13 setembro, 2006

Carta da CESE ao Colégio Episcopal da IM

Salvador, 11 de setembro de 2006
"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que
faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões;
antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental
e no mesmo parecer "(1 Co 1.10)
Caros irmãos, cara irmã do Colégio Episcopal
da Igreja Metodista do Brasil

Paz e Bem!

Recebemos, com tristeza, o comunicado do Colégio Episcopal sobre a decisão do 18º Concílio Geral da Igreja Metodista, reunido em Aracruz – ES, entre os dias 10 e 16/07/06, de se retirar deste organismo ecumênico, bem como de todos os demais dos quais faça parte a Igreja Católica Romana.

Nos causa surpresa e estranheza a confirmação com referência à CESE, uma vez que esta é uma entidade de serviço, de defesa da Vida, de ação social, adotando com ênfase os ensinamentos de João 10.10 "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância".

Entre as várias manifestações a que tivemos acesso, nos chamou a atenção a palavra do pastor da Igreja Central de Uberlândia, Adonias Pereira do Lago, eleito bispo no 18º Concílio Geral, em entrevista concedida à Agência Latinoamericana de Comunicação - ALC, na qual afirma que " a não participação em cultos ecumênicos não significa que os metodistas não estejam dispostos a dialogar e cooperar com outras igrejas... na minha região não temos problemas em cooperar com outras igrejas em questões de defesa da vida, de cidadania, de ação social".

Nossa experiência com a Igreja Metodista, fundadora da CESE em 1973, foi a de tornar concreto aquilo que o apóstolo Paulo afirma no texto acima citado.

Agradecemos a colaboração persistente e comprometida das delegações da Igreja Metodista às Assembléias da CESE, agradecemos, também, ao seu Serviço de Ação Social, bem como a muitas comunidades e organismos nos quais a Igreja Metodista está presente e que, no decorrer destes mais de 33 anos, vêm se relacionando com a CESE e permitindo processos de aprendizado partilhado. Agradecemos, ainda, as diversas possibilidades que nos deram de ministrar cursos de formação voltados para o desenvolvimento institucional, onde a convivência entre igreja e grupos do movimento popular se fortaleceu, e se enriqueceu mutuamente.

Muitas outras ocasiões de trabalho conjunto nos aproximaram do compromisso com o compartir ecumênico de recursos e com toda ação diaconal ecumênica em prol da cidadania.

A presença constante e atuante de membros da Igreja Metodista na Diretoria da CESE contribuiu para o amadurecimento e profissionalismo de nossa instituição, tanto no aspecto das relações ecumênicas, quanto no zelo pela correta e transparente utilização dos recursos que nos foram confiados, quanto no envolvimento com pessoas e grupos marginalizados e oprimidos, dentro de nosso país.

Por tudo que foi exposto, que é um breve e incompleto resumo de nossas relações, respeitando as decisões conciliares, mas cientes de uma próxima fase, em outubro, solicitamos que a desvinculação da Igreja Metodista de nossa entidade seja reavaliada.

Nos permitimos solicitar que o atual Tesoureiro da CESE, Luiz Carlos Escobar, que vem prestando excelente serviço nessa área e, reeleito por unanimidade para a função, em Assembléia Geral Ordinária, realizada em junho pp, possa seguir integrando a Diretoria até o final do mandato.

De toda forma, temos que seguir as determinações do código civil e de nossos estatutos, com referência à homologação do desligamento, caso venha a ser confirmado. Essa decisão compete à Assembléia Geral, prevista para junho de 2007, a qual se pronunciará a partir de um pedido formal.

Atenciosa e fraternalmente,

Dom Jubal Pereira Neves
Presidente da CESE

Eliana Rolemberg
Diretora Executiva