17 março, 2007

Grupo de Trabalho de Vivência Ecumênica

Noticia: Botetim Dominical Eletrônico nº 6418 Março de 2007 - da Igreja Metodista de Vila Isabel

O GT DE VIVÊNCIA ECUMÊNICA - Reuniu-se no domingo passado com o Pr. Ronan. A próxima reunião será na 4ª-feira, dia 4 de abril, às 20h. A tarefa de quem quiser participar do grupo é ler a Pastoral do Colégio Episcopal de nossa Igreja sobre Ecumenismo.

Mais http://www.metodistavilaisabel.org.br/

Verso e Voz - 17 de março

Ora, tendo acabado Jesus de dar estas instruções a seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço. - Mateus 11.1-6

“Identificar os dons traz à frente um grande dilema em nossas vidas - o problema do compromisso. De algum modo se nomear meu dom e se for confirmado, não posso ‘ficar frio’ na mesma maneira anterior. Gostaria muito mais ser comprometido a Deus no abstrato do que ser comprometido a Deus de acordo com meus dons”. - Elizabeth O'Connor, Eighth Day of Creation

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16 março, 2007

Verso e Voz - 16 de março

Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos. Estou quebrantado pela ferida da filha do meu povo; estou de luto; o espanto se apoderou de mim. - Jeremías 8.21-22

“A Tristeza Brilhante é a mensagem e o dom verdadeiros da Quaresma: ... a tristeza de meu exílio, do desperdício que fiz de minha vida; o brilho da presença de Deus e seu perdão, a alegria do desejo recuperado para Deus, a paz do lar recuperado. Tal é o clima da adoração de Quaresma; tal é seu impacto primário e geral em minha alma”. - Alexander Schmemann, Great Lent

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15 março, 2007

O que está por trás da condenação de Jon Sobrino?

Por Jung Mo Sung *

Nos últimos dias circularam em alguns jornais e pela internet a informação, depois confirmada por diversas autoridades eclesiásticas, de que o teólogo Jon Sobrino tinha sido "suspenso" - isto é, proibido de dar aulas nos seminários, dar palestras, publicar textos, etc. - por causa de algumas posições teológicas apresentadas nos seus últimos livros de cristologia. Esta notícia pegou muita gente de surpresa, pois estamos quase à véspera da V Conferência do Celam e poucos esperavam que o Vaticano tomasse, neste momento, uma atitude dessa contra um dos principais e influentes teólogos da América Latina. (Isto pode ser um sinal de como poderá ser o desenrolar da V Celam).

A Congregação para a Doutrina da Fé publicou hoje, 14 de março de 2007, a "Notificação sobre a obra do Pe. Jon Sobrino" com a intenção de "chamar a atenção para certas proposições que não são conforme à doutrina da Igreja". O que me chamou atenção, à primeira vista, neste documento foi a recorrência de expressões do tipo: "apesar de o Autor afirmar que.... nem sempre se presta a devida atenção...", "o Autor evidentemente não a nega, mas não a afirma com a devida clareza..."; "É verdade que o Autor afirma .... [mas] não se explica corretamente...".
Isto revela que, se há problemas doutrinários nos textos de Sobrino, estes não são tão graves a ponto de justificar esta sanção. Se fossem, outros teólogos de todos os continentes também deveriam estar nesta lista, pois nenhuma obra teológica consegue ser tão completa e tão "ortodoxa" que não lhe possa ser imputada a crítica que "falta explicitar mais claramente..." ou "não afirma com devida clareza e força...". A única forma de não cair neste problema seria reproduzir simplesmente as conclusões dos grandes concílios, e também dos menores (para evitar qualquer problema) e os documentos da Igreja que tratam das questões dogmáticas e o próprio Catecismo da Igreja Católica (que foi citado na Notificação como um argumento de autoridade para criticar Sobrino). Isto é, não produzir teologia para não correr estes riscos.

Este raciocínio, se levado ao extremo, conduz a uma conclusão meio absurda de proibir ou evitar a publicação de qualquer obra de teologia. O que mostra que a questão central não é esta. Eu penso que a verdadeira razão aparece na Nota Explicativa à Notificação, que foi publicada junto com a Notificação. A Nota diz, no início, que: "A preocupação com os mais simples e mais pobres foi, desde o início, um dos traços característicos da missão da Igreja". Assim afirma que não há diferença fundamental entre a posição da Congregação para a Doutrina da Fé e a de Sobrino e dos setores da Igreja Católica que defendem a opção pelos pobres. Mas, o problema estaria na compreensão do que significa esta "preocupação com os mais pobres". Para a Congregação, "a primeira pobreza dos pobres é não conhecer Cristo" e, por isso, a primeira e a principal missão da Igreja em relação aos pobres é lhes apresentar o verdadeiro Cristo, aquele que foi a figura principal no "no plano divino de salvação pela entrega à morte do "Servo, o Justo’ (Notificação, n. 10).

Para a Congregação, o problema primeiro do pobre não é a fome e todas outras condições infra-humanas que decorrem da pobreza em uma sociedade capitalista, mas é o não conhecer a Cristo e de não saber que ele foi enviado pelo Deus para sofrer e morrer na cruz para nos salvar da condenação que o próprio Deus nos daria. Com isto, não haveria diferença fundamental entre o pobre e o rico que não conhecem o verdadeiro Cristo apresentado pela Igreja Católica. É por isso que a Nota Explicativa afirma que não se pode expressar a opção pelos pobres em termos sociológicos.

O verdadeiro problema que a obra de Sobrino suscita não é o fato de ele não ter explicitado com devida ênfase a divindade de Cristo, mas ter assumido que o problema primeiro e primário do pobre é a fome, a morte antes do tempo. O que parece ser muito óbvio para quase toda a sociedade, afinal a pobreza é uma questão econômica e social.

Mas, porque a Congregação da Doutrina da Fé e o próprio Vaticano têm tanta dificuldade em ver que o sentido da palavra pobre é aquele que passa fome e não aquele que ainda não conheceu Cristo?
Eu quero levantar uma hipótese. Se assumimos a visão de que a pobreza é uma questão de vida e morte no campo econômico e social, a Igreja Católica, a partir da sua fé, se torna uma entre outras instituições religiosas ou não que estão preocupadas com esta questão; por outro lado, se assumimos que o grande problema do pobre é que não conhece o verdadeiro Cristo, que só a Igreja Católica conhece mais plenamente, a Igreja se torna a principal instituição na grande tarefa de lutar contra a pobreza.

O que está por detrás da punição de Jon Sobrino e também de uma boa parte das disputas que ocorrerá na V Celam é a compreensão do papel da Igreja Católica no mundo e da sua relação com o Reino de Deus. Se os pobres a quem devemos estar a serviço são pobres no sentido de "tive fome e me deste de comer" (Mt 25), a Igreja deve se ver como um instrumento para anunciar e revelar a presença de Deus no mundo e do seu Reino, lutando pela superação das injustiças e opressões para construirmos uma sociedade mais humana, digna de ser chamada de humana-divina. Se a Igreja pretende criar um novo sentido à palavra pobre para se ver como a instituição mais importante no mundo, poderá escrever documentos e notificações, mas o mundo não lhe ouvirá, pois nem conseguirá entender o que ela quer dizer.
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* Católico - Professor de pós-grad. em Ciências da Religião da Univ. Metodista de S. Paulo e autor de Sementes de esperança: a fé em um mundo em crise. Fonte: Adital

Violência da mulher nas igrejas cristãs mudou pouco

Em 25 de novembro, celebra-se o Dia Mundial da Luta pela Não-Violência contra a Mulher.

Sobre o tema, ALC conversou com Esly Regina Carvalho, psicóloga e psicoterapeuta brasileira, especialista em saúde emocional. Ela trabalhou na área durante mais de 20 anos no Brasil, Bolívia, Equador e Estados Unidos. Escreveu vários livros a respeito. Atualmente, trabalha no ministério Esperança para o Coração, nos Estados Unidos. Esly Regina Carvalho foi fundadora, em 1998, do ministério Praça do Encontro. Escreveu bibliodramas, psicodramas e obras para psicoterapia de grupo. Estudou na Universidade de Brasília. Ela fala português, espanhol e inglês.

ALC – A sociedade hoje está mais consciente do problema que constitui a violência contra a mulher?

Esly Carvalho – Talvez se possa falar, atualmente, de forma mais aberta sobre o problema, mas, em geral, continua na categoria de “segredos bem guardados”. As dificuldades econômicas, os modelos incorporados dentro das famílias, a vergonha e o medo continuam mantendo as mulheres em situação de vítimas da violência intrafamiliar.

ALC – E nas igrejas?

Esly Carvalho – Nas igrejas cristãs a situação mudou muito pouco. Eu continuo falando do tema na América Latina e na mídia hispânica dos Estados Unidos. Continuo encompridando meus coffee breaks durante minhas falas, porque é quando as mulheres vêm conversar em particular. Pedem contato, quando me contam sua situação, me pedem ajuda, rompem o meu coração. Mudou muito pouco.

ALC – Por que persiste a violência contra a mulher?

Esly Carvalho – Há vários fatores. Um dos principais é o modelo aprendido em família. Todos aprendemos a ser família na família em que vivemos. Se essa família permite a violência, então o modelo de “amar-se” e querer-se como família inclui a violência. Lembro de uma jovem mulher que veio me ver e me disse que, antes de completar 24 anos descobriu que nem todos brigavam entre si nas famílias. Ela pensava que a violência era uma parte “normal” de ser família. Nunca devemos subestimar o poder da forma conhecida de viver. Pode ser aterradora, mas é conhecida. Até nossos ditos o comprovam: “Melhor o diabo conhecido do que o anjo por conhecer”; “o mal conhecido do que o bom por conhecer”. É importante entender que para melhorar é preciso buscar a saúde do coração. Talvez um dos maiores mitos da sociedade é que “há de se manter a família unida”. Então, muitas mulheres agüentam de tudo para não se divorciarem, em nome da “unidade familiar”. O que esquecem é que estão perpetuando o modelo e ensinando seus filhos que não há problema em maltratar as mulheres, que são tão sem valor que se pode fazer qualquer coisa com elas.

Para ver entrevista na íntegra ver - Expositor Cristão

Verso e Voz - 15 de março

Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. - 2 Coríntios 9.7-9

“A experiência da conversão é uma transformação pessoal que envolve uma mudança de uma antiga fidelidade primária para um compromisso novo a Deus em Cristo. É uma mudança que traz cura e libertação”. - Bonganjalo Goba, Journal of Theology for South Africa

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14 março, 2007

Verso e Voz - 14 de março

Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo argüídos pela lei como transgressores. - Tiago 2.8-9

“O que Deus requer daqueles e daquelas que o convocam é o servidão responsiva. Deus deseja agir em e através de nós, então a esperança cristã não alivia homens e mulheres da responsabilidade. Não somos primeiramente responsáveis para a análise astuta dos problemas, para a seleção estratégica dos meios, para maximizar as possibilidades de sucesso. Somos primeiramente responsáveis para voltar a Deus, para tentar conhecer e fazer a vontade de Deus. Isso bem pode conduzir-nos para ações que não são astutas, estratégicas, ou bem sucedidas, como a vida de Jesus sugere. Mas como a vida de Jesus nos mostra, a ação humana que é fiel à vontade de Deus pode ter o efeito de transformação”. - Parker Palmer, The Company of Strangers

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É tempo de transgredir!!!

Por Rute Noemi*

"Transgredir é ir além"

A poeta mineira Adélia Prado diz que “... quem entende a linguagem, entende a Deus”. A Bíblia testifica isso: “... o verbo estava com Deus, o verbo era Deus”. Fico imaginando que Deus deve se alimentar de palavras... Quais serão as palavras favoritas de Deus? Qual é o seu paladar? “A linguagem de Deus é o seu amor”, diz a Adélia.

Há palavras que têm um peso, um ranço, às vezes injusto, porque não lhes damos a possibilidade de fluir livremente, para que se transforme em ações que podem mudar nossas vidas, se formos além do que elas sugerem. Eu gosto muito da palavra TRANSGREDIR! No velho e bom dicionário encontramos seu significado: desobedecer a, deixar de cumprir, infringir, violar, postergar. Sinônimos fortes para uma palavra forte. Mas lá também encontramos que transgredir é PASSAR ALÉM DE, ATRAVESSAR!

Que bom que as palavras também são transgressoras. Elas nos indicam mais do que aquilo que estamos acostumados. Transgredir é violar, mas é também avançar, passar além de. Isto sugere que devemos ser transgressivos em nossa maneira de ver o mundo, de ver as coisas. Precisamos ir além de, precisamos enxergar mais profundo aquilo que parece ser.

A Bíblia está repleta de homens e mulheres transgressores.

Moisés deveria ser morto ao nascer, mas, por uma atitude transgressora de sua mãe, foi morar no palácio do faraó que tinha ordenado sua morte e de todas as crianças hebréias, e, depois de adulto, não aceitou a opressão do faraó.

A rainha Vasti se negou ser objeto nas mãos do rei, seu marido, e lhe disse não. Perdeu o trono, mas manteve a dignidade e propiciou que Ester fizesse um “reinado” político, defendendo seu povo da morte. Davi comeu e dividiu com seus homens o pão da proposição que só era tocado pelos sacerdotes, e Deus não o puniu por isso. A fome era maior do que a lei.

A mulher sunamita não aceitou intermediário (o servo), para salvar seu filho... Foi direto a Elizeu e o forçou a ir com ela nessa missão. A mulher que sangrava há doze anos ousou tocar nas vestes de Jesus, para ser curada, indo além das normas da época, que a consideravam imunda em sua condição, possuía dor e a sua fé era maior do que a Lei.

Há muitos outros exemplos na Bíblia de atitudes transgressivas, sempre e principalmente vindas do povo. A história da humanidade, vista sob a ótica do povo, dos vencidos, é uma história transgressiva. A caminhada do povo judeu é um ótimo exemplo: sair do jugo, ir além da opressão de faraó, buscar novas terras, novas possibilidades para viver com dignidade.

Sinto que os dias são de mediocridade; eles não me agradam. Os governantes governam para os seus; os pastores, cada vez mais pragmáticos no papel de “ungidos do Senhor”, defendem a institucionalidade que os mantém no poder e com seus bons salários; os bispos e apóstolos afastados das práticas do coração, da ternura e da busca da humanidade plena e redimida como quer Jesus, assumem um papel de alter-ego institucional: são inatingíveis e estão acima de qualquer crítica e auto-crítica.

Não será tempo de irmos além? Não será tempo de quebrar o jugo da mediocridade e ver as coisas de forma mais profunda? Talvez devamos problematizar (não criar problemas!) as coisas que se mostram fáceis e acabadas, para percebermos outros jeitos mais humanos e mais ternos de caminhar e, principalmente, para vermos que Deus se esconde no simples, na terra, no pé no chão...

Mas é preciso transgredir. É preciso ir além. E isso só acontece se resgatarmos nossa sensibilidade e a nossa esperança em um novo céu e uma nova terra com valores que vão além dos que temos vivenciado.

Precisamos deixar de ser hipocritamente obedientes, para descobrirmos que o poder é substantivo, mas também é verbo: eu posso, tu podes, nós podemos tudo naquele que nos fortalece! Precisamos, como as crianças, resgatar os “por quês”... Porque, senão, seremos manipulados por falsos líderes que, em nome de Deus, anunciam verdades mentirosas que conduzem o rebanho ao abismo. Precisamos ousar em nossa pequena fé. Entender que, mesmo pequena, ela nos ajudará a transportar montes, a fazer história. O povo de Deus é quem faz história. Não são os reis nem os sacerdotes. É o povo que exercita sua busca e segue na esperança.

Sejamos, então, docemente transgressivos. Vamos além, vamos passar o rio! Vamos vivenciar novas possibilidades e um jeito novo de escrever a história. Vamos deixar que o amor de Cristo seja, efetivamente, o árbitro em nossos corações e em nossas relações, porque, do contrário, continuaremos achando que transgredir é só violar a lei e aí não faremos a passagem, não iremos além, e perderemos a possibilidade de vivenciar momentos novos, feitos de busca e dor, mas também de alegria por sermos sujeitos desse novo caminhar.

Deus nos chama para que resgatemos a nossa história, nos definamos diante dele e sigamos na construção do Reino, onde a justiça e o amor serão corriqueiros. Vamos juntos?

“Que a misericórdia, a paz e o amor nos sejam multiplicados”.

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* Rute Noemi é Metodista - Texto publicado no Jornal da Vila, da Igreja Metodista de Vila Isabel, 27º ano de publicação, número 1300 - Disponível no Expositor Cristão

13 março, 2007

Igreja Católica silencia Jon Sobrino

EL SALVADOR
Por Claudia Florentin

SAN SALVADOR, 12 de março (ALC) – O arcebispo de San Salvador, Fernando Sáenz Lacalle, confirmou ontem que o Vaticano condenou o jesuíta Jon Sobrino, da Universidade Centro-Americana (UCA), por ressaltar em seus escritos a humanidade de Cristo e não a sua divindade.

Segundo a Agência EFE, o prelado afirmou que a Congregação da Doutrina da Fé notificou Sobrino a proibição de lecionar em qualquer centro católico "enquanto não revise suas conclusões, é um ponto fundamental de nossa fé a divindade de Jesus Cristo, que verdadeiramente é filho de Deus feito homem".

Explicou que "o que a Santa Sé diz é que as conclusões dos estudos teológicos sobre Cristo, que o padre Sobrino publicou, não entram em concordância com a doutrina da Igreja e que ele não poderá ensinar teologia em nenhum centro católico enquanto não revisar suas conclusões".

Referente imprescindível de mais de uma geração de teólogos e teólogas identificados com a Teologia da Libertação na América Latina, Sobrino nasceu em Bilbao, na Espanha, no dia 27 de dezembro de 1938, mas reside em El Salvador há 50 anos.

Carta aberta de um discípulo do teólogo espanhol que se identificou como ARLT, e que circula hoje por e-mails de amigos e teólogos diz: "Por fim te sentaram na cadeira de Galileu, quiçá até estejas surpreso por todo o tempo que demoraram em sentar-te nesta cadeira. Tanto tempo escrevendo, tanto tempo ensinando, tanto tempo compartilhando teologia, esse Cristo nascido entre os debaixo, dentre os pobres, tantos colegas teus sentados na mesma cadeira e silenciados pelos condenadores! Mas, quem condena os condenadores?"

E prossegue: "Ainda se continua crucificando o diferente, o novo, o que dá vida, o que gera compromisso e opção pelos pobres. Em nossas ruas salvadorenhas o problema é a vida humana destroçada. E a igreja não é capaz de dizer uma palavra ante tal situação. Seguimos muito preocupados em nossas estruturas, em nossos templos, em nossas liturgias, em nossas relações com o Estado, enquanto o povo, solitário, continua gemendo, gritando de pobreza, de exclusão, de desemprego, de tortura, de violência".

O remetente da mensagem finaliza dizendo expressa com a carta, seguramente, o sentimento de milhares de homens e mulheres que encontraram nos ensinamentos de Sobrino uma maneira de entender e praticar o Evangelho na América.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação

Verso e Voz - 13 de março

Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR. - Levítico 19.18

“Para muitos de nós não é nossa política que nos constrange a dizer e fazer o que fazemos e dizemos em oposição à apartheid e trabalhar para um novo África do Sul. É precisamente nossa relação com Deus, é nossa adoração, nossa meditação, nossa freqüência à Eucaristia, são estas coisas espirituais que nos compelem a falar em nome de Deus, 'Assim disse Deus ...', a ser a voz do sem voz. Para muitos o espiritual é totalmente central a tudo que somos e fazemos e dizemos”. - Desmond Tutu, Cry Justice!

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12 março, 2007

Igreja Metodista retorna ao Conselho Evangélico

Por: Mabel Barreto

LIMA, (Peru) 12 de março (ALC) - A Igreja Metodista de Peru (IMP) reincorporou-se ao Conselho Nacional Evangélico do Peru (CONEP), depois de 40 anos. O bispo metodista Jorge Bravo entregou ao pastor Rafael Goto, presidente do Conselho, carta na qual essa igreja, historicamente a primeira evangélica que iniciou suas atividades no país em 1877, solicita sua adesão à entidade.

A Igreja Metodista, junto com a Igreja Evangélica Peruana, a Igreja Livre de Escócia, a Igreja do Nazareno e a Sociedade Bíblica Britânica, foi uma das fundadoras do CONEP, em 1940, mas em 1968 decidiu retirar-se porque o Conselho abriu-se ao diálogo ecumênico.

A reincorporação aconteceu graças ao convite formulado pela direção do CONEP para reiniciar o processo de conversas iniciadas na década de 90 do século passado, durante o episcopado do reverendo Jorge Figueroa. O bispo Bravo, cumprindo resoluções de assembléias gerais, decidiu responder positivamente e ingressar de novo no Conselho.

O presidente do CONEP ressaltou a contribuição que a presença da Igreja Metodista pode significar: “É uma igreja que tem quadros profissionais, que opina sobre a situação do país”. Referindo-se às tarefas imediatas, assinalou que todas as igrejas têm que ver como contribuem para a construção de um regime de igualdade no país.

Hoje, os evangélicos no Peru somam mais de 3 milhões de pessoas. O CONEP participa da vida do país através do Acordo Nacional, foro que reúne todos os partidos políticos, grêmios, instituições empresariais, movimentos e igrejas que definem por consenso as metas nacionais.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação

Verso e Voz - 12 de março

Sei que o SENHOR manterá a causa do oprimido e o direito do necessitado. Assim, os justos renderão graças ao teu nome; os retos habitarão na tua presença. - Salmos 140.12-13

“Em Cristo e através de Cristo e por causa dos cristãos e cristãs de Cristo foram dados um insight revelado na natureza e no caráter de Deus. ... Esta compreensão de Deus revindicada para nós na vida, na morte, e na ressurreição de Jesus, a quem aclamamos como o Cristo, Deus incarnado. Jesus o Cristo transforma-se então – nele mesmo e no seu ensino - na hermenêutica verdadeira, na chave para a compreensão da Bíblia, e além da Bíblia para a compreensão da ação de Deus durante toda a história. Ou seja, a palavra de Deus incarnada em Jesus o Cristo interpreta para nós a palavra de Deus na Bíblia”. - Naim Ateek, Justice, and Only Justice: A Palestinian Theology of Liberation

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11 março, 2007

Encontro inter-religioso, realizado ontem; pelo fim das mortes no trânsito

Por Edna Mendes - Jornal o Diário de Maringá

Foto - Henri Jr

O grupo de diálogo inter-religioso formado por católicos, evangélicos, muçulmanos, baháís e seguidores de cultos afro-brasileiros foi formalizado anteontem à noite, em Maringá. Durante o encontro, os integrantes trocaram experiências e aprovaram propostas de integração.

Uma das sugestões é a realização de um grande evento pela paz, no dia 10 de dezembro. A proposta é do padre Júlio Antonio da Silva. O grupo também pretende participar da campanha "Viva e Deixe Viver - Pelo Fim das Mortes no Trânsito". O pedido foi do líder da Igreja Católica, Dom Anuar Battisti.

O advogado Irivaldo Joaquim de Souza, um dos coordenadores do grupo, disse que o primeiro encontro dos membros foi produtivo e que todos os presentes se mostraram empenhados em transformar a discussão em uma ferramenta para a busca da paz. "Não vai haver paz entre as religiões enquanto não houver diálogo entre elas. É isso que estamos buscando."

O xeque Ruheidy pediu ajuda ao grupo para desconstruir a idéia equivocada que muitas pessoas têm da religião muçulmana. "Peço com amor e humildade que expliquem que o Alcorão ensina que não se dever acusar ou punir um grupo por ações de indivíduos isolados. O Alcorão diz que quem pratica atos terroristas é bandido. Mas hoje, colhemos os frutos das sementes lançadas por criminosos, porque a mídia mundial mostra isso como se tudo fosse a mesma coisa", disse.

Aproveitando a visita do presidente norte-americano George W. Bush, que é protestante, ao Brasil, o pastor Newnum também fez um alerta, dizendo o pensamento do visitante não representa os ideais dos evangélicos e metodistas.

Representando a Igreja Católica, participaram o arcebispo Dom Anuar e o padre Júlio. Como membros evangélicos, o pastor Rober Newnum e a teóloga Maria Newnum. O xeque Mohmed Elgassim Abbaker-Al Ruheidy representou os muçulmanos. Os baháís marcaram presença com Neda Fatheazam. Maria de Lourdes Nascimento e Oscarina Martins participaram em nome dos cultos afro-brasileiros. A próxima reunião será no dia 23 de abril.

http://www.odiariomaringa.com.br/noticia.php?id=326771


Verso e Voz — 11 de março

Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. — Ezequiel 16.49

“A terra fornece recursos naturais suficientes para as necessidades de todos e todas, mas não para avareza de algumas pessoas”. — Mahatma Gandhi

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