Alguns delegados(as) ao último Concílio Geral da Igreja Metodita, reunido em Brasília dias 9 a 17 de julho de 2011, retiraram da agenda do Concílio as propostas para que fosse discutida a revisão da decisão do penúltimo Concílio Geral que determinou a saída da Igreja Metodista dos órgãos ecumênicos onde a Igreja Católica esteja representada.
A retirada da discussão da proposta não foi por medo, nem por impotência ou concordância com a decisão equivocada do penúltimo Concílio Geral, mas pelo clima missionário e de conciliação que tomou conta das 9 sessões desse 19º Concílio de Brasília.
Certamente a discussãodo retorno da Igreja Metodista aos órgãos ecumênicos onde a Igreja Católica também se faz representar seria acalorada e nada fácil.
A saída da Igreja desses organismos ecumênicos não impediu a Igreja e seus pastores(as) e líderes leigos(as) de serem ecumênicos, tanto quanto a presença da Igreja nesses fóruns ecumênicos não promoveu de fato o ecumenismo na base da igreja, nas igrejas locais. Assim, a tal decisão do 18º Concílio não obrigou ninguém a deixar de ser ecumênico e ter práticas ecumênicas, do mesmo modo que o retorno a esses fóruns ecumênicos não obrigaria ninguém a ser ecumênico.
Aqui na cidade do Rio tínhamos há poucos anos atrás reuniões regulares de padres e pastores de várias denominações evangélicas. As reuniões reunião 20 ou pouco mais pessoas para um café, conversas, momentos de oração e construção de amizade, respeito e diálogo. Alguns tiveram a idéia de isntitucionalizar o "movimento ecumênico" numa sub-seção do Conic Rio. E isso aconteceu.
Infelizmente o movimento foi institucionalizado e as reuniões de amigos(as) que aconteciam informalmente deixaram de acontecer.
Para ser da diretoria do movimento institucionalizado no Conic-Rio era, por exemplo, nomeado pelo Bispo da Região, o que é certo. A questão é que deixou de ser movimento, deixou de ser inclusivo, deixou de ser... pois acabou.
Pode parecer simplista e superficial essa análise, mas os metodistas ecumênicos, homens e mulheres, leigos e pastores, precisamos recriar o movimento ecumênico, a prática ecumênica, na vida, no cotidiano, como era na cidade de Duque de Caxias nos anos 80 com o movimento Baixada Livre, liderado pelo Rev. Melchias Silvas, e envolvendo os pastores e a liderança leiga do Distrito num movimento que saía dos gabinetes, dos fóruns, das conversas de uns poucos e virava festa, encontro,celebração, vida ecumênica quotidiana.
Nós ecumênicos precisamos ter práticas ecumênicas e não apenas valores, atitudes e discursos ecumênicos. Precisamos mostrar que o ecumenismo que constrói respeito, diálogo e anúncio, solidariedade e amizade, é algo benéfico para o nosso testemunho e nossa prática evangelizadora.
A divisão da Igreja cristã e a falta de respeito entre denominações, entre grupos de poder, entre segmentos teológicos, e essa prática de falar mal uns dos outros, desqualificando-os como cristãos, é uma vergonha que macula a fé cristã. Pois diante das outras práticas religiosas e dos que promovem o ateísmo, parecemos um "saco de gato" de grupos arrogantes, confusos e que querem ser uns maiores emais certos que os outros. Como se diz por aí, "casa onde todo mundo briga e grita, ninguém tem razão".
Como disse Jesus em João 17, e que foi ampla e explicitamente apontado pelo Bispo Metodista da Igreja do México, a falta de unidade é segundo João 17:21 uma forte razão para que o mundo não creia no Evangelho. A unidade (respeito, camaradagem)é fundamental para que o mundo creia qiue Jesus, o Salvador dos diferentes grupos cristãos, é o Deus Vivo que quer salvar este mundo e a cada pessoa de nosso mundo.
Quero que a Igreja Metodista volte a fazer parte de todos os órgãos e fóruns ecumênicos. Mas desejo, oro e trabalho muito mais para que nossa prática ecumênica não dependa disso.
Teu irmão e tua irmã, estão aí... estenda a mão em amizade e respeito. Há questões doutrinárias e teológicas que não teremos como resolver e superar nesse mundo, ou seja, vamls continuar sendo diferentes, mas podemos nos relacionar respeitosamente, generosamente, benignamente, cristãmente. Vamos continuar com as nossas convicções e certamente em nossas denominações e instituições denominacionais, mas podemos experimentar uma unidade de amor e respeito. É a tal unidade nadiversidade.
"Se o teu coração é igual ao meu, dá-me a mão e meu irmão serás", dito por João Wesley, o fundador do metodismo, continua sendo um desafio para nós, metoditas brasileiros do século XXI.