28 julho, 2006

Como todo genuíno Metodista estou atônita!

Sou filha de pastor Metodista, ex-presidente de federação de jovens, ex-dirigente de confederação de jovens, CONIC, já trabalhei em várias Instituições católicas como educadora, hoje trabalho em uma grande instituição Metodista. Já estou com saudade daquele tempo que passou, quando eu era tudo isto aí em cima em uma igreja Ecumênica e feliz!!! Acho que as coisas estão ficando cada vez mais irreconhecíveis.

E um grupo específico, orquestrado por uma região eclesiástica no Brasil tem direito de me fazer sentir assim?? Setenta e nove pessoas podem decidir por mim e por outras milhares de metodistas??

Fiquei ainda mais triste quando recebi um bilhete de um amigo (que eu amo muito) conciliar da 1ª RE contando de sua alegria por ter participado desta retirada de nossa igreja do Ecumenismo. Que pena. Parece que as pessoas estão confusas sobre a verdade do metodismo, sobre a liberdade, a tolerância, o respeito e a disposição em aprender com as diferenças...

Li os textos já publicados e acho desnecessário repetir grandes verdades já ditas sobre o ecumenismo e a posição Metodista Wesleyana sobre o assunto. Li com tristeza os comentários do novo bispo da 5ª região, onde ele cita a minha região eclesiástica (4ª) dizendo que perdemos muitos membros nos últimos meses, mas parece que ele não foi informado que a maioria destes que saíram o fizeram por desejar mais poder, e por não suportar conviver com as diferentes correntes do pensamento (ditadura ??), ao contrário de nós que aceitamos até extremados pentecostais dirigindo a igreja. Temos exemplos pastorais (poucos) que saíram também e fundaram suas renovadas e carismáticas igrejas distantes do ecumenismo, e que já brigaram, racharam, fecharam (e estão dando um jeito de voltar)... E a culpa do não crescimento da nossa igreja é do ecumenismo?? Difícil entender.

Temos assistido com pesar o povo Judeu se degladiando com os Libaneses para manter a soberania territorial baseada nas crenças religiosas e pessoas inocentes morrendo. E tantos outros fundamentalistas têm nos brindado com a defesa radical da soberania de seus grupos. Precisamos prestar mais atenção a isto tudo.

Mas, vejo coisas positivas. Temos um ótimo motivo para nos mobilizarmos e retomarmos a escrita desta história. Já tem muita gente interessante participando. Pode ser um bom recomeço.

Profa. Márcia Nogueira Amorim
Bióloga – Mestre em Epidemiologia