27 março, 2008

Já pensando a Semana de Oração

Graça e paz irmãos e irmãs,

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é de 05 a 11 de maio.
Só uma informação adicional: todo ano as Federações (Mulheres, Homens, Jovens, Juvenis) e o Projeto Cenáculo na 3ª Região tem proposto na Vigília Regional da Família (09 de maio) a Semana de Oração pela Família (10 a 17 de maio), no período que antecede a Celebração Regional do Coração Aquecido (17 de maio).
Os períodos coincidem e é uma grande oportunidade de trabalhar os dois momentos (Oração pela Unidade, Oração pela Família).

No link que segue há um ótimo material ecumênico em PDF sobre a preparação da Semana pela Unidade: http://www.oikoumene.org/fileadmin/files/wcc-main/2007pdfs/WPCU__PORT_2008.pdf

Grande abraço a todos/as,
Deus nos abençoe ricamente,

Sinval Filho
Presidente da Federação Metodista de Jovens na 3ª Região
www.juventudemetodista.com.br

25 março, 2008

O metodismo na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Brasil

(Material extraído das lições de nº 15, 16 e 17 da revista Em Marcha com o tema "A História da Igreja", escrita pelo Duncan Reily e publicada em 1988 pela saudosa Imprensa Metodista).



Talvez a primeira coisa a estabelecer é que o Metodismo faz parte integrante do movimento Protestante. Somos herdeiros da Reforma, mediante a Igreja da Inglaterra, cujos Trinta e Nove Artigos formam a base dos Artigos de Religião do Metodismo e cuja liturgia (O Livro de Oração Comum) exerceu muito mais influência na liturgia metodista do que muitos metodistas imaginam.

Podemos dizer que o Metodismo aceitou as três colunas principais da Reforma, a saber:
— A autoridade das Escrituras,
— a Justificação pela Fé
— e o Sacerdócio Universal dos crentes

Ou seja, aceitou os pelos Três “P" da Reforma Protestante: Palavra, Perdão e Povo.

Tendo dito isso, temos que notar que, pela ênfase wesleyana na Santificação e Perfeição Cristã, o Metodismo também tem uma afinidade básica com o Catolicismo. Aliás, alguns estudiosos do Metodismo consideram essa ênfase dupla de JUSTIFICAÇÃO/SANTIFICAÇÃO uma de nossas principais características (vejam, por exemplo, W. Hinson, A Dinâmica do Pensamento de Wesley. Assim, podemos pensar em mais um "P", a Perfeição Cristã, cuja essência é perfeição em amor.

I. O METODISMO NA INGLATERRA NO TEMPO DE WESLEY: CINCO CHAVES PARA COMPREENDER NOSSA HERANÇA METODISTA

Nesta parte, ao invés de tentar contar uma história do movimento metodista na Inglaterra do século XVIII, o século de Wesley, tentaremos detectar algumas características chaves que nos poderão ajudar a compreender este movimento, do qual nós metodistas brasileiros somos herdeiros.

1. A experiência religiosa de Aldersgate.
É quase inevitável começarmos no dia 24 de maio de 1738. A famosa experiência de João Wesley numa reunião à Rua Aldersgate, em Londres, a exemplo de Martinho Lutero, na torre de Wittenberg, marcou o cIímax de uma longa busca de um relacionamento satisfatório com Deus em Cristo. Qual é o sentido desse evento? Pela descrição do próprio Wesley, os metodistas têm, tradicionalmente, enfatizado o "coração quente". E certamente a emoção fez parte da experiência; afinal, o ser humano não é só cérebro, mas os sentimentos e emoções lhe são molas de ação. Mas uma das coisas mais importantes da descrição do próprio Wesley sobre sua experiência em "Aldersgate" é que houve uma íntima ligação entre sua experiência religiosa e a sua doutrina. Uma outra maneira de dizer a mesma coisa seria dizer que a compreensão doutrinária de Wesley (muito embora profundamente fundamentada na Palavra de Deus) surgiu de sua experiência. Teologia, em Wesley, não é algo distante, especulativo, divorciado da vida; pelo contrário, ela nasce da vida religiosa, ou seja, da experiência da salvação. É uma teologia que nasce da oração e da experiência de Deus e uma oração que brota da sua teologia.

Por isso vale a pena estudarmos o registro de Wesley sobre o que aconteceu no dia 24 de maio. Podemos fazer isso em poucas linhas, mas cada uma poderia fornecer matéria para uma boa discussão.

a) A experiência de Wesley nasceu da Palavra de Deus. Alguém lia do Prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos. Foi no momento que Wesley ouviu da "mudança que Deus opera no coração pela fé em Cristo" que ele experimentou a fé! Confirmou o que Paulo dissera que "a fé é pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus" (Rm 10.17).

b) A experiência foi fundamentalmente o dom da fé. Mas Wesley aprendeu, com Lutero, de que consiste a verdadeira fé — é confiança (não crença). "Senti que confiava em Cristo, Cristo tão somente para minha salvação...". Fé, então, é confiar a vida nas mãos de Cristo, estabelecer aquele relacionamento pelo qual Cristo se torna Senhor e Salvador pessoal.

c) Com o ato de confiar sua vida a Cristo, estabelecendo um novo relacionamento, Wesley foi perdoado (o que Lutero chamava de "justificação pela fé", conforme Rm 1.17), ou seja, percebeu que Cristo havia tirado seus pecados — não era apenas" o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29), mas o Salvador que tirava concretamente os pecados de João Wesley (e os nossos!).

d) Daquilo que Cristo lhe fizera, o Espírito Santo testificou (cf. Rm 8.16), pois no mesmo momento "uma segurança" lhe foi dada de que Cristo havia tirado seus pecados e o havia salvado "da lei do pecado e da morte".

e) Só? Não, há mais! Wesley diz que começou a orar pelos inimigos e perseguidores! Sem mencionar o Novo Nascimento, Wesley demonstrava nesta nova capacidade de perdoar que Deus não havia apenas lhe perdoado, mas também transformado o seu íntimo. Como nós cantamos: "Tu não somente perdoas, purificas também, ó Jesus".

Concluímos, então, nesta primeira parte, com a afirmação, que uma das principais características do metodismo wesleyano era, ao invés de uma teologia especulativa, uma íntima conexão entre a doutrina* e a experiência.

2. A segunda chave é a evangelização.
Devemos lembrar que não foi apenas João Wesley que teve uma experiência religiosa transformadora em maio de 1738. Carlos Wesley, seu irmão, também recebera o dom da fé, no domingo anterior. Carlos traduziu sua experiência, que ocorrera no Domingo de Pentecostes, num hino que lembra as línguas de fogo do primeiro Pentecoste — "Mil Línguas eu Quisera Ter".

Em certo sentido, enquanto João viajava por toda parte proclamando através da pregação as boas novas de vida nova em Cristo, Carlos Wesley também proclamava o evangelho através de seis mil e quinhentos hinos de sua autoria.

Há certas características da evangelização wesleyana que deviam ser notadas. Primeiro, o século XVIII presenciou o nascimento de uma nova classe social, a dos operários. Os primeiros representantes dessa nova classe eram os mineiros. Oprimidos pelas longas horas de trabalho árduo e pelo baixo salário, os mineiros não eram levados em conta pela Igreja oficial, e poucos deles procuravam a mesma. A Igreja não os enxergava e eles não sentiam falta da Igreja.

Foi aos mineiros de Kingswood e Bristol que os metodistas primeiro foram para lhes oferecer vida em Cristo! Mais tarde, com o crescimento das fábricas, os operários e operárias seriam objeto da mensagem metodista, e fariam parte integrante das sociedades e classes metodistas. Muito antes de a Igreja Anglicana tomar consciência da própria existência dessa nova classe, os metodistas já lhes ministravam.

A segunda coisa a notar é que havia necessidade de descobrirem-se novos métodos e agências para atender a essa nova situação. A pregação ao ar livre provou ser o meio para atingir esta nova classe. George Whitefield e João Wesley pregavam aos mineiros ao saírem estes das minas, pois os mineiros não procuravam a Igreja. Nas praças de Londres, Bristol e Newcastle, os metodistas ofereciam Cristo ao público atônito com essa inovação!

Mas se a pregação ao ar livre provou ser o instrumento, os agentes, muito mais do que ministros ordenados, passaram a ser os pregadores leigos. Desde a pregação do jovem leigo Tomás Maxfield, que trabalhava com João Wesley como "filho no Evangelho" no seu centro em Londres (a "Fundição") e que Susana Wesley considerava tão vocacionado como seu próprio filho João! — pessoas com "graça" (experiência pessoal de fé), "dons" (capacidade para proclamar claramente as boas novas) e "frutos" (resultados positivos da sua pregação em termos de despertamento e conversão) e que se dispunham não apenas a trabalhar nos lugares onde Wesley indicava, mas que se comprometiam a ler pelo menos seis horas por dia, militavam como "profetas" (proclamadores) sob a orientação de João Wesley.

A terceira coisa a ser notada nesta evangelização metodista é sua estreita ligação com o serviço ao povo e à ação. Talvez baste lembrarmos que a última carta que o velho Wesley escreveu foi endereçada a William Wilberforce, encorajando-o na sua luta no Parlamento Inglês contra a escravidão.

3. A terceira chave: o povo
João Wesley nunca teve a intenção de que o Metodismo passasse a ser uma nova Igreja; ele pretendia que fosse um movimento dentro da sua amada Igreja Anglicana (da qual nunca saiu) para seu despertamento e capacitação para o exercício da missão de Deus. A preocupação de Wesley era sempre o POVO e os seus seguidores, ele os chamava de "o povo chamado Metodista". Já vimos acima que deste povo Wesley conseguiu seus pregadores e pregadoras — pois Wesley permitia que mulheres como Mary Bosanquet pregassem. De Mary, Wesley dizia que sua palavra era tudo "luz" e fogo". Assim, Wesley descobriu um modo prático de expressar a doutrina de Lutero, o "Sacerdócio Universal do Crente".

Mas a ênfase no povo não para com a pregação de leigos e leigas, por mais importante que fosse; o Metodismo via sua missão como uma obra realizada pelo povo e em prol do povo. É por isso que nos principais centros do metodismo wesleyano surgiram escolas, orfanatos, ambulatórios, fundos de empréstimo, centro de artesanato, etc. Foi por isso que Wesley e os metodistas lutavam contra a escravidão, que degradava e explorava o povo africano.

Foi para poder servir ao povo que o próprio Wesley procurava ganhar todo o dinheiro possível, economizar o máximo — não para ficar rico, mas para ter recursos para "dar tudo possível". Por isso, já nos seus dias de professor em Oxford, ele havia economizado o dinheiro que normalmente teria gasto com carvão para sua lareira. Ele agüentava o frio dos invernos ingleses para ter dinheiro para pagar uma professora de uma classe de crianças pobres da cidade de Oxford.

4. A quarta chave é a ênfase na santificação/perfeição cristã.
Para João Wesley, a santificação é um processo de crescimento em graça que começa no momento que, pela fé, Deus perdoa o pecador arrependido e inicia o processo da sua transformação íntima. A perfeição é um dom de Deus pelo qual aperfeiçoa sua obra no crente, enchendo-o de amor para com Deus e para com o próximo. A chave para entendermos a perfeição cristã é o AMOR.

Wesley tinha muitos sinônimos para a perfeição, sinônimos estes que não inventou mas achou na Palavra de Deus. Perfeição é pureza de coração (Mt 5.8, Tg 1.27); é "imitação de Cristo" (Fp 2.5 ss); é comunhão ininterrupta com Deus e com seus propósitos (1Ts 5.16-18); mas mais do que qualquer outra coisa, é o amor (Mt 5.43-48; Mt 22.37-40; etc). O estudo do livro aos Hebreus o convenceu da absoluta necessidade de santidade na vida do discípulo de Jesus (especialmente Hb 12.10 e 14).

Já Carlos Wesley ensinou aos metodistas a doutrina* através dos seus hinos, poucos dos quais chegaram a nós. Talvez a mais clara expressão da doutrina* se encontra no seu hino "Amor Divino que Excede todos os Amores" ("Grande Amor", o hino de número 293 do Hinário Evangélico). Infelizmente, quase toda a ênfase na perfeição cristã da letra do hino desapareceu na tradução feita do inglês para a língua portuguesa. A terceira estrofe ,numa tradução literal, diz o seguinte:

"Vem, ó Todo-Poderoso para libertar
Deixa-nos toda a Tua vida receber
Volta de repente e nunca
Nunca mais no templo abandones
Queremos sempre Te abençoar
E servir-Te como Tuas hostes no Céu
Orar e louvar-Te sem cessar
Gloriar-nos no Teu perfeito amor.

Para Wesley, a Primeira Epístola de João é talvez o melhor comentário sobre a perfeição cristã. Nesta epístola, a ligação entre o amor e a vida cristã autêntica é patente. "Aquele que diz que está na luz, mas odeia seu irmão ainda está nas trevas até agora" (1Jo 2.9). O mesmo autor adverte: "Filhinhos, não amemos de palavras, nem de língua, mas por ações e em verdade" (1Jo 3.18), o que muito nos lembra de Tiago que questiona a fé daquele que nada faz em prol do irmão ou irmã sem roupa nem alimento (Tg 2.14-15).

5. Uma quinta chave é a ênfase missionária do Metodismo Wesleyano.
Os metodistas definiram a razão de sua existência (ou o porque Deus ter levantado os metodistas) com o objetivo "reformar a nação, particularmente a Igreja, e espalhar a santidade bíblica por toda a nação". Acabamos de ver como os metodistas se viam impulsionados a levar as boas novas aos operários e aos pobres, geralmente negligenciados pela Igreja oficial.

Mas havia também algo dentro do metodismo que o fez vencer as barreiras dos mares, pois logo ele é levado, espontaneamente, para Irlanda, Escócia, as Ilhas do Canal, para o Continente Europeu e para o Novo Mundo (para Antigua, no Caribe; para as colônias inglesas na América que viriam a ser os Estados Unidos; para Terra Nova, que é parte do atual Canadá). Aliás, uma Igreja que não é missionária é ou morta ou moribunda.


II - O METODISMO NO NOVO MUNDO

O Impulso Missionário

A primeira "Sociedade" metodista surgiu em Londres em fins de 1739; vinte anos depois já se implantava nas colônias inglesas no Novo Mundo. Pois em 1760, Natanael Gilbert, convertido através de João Wesley na Inglaterra, ao voltar para Antigua, no Caribe, começou a compartilhar as boas novas com a população escrava.

O mesmo impulso de missão espontânea fez o metodismo em Virgínia e Maryland mediante a pregação de Roberto Strawbridge, o qual levantou "sociedades", construiu rudes capelas de pau roliço, itinerou diversas das "Treze Colônias", e até despertou vocações entre jovens norte-americanos!

Pouco depois, numa outra família de metodistas imigrantes da Irlanda, a Sra. Barbara Heck estaria pressionando seu primo e pregador metodista, Filipe Embury, a iniciar uma missão de proclamação em New York.

Bem mais para o norte, encontrava-se um jovem imigrante, Guilherme Black, engajado na pregação leiga na Terra Nova, hoje parte do Canadá.

Sim, a conclusão é quase irresistível de que uma das qualidades do metodismo nos primórdios era o seu impulso missionário, o qual o levaria, de modo próprio, a muitas partes do mundo e, com o tempo, faria do Metodismo um movimento verdadeiramente mundial. Só alguns anos depois dos começos mencionados é que, a pedido dos metodistas arrebanhados do Novo Mundo, João Wesley e os metodistas ingleses enviaram obreiros à guisa de missionários.


1 - O Metodismo norte-americano se transforma em Igreja: a Igreja Episcopal

João Wesley enviou alguns dos seus melhores pregadores como missionários para a América. Embora tenha ele os mandado para todos os locais mencionados acima, vamos ficar agora só com o território que passaria, anos depois, a ser os Estados Unidos.

Quando Wesley começou a enviar obreiros para aS colônias inglesas na América, já estava bem adiantado o movimento de independência e, a partir de 1775, o movimento já tomava a forma de uma Guerra de Independência. Nos oito anos de guerra, todos os missionários que Wesley havia enviado voltaram, menos um, Francis Asbury.

Asbury, que nunca mais voltou para sua Inglaterra nativa, tornou-se um dos principais líderes do Metodismo nas Colônias, ao lado dos pregadores leigos que haviam surgido durante os anos do conflito.

Um fato curioso é que João Wesley, um inglês, não apoiara o movimento de independência, o que gerava suspeitas que os metodistas das colônias também não apoiavam-no, o que não era verdade.

Apesar desta dificuldade e desassossego causado pela guerra, o número de metodistas aumentava rapidamente. Ao fim da guerra, já contavam com uns 15.000 e mais de 80 pregadores.

O próprio Wesley, que não aprovara a revolução, agora deu pleno apoio na nova situação. Na realidade, ele preparou uma liturgia (baseado no Livro de Oração Comum, o qual ele considerava a melhor liturgia do mundo) e ainda um livro canônico (a Disciplina) e ordenou dois pregadores como presbíteros e o Dr. Tomás Coke como "superintendente geral " para os Metodistas na América. Isto é, tomou os passos para que os Metodistas na América se tornassem Igreja autônoma em relação à Igreja Anglicana (da qual os metodistas faziam parte) como do próprio movimento metodista inglês.

João Wesley tomou um outro passo nessa direção, chegando a nomear também Francis Asbury como Superintendente (ou seja, Bispo). Asbury, porém, reconheceu o espírito da independência dos metodistas na América; daí ele só aceitou a liderança mediante eleição pelos pregadores, e não apenas mediante a nomeação por Wesley, distante há tantos mil quilômetros! Os pregadores leigos votaram e o elegeram superintendente.

Sim, por volta de Natal, 1784, os pregadores se reuniram e, sob a direção de Coke, fundaram a Igreja Metodista Episcopal (antes o metodismo era, como já dito, movimento que era parte da Igreja Anglicana, não Igreja); elegeram Asbury, ainda leigo, Diácono, Presbítero e Superintendente em três dias sucessivos; e, dos seus parcos recursos humanos e financeiros, estabeleceram uma faculdade, Cokesbury College (aproveitando os nomes de Coke e Asbury, os dois "superintendentes" ou bispos) e mandaram missionários para Antigua e Terra Nova, apesar do fato de só existirem pouco mais de 80 pregadores metodistas no país.

Assim nasceu a Igreja Metodista Episcopal, a menor denominação no continente norte-americano; meio século depois era destinada a ser a maior. Algumas das razões para isto se seguem:


2 — A Igreja Metodista Episcopal descobre a "Fronteira"

Devemos lembrar que os Estados Unidos, em 1784, era, na realidade, uma pequena faixa de terra desde Geórgia (não incluía Flórida, pois esta pertencia à Espanha) até Canadá no Norte, ao longo da costa do Atlântico. Mas a população branca estava emigrando para o Oeste em busca de novas terras. O "Oeste" sempre se “afastava” mais e mais, pois a expansão territorial do país foi espantosa, e as fronteiras dos EUA alargavam-se mais e mais sobre os territórios do Oeste. Por compra (território de Louisiana, comprado da França, em1803, e território da Flórida, comprado da Espanha, 1819), conquista militar e compra (Texas e o Sudoeste, do México — uma das páginas mais sujas da história do país, pois os Estados Unidos realmente tomaram o território através duma guerra totalmente injustificável) e diplomacia (o território do Nordeste, negociado com Inglaterra), os Estados Unidos passaram a ser um país de dimensões continentais em apenas 70 anos!

Certos fatores fizeram com que os metodistas pudessem acompanhar a marcha para o Oeste, ou seja, a "Fronteira", mais eficientemente que qualquer outro grupo. Uma destas razões, sem dúvida, é o seu vigor espiritual e um outro é a sua auto-imagem.

Já em 1784, os 80 e poucos pregadores metodistas reunidos na Capela de Lovely Lane em Baltimore (Natal de 1784) haviam concluído que Deus os colocou na América para "reformar o continente e espalhar a santidade Bíblica por toda a parte." Sim, estavam imbuídos de um profundo senso de missão, que os impulsionava. Também o tipo do ministério metodista era admiravelmente adaptado à fronteira.

O pregador metodista era chamado de circuit rider, ou seja, "cavaleiro de circuito", sendo que seu circuito (ou seu “território paroquial”) poderia ter 30, 50 ou mais lugares (cidades, vilarejos, fazendas, etc) regulares de pregação. Assim, um pregador ordenado, auxiliado por muitos leigos e leigas, atendia a uma grande área na fronteira, esparsamente povoada.

E, finalmente, os metodistas aprenderam dos presbiterianos um tipo de evangelização muito apropriado à fronteira, a camp meeting (reunião de acampamento), na qual famílias vinham de consideráveis distâncias, de carroça, e acampavam durante uma semana ou mais, assistiam pregação pelo menos três vezes por dia e em que se realizavam conversões em grande número.

Havia, muitas vezes, manifestações emocionais; estas espantaram os presbiterianos, mas Bispo Asbury via nos acampamentos "o tempo de safra" dos metodistas!


3 — O Metodismo Americano e a Escravidão

Hoje a condenação da escravidão é universal; no Brasil veio sua emancipação formal (abolição) com a "Lei Áurea", e instaura-se agora uma luta sem trégua contra o mal mais sutil do racismo. Mas outrora, poucas foram as vozes que se levantaram contra a instituição, praticada no mundo inteiro.

Os primeiros escravos negros foram introduzidos em territórios que seriam os EUA nos primórdios da colonização inglesa, a saber: 1619! Passou a ser ponto pacífico que a agricultura nas colônias dependia do escravo. Longe dali, o próprio Padre Antônio Vieira diria no mesmo século: "Sem Angola, não há Brasil" (ou seja, o desenvolvimento do Brasil depende do escravo Angolano). Os primeiros a questionarem o sistema foram os "Amigos" (ou Quakers). João Wesley também condenava a escravidão como uma "vilania execrável". Ele não admitia, sob hipótese alguma, que um ser humano fosse dono de um outro; daí escreveu contra a escravidão e encorajava Wilberforce (parlamentar e depois primeiro ministro da Inglaterra) na sua luta no parlamento inglês contra o mal.

Mas nas colônias americanas, quem laborava nas fazendas de arroz eram os negros e, apesar da Declaração da Independência (1776) afirmar como uma "verdade auto-evidente" que todos foram dotados pelo Criador do Direito da Liberdade, no novo país (EUA) a escravidão não foi abolida na época!

As poucas vozes de protesto ao sistema não foram suficientes para levantar a consciência da Igreja de modo geral; e, com o tremendo aumento da produção do algodão, para a qual pensava-se indispensável o labor negro, criou-se um argumento tanto filosófico (baseado em Aristóteles, que cria que a escravidão era essencial ao equilíbrio social) como da Bíblia (na qual fica patente que havia escravos e seus donos nas mesmas igrejas do Novo Testamento e onde Paulo mandava ex-escravos de volta para os seus antigos senhores) que apresentava a escravidão não como um mal, senão como bem positivo!

Foi só de 1830 em diante que o movimento de abolição começou a crescer; e nesta luta muitos metodistas participaram plenamente.

Mas a tragédia foi que a Igreja como um todo (e especialmente no Sul dos EUA, onde havia a grande concentração dos escravos por causa do cultivo do algodão) não aderiu logo ao movimento. As grandes denominações chegaram até a se racharem, resultando em Igrejas "do Norte" e "do Sul", Igreja Metodista do Norte (abolicionista) e Igreja Metodista do Sul (que não se opunha à escravidão).

Isto atingiu o Metodismo em 1844 e nasceu a Igreja Metodista Episcopal, Sul (de onde viria, 23 anos depois, o Metodismo para o Brasil).

No Norte do país, freqüentemente os abolicionistas metodistas (como em outras denominações) eram também seus melhores evangelistas (avivalistas); no Sul, infelizmente, a defesa da escravidão foi como uma cunha, separando as coisas consideradas espirituais (ética pessoal, evangelização, culto) das seculares (política, instituições sociais, ação social, escravidão). Esta infeliz dicotomia iria influenciar o pensamento e a ação das missões destas Igrejas (Metodistas, Presbiterianas, Batistas), por exemplo, no Brasil. Aliás, parte do desafio para o Metodismo hoje é identificar, retomar e reapropriar a visão e a práxis de Wesley (veja lição anterior).



4 — Metodismo e a Educação

Convencionou-se atribuir a Robert Raikes o privilégio de organizar a primeira escola Dominical. Essa escola, organizada em 1780, na verdade não foi a primeira. Antes dela, em 1769, surgiu a escola dominical metodista organizada por Hannah Ball, que funcionou durante muitos anos. Nascida em março de 1733, Hanna Ball se tornou líder da sociedade metodista de High Wycombe, sua cidade natal. Reunindo-se com as crianças no domingo e na segunda-feira, seu objetivo era dedicar o restante de sua vida caminhando ao lado de Deus, num trabalho de amor a favor dos estudantes, instruindo na fé, nos princípios da religião e na importância da salvação. É o que observamos numa carta que ela escreveu a John Wesley em 1770, descrevendo a Escola Dominical: “As crianças se reúnem duas vezes por semana, aos domingos e segundas-feiras. É um grupo meio selvagem, mas parece receptivo à instrução. Trabalho entre eles com a ânsia de promover os interesses de Cristo.”

Enquanto muitos questionavam o uso do Domingo para ensinar crianças a ler e escrever, João Wesley e o metodismo apoiaram a Escola Dominical desde o início com Hanna Baal e mais tarde quando Robert Raikes criou a partir da Escola Dominical um primeiro projeto de educação popular! Francis Asbury, superintendente do metodismo nos EUA fundou uma das primeiras Escolas Dominicais nos Estados Unidos.

Já vimos como na "Conferência de Natal" (1784) a Igreja Metodista Episcopal fundou Cokesbury College que, entanto, foi de curta duração. A partir de 1820, quando o Concilio Geral permitiu a nomeação de itinerantes metodistas como reitores de instituições de ensino, o Metodismo começou a contribuir significativamente para a educação superior do país.

Demoramos em organizar seminários teológicos por causa do nosso conceito de vocação (veja lição anterior) e métodos de treinamento, a saber: o sistema de aprendiz, pelo qual um jovem pregador aprendia o ofício acompanhando um mais experiente no seu trabalho, e abundantes leituras.

Brevemente, porém, o Metodismo, ao lado de outras denominações, povoaria os EUA de escolas de todos os níveis, inclusive o universitário. A escola passaria a ser uma das suas mais evidentes contribuições às missões que fundava em todos os continentes.


5 — O Metodismo e as Missões

A era de missões protestantes modernas foi inaugurada por William Carey, batista, no final do século XVIII. Já vimos a ênfase missionária no metodismo wesleyano. Apenas em esboço, vejamos como o metodismo na América do Norte seguiu esta tendência:

a) A evangelízação da "Fronteira";
b) A evangelização de indígenas, a partir de 1820;
c) A evangelização de escravos negros, desde a mesma época;
d) Missões no além-mar, a partir da missão na Libéria, África, fundada em 1832.



PARA PENSAR:
Considerar: Na época das colônias inglesas na América do Norte os metodistas tiveram muita disposição para acompanhar o povo nas fronteiras na sua marcha para o Oeste. A imagem popular do pregador itinerante metodista se reflete nestas observações atribuídas aos povos migrando para o Oeste.

Os ministros presbiterianos chegam também ao Oeste somente depois do término da construção da estrada de ferro e o estabelecimento de horários regulares dos trens em cidades e outros lugarejos dali. Os ministros da Igreja Episcopal (Anglicana) chegam somente depois de instalado o serviço de carro-leito nos trens. Mas como já dito, os ministros itinerantes metodistas vêm junto com o povo, os colonos, a pé e a cavalo.



III - O METODISMO BRASILEIRO

Os metodistas ao redor do mundo compõem uma grande família. Os laços e os traços familiares são fortes, mas há também muita variedade! O Metodismo inglês do tempo de Wesley, que nunca teve bispos, não é idêntico ao Metodismo norte-americano, que nasceu já "Episcopal" (ou seja, com a existência da função do Bispo), e nem é o metodismo brasileiro apenas uma cópia deste.

O próprio João Wesley não nos chegou "puro", mas mediado via a cultura e a teologia dos metodistas dos Estados Unidos.

Que dizer sobre o Metodismo no Brasil?
Obviamente, não podemos contar toda a sua história no curto espaço de uma lição. Tentaremos, porém, fazer três coisas:
1a) Destacar, com brevidade, alguns dos momentos que marcaram nossa história.
2a) Apreciar o alcance do Plano para a Vida e Missão da Igreja como um momento novo em nossa Igreja.
3a) Procurar descobrir juntos subsídios para nossa renovação continuada.


1 — Momentos marcantes da nossa história

a) A primeira tentativa de implantar o metodismo no Brasil
O movimento de libertação da América Latina (1810-1825), inspirado em parte na conquista da independência dos EUA e pelo estabelecimento de um Haiti independente (1804), despertou vivo interesse da Junta Missionária Metodista.

Daí, em 1835, Foutain Pitts foi enviado para fazer uma viagem de reconhecimento. Ele visitou as capitais da costa oriental da América do Sul e até fundou pequenos núcleos metodistas no Rio de Janeiro, Montevidéu e Buenos Aires.

Quase imediatamente o casal Justin Spaulding e esposa foram enviados como missionários para o Rio de Janeiro. Durante a curta vida (o pouco tempo que durou) da missão, Daniel Kidder se destacou pela ousada distribuição da Bíblia por todos os principais centros de população do país.

A missão metodista no Brasil foi encerrada bruscamente e os missionários metodistas norte-americanos voltaram ao EUA por causa da Guerra da Secessão entre os estados do Sul e do Norte.


b) A implantação definitiva do metodismo no Brasil
O trabalho permanente só teve início em duas etapas após a
Guerra de Secessão (1861-65):

Após a Guerra, sulistas americanos, buscando refúgio em outras terras onde pudessem reconstruir suas vidas, emigraram para a área de Santa Bárbara d'Oeste, no Estado de São Paulo. Entre eles estava o Rev. Junias Eastham Newman, veterano itinerante metodista, formou um "circuito" onde todo o trabalho era realizado em inglês.

Pela insistência do próprio Newman, a Junta Missionária da Igreja Metodista Episcopal do Sul (igreja que surgiu da separação da Igreja metodista entre os do norte e os do sul dos EUA) enviou J. J. Ransom (1876) para formar uma "missão".

A missão, fundada na cidade do Rio de Janeiro, teve regular
expansão a ponto de, em 1886, receber sua primeira visita episcopal. Na ocasião, o Bispo Granbery organizou a missão em Conferência Anual (Região Eclesiástica), o que seria o núcleo da Igreja Metodista como instituição brasileira e que, como pessoa jurídica, teria custódia das propriedades.

Desdobra-se o trabalho em três "Conferências" (Regiões), respectivamente Norte, Centro e Sul, as quais são organizadas em Igreja Autônoma a 2 de setembro de 1930, ocasião em que um velho missionário, João Tarboux, é eleito o primeiro bispo.

Passo importante para a verdadeira autonomia e maturidade da Igreja foi a eleição de César Dacorso Filho (1934), como o primeiro bispo brasileiro, o homem que marcaria profundamente a Igreja durante seu longo episcopado.

O Concilio Geral de 1938 cria, dos seminários existentes em Juiz de Fora e Porto Alegre, a Faculdade de Teologia para o preparo do seu ministério pastoral, com o intuito de assim construir uma Igreja mais coesa.

No espírito ecumênico de Wesley, a Igreja Metodista Brasileira adere ao Conselho Mundial de Igrejas, ainda "em formação", em 1942, a primeira Igreja da América Latina a ser membro do CMI.

Os anos 60 presenciaram muitos acontecimentos da maior importância. Entre outros:
a — O Metodismo se firma na nova capital, Brasília, e começa uma obra significativa no Nordeste (Recife) e sucessivamente no Norte e no Noroeste;

b — Dois secretários gerais, missionários, renunciam seu cargo em favor de elementos nacionais: o Gabinete Geral, órgão diretor da Igreja Metodista Brasileira, passa a ser realmente nacional;

c — Em 1964: o golpe de Estado desferido pelos militares desorienta profundamente o metodismo brasileiro, já em "crise de identidade" frente ao catolicismo romano em franca renovação após Vaticano II e ao Pentecostalismo subitamente em evidência.

d — Em 1970-71: começa a nacionalização definitiva da Igreja Metodista, a busca de uma nova identidade e do sentido da sua missão enquanto Igreja nacional.

e — No mesmo período, o trabalho das diaconisas é substituído pela nova oportunidade de ministério feminino pleno, pela abertura do presbiterado (pastorado) à mulher. Em 1974, Zeni Soares, torna-se a primeira pastora metodista no Brasil.



2 — O Plano para a Vida e a Missão da Igreja — (PVM)

A Autonomia da Igreja Metodista Brasileira proclamada em 1930 era apenas parcial, pois a "Igreja Mãe" ainda exercia um grande grau de controle sobre finanças e nomeação dos obreiros missionários, por meio do Conselho Central, elo de ligação entre as Igrejas Brasileira e Norte-americana. O Gabinete Geral, também detentor de muito poder, havia sido também dominado pelos missionários. A programação da Igreja Metodista Brasileira (IMB) tinha sido principalmente controlada pelas Juntas Gerais de Educação Cristã, de Missões e Evangelização e de Ação Social. O Concilio Geral de 1970-71 da Igreja Metodista do Brasil mexeu na organização e estrutura da Igreja e eliminou o Conselho Central, o Gabinete Geral e as 3 Juntas Gerais. A proposta era centralizar as funções, tarefas e responsabilidades dos órgãos eliminados no Conselho Geral. Na realidade, porém, devemos confessar que muitas tarefas importantes antigamente desempenhadas pelas Juntas Gerais simplesmente deixaram de ser realizadas.


Como escrevi na minha História Documental do Protestantismo no Brasil, “A Igreja Metodista vem buscando, especialmente a partir de 1974, um direcionamento pastoral que se formaliza nos seus ‘planos de ação quadrienais’. Em 1974 o Concilio Geral adotou um plano para 1975/78, cujo tema foi ‘missão e ministérios’, implantado muito parcialmente. Novamente, em 1978, adotou-se um plano para 1979/82, ‘Unidos pelo Espírito, metodistas evangelizam’. O plano previa uma evangelização ‘do ser humano na sua totalidade’, libertação e ‘transformação dos seres humanos e das estruturas sociais’. Pretendeu envolver todas as áreas de vida e trabalho da igreja na missão de Deus. Especificamente, na área de educação, entre outras coisas, propôs o ‘estabelecimento de uma filosofia educacional...’ (Elaborou-se, em 1980, tal filosofia). Ainda que nos limites de um plano educacional, sua fundamentação teológica e política deixaram evidente que a implantação significa uma clara opção pelos pobres e por uma teologia centralizada no conceito do Reino de Deus (p. 362).”

O Concílio Geral de 1982 aprovou o Plano para a Vida e Missão da Igreja (PVM), o qual constitui um capítulo dos Cânones da Igreja Metodista.

O primeiro parágrafo do Plano é importante:
O "Plano para a Vida e a Missão da Igreja" é continuação dos Planos Quadrienais de 1974 e 1978 e conseqüência direta da consulta nacional de 1981 sobre a Vida e a Missão da Igreja, principal evento da celebração de nosso 50º aniversário da Autonomia do Metodismo Brasileiro.”

O texto prossegue dizendo que há evidência de "que o metodismo brasileiro está saindo da profunda crise de identidade que abalou nossa Igreja após a primeira metade da década dos sessenta".

O que é o significado essencial do Plano para a Vida e a Missão da Igreja Metodista? Eu creio que o sentido real é que ele representa o momento em que nossa Igreja pergunta, enquanto Igreja Metodista brasileira, solene e conscientemente:
— Qual é a razão de ser do metodismo no Brasil?
— Qual será sua participação específica na Missão de Deus no Brasil hoje?

E, tendo feito esta pergunta, ela responde em termos de quatro grandes ênfases. A saber:
1º) "Herança Metodista".
O PVM não propõe nenhum programa saudosista no sentido de uma "volta a Wesley" e, sim, propõe entender o sentido da nossa herança naquilo que contribui à nossa obediência à Missão de Deus hoje. Muitos são os elementos desta herança: firmeza doutrinária ligada ao amor e tolerância, a experiência pessoal da fé e a disciplina levando à santificação e a perfeição cristã (perfeição em amor), paixão evangelística que se preocupa com o bem-estar da pessoa total, e tantos outros.

2°) Compromisso com o Reino.
"A Missão de Deus no mundo é estabelecer o seu Reino. Participar da construção do Reino de Deus em nosso mundo, pelo Espírito Santo, constitui-se na tarefa evangelística da Igreja."

3°) Compromisso com a vida com paz, justiça e reconciliação.
Engajamento na luta de denúncia da morte e tudo que a gera e em prol de tudo que gera a vida.

4.°) Participação na Missão de Deus
Nós participamos na Missão de Deus, especificamente por "produzir atos de piedade e obras de misericórdia". O metodista, com Wesley, participa do culto, pois a própria Igreja é a comunidade de adoração, e de todos os meios da graça; pratica as "obras de misericórdia", traduzindo em prática o amor ao próximo, sem o qual ninguém pode ser reconhecido como cristão.

Talvez valeria a pena ver estas quatro ênfases ainda mais sucintamente. Elas seriam:
— o Equilíbrio da Herança Wesleyana;
—Compromisso com o Reino;
— o tema Vida/Morte;
— o tema Piedade/Misericórdia.