidade. Alice também reside em São Luiz Gonzaga.
São João Tujá fica a 45 quilômetros da sede de Garruchos, município que tem uma população de 3,6 mil habitantes, com tendência a decrescer por causa do acentuado êxodo rural. Na região, agricultores cultivam soja e investem na produção de leite. Jovens preferem, contudo, a vida da cidade.
“O que nos une é a pregação da Palavra de Deus num lugar de culto”, frisou o pastor da IELB. Neide relatou que o bispo diocesano, dom José Clemente Weber, visitou São João Tujá e ficou admirado com a alternativa encontrada pelas famílias do local. Embora usem o mesmo espaço, cada uma das três denominações mantém a sua identidade, comentou.
Fonte: http://alcnoticias.com/interior.php?codigo=12806&lang=689
Por Edelberto Behs
Porto Alegre, terça-feira, 11 de novembro de 2008
“Sozinhos não teríamos condições de construir a igreja”, disse o pastor Wolter Becher, da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), há oito anos radicado em São Luiz Gonzaga, de onde presta atendimento pastoral às 20 famílias da denominação que vivem em São João Tujá.
A cada início de novembro, as três famílias religiosas – católica, evangélica de confissão luterana e luterana – unem-se para o culto ecumênico, que lembra a inauguração do templo, há seis anos. O templo é administrado por uma diretoria, que observa o sistema de rodízio na presidência, que é eleita a cada dois anos.
A igreja é muito simples, apropriada para abrigar as 80 famílias de São João Tujá, nem todas seguidoras de uma das três denominações históricas. “Quando cheguei aqui, havia quatro igrejas pentecostais, hoje são oito, nascidas de cismas internos”, relatou o pastor Becher.
A construção de um templo ecumênico nasceu da persistência da professora Neide Kochenborger Klein. Ela fizera promessa de que se passasse no concurso ao magistério, se empenharia na construção de um templo para São João Tujá. Até então, cultos e missas eram celebrados em salão comunitário ou na escola.
“Todo esse trabalho só foi possível porque pude contar com o apoio das pessoas, da comunidade”, disse Neide, que chegou a Garruchos em 1988 e hoje é diretora da escola local. Envolvida em projetos sociais, a professora busca a integração e união da comunidade.
O terreno onde foi erigida a Igreja da Trindade foi doado por paroquiano local. O templo foi construído em dez meses, em regime de mutirão, e custou 29 mil reais (cerca de 13,2 mil dólares), com recursos angariados no município. “Nós só contratamos um mestre de obras”, informou Neide.
O que rege as relações entre as três famílias confessionais é o respeito mútuo. O horário das celebrações é observado, assim que cada denominação tenha o seu espaço de culto.
“Cada denominação enfeita o altar a seu modo. Quando católicos celebram, eles colocam no altar a santa que, terminada a missa, é recolhida. As paredes não têm qualquer imagem”, descreveu a pastor Alice Griebeler, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que conta com apenas duas famílias na localidade. Alice também reside em São Luiz Gonzaga.
São João Tujá fica a 45 quilômetros da sede de Garruchos, município que tem uma população de 3,6 mil habitantes, com tendência a decrescer por causa do acentuado êxodo rural. Na região, agricultores cultivam soja e investem na produção de leite. Jovens preferem, contudo, a vida da cidade.
“O que nos une é a pregação da Palavra de Deus num lugar de culto”, frisou o pastor da IELB. Neide relatou que o bispo diocesano, dom José Clemente Weber, visitou São João Tujá e ficou admirado com a alternativa encontrada pelas famílias do local. Embora usem o mesmo espaço, cada uma das três denominações mantém a sua identidade, comentou.
Fonte: http://alcnoticias.com/interior.php?codigo=12806&lang=689
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