30 setembro, 2006

Não à direita!

Por: Emir Sader*

Qualquer que seja o juízo que se tenha do governo Lula * mais ou menos severo nas críticas -, o quadro político está fortemente polarizado entre direita e esquerda. A esquerda pode errar muitas vezes, a direita erra menos. Esta escolheu um mau candidato, mas aponta firme contra quem considera seu inimigo fundamental, hoje representado pelo governo Lula. É uma constatação de fato que constitui o eixo central dos enfrentamentos do campo político no processo eleitoral atual.

Não entremos a considerar as razões dessa oposição e dos ataques brutais contra o governo. Sabemos que não é zelo pela ética, porque a direita tolerou, participou e ganhou com todas as maracutaias da ditadura, do governo Collor, do governo FHC e de tantos governos locais. Constatamos sua virulência e seu objetivo de desalojar o governo Lula, apesar da moderação de tantos aspectos desse governo. Trata-se de uma ofensiva contra a esquerda, como fica claro nos temas programáticos centrais da direita: menos Estado, retomada das privatizações (Petrobrás, Banco do Brasil, Eletrobrás, Caixa Econômica Federal, BNDES), menos tributação, corte maior dos gastos públicos, maior abertura da economia, fim das regulações estatais, privilegio das relações externas com o Norte e fim da política Sul/Sul, menos soberania e integração, mais livre comércio e Alca, políticas de segurança pública ainda mais repressivas, tratamento duro com os movimentos sociais.

Caso venha a ganhar o candidato tucano-pefelista, ninguém, no campo da esquerda, dos movimentos sociais, do campo popular e do pensamento crítico, será poupado da sanha direitista que se apossou da elite brasileira, ninguém deixará de sofrer direta e indiretamente os efeitos dessas políticas, inclusive no seu aspecto criminalizador dos movimentos sociais e diretamente repressivo.

Não bastassem os apelos a Carlos Lacerda, as comparações com Watergate, o editorial da FSP (Degradação) de domingo passado é parecido com o do Correio da Manhã (Basta) nas vésperas do golpe de 1964 (foi taxado, corretamente, de lacerdista por Luis Nassif). Querem criar um clima de agosto de 1954 * com CPIs funcionando de "República do Galeão" -, de março de 1964 * deslegitimando governos e preparando o impeachment, caso a vontade popular uma vez mais se volte contra eles.

Era a direita unificada, como há muito não se via * praticamente todo o grande empresariado, a totalidade da grande mídia privada monopolista , todos os partidos da direita e outros que um dia não eram de direita, aderidos ao bloco tucano-pefelista, unidos na mesma campanha contra a candidatura de Lula. Como não podem ganhar no primeiro turno, seu objetivo hoje é chegar ao segundo turno, contando com os votos de todos que não votem por Lula. E criar aí um clima de virada, com todo o contexto de terror, apoiado na unanimidade monopolista da grande mídia privada, valendo-se de todos os métodos de manipulação de que tem se mostrado capaz, seja na maquiagem de pesquisas, seja na editorialização absoluta dos noticiários e no uso brutal do poder que sua mídia monopolista pode ter a favor do seu candidato * Alckmin, do bloco tucano-pefelista.

A esquerda tem que mostrar agora que sabe distinguir os campos de enfrentamento, mais além das diferenças que têm. A esquerda que não distingue o campo e os movimentos da direita, não é esquerda, se perde nos ataques dispersos a outros candidatos do próprio campo da esquerda e acaba perdendo seu próprio caráter de esquerda. A esquerda tem que demonstrar, diante dessa feroz ofensiva da direita, que sabe colocar em prática uma política de frente única, que não confunde inimigos estratégicos com aliados táticos, que sabe distinguir as linhas de divisão das contradições irreconciliáveis entre direita e esquerda.

Não abrir mais flancos ao inimigo * ademais dos graves erros cometidos pelo PT * e aparecer firmemente unida numa frente anti-direitista, que fortaleça a esquerda, que aponte para seus inimigos fundamentais * o neoliberalismo, a hegemonia imperial estadunidense, o monopólio midiático. Contra o poder do dinheiro, das armas e da palavra * pilares do poder no mundo atual e inimigos fundamentais da esquerda.

Para poder, no dia seguinte da derrota imposta à direita, trabalhar para recompor a esquerda, formulando projetos democráticos, populares e soberanos para o Brasil, mobilizando o pensamento crítico do país e os movimentos sociais, políticos e culturais * que constituem o eixo e a força maior da esquerda. Para pressionar o novo governo, para que caminhe na direção efetiva de superação dos três obstáculos maiores com que se enfrenta a esquerda, no Brasil, na América Latina e no mundo: os monopólios do dinheiro, das armas e da palavra. Que trabalhe de forma concentrada e unificada pela substituição do modelo econômico por um outro, centrado em metas sociais e não econômico-financeiras; que retome um projeto de desenvolvimento acelerado centrado na expansão do consumo popular; que realize plenamente a reforma agrária, promova centralmente a economia familiar e a política de segurança alimentar, em oposição aos modelos centrados na exportação e nos trangênicos; que consolide e expanda os processos de integração regional e no Sul do mundo; que trabalhe decididamente pela democratização dos meios de comunicação, que inclua da legalização e o incentivo das rádios comunitárias, ao fortalecimento das mídias públicas e das alternativas, que retome fortemente a implementação dos softwares alternativos * entre tantas outras demandas da esquerda e dos movimentos sociais.

Mas, antes, saber unir-nos e mobilizar-nos para barrar a ofensiva da direita radicalizada, que é o elemento mais característico da fase final da campanha presidencial, derrotá-los já no primeiro turno, demonstrando que a esquerda sabe reconhecer seus inimigos, sabe reunir forças para derrotá-los, porque nenhum setor de esquerda, do campo popular, dos movimentos sociais e do pensamento crítico ficarão imunes a uma eventual vitória do bloco tucano-pefelista * inimigo fundamental da esquerda.

Trata-se assim, nesta reta final da campanha, de ganhar os votos suficientes para consolidar a vitória no primeiro turno, para frear o ímpeto terrorista da direita e abrir os espaços para a recomposição da esquerda, que permitam formular um projeto de nação democrática política, social, econômica e culturalmente, fazer com que a esquerda retome, de forma unificada, a iniciativa e coloque com força seu objetivo fundamental * um Brasil pós-neoliberal.

Não à direita, não a seu projeto de terror e manipulação midiática, de tentar impor um segundo turno de vale-tudo entre direita e esquerda. Derrotar a direita com a força do povo e da unidade da esquerda.

Agência Carta Maior

Pão é amor entre estranhos

Por: Nancy Cardoso Pereira

"Era reunião de colheita, e fez-se trégua. Comíamos. Como uma horda de seres vivos, cobríamos gradualmente a terra. Ocupados como quem lavra a existência, e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre, e come. Comi com a honestidade de quem não engana o que come: comi aquela comida e não o seu nome. Nunca Deus foi tão tomado pelo que Ele é. A comida dizia rude, feliz, austera: come, come e reparte. Aquilo tudo me pertencia, aquela era a mesa de meu pai. Comi sem ternura, comi sem a paixão da piedade. E sem me oferecer à esperança. Comi sem saudade nenhuma. E eu bem valia aquela comida. Porque nem sempre posso ser a guarda de meu irmão, e não posso mais ser a minha guarda, ah não me quero mais. E não quero formar a vida porque a existência já existe. Existe como um chão onde nós todos avançamos. Sem uma palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o meu. Nós somos fortes e nós comemos.Pão é amor entre estranhos."

(A Repartição dos Pães, Clarice Lispector)


Nesta véspera de eleição coloco diante de mim meus motivos políticos. Conheço os índices, estudei os programas, ouvi os discursos... mas prometi pra mim mesma e para a companheirada com quem eu aprendo a luta que não vou me deixar levar pelo voto útil.

Os motivos nossos não se concretizam na limitação do voto e na fé na representação política liberal.

Sempre dissemos - mesmo quando deixamos de ouvir a história! - que a organização popular é começo, meio e fim de um novo começo, que a revolução é permanente, que a luta de classes é feia porque é luta e bela porque inevitável, que @s trabalhador@s são mais que o partido. Qualquer.

Meu motivo político é fome zero não como ternura ou paixão piedosa de um programa compensatório. Pra mim o Pão é amor entre estranhos (desculpa, Clarice...). Temos de dar conta de uma organização social que garanta o pão como chão onde nós todos avançamos... mesmo entre estranhos, mas não desiguais! Pão feito fruto da terra coberta de seres vivos e sua existência: reforma agrária, agroecologia, meu prazer que entende o seu, a vida! Solene abundância.

A tarefa diante de nós e comer com a honestidade de quem não engana o que come: negar os atravessadores entre a boca e o pão, os que enriquecem desonestamente enganando processos de gestão do pão, desonestos no orçamento do pão, nas trocas objetivas e subjetivas de fazer o pão e distribuir o pão. Fazem o povo comer o nome... mas negam o pão. Fazem o povo fazer o pão... e negam o pão! Enfrentar a mídia, o capital e as elites como exercício fundamental de defender a existência que já existe.

A comida dizia rude, feliz, austera: come, come e reparte. A mesa da maioria, a política da maioria que vale a terra em que vive, a colheita que entrega, a comida que come, a fome que zera. Ninguém precisa da bondade, da ternura, da piedade de ninguém: aquilo tudo pertence. Materialismo rude, feliz e austero: Nunca Deus foi tão tomado pelo que Ele é.

O Pão é amor entre estranhos porque filho da terra - do trabalho - da saúde - da segurança alimentar - da educação - do prazer. Organizar assim a sociedade para que ninguém fique com fome é garantir estruturas de participação direta, mecanismos efetivos de distribuição da riqueza, preservação de territórios, preservação de diferenças mas não desigualdades. Estranhos alimentados.

O governo Lula disse o nome... mas ainda não serviu a mesa! Quem serve a mesa é o povo organizado.

Em nome de nada, era hora de comer. Em nome de ninguém, era bom. Sem nenhum sonho. E nós pouco a pouco a par do dia, pouco a pouco anonimizados, crescendo, maiores, à altura da vida possível. Então, como fidalgos camponeses, aceitamos a mesa. (Clarice Lispector)

Ninguém fala em nome de ninguém nessa eleição ! Cada um\uma fala no seu nome prórpio, sua fome própria: a fome de sua classe. Sem nenhum sonho, à altura da vida possível. Porque um outro mundo é possível.

Eu vou votar contra o PSDB, as elites e os interesses do capital estrangeiro.
Eu vou votar contra a burocracia partidária (?) e estatal.
Eu vou votar no Lula sem saudade alguma, sem uma palavra de amor.
Meu voto não é útil porque um segundo mandato de um governo Lula vai me encontrar mais forte junto aos movimentos sociais, na defesa dos direitos conquistados e por conquistar!
Meu voto não é útil porque existe vida inteligente e organizada para além dele.
Eu não quero formar a vida e a luta: já existem como um chão onde nós todos avançamos.
Venceremos!

Nancy Cardoso Pereira
pastora metodista
coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra
51 8124 1096 Porto Alegre

Verso e Voz — 30 de setembro

Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor ao evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna. — Marcos 10.29-30

“Jacques Ellul nos lembra que ‘O cristianismo pretende substituir ordem por amor, hierarquia por fraternidade, lei por liberdade’. A chave desses aspectos é a prática de construir comunidade. Isso envolve a prática de abertura. Compartilhando nossas histórias. Construindo pontes de confiança. Compartilhando responsabilidades e preocupações. Ajuda prática. Encorajando uns aos outros na fé. Celebrando os eventos importantes em nossas vidas. Partindo o pão. A prática de oração comum. O ouvir mútuo da Escritura”. — Charles Ringma

Charles Ringma, Resist the Powers with Jacques Ellul, Colorado Springs: Piñon Press, 2000.

28 setembro, 2006

Verso e Voz — 29 de setembro

Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles e daquelas que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pecador? Por isso, também os/as que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem. — 1 Pedro 4.17-19

“O juízo de Deus começa pela própria casa, isto é, pela Igreja. Muitas crises dentro dela são verdadeiros juízos de Deus por falta de fidelidade e abertura para a novidade do Espírito”. — Leonardo Boff

Leonardo Boff, Vida para Além da Morte

Metodismo brasileiro na contramão do metodismo mundial

Sociedade Filosófica Wesleyana*

Solicitação de trabalhos para o Congresso Anual de 2007

Local: Universidade Nazarena Olivet, Bourbonnais, IL (perto de Chicago)
Data da Conferência: 1º. de Março, 2007
Data de entrega das propostas: 1 de Outubro, 2006-09-27

Temas no Pensamento Católico e Wesleyano

Ao nos prepararmos para a nossa reunião de março de 2007, estaremos viajando para um lugar que tem uma longa história de serviço no Reino de Deus. A instituição educacional que é ora conhecida como Universidade Nazarena Olivet (UNO), está no mesmo local da antiga Faculdade São Viator. Este solo sagrado que uma vez serviu à comunidade católica agora serve como um dos nossos centros de pensamento wesleyano, da UNO. Você está sendo convidado para escrever dentro de tópicos que definem a relação entre estes dois centros de pensamento cristão.

João Wesley, na sua “Carta a um Católico Romano”, reconhece a importância de um diálogo entre as tradições filosóficas divergentes. Sabendo que a divergência poderia resultar em destruição mútua, ele procura destilar os temas centrais, fazendo um elo entre o seu pensamento e o de pensadores católicos. Ele procurou articular as convicções compartilhadas entre os católicos e protestantes e ainda oferecer espaço para a diversidade de pensamento. Autores chaves católicos como Thomas à Kempis foram cruciais para o desenvolvimento de Wesley de uma prática eficaz do cristianismo baseada nos “hábitos santos”. Baseado nisto, os Wesleyanos são chamados a fazer o mesmo.

Com um programa intitulado “Temas no Pensamento Wesleyano e Católico”, a Sociedade Filosófica Wesleyana (WPS), sob a direção de seu 1º. Vice Presidente L. Bryan Williams, emite uma chamada para apresentação de trabalhos para o seu Congresso Anual de 2007. O Congresso será no dia 1º de Março em Bourbonnais, IL (perto de Chicago). A Sociedade irá se reunir juntamente com a Sociedade para o Estudo da Psicologia e da Teologia Wesleyana (SSPWT). No final de semana logo após o Congresso da WPS haverá o congresso da Sociedade Teológica Wesleyana (WTS)*.

Poderão ser submetidos trabalhos através de todo o espectro do Encontro Wesleyano e Católico, incluindo a Filosofia de Deus, Teologia Moral, Respostas a Encíclicas Papais, a Natureza da Graça, Espiritualidade, Guerra Justa versus Pacifismo, Preocupações Sociais Cristãs, Ética Sexual, Interseções Filosóficas Históricas, Ministérios Femininos, Metafísica, Estética, Misticismo, Teologia Natural, Filosofia Antropológica, Personalismo e outras áreas de interesse. A Sociedade está particularmente interessada em áreas de conexão entre as duas comunidades, metodista e católica, com o reconhecimento de diferenças notáveis. Não se exige referências específicas a João Wesley. Serão bem-vindos trabalhos com tópicos filosóficos, mas será dado a preferência àqueles que explorarem o tema proposto.

A sociedade também está interessada em quaisquer diálogos entre Wesley e estudiosos católicos. Convidamos estudiosos da tradição católica para se juntarem a nós como convidados da sociedade. Aceitaremos trabalhos feitos por estudiosos católicos. Trabalhos feitos em parcerias entre estudiosos poderão ser submetidos.

*A Sociedade Filosófica Wesleyana está ligada a Sociedade Teológica Wesleyana (Wesleyan Theologicial Society) que é formada por mulheres e homens metodistas, em sua maioria professores de teologia, oriundos das Igrejas Metodista Wesleyana, Metodista Livre, Holiness, do Nazareno e outras Igrejas Metodistas que saíram das Igrejas que vieram formar posteriormente a Igreja Metodista Unida nos Estados Unidos, como resultado de sua ênfase no movimento de santidade e na opção pelos pobres e marginalizados na sociedade americana.

27 setembro, 2006

Verso e Voz — 28 de setembro

A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os/as que promovem a paz. — Tiago 3.17-18

“Bonito é o momento em que entendemos que não somos mais que um instrumento de Deus; vivemos somente até onde Deus quer que vivamos; somente podemos fazer o que Deus nos faz possível; somos tão inteligentes quanto Deus quer que sejamos”. — Arcebispo Oscar Romero, da sua última homilia, 23 de março de 1980

sojo.net

Juventude ecumênica de Belém do Pará em ação

DEFENDENDO A VIDA E CONSTRUINDO A PAZ

De 1º a 03 de setembro, na Paróquia de Santa Maria da Igreja Anglicana, ocorreu a OFICINA DE LIDERANÇA – PAZ E VIDA! VOCACIONADOS/AS PARA O AGIR, promovida pelos Departamentos de Educação Cristã da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Parte dos recursos financeiros que possibilitaram a realização da Oficina foi garantida pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE.

Destaca-se que o objetivo do encontro foi o de animar e instrumentalizar a pessoa jovem ao exercício confiante de sua liderança, proporcionando uma discussão sobre vocação e o agir da juventude em suas comunidade de fé, bem como uma vivência da espiritualidade, comunhão e partilha de experiências.
















O Pastor luterano Cláudio Becker e o Rev. anglicano Dessórdi Leite, enquanto facilitadores da oficina, garantiram o protagonismo da juventude a partir de uma dinâmica que abriu espaço para a interação dos jovens, troca de experiências, diálogo e muita participação.



No final os jovens ali presentes formaram o COLETIVO DA JUVENTUDE ECUMÊNICA – CJE - com dois representantes de cada confissão (Episcopal Anglicana, Metodista, Católica Apostólica Romana / Pastoral da Juventude, Evangélica de Confissão Luterana e Comunidade Altar). O CJE estará responsável dinamização dos encaminhamentos da Oficina e pela articulação e envolvimento de juventudes de outras igrejas cristãs, além da animação de um ENCONTRÃO DA JUVENTUDE ano que vem.

Tony Vilhena

Agora moro em mim!

Por: Roy de Oliveira Duarte

Dois meses já se passaram da fatídica primeira sessão do décimo oitavo Concílio Geral da Igreja Metodista e a infeliz decisão de sair dos organismos ecumênicos com a presença da Igreja Católica. Ao longo destes dois meses, acompanhei de perto vários fóruns de discussão sobre o tema, em encontros, e-mails, sites, enfim...Ouvi várias propostas as mais diversas, desde a impugnação da decisão até processo civil. Muito se pensou sobre alternativas, manifestações, medidas, para quem sabe mudar o quadro de intolerância que se instaurou na vida da Igreja. Mas preciso confessar: depois de tanto discutir, eu estou cansado.

Já faz cinco anos da minha primeira experiência ecumênica. Uma celebração com irmãos e irmãs católicos e metodistas num bairro carente de São Paulo foi o primeiro passo de minha caminhada ecumênica. De lá pra cá já participei de muitos outros encontros. Os inesquecíveis Encontros Ecumênicos Regional Sul I em Itaici, promovido pelo MOFIC e Casa da Reconciliação; os Encontros Ecumênicos de Mulheres, promovido pela Nova Década, Encontros do CONIC, CLAI, Jornada Ecumênica e muitos outros. Tive o privilégio de ter uma de minhas músicas cantadas na 9ª Assembléia do CMI (aliás, uma canção muito sugestiva para os nossos dias: um Kyrie Eleison).

Depois da decisão conciliar, não dá pra dizer que não mudou. As vezes, senti alguns amig@s indo a estes encontros mais como uma afronta à decisão do que propriamente a vontade e o anseio pela unidade em Cristo; talvez esses sentimento também tenha me motivado em algumas ocasiões. Parece que vimos o muro se erguendo e ficamos atônitos diante da barreira que então nos separa. Digo isso, não porque acho que o fato de não participarmos oficialmente de órgãos ecumênicos vai nos impedir de viver o ecumenismo, mas muitas pessoas saíram machucadas e profundamente tristes diante desta decisão, Os laços que iam se formando precisam ser refeitos, pois se romperam diante da intolerância. Alguns nos vieram com palavras de consolo e outros vieram com palavras de desalento, como se eu e mais muit@s outr@s engajad@s na causa ecumênica não fôssemos mais benvind@s na Igreja Metodista, que deixou de ser a nossa oykos.

Aí me lembrei de uma história que me contaram sobre o Mário Quintana. Quintana morava em hotéis. Morava durante anos até que o hotel fechava ou alguém o convidava a se retirar. Um desses hotéis, o qual ele supunha ser sua moradia final, teve que, por algum motivo, se fechar e ele foi convidado a ir embora. Diante disso Quintana disse: "Agora moro em mim mesmo!".

A igreja não é mais a minha oykos. Sinto-me desabrigado, desacolhido. Não vou desistir da Igreja Metodista, mas antes acreditava que eclésia e oykos eram sinônimos. Mudei de conceito. A igreja não é mais a casa onde se podia acolher todo@s. As vezes, chegava um estrangeiro, viajante, que já tinha a sua casa em um lugar distante e então ele pedia abrigo na casa dos outros. Quando era acolhido, o outro se tornava irmão. O estrangeiro era convidado a entrar e a comer do mesmo pão e aí até aquecia o coração; dá vontade de ficar, mas tem que partir. Ai que vontade de ficar, mas tendo de ir embora... A igreja decidiu não ser mais oykos.

Diante da falta de uma casa onde tod@s podem com-viver e partilhar o pão junt@s, digo como Quintana: "Agora moro em mim mesmo".

(Um desabafo, um choro incontido agora compartilhado com @s irm@s que lêem este blog)

Roy de Oliveira Duarte
Acadêmico da Faculdade de Teologia – 6º semestre.

Serenata do adeus
(Letra e música de Vinícius de Moraes)
Ai, a lua que no céu surgiu
Não é a mesma que te viu
Nascer dos braços meus...
cai a noite sobre o nosso amor
E agora só restou do amor
Uma palavra: adeus...
Ai, vontade de ficar
Mas tendo de ir embora...
Ai, que amor é se ir morrendo
Pela vida afora
É refletir na lágrima
O momento breve
De uma estrela pura
cuja luz morreu...

Metodismo brasileiro na contramão do metodismo mundial

Mais um exemplo de como o metodismo brasileiro está na contramão do metodismo mundial e das igrejas de tradição wesleyana em outras partes do mundo. Veja abaixo o convite da Wesleyan Philosophical Society.

"A Wesleyan Philosophical Society é formada por membros, em sua maioria, oriundos das Igrejas Metodista Wesleyana, Metodista Livre, Holiness, do Nazareno e outras Igrejas Metodistas que saí­ram das Igrejas que vieram formar a Igreja Metodista Unida. Tais igrejas que foram e ainda são parte do movimento de santidade, hoje estão se engajando no diálogo ecumênico com os católicos, ao contrário de nós metodistas brasileiros. É uma pena que estejamos nos apequenando." (Bispo Paulo Ayres Mattos)

Wesleyan Philosophical Society
Call for Papers
2007 Meeting

Location: Olivet Nazarene University, Bourbonnais, IL (near Chicago)
Conference Date: March 1, 2007 Proposal Due Date: October 1st, 2006

Themes in Wesleyan and Catholic Thought

As we prepare to come together in March of 2007, we will be traveling to a place that has a long history of service in the Kingdom of God. The educational institution that is now known as Olivet Nazarene University sits on the same site as the former St. Viator’s College. This sacred ground that once served the Catholic community now serves as one of our centers of Wesleyan thought, ONU. You are called to write on topics that defines the relationship between these two centers of Christian thought.

John Wesley, in his “Letter to a Roman Catholick,” recognizes the importance of dialog between the divergent philosophical traditions. Knowing that divergence could result in mutual destruction, he attempts to distill the central themes bridging his thought and Catholic thinkers. He sought to articulate the shared convictions between Catholics and Protestants and yet offer room for diversity of thought. Key Catholic authors such as Thomas à Kempis were crucial for Wesley’s development of an effective practice of Christianity based in the “holy habits.” With this background, Wesleyans are called to do likewise.

With a program entitled “Themes in Wesleyan and Catholic Thought,” the Wesleyan Philosophical Society (WPS) under the direction of 1st Vice-President L. Bryan Williams issues a Call for Papers for its 2007 annual conference. The conference will be held on March 1st in Bourbonnais, IL (near Chicago). The society will meet in conjunction with the Society of the Study of Psychology and Wesleyan Theology (SSPWT). The WPS conference is immediately
followed that weekend by the meeting of the Wesleyan Theological Society (WTS).

Papers are invited across the spectrum of Wesleyan Catholic intersections including Philosophy of God, Moral Theology, Responses to Papal Encyclicals, Nature and Grace, Spirituality, Just War theory versus Pacifism, Christian Social Concern, Sexual Ethics, Historical Philosophical Intersections, Women in Ministry, metaphysics, aesthetics, mysticism, Natural Theology, Philosophical Anthropology, Personalism, or other areas of interest. The Society is
particularly interested in areas of connection between the two communities with recognition of outstanding differences. Specific references to John Wesley are not required. Submissions on any philosophical topic are always welcome; however, preference will be offered to those papers that explore the proposed theme.

The Society is also interested in any proposed dialogues between Wesleyan and Catholic scholars. Invitations by WPS members to scholars of the Catholic tradition to join us as guests of the society are welcome. Submissions by Catholic scholars are welcome. Joint papers or panels of scholars are invited.

Philosophy Student Call for Presentations 2007

The Wesleyan Philosophical Society welcomes any undergraduate philosophy student with an interest in the Themes of Wesleyan and Catholic Thought who would like to submit proposals for poster board presentations. These poster board presentations will be available for review during breaks. Student proposals will be required to receive a recommendation from a member of the society before proposals are submitted to the Society. Registration required. A $100.00 Cash Prize will be offered to the Outstanding poster board.

Submit proposals of 250 words or less, along with name, position, and institutional affiliation (if applicable) to Brint Montgomery at Brint@snu.edu by October 1, 2006. For Student Presentations, please add a letter or email of recommendation for a member of the society. The proposal should be sent as an email attachment in Microsoft Word format. Assessment of proposals will be blinded.

L. Bryan Williams
Warner Pacific College

26 setembro, 2006

Verso e Voz — 27 de setembro

O Senhor faz justiça e julga a todos os oprimidos e oprimidas. — Salmos 103.6

“Toda comunidade cristã deve saber não somente que os fracos e fracas precisam dos/as fortes, mas que os/as fortes não pode existir sem os fracos e as fracas. A eliminação dos fracos e fracas é a morte da comunidade”. — Dietrich Bonhoeffer

sojo.net

“O compromisso ecumênico é mais necessário do que nunca”

Por: Magali do Nascimento Cunha

A respeito da minha participação no Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas

As palavras entre aspas no título desta memória não são minhas, mas do pastor luterano brasileiro Walter Altmann, moderador do Comitê Central (CC) do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Tomo-lhe emprestadas as palavras e as repito, desafiada por tudo o que tenho refletido nos últimos meses, baseada na conjuntura ecumênica no Brasil, e pelo que experimentei nos dias 30 de agosto a 6 de setembro de 2006, quando participei da primeira reunião plena do CC/CMI eleito na 9ª Assembléia do CMI (Porto Alegre, 14 a 23 de fevereiro de 2006). Este texto é um relato/memória dessa participação, com os destaques, sob minha ótica, daquilo que merece atenção da igreja que represento e das igrejas latino-americanas.

A reunião foi realizada nas dependências do CMI em Genebra, Suíça. O Comitê Central é o segmento que atua nas deliberações para implementação das decisões da assembléia, no planejamento e no acompanhamento da execução das atividades deste organismo e na avaliação dos processos que as envolvem, até o ano de 2013, quando será realizada a 10ª Assembléia.

Como deve ser de conhecimento de quem recebe este texto, naquela ocasião, como delegada da Igreja Metodista no Brasil à 9ª Assembléia, fui eleita para integrar o CC como representante minha igreja e das igrejas-membros do CMI na América Latina, juntamente com outras quatro pessoas: o pastor presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Walter Altmann, escolhido, posteriormente, o moderador do CC; o pastor Hector Precca, da Igreja Cristã Bíblica, da Argentina; o pastor Carlos Duarte, da Igreja Evangélica do Rio da Prata, da Argentina; o bispo Carlos Poma, da Igreja Metodista na Bolívia. Participa ainda das reuniões do CC, como presidente (ex-officio), pela região América Latina e Caribe, a pastora Ofélia Ortega, da Igreja Presbiteriana de Cuba. Vale ressaltar que sou a única mulher e única leiga entre os latino-americanos com assento na membresia plena do CC.

O CC é composto de 150 pessoas distribuídas proporcionalmente ao número de igrejas-membros por regiões do mundo, buscando-se garantir balanços nas representações confessionais, de homens e mulheres, de clérigos e leigos, de jovens (18 a 30 anos), indígenas e pessoas com deficiência. O CC reúne-se a cada ano e meio e no interregno deste período, um Comitê Executivo composto por 25 pessoas encontra-se periodicamente para acompanhar a implementação dos procedimentos deliberados pelo CC. A América Latina está representada nesse comitê executivo pelo moderador Walter Altmann.

Momentos de oração e reflexão

A reunião do CC é uma oportunidade significativa para celebrar a fé, valorizando-se a diversidade cultural, teológica e doutrinária, e refletir sobre temas significativos que alimentam a causa ecumênica. Nesta reunião, além dos ricos momentos cúlticos (incluindo participação em igrejas de Genebra no domingo), três sessões plenárias foram encerradas com a reflexão “O que significa ser cristão/cristã em nossa própria comunidade em meio à uma sociedade pluralista?”. Nesses momentos, pudemos ouvir testemunhos de pessoas de diferentes confissões, de diferentes partes do mundo, com respeito à valorização e ao convívio com as diferenças étnicas, culturais e religiosas. Ouvir, conhecer, respeitar, dialogar, cooperar, foram palavras-chave desses testemunhos partilhados por mulheres, homens, adultos, jovens. Esse espaço foi alimentado com orações, cânticos e expressões simbólicas.

O sermão do moderador do CMI Walter Altmann, proferido no culto de abertura da reunião, merece atenção. Ele pode ser acessado neste link - SERMÃO (versão em inglês).

Outro espaço de reflexão foi oferecido em uma das manhãs, quando se celebrou os 40 anos da Conferência sobre Igreja e Sociedade (Genebra, 1966). Uma sessão denominada “Agindo Juntos pela Transformação” apresentou a memória da histórica conferência por meio de um vídeo-documentário produzido na Alemanha, e contou com reflexões como as conseqüências da conferência para o trabalho do CMI (como o programa de combate ao racismo e a Comissão sobre a participação das igrejas no desenvolvimento/CCPD) e como os temas tratados na conferência continuam relevantes em nossos dias.

Ao final da reflexão foi manifestado em plenário que o problema da pobreza continua sendo o desafio central da agenda ecumênica. Daí o Processo Agape (Globalização Alternativa dirigida às pessoas e à terra) desenvolvido pelo CMI em parceria com várias organizações ecumênicas e outras da sociedade civil.

Os relatórios do moderador e do secretário-geral são também momentos especiais de reflexão. Trazem indicativos teológicos e pastorais que merecem atenção das igrejas. O relatório do secretário-geral Samuel Kobia, além de destacar o momento de planejamento e reestruturação que vem sendo experimentado pelo CMI, dedicou especial atenção à crise no Oriente Médio e à necessidade de as igrejas intensificarem ações concretas pela superação da violência que atinge as populações daquela região. As novas realidades eclesiais decorrentes da intensificação das correntes migratórias no mundo, também foram objeto de reflexão do rev. Kobia. A íntegra deste pronunciamento pode ser acessada neste link: PRONUNCIAMENTO (versão em espanhol).

O relatório do moderador Walter Altmann, especialmente, é uma peça significativa a partir do tema da "esperança apesar de". No caso específico do Brasil, o moderador registrou sua preocupação com movimentos de fechamento para as expressões ecumênicas, especialmente com respeito à decisão da Igreja Metodista no Brasil de se retirar das organizações que tenham a presença oficial da Igreja Católica Romana e de outras confissões religiosas. Esse relatório pode ser acessado na íntegra no seguinte link: RELATÓRIO.

Principal objetivo da reunião: Planejamento 2007-2013

O CC foi desafiado a trabalhar mais intensamente na proposta que o secretário-geral Samuel Kobia submeteu à apreciação: o planejamento das atividades do CMI para o próximo período, desenvolvido pelo staff do organismo a partir das políticas e encaminhamentos aprovados na 9ª Assembléia em Porto Alegre.

Os subcomitês de planejamento, políticas de referência e finanças debruçaram-se sobre um documento que continha a proposta de projetos para 2007-2013. Os dois primeiros trabalharam conjuntamente. Fui indicada para participar do comitê de planejamento e também para atuar como relatora, juntamente com Anne Glynn-Mackoul, do Patriarcado Ecumênico Ortodoxo/EUA.

Após dois dias inteiros de trabalhos nos subcomitês, que fizeram alterações no projeto original, a essência da proposta apresentada foi encaminhada à aprovação em plenário do CC, que também procedeu, no processo de decisão por consenso, a novas alterações. O CC endossou a proposta apresentada, com as devidas emendas, que reorganiza as ações do CMI em seis programas (áreas de ação) sob o lema "Igrejas Juntas Transformando o Mundo":
  1. O CMI e o movimento ecumênico no século XXI
  2. Unidade, missão, evangelismo e espiritualidade
  3. Testemunho público: confrontar o poder e afirmar a paz
  4. Justiça, diaconia e responsabilidade pela criação
  5. Formação ecumênica e na fé
  6. Diálogo e cooperação inter-religiosos.

As comunicações serão uma prioridade e deverão atuar na integração e no apoio aos seis programas. Integração entre programas é também expressão-chave na concepção do planejamento, que busca responder à avaliação de que o CMI vinha atuando com a fragmentação de áreas e duplicação de esforços.

Relacionado ao planejamento esteve o assunto das finanças. Um subcomitê se dedicou ao estudo da situação financeira e orçamentária do CMI. O relatório indicou que, apesar de uma tendência à diminuição das entradas, o CMI possui estabilidade financeira e é capaz de manter suas prioridades programáticas. Haverá uma reestruturação do quadro de funcionários (hoje composto de 162 pessoas em tempo integral) a partir da nova organização programática.

Muito em breve o relatório sobre os programas e os projetos a eles relacionados será socializado por meio do site do CMI. O relatório do secretário-geral apresentado em plenário, faz uma reflexão sobre este processo de reestruturação do CMI. Veja em: RELATÓRIO (versão em espanhol).

Outras deliberações

O CC aprovou pronunciamentos sobre: A guerra no Líbano e no Norte de Israel e o trabalho ecumênico pela paz no Oriente Médio; Infância em situações de conflito com ênfase no norte de Uganda; Comércio justo; Uma resposta compassiva ao HIV/AIDS; Assassinatos extrajudiciais nas Filipinas; Conflito no Sri Lanka; Sudão; Kosovo.

A íntegra desses pronunciamentos pode ser conhecida ao se acessar "Sumario de las resoluciones sobre assuntos públicos" (versão em espanhol).

A questão do Oriente Médio teve atenção especial. Além de ser destaque no relatório do moderador (conforme relatei acima), houve dois momentos especiais dedicados ao tema: a partiilha da experiência da delegação ecumênica que visitou o Líbano, Israel e os territórios Palestinos e o encontro com o ministro da cultura do Líbano Tarek Mitri, ex-staff do CMI, executivo do Programa de Diálogo Inter-Religioso. O CC aprovou o estabelecimento de uma iniciativa ecumênica de ação pública pela paz no Oriente Médio. Foi aprovada a criação de um Fórum Ecumênico sobre a Palestina e Israel promovido pelo CMI. Este fórum catalizará e coordenará as iniciativas já existentes e as novas frentes implementadas pelas igrejas em favor da paz, buscará o fim da ocupação ilegal dos territórios palestinos em concordância com as resoluções da ONU, e demonstrará o compromisso com uma ação inter-religiosa pela paz e pela justiça em benefício dos povos da região.

Parte da tarefa do CC foi aprovar o relatório das comissões que visitaram duas igrejas que apresentaram solicitação de adesão à membresia do CMI: a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil e a Igreja Evangélica de Laos. Tive o prazer de participar da comissão que visitou a IPI. Aprendi muito com a experiência e me senti revigorada com o que vi e ouvi, e com o compromisso ecumênico que a igreja sempre teve e quer, agora, aprofundar juntando-se às demais igrejas do mundo que fazem parte do CMI. De acordo com o novo procedimento de recebimento de novas igrejas-membros, aprovado na 9ª Assembléia, em Porto Alegre, o CC aprovou, com muita satisfação, o recebimento dessas igrejas por um período, durante o qual participarão do trabalho do CMI e vão interagir com as outras igrejas-membros. Na próxima reunião do CC (fevereiro de 2008), será considerada, então, a aceitação dessas igrejas como membros plenas da comunidade fraterna do CMI.

O CC discutiu e aprovou nomes para comporem os órgãos consultivos do CMI. Destaco que para a Comissão sobre Formação Ecumênica e na fé, composta por 30 membros foi indicado e aprovado o nome de Diana Fernandes, da Igreja Metodista no Brasil. Diana Fernandes foi ainda indicada para compor, como representante dessa comissão, o Organismo de Juventude que será formado, a partir de indicação da 9ª Assembléia, para incremento da participação da juventude nas atividades do CMI (a composição será de 25 pessoas de 18 a 30 anos). Para a Comissão Permanente sobre Consenso e Colaboração, aprovada na 9ª Assembléia para dar continuidade ao processo de trabalho conjunto e diálogo entre as Igrejas Ortodoxas e o CMI, composta por 14 membros (sete da família protestante e sete da família ortodoxa) indicado e aprovado o meu nome, Magali do Nascimento Cunha.

A participação latino-americana nas comissões é pequena, em comparação com outras regiões, dada a proporcionalidade (é pequeno o número de igrejas-membros no continente). No entanto, houve poucas indicações da parte das igrejas (especialmente posso me referir à Igreja Metodista no Brasil) o que torna o processo ainda mais difícil para a participação regional. Os latino-americanos presentes no CC, fizemos o possível para estar presentes nos espaços e indicar outros nomes.

Sobre minha indicação para a Comissão Permanente sobre Consenso e Colaboração considero um desafio. Confesso conhecer muito pouco a realidade das igrejas ortodoxas e considerei isto ao ser consultada sobre a indicação do meu nome. Mas ouvi o argumento de que a contribuição latino-americana seria muito importante no processo e que o desafio deveria ser aceito. O meu "sim" foi um retorno positivo ao argumento. Antevejo um caminho diferente e de muito aprendizado. Vamos ver o que teremos adiante.

Um momento da reunião foi dedicado à avaliação da 9ª Assembléia. A estrutura foi avaliada positivamente, bem como o "Mutirão". Detalhes dessa avaliação podem ser conhecidos no seguinte link: AVALIAÇÃO.

Latino-americanos presentes à reunião do CC tiveram oportunidade de encontro em duas sessões bem como as mulheres e as famílias confessionais. Nós, metodistas, éramos 23 presentes à reunião: cinco da América Latina e Caribe, cinco dos Estados Unidos, cinco da África, três do Pacífico, dois da Ásia, um da Igreja Unida da Austrália, três da Europa (um desses o secretário-geral do CMI Samuel Kobia e outro o ex-secretário-geral Emílio Castro). Participaram ainda com o grupo um Anglicano e um Quaker. Fui convidada para coordenar a reunião juntamente com o pastor dos EUA Larry Pickens.

Na uma hora que tivemos, houve oportunidade para integração e para ouvir destaques de cada igreja. Da América Latina, os destaques ficaram por conta da decisão da Igreja Metodista no Brasil em retroceder na sua postura ecumênica e dos 100 anos da Igreja Metodista na Bolívia, com seu ministério contextualizado e de valorização à causa indígena (a igreja recebeu uma condecoração do governo pelos serviços prestados à nação boliviana).

O secretário-geral do CMI Samuel Kobia teve uma palavra especial. Ele compartilhou sobre sua participação na Assembléia do Concílio Mundial Metodista, realizada em Seul, em julho passado. Ele foi um dos palestrantes e relatou ter ouvido uma questão que sempre é apresentada: "por que os metodistas têm maioria entre os secretários-gerais do CMI (dos seis que desempenharam a função até hoje, três são metodistas, um foi reformado, outro presbiteriano e um é luterano)? Ele diz ter respondido com uma outra pergunta que se conecta a esta: por que o movimento ecumênico e o metodismo têm uma ligação tão forte? A resposta às duas perguntas, para Kobia, está na famosa frase de John Wesley "O mundo é minha paróquia". A partir desta frase, o metodismo construiu sua forte conexão com o ecumenismo, segundo o líder do CMI. A partir dela, metodistas encontraram base para seu engajamento no movimento, como John Mott, que pregava: "a Bíblia na mão e o jornal na outra!". John Mott e outros líderes metodistas em todo o mundo entenderam bem o ensinamento de John Wesley quanto à santidade social. No metodismo, espiritualidade tem a ver com justiça social – caminham juntas. Por isso a conexão tão forte entre metodismo e ecumenismo.

Samuel Kobia destacou duas preocupações fortes do CMI em relação à família metodista no mundo: 1) o fato de o Concílio Mundial Metodista ter fechado o seu escritório no Centro Ecumênico de Genebra. Esta presença faz muita falta ao CMI e aos outros escritórios de famílias confessionais que permanecem como o dos reformados e o dos luteranos; 2) a decisão da Igreja Metodista no Brasil de deixar o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. Samuel Kobia diz ter conhecimento dos problemas históricos que as igrejas evangélicas latino-americanas têm de relacionamento com a Igreja Católica. Apesar disso, o testemunho ecumênico metodista vinha sendo dado como exemplo para as demais igrejas, na superação de barreiras. É preciso refletir mais sobre as conseqüências disso e de atitudes como a da Igreja Metodista de Cuba, de deixar o Seminário de Matanzas, por exemplo.

O secretário-geral fez um apelo para que os metodistas continuem apoiando o CMI como vêm fazendo ao longo da História. Destaca o apoio à formação ecumênica e o papel do Instituto Ecumênico de Bossey. O CMI está redesenhando a proposta do Instituto Ecumênico para que se torne um verdadeiro laboratório de ecumenismo, que seja um porto seguro para diálogo e reconciliação. A formação ecumênica, para Kobia, é o coração do futuro do ecumenismo.

Maiores informações sobre a primeira reunião plena do novo CC do CMI podem ser conhecidas por intermédio do link: CC/CMI.

Magali do Nascimento Cunha

A espiritualidade ecumênica

Por: Derrel Homer Santee

O GRANDE "PECADO" DE JESUS

Leia Lucas 4.16-30 (esclarece o texto que segue)

Este artigo trata de "espiritualidade", não de "ismos". Defino "espiritualidade" como: "nosso sistema de valores e nossas atitudes". Todos os seres humanos são espirituais e têm um sistema de crenças e relacionamentos emocionais. Por não ter uma espiritualidade igual a nossa os outros não deixam de ser espirituais. Não existem pessoas mais espirituais, menos espirituais ou sem espiritualidade. Nas minhas ponderações pretendo evitar o uso dos "ismos": liberalismo, conservantismo, ecumenismo, pentecostalismo, fundamentalismo, etc. Estas palavras têm a tendência de se tornaram apenas chavões, clichês ou rótulos usados na auto-justificação ou na condenação dos outros. Não aceito ser identificado por nenhum rótulo. A minha espiritualidade está além dos rótulos.

O meu objetivo como ser humano e como cristão é aprender com a espiritualidade de Jesus. Os Evangelhos retratam a Sua espiritualidade com centenas de ensinamentos e atos. Para mim, a essência da vida cristã está contida naquilo que Jesus viveu e ensinou. O texto acima citado é apenas uma amostra desta espiritualidade. Este texto relata duas espiritualidades: a do povo do templo e a de Jesus. São duas espiritualidades opostas com expectativas diferentes.

A espiritualidade do templo era institucional, com um sistema de doutrinas fixas, separando os que estavam dentro dos que estavam fora. Os de dentro se julgavam os bons e privilegiados de Deus, dignos de serem amados e respeitados. Os de fora eram os maus. Eram vistos como condenados por Deus e eram indignos de amor ou respeito. Eram impuros e deveriam ser evitados ao máximo. O povo do templo era obcecado pelos pecados dos outros, sem a capacidade de autocrítica, não enxergando suas próprias idolatrias institucionais e seu próprio preconceito e ódio. Usavam as escrituras para apoiar sua espiritualidade condenatória. Será que ainda existe gente que age assim hoje?

Jesus tinha uma espiritualidade diferente. Ele usava as mesmas escrituras, mas era obcecado pelas possibilidades do amor e enxergava a graça divina onde as pessoas do templo viam apenas o pecado. Ficaram escandalizadas quando Jesus citou a viúva sodomita e o pagão Naamã, o sírio, como recipientes dos cuidados de Deus. Os sodomitas e os sírios eram idólatras e adoravam outros deuses. Jesus ousou colocá-los como mais abençoados do que o próprio "povo eleito" que não era idólatra e que cultuava o "Deus Verdadeiro". O escândalo que Jesus causou foi de tal magnitude e provocou tanta ira que o povo se levantou, arrastou Jesus para fora do templo e da cidade e tentou matá-lo. Jesus cometeu o grande "pecado" de incluir todos os "pecadores" como objetos da graça divina.

Dentro do cristianismo muitos adotaram -- e ainda adotam, a espiritualidade do templo. Esta espiritualidade se manifesta na forma de uma fé sectária, com a criação dos "ismos", tão presentes no cenário das igrejas hoje. Os seguidores de Jesus são fortemente pressionados a adotarem um rótulo. Não basta ser simplesmente cristão. O rótulo se torna mais importante do que o conteúdo. As pessoas são aceitas ou rejeitadas pelo rótulo adotado por elas mesmas ou imposto por outros. Basta colocar o rótulo "católico" ou "carismático" para a pessoa ser aceita ou rejeitada, elogiada ou condenada. Nomes são usados para identificar os de dentro e os de fora. Criam os "ismos" e outras "categorias de xingamento" que usam para diferenciar os amigos dos inimigos de Deus. Usam as escrituras para se justificar e sentir que eles é que estão certos e que os outros estão errados. Apelam para o legalismo da lei mosaica e ignoram a graça que é maior do que o pecado.

A intolerância e o uso da força são outras características da espiritualidade do templo. Por não concordar com Jesus, o povo de Nazaré apelou para a violência e expulsou Jesus do templo e da cidade com a intenção de matá-lo. Não toleraram a espiritualidade de Jesus e queriam eliminá-lo. A história da igreja está cheia de conflitos internos, perseguições e jogos de poder. A violência em todas as formas faz parte desta história. Até hoje pressões psicológicas, políticas e econômicas são usadas para forçar a conformidade. Quando isso falha algumas pessoas recorrem à violência física -- expulsão é a arma usada. É assim que a força do mal age em nome do bem, o pecado veste a máscara da santidade. Limita-se amar somente os outros bons.

A espiritualidade de Jesus ignora estas categorias. Se Jesus voltasse à terra na carne humana Ele continuaria a cometer o grande "pecado" de não fazer distinções entre pessoas. Para Ele, não existiriam católicos, protestantes, ateus, religiosos, pagãos, etc. Existiriam somente seres humanos com suas carências de fé, idolatrias, preconceitos, virtudes e fraquezas, todos necessitando o amor do Pai. Mesmo nos Evangelhos o pior pecado era a pessoa ter a ilusão de não ter pecado e de se achar melhor do que as outras.

Não consigo imaginar Jesus entrando nas jogadas eclesiásticas de hoje e se identificando com este ou aquele grupo ou tendência. A "camisa" que Jesus vestiria seria a do Reino sem rótulos. As pessoas do templo ficariam escandalizadas com as suas amizades e com o círculo social que Ele freqüentaria. Sua associação com todas as categorias marginalizadas pelos seguidores da espiritualidade do templo O colocaria em perigo de ser expulso das igrejas e das cidades e mais uma vez levado ao Monte do Calvário. Entre cometer o pecado de ficar com os seguidores da espiritualidade do templo, julgando os outros pelos seus pecados reais e imaginários ou ficar com Jesus e cometer o "pecado" de não fazer distinção entre pessoas e incluir todos os pecadores como recipientes da graça divina, eu fico com Jesus.

Derrel Homer Santee
Campinas, setembro de 2006

O labirinto de Ratzinger

Por: Nancy Cardoso Pereira

A história de Borges sobre 2 reis e 2 labirintos é assustadora (leia abaixo)!!

O rei de Babiônia convida um rei árabe para conhecer seu palácio. O convite é uma armadilha!! O que o rei Babilônico quer mesmo é colocar o Outro numa posição dificil.

Apresenta-lhe seu labirinto! Um primor de construção, um orgulho aos olhos do rei: calculado para induzir ao erro, planejado para a imobilidade do outro, impossivel de ser percorrido sem o mapa prévio que orientou a construção. Cantos, degraus, voltas sobre si mesmo, colunas, acessos, portais, curvas e retas, altos e baixos.

Obra maravilhosa, o labirinto do rei de Babilônia é uma excelencia de arquitetura, engenharia e estratégia. Planejado para não ser superado, traçado para deixar perdido qualquer vivente que se arrisque a conhece-lo o labirinto engole o rei árabe. Massacrado pelas paredes, corredores, pela lógica pertubadora do rei de Babilônia, o Outro árabe ora para Alá (seja sempre louvado!) e uma porta impossível se abre.

Atonito e violentado o rei árabe volta para casa sem reclamar mas pontuando que em sua terra havia um labirinto melhor. Reúne suas tropas e cai sobre a Babilônia com fúria destruidora.
Cuida que o rei babilônico seja feito prisioneiro.

Leva-o numa viagem sem explicação até o meio incerto de um deserto incerto. Larga o rei Outro num monte de areia aleatório: nem paredes, nem corredores. Só um espaço aberto.
O rei árabe vai embora abandonando o Outro com o desafio: eis meu labirinto! nem paredes nem muros. Entenda-o! Vença-o! E é o fim.

Lembrei desta historia de Jorge Luis Borges quando acompanhava as noticias da aula do Papa Bento XVI na Alemanha e seus comentarios sobre antigos textos, racionalidades modernas e religiões violentas. O prof. Ratzinger tem orgulho de seu labirinto!

Conhece sua estrutura lógica e se maravilha com a exatidão da obra: feita ao longo dos séculos a obra civilizatória ocidental e crista é um perfeito labirinto que humilha e confunde os de fora!

Esta simultaneidade entre o modelo racional ocidental e a cristandade se expande para a racionalidade do modelo econômico hegemônico - o capitalismo - e para um modelo político particular: a democracia representativa formal. Fora desse labirinto não há racionalidade.

O papa Ratzinger expressa bem o sentimento e a auto-imagem de uma Europa centrifugada pelo império do capital e amedrontada pela chegada massiva de novos "bárbaros" em suas portas. A Europa se move a procura de um centro e a cristandade se apressa a oferecer o labirinto originário como identidade e pretensão de superioridade. O Um e o Primeiro.

Confundidos e humilhados os Outros descobrem na prece e na religião a saída. Saem fortalecidos e resolvidos: também têm um labirinto para apresentar... mas para que seja conhecido sera preciso mover o centro e arrastar - mesmo pela força! - para uma outra lógica, um outro constructo civilizatório. O Um e o Primeiro do Outro: a racionalidade do deserto! A justaposição de labirintos nos leva para a guerra. Olho por olho deixa o mundo cego!

Enquanto os senhores de labirintos se afirmam, quem não tem medo de viver sem ser único e primeiro acolhe o desafio cada dia mais necessário e urgente de ser ecumênico. O ecumenismo não será a ante-sala dos labirintos e seus medos, mas o exercicio pleno de que toda "confusão e maravilha" pertencem a Deus: não aos homens! é tarefa ecumênica não deixar que nenhum rei coloque a experiência de vida comum num labirinto de escolhas ruins e desejos de dominação.

Para os-as cristãos e cristãs ecumênicos fica a tarefa de não deixar que a memória libertadora de Jesus participe - de novo! - de qualquer tentativa de consolidação de um projeto "global" civilizatório arrogante e opressor.

Nancy Cardoso Pereira
Coordenação Nacional Comissão Pastoral da Terra
051 9865 6055

OS DOIS REIS E OS DOIS LABIRINTOS
Jorge Luís Borges (1899-1986)

Contam os homens dignos de fé (porém Alá sabe mais) que nos primeiros dias houve um rei das ilhas da Babilónia que reuniu os seus arquitectos e magos e lhes mandou construir um labirinto tão complexo e subtil que os varões mais prudentes não se aventuravam a entrar nele, e os que nele entravam se perdiam. Essa obra era um escândalo, pois a confusão e a maravilha são atitudes próprias de Deus e não dos homens. Com o correr do tempo, chegou à corte um rei dos Árabes, e o rei da Babilónia (para zombar da simplicidade do seu hóspede) fez com que ele penetrasse no labirinto, onde vagueou humilhado e confuso até ao fim da tarde. Implorou então o socorro divino e encontrou a saída. Os seus lábios não pronunciaram queixa alguma, mas disse ao rei da Babilónia que tinha na Arábia um labirinto melhor e que, se Deus quisesse, lho daria a conhecer algum dia. Depois regressou à Arábia, juntou os seus capitães e alcaides e arrasou os reinos da Babilónia com tão venturosa fortuna que derrubou os seus castelos, dizimou os seus homens e fez cativo o próprio rei. Amarrou-o sobre um camelo veloz e levou-o para o deserto. Cavalgaram três dias, e disse-lhe: «Oh, rei do tempo e substância e símbolo do século, na Babilónia quiseste-me perder num labirinto de bronze com muitas escadas, portas e muros; agora o Poderoso achou por bem que eu te mostre o meu, onde não há escadas a subir, nem portas a forçar, nem cansativas galerias a percorrer, nem muros que te impeçam os passos.»Depois, desatou-lhe as cordas e abandonou-o no meio do deserto, onde morreu de fome e de sede. A glória esteja com Aquele que não morre.

Fonte: A poesia dos calendários

É preciso resgatar o “sagrado” do poder político público

Por: Maria Newnum

É compreensível que haja mais gente para criticar que ajudar numa administração pública. Além disso, nós humanos, comumente vemos a crítica como oportunidade para ferrar o outro. Há quem seja contra essa postura. A crítica e até denúncias podem e deveriam ser feitas pedagogicamente, sem ataques pessoais. O desafio da civilização pós-moderna é chegar à justiça pelas vias mais racionais e humanas possíveis. Demonizar indivíduos não leva a outro lugar, senão ao extremismo, guerras e oportunismos políticos, fechando diálogos e possíveis de resoluções dos problemas.

No contexto da política, fechada as urnas eleitorais, deveria findar as brigas partidárias e iniciar-se os trabalhos suprapartidários, ou seja, a política no sentido estrito do termo; visando a polis, o bem comum dos cidadão e cidadãs da cidade. É uma pena que eleitores não percebam, porque é nesse período que se distinguem os verdadeiros políticos dos carreiristas.

Políticos comprometidos com o bem da polis, não se engalfinham quando perdem ou ganham as eleições; eles unem esforços, somam experiências técnicas e políticas para melhor atender a população e só se separam próximo ao novo período eleitoral.

Resta a pergunta: Há políticos genuínos nas cidades, no Brasil e no mundo?

Veja um exemplo de como as coisas funcionariam na prática. No Brasil a Campanha da Fraternidade promovida pela Igreja Católica para o ano de 2006 é voltada para inclusão de pessoas com deficiência. Em Maringá o prefeito participou da caminhada da inclusão promovida pela Igreja Católica e entidades. Prometeu diante do Arcebispo, padres, pastores e pessoas com deficiência que as calçadas iriam receber rampas. A promessa foi modesta, mas cumprida; porém de forma ineficiente. Há lugares que existem rampas de um lado e do outro não. Fora buracos e demais empecilhos limitadores da locomoção dessas pessoas.

Recentemente um rapaz cego, foi parar no hospital após chocar-se numa árvore. Maringá como outras cidades do Brasil não contemplam as pessoas com deficiência. Vi ônibus urbano acelerando enquanto um cadeirante, cruzava às pressas, a faixa para pedestre. Isso é desumano. Vi outros descendo de calçadas sem rampas. Deprimente. Várias vezes assisti pessoas cegas, confusas, nos cruzamentos das ruas. Constrangedor.

Mas, como o prefeito que provavelmente só anda de carro, poderá perceber que não executaram eficientemente uma responsabilidade delegada a quem compete no funcionalismo público, pago com os recursos do povo?

Descobri uma contribuição didática: Vou arrumar uma cadeira de rodas e convidá-lo para uma voltinha pela cidade. Será uma oportunidade para sair da rotina, interagir com a cidade, trocar algumas palavras com o povo e perceber a ineficiência dos que competem cuidar das vias públicas. É bom lembrar, a administração pública é responsabilidade de todos que são pagos para isso. Roubam do povo, todos que recebem e não realizam o trabalho com máxima eficiência e deveriam ser demitidos, por justa causa. Funcionários públicos não sãos patrões, são funcionários do povo.

Será que o prefeito vai aceitar meu convite? Não sei. Mas será uma oportunidade de refletir que o verdadeiro político não é aquele que vê “o poder” na força e prestigio de um cargo, mas no poder de se colocar no lugar do outro e transformar realidades desumanas, geradas inclusive, pelo trabalho ineficiente de funcionários públicos comandados por ele.

Quem sabe um dia, ao olhar-se no espelho de sua casa antes de sair para o gabinete, poderá ver em seu rosto a grandeza desse “poder”; o qual adversário político algum poderá lhe tirar. Correrá o risco de compreender que esse é um poder “sagrado”.

No Brasil e no mundo a compreensão sobre o poder dos cargos públicos e políticos é vergonhosamente equivocada. Talvez o resgate humanitário e até espiritual dos cargos, possa ser o único apelo que reste como “esperança” de mudanças. Dependendo do prefeito de minha cidade, nossa próxima voltinha será num hospital público. Tente isso em sua cidade, quiçá em seu país, convidando seu presidente para uma voltinha aos lugares em que os políticos só vão, na época de pedir votos.

___________
Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática, vice-presidente do Movimento Ecumênico de Maringá

Doutrina não é letra fria nem letra morta: pode abençoar ou ferir pessoas

Por: Ronan Boechat

Doutrinas podem ser fiéis ou infiéis à Palavra de Deus. Se forem infiéis à Boa Nova de vida abundante trazida pelo Salvador Jesus, elas podem ferir pessoas, complicar relacionamentos e estragar a vida.

Há doutrinas, por exemplo, que discriminam as mulheres e crianças, como até pouco tempo havia doutrinas que discriminavam os negros, os índios, os portadores de algum tipo de deficiência.

Se fingirmos, por exemplo, que Ef 5:21 não existe ou que não determina a sujeição de uns aos outros, podemos cair na tentação de enfatizar apenas a sujeição da mulher ao marido explicitada em Ef 5:22. E quase sempre na pregação a sujeição não é apenas da mulher ao seu marido, mas da mulher aos homens. Isso implica numa pregação equivocada, pois defende uma submissão unilateral da mulher e não a submissão mútua de uns aos outros, “considerando tendo cada um os outros como superiores a si mesmo” (Fp 2:3). Até porque “...somos um só corpo e Cristo e membros uns dos outros” (Rm 12:5) e os membros devem cooperar com igual cuidado, em favor uns dos outros (1Co 12:25). Se por um Paulo diminui o papel e a autoridade da mulher, chamando-a “glória do homem”, por ter sido criada “após o homem” (cf. 1Co 11:7-9), por outro, contraditoriamente, diz que Deus concedeu “muito mais honra àquilo (aos membros do corpo!) que menos tinha” (1Co 12:24) e reconhece que “aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (1Co 6:17) e em Jesus não somos diferentes, porque judeus e gregos, escravos e libertos, homens e mulheres e todos nós somos um em Cristo Jesus (At 2:28) . E mais: no Senhor homem e mulher são interdependentes (1Co 11:11-12) e têm direitos iguais (1Co 7:3-5). Relação dominadora e opressiva é injustiça e os “injustos não herdarão o reino de Deus” (1Co 6:11).

Com certeza está na Bíblia a ordenança da esposa ao esposo (Ef 5:22), mas está lá também a ordenança da submissão de “uns aos outros”, incluindo com certeza a submissão do marido à esposa, das mulheres aos homens, dos homens às mulheres, de uns aos outros. A falta da submissão mútua só pode gerar a maldição da submissão unilateral, visto que a dominação do homem sobre a mulher é fruto da maldição do pecado original (Gn 3:16), e coisa que qualquer estrupício pode fazer. Mas a submissão mútua de um ao outro, é só para quem tem o Espírito Santo de Deus, só no poder de Deus... porque para quem está em Cristo as coisas antigas já passaram e se fazem novas (cf. 1Co 5:16). Diferentemente da compreensão do mundo opressivo e machista, o maior para Jesus e no Reino de Deus não é quem manda, mas o que se faz servo dos demais (Mc 10:45). A relação cristã de marido e mulher tem de ser uma relação de solidariedade e amor, e não uma coisa hierárquica, até porque há um só Senhor (1Co 8:6; Ef 4:5). E isso significa que já fomos libertados por Jesus, e devemos permanecer pois firmes e não nos submetermos a novo jugo de escravidão (Gl 5:1). Aleluia!

Pregar a dominação unilateral de um sobre o outro, além de ferir a mensagem salvadora, libertadora e includente do texto sagrado, é criar relações defeituosas, dolorosas, hierárquicas. Doutrinas desse tipo não são só idéias, mas mexem com a vida das pessoas. O que poderia ser uma relação de iguais que se prostram ao pé do Senhor Jesus passa a ser uma relação de poder onde há exaltação de um e aniquilamento de outro, onde um é amado por causa da sua genitália masculina e o outro é desprestigiado por causa da sua genitália feminina. Mas como uma exterioridade e sexualidade criada por Deus pode ser determinante num maior ou num menor amor de Deus por quem as possui? Não foi o próprio Deus que disse em 1Sm 16:7 que Deus não vê como o homem, pois o homem vê a aparência e Deus vê o coração?

Doutrina não são apenas idéias. Doutrinas forjam comportamentos, valores, visão de mundo... pode facilitar a vida enchendo-a da graça de Deus, ou pode complicar e estragar a vida enchendo-a de valores e exigências que não são de Deus.

Rona Boechat Amorim
Pastor da Igreja Metodista de Vila Isabel

Verso e Voz — 26 de setembro

Então, disse eu: melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre é desprezada, e as suas palavras não são ouvidas. As palavras dos sábios e sábias, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem governa entre tolos. Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, mas um só pecador ou pecadora destrói muitas coisas boas. — Eclesiastes 9.16-18

“Quando líderes cristãos vão ao governo para clamar para mudança estrutural drástica, nós temos mais integridade e poder quando podemos dizer: ‘Nós somos parte de comunidades cristãs que já estão começando a viver o que estamos clamando para você legislar’”. — Ronald J. Sider

www.sojo.net

25 setembro, 2006

Mais que puro cafezinho

Eu me sinto envergonhado por ter de lutar e defender valores, práticas e conceitos que estão na Bíblia, na lei da Igreja Metodista do Brasil e nos demais documentos da Igreja, inclusive o Vida e Missão e as pastorais do Colégio Episcopal. Na verdade eu não me sinto envergonhado por crer, defender e promover esses valores, práticas e conceitos, mas por ser tratado meio como marginal, ET, herege, não espiritual, saudosista, anacrônico... a moda hoje é outra e quem não está na onda... está debaixo do juízo dos demais, da ação policialesca de outros... tem amigos que estão se entindo intimidados e sentindo medo de crer e defender aquilo que é oficial na vida da Igreja. É, os tempos são outros, parece que crer no que eram valores e práticas de Wesley, do metodismo histórico, da identidade metodista da nossa igreja-mãe e que são valores e doutrinas oficiais da Igreja parece coisa subversiva.

No outro café, conseguimos juntar um grupo e amigos. Tivemos a oportunidade de falar de nosso descontentamento e tristeza, e pela graça de Deus, arrancar lá do fundo (e bota fundo nisso!!!) da alma e do coração alguma esperança para nos encontrarmos novamente e reagirmos. É como cantava o saudoso Noite Ilustrada: "Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!"

Assim como o pessoal da III Região está propondo algumas atividades que chamem a atenção da igreja (leigos, em particular!) para a questão não só do ecumenismo, mas da identidade da Igreja), estou levando uma ou duas propostas para avaliarmos nessa manhã do dia 30.

Café de amigos e amigas.
Na Igreja de Vila Isabel.
No sábado, dia 30 de setembro, 9h.
Leve um amigo! Leve uma amiga!
"Um mais um são sempre mais que dois!" (Beto Guedes)


Assim como nossa I Região tem feito os seminários de capacitação distrital, estou propondo fazer (tomando por base a Igreja de Vila Isabel) um encontro de um dia inteiro, das 9h às 16h, e ali termos seminários baseados nos livros "Gênio e Espírito do Metodismo" (que trata de aspectos da identidade do metodismo) e "O Espírito Santo na Herança Wesleyana" (que nos ajudará a refletir sobre o espírito Santo e a verdadeira espiritualidade bíblica e metodista). Seria o "Encontro de Avivamento, Santidade e Responsabilidade Social" , cuja sigla poderá ser AReS, e cujo movimento pode ser o "AReS NOVOS" ou "Novos AReS", baseado no sopro de Deus que dá vida ao barro (húmus = Homem) e aos ossos secos de Ezequiel 37. Bem, temos de crer na visão. Deus pergunta: É possível que esses ossos tornem a viver?? e o profeta responde: "Tu o sabes, Senhor".

Estamos nas mãos de Deus e as mãos de Deus dirigem o nosso destino. E o destino final de Deus para nós é o Reino. Mas enquanto estamos "nas trilhas do mundo a caminho do Reino" (nome de um livro do metodista Júlio de Santana), nosso destino está na poesia de Geraldo Vandré: "Quem sabe faz a hora não espera acontecer". Diferente da teologia de Zeca Pagodinho: "Deixo a vida me levar! Vida leva eu!".

Outra idéia é termos um encontro nacional, tipo aqueles que o Rev. Caio Fábio fazia em Águas de Lindóia, para discutir metodismo e dentro disso, os desafios do ecumenismo dentro de uma igreja onde cresce o anti-ecumenismo. Juntar gente, orar e conversar sobre uma ação e a reação necessárias é necessário. Vamos descobrir, possivelmente, que não somos muitos, mas que podemos ser o "resto de Israel", os que não se curvam diante da estátua de Nabucodonosor (Daniel 3). "Não nos curvaremos!"

O tema do nosso próximo encontro, o Ricardo Lengruber pediu que eu pensasse num tema, pode ser: "Ecumenismo, uma questão de identidade Metodista", "Igreja Metodista: uma instituição que abriu mão do movimento metodista", "Igreja Metodista está abrindo mão do metodismo?, e "Igreja Metodista, de ecumênica a esquizofrênica" (abordando particularmente a falta de identidade, ou as muitas "caras" da igreja, tipo o médico e o monstro".

Nos vemos lá...
Café de amigos e amigas.
Na Igreja de Vila Isabel.
No sábado, dia 30 de setembro, 9h.
Leve um amigo! Leve uma amiga!
"Um mais um são sempre mais que dois!" (Beto Guedes)


Ronan Boechat de Amorim
Pastor da Igreja Metodista de Vila Isabel

OBS: Ninguém precisa deixar de participar se não confirmar antecipadamente a presença, mas se você puder confirmar a sua presença será uma grande gentileza, pois já teremos na mesa uma xícara a mais, para você. Mais uma coisa: não é um encontro subversivo ou contra quem quer que seja. É um encontro de amigos(as) que estão desejosos de integridade e santidade, nos Concílios da Igreja e nas decisões que neles são tomadas. Gente que ama a Igreja Metodista, que não aceita uma igreja sem "Graça", onde os fins nãos justificam os meios, que quer preservar a integridade do Colégio Episcopal e do sacerdócio da Igreja. Em suma quer preservar o melhor jeito de ser cristão: o jeito metodista de servir a Deus.

Café ecumênico na Metodista Igreja Vila Isabel

Café de amigos e amigas.

Na Igreja de Vila Isabel.
No sábado, dia 30 de setembro, 9h.
Leve um amigo! Leve uma amiga!
"Um mais um são sempre mais que dois!" (Beto Guedes)

Pr. Ronan Boechat

Café Metodista e Ecumênico

Amigo e irmão Ronan.

Estou escrevendo para confirmar minha presença no nosso Café. Senti firmeza! Estou falando nosso café. Gostaria de lhe dizer que tenho ficado cada vez mais triste em relação a igreja. Que igreja essa? Igreja que até algum tempo atrás eu tinha orgulho de falar, proferia o nome em voz alta sem medo de estar exagerando ou mesmo cometendo um deslize.
Eu dela falava com a mesma alegria, vontade e entusiasmo que expressei ao escrever nosso café. Hoje me sinto parte desse grupo que se sente discriminado, marginalizado por um número bastante significativo de pessoas que se dizem Metodista.
Gostaria de lhe contar que recentemente, no dia 7 de agosto, participei de uma mesa de debates na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, falando sobre o tema "Como as religiões contribuem para a redução da violência nas comunidades".
Iniciei minha fala perguntando se as religiões contribuem para a diminuição da violência. Após alguns minutos, eu me dei conta (creio que não só eu mas todos) que eu era o único que tinha falado naquela direção. Claro que após essa provocação comecei a falar sobre a tarefa fundamental da religião, em especial a do cristianismo. Já que no debate só havia cristãos. Algo estranho já que o tema falava de religiões e não do cristianismo.
Mas deixa estar! Dando continuidade a minha fala fiz a pergunta qual é a identidade e relevância da fé cristã? No ponto de vista aqui estava o nó. Ou seja, o problema chave da violência e da descaracterização das igrejas brasileiras na construção de sua tarefa e missão junto as comunidades.
Fiz a afirmação de que a Igreja tem por tarefa responder aos questionamentos do ser humano diante dos desafios da vida cotidiana. Falei ainda que o fundamento da fé cristã que a meu ver é o amor. Amor revelado em Jesus. Portanto, ser cristão é crer no poder do amor. No poder redentor da graça divina expressa e testificada na vida de Jesus - no seu caminhar junto ao povo, em seu acolhimento da Adultera, de Zaquel, dos leprosos, de Pedro (“crente temperamental e dono da verdade – sempre tinha respostas prontas”) de Judas(“traidor”), entre tantos outros...
Enfatizei que o momento que estamos vivendo, uma época cheia de preconceitos, separações, menosprezos, formas religiosas absolutistas, marginalizações e segregações; é o tempo propício, para viver o fundamento da fé cristã, é preciso amar, amar a todos - católico romano, mulçumano, judeu, não religioso, a todo ser vivo.
É importante acolher a todos, não é momento de erguer muros de separação, mas sim pontes de encontro, acolhimento, aproximação. A grande ponte é o amor. Martin Luter King dizia que "o amor é definido como um sentimento de grande e profunda afeição e solicitude. Ele dá aos que amam um prazer intenso em cuidar e contemplar o objeto do seu Amor. Ele tem o poder de curar, confortar, fortalecer, conquistar, inspirar e, acima de tudo, de dar a vida. O amor é a única força capaz de transformar um inimigo em amigo".

Diante disso tudo, e voltando a falar sobre o nosso pequeno espaço – nossa ainda amada e querida Igreja Metodista - creio que não ser ecumênico é contribuir para o aumento da violência. Eu penso que foi uma grande violência o ato cometido no último concílio geral, cometeram uma grande violência contra o movimento metodista, contra a origem e fundamento da tradição metodista. Esse ato insano foi fruto do despreparo de um número significativo de bispos, pastores e leigos na condução da igreja nesses últimos 17 anos. Esse ato foi e é uma violência ao mandato de Jesus na oração sacerdotal: "que todos sejam um para que o mundo creia".

Eu penso que ser cristão, sendo um cristão metodista significa seguir os passos de Jesus, ou seja, ser seguimento de Jesus. Ser cristão é amar e partilhar o amor divino com as pessoas, com toda sociedade. Como disse Wesley, todo cristão "é um servo da humanidade".
Nós como cidadãos do Reino e seguidores de Jesus, devemos estar a serviço do amor. Pois Deus é amor. O texto de 1 João 4,18 diz Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.
Eu gostaria de confessar um dos meus pecados, por que creio ter outros, é o pecado da dificuldade que eu tenho de amar algumas pessoas, alguns evangélicos, alguns metodistas.
Eu não me envergonho do Evangelho (nele tenho meditado) mas me envergonho de muitos evangélicos. Tenho em minhas orações pedido perdão a Deus, mas tem sido muito difícil.
Todavia me refugio nas palavras de John Wesley “pois o nosso chamado é para saber que a nossa esperança é sinceridade, não perfeição, não agir bem, mas o melhor possível”

Até lá amigo. Um abraço.

Nelson Marriel

Pastoral Carcerária - 1ª Região Eclesiástica

Nos dias 25 e 26 de outubro, das 19 às 22horas, realizaremos o 7º Encontro Regional da Pastoral Carcerária da Primeira Região Eclesiástica da Igreja Metodista em conjunto com o Curso de Direito do Centro Universitário Metodista Bennett, que são feitos sempre tendo como objetivos centrais “discutir questões referentes à pena de prisão e a execução penal” para uma melhor formação dos membros de nossas Igrejas Locais e do acadêmico de direito nesta área como também “promover e estimular ações no sentido de integrar o apenado ao convívio social” e assim ajudar a “diminuir as altas taxas de reincidência penal em nosso país”.

O encontro se dará no auditório (audiovisual) do Centro Universitário Metodista Bennett tendo os seguintes palestrantes:

Dia 25 de outubro
Dr. CARLOS AUGUSTO BORGES
Juiz titular da Vara de Execuções Penais do Estado do Rio de Janeiro e Presidente do Conselho da Comunidade da Comarca do Rio de Janeiro.
Dr. ALDINEY ZACARIAS PEIXOTO
Promotor de Justiça, Subsecretário de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro e Coordenador do Núcleo de Prática do Centro Universitário Bennett.

Dia 26 de outubro
Dr. ALVARO MAYRINK DA COSTA
Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e Professor Universitário.
Dr. HEITOR PIEDADE JÚNIOR
Membro fundador da Sociedade Brasileira de Vitimologia, Membro da Comissão de Direitos Humanos das OAB-RJ, ex-membro do Conselho nacional de Política Criminal, ex-membro do Conselho Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro.
Mediador do encontro Rev. EDVANDRO MACHADO CAVALCANTE Coordenador da Pastoral Carcerária Metodista na Região, membro do Conselho da Comunidade da Comarca do Rio de Janeiro, Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.

Temos o prazer de convidar todos e todas para esse evento.

Verso e Voz — 25 de setembro

Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos e filhas do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. — Lucas 6.35

"Deus não ama por causa dos méritos, da beleza e da bondade do ser humano, mas ama simplesmente porque é esse o seu mode próprio e íntimo de ser. Ele é Amor gratuito: de graça é sua benevolência para com todos e todas, até para com os ingratos e maus". — Leonardo Boff

24 setembro, 2006

Ecumenismo: o Espírito sopra aonde quer... até em Aracruz

Por: Nancy Cardoso Pereira

Espero que o pastor Adhayr continue firme na sua presença pastoral e ecumenica na defesa firme dos Tupinikin e Guaranis, contra a Grande Empresa no Espirito Santo... é a mesma Aracruz do Concilio Geral.

Espero que a 4a. Reginão Eclesiastica e o Colégio Episcopal estejam acompanhando o caso e apoiando a presença profética da Igreja Metodista neste caso... e muitos outros casos.

O ecumenismo só se alimenta de vida e é a vida que vai colocando as perguntas e as demandas de unidade, radicalidade e presença.

Meu reconhecimento ao trabalho do pastor Adhayr e meu apoio a luta dos Tupinikim e Guaranis. Esta é a nossa luta também no Rio Grande do Sul.

Que Deus derrube do trono os poderosos e levante os fracos! Como cantou Maria no evangelho de Lucas!

Nancy Cardoso Pereira
Coordenação Nacional Comissão Pastoral da Terra
(051) 8124 1096

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Fonte: CIMI
15/09/2006 - 16:32 - Os Tupinikim e os Guarani repudiam postura da Aracruz de negar a identidade destes povos

A Comissão de Caciques e Lideranças Tupinikim e Guarani rebateu hoje, durante uma coletiva concedida à imprensa capixaba, as acusações da Aracruz Celulose de que as comunidades “não são formadas por legítimos índios” e “estariam cometendo atos violentos contra os trabalhadores da empresa”.

A coletiva foi concedida no plenário da Assembléia Legislativa, em Vitória, com presença de cerca de 200 índios, entre idosos e crianças, e foi precedida pela manifestação do pastor da Igreja Metodista Adhayr Cruz, que leu uma carta de repúdio à Aracruz Celulose, que está jogando a opinião pública do Estado contra as comunidades indígenas.

A carta aponta a postura da empresa como racista, ao negar aos Tupinikins sua identidade indígena e também negar que no município de Aracruz existiam aldeias e comunidades indígenas.

O discurso da empresa contradiz, inclusive, a história e os historiadores capixabas que atestam em seus livros não só a presença de índios no litoral do Espírito Santo como a secular presença dos Tupinikins na região.

A Comissão de Caciques anunciou que pedirá apoio ao Departamento Jurídico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) para estudar medidas legais contra as afirmações da empresa de negar a identidade dos Tupinikins.

As comunidades iniciaram no dia 6 passado e continuaram até ontem o corte de eucaliptos como forma de pressionar a Funai e o Ministério da Justiça (MJ) a serem mais ágeis na análise e tramitação do processo de demarcação de 11.009 hectares de terra, hoje ocupados com a monocultura do eucalipto.

O processo estava na Funai e deveria ter sido encaminhado ao MJ no dia 20 de agosto, mas só seguiu na noite da última segunda (11), com três semanas de atraso. O parecer da Funai comprova, mais uma vez, que as áreas do município de Aracruz são território dos povos Tupinikim e Guarani e devem ser demarcadas. Os documentos se referem às áreas de Comboios, Caeiras Velha e Pau Brasil.

O Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos tem agora 30 dias, a contar do dia 11, para assinar a portaria que declara os 11.009 ha como área indígena ou então retornar o processo à Funai pedindo mais informações, o que certamente interessa à Aracruz Celulose.

Pressão

A Comissão de Caciques também repudiou a postura da empresa de articular com seus prestadores de serviço e entidades empresariais do Espírito Santo a publicação de várias notas, nos jornais de maior circulação no Estado, criticando as últimas ações dos índios e dizendo que os mesmos estão coagindo funcionários e desrespeitando a ordem pública.

Desde ontem carros de som estão circulando no centro de Aracruz informando que trabalhadores que prestam serviço para a empresa vão fazer uma manifestação na tarde de hoje, no centro de Aracruz, contra a ação dos índios, “que há muito tempo estão radicalizando contra a empresa com apoio de entidades estranhas e prejudicando os trabalhadores”.

Além disso, a empresa está agendando visitas nas escolas da rede municipal para dar sua versão no processo de demarcação e dizer que os povos Tupinikim não são originários do município.

Carta de repúdio

ARACRUZ CELULOSE PRATICA CRIME HEDIONDO CONTRA ÍNDIOS!

A sociedade civil através das entidades, movimentos e pessoas abaixo-assinadas vem a público manifestar sua indignação com a campanha difamatória e a prática de racismo da Aracruz Celulose S/A contra os povos Tupinikim e Guarani.

A estratégia de defesa adotada por esta multinacional nos últimos meses, quando se vê diante da decisão eminente sobre a devolução das terras indígenas por ela invadidas, tem sido a de negar a existência desses povos tradicionais em território capixaba e de desqualificar e ridicularizar sua identidade indígena. ISTO É RACISMO! RACISMO É CRIME HEDIONDO E INAFIANÇÁVEL!

A posição da Aracruz Celulose demonstra não só desrespeito com a história, com a memória e a cultura do povo capixaba, mas também que esta empresa não tem escrúpulos quando se trata de garantir seus interesses, as custas da miséria e da destruição dos povos tradicionais e do meio ambiente. Campanhas milionárias financiadas por esta empresa vêm escamoteando os impactos gerados pela monocultura de eucalipto no Brasil e expondo os povos tradicionais desta terra a humilhações inomináveis.

Aqueles que conhecem a história do nosso estado não podem ficar de braços cruzados diante da violação da dignidade e dos direitos dos Tupinikim e Guarani. Se por um lado vemos a empresa Aracruz Celulose cooptando sindicatos, financiando políticos, manipulando governos, prestadoras de serviços, ONG’s utilizadas para isentá-la de impostos, além da grande mídia comprometida com os interesses desta, vemos por outro lado os indígenas lutando incansavelmente – há mais de 40 anos – pela retomada de sua terra e da sua liberdade, reduzidas.

Neste momento, o Estado brasileiro, através do Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, tem a oportunidade histórica de corrigir graves erros cometidos até agora, contra os Tupinikim e Guarani no Espírito Santo, efetivando seu direito constitucional demarcando integralmente seu território, já identificado pela FUNAI e reconhecido como tal pelo ex-Ministro Íris Resende, através do despacho ministerial de 06/ 03/ 98.

Apelamos a todas as cidadãs e os cidadãos que se manifestem publicamente contra as práticas racistas da multinacional Aracruz Celulose e seus aliados. De nossa parte tomaremos todas as medidas legais cabíveis contra esse crime hediondo, exigindo que a Constituição da República do Brasil seja respeitada.

NOSSA SOLIDARIEDADE AOS POVOS TUPINIKIM E GUARANI!

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Fonte: CIMI
21/09/2006 - 11:19 - MPF/ES vai instaurar inquérito sobre cartilha da Aracruz Celulose

O Ministério Público Federal (MPF/ES) vai instaurar um inquérito civil público para apurar eventual excesso nas informações da cartilha divulgada pela Aracruz Celulose, que afirma que os índios Tupinikim e Guarani nunca existiram no Estado. O material chama os indígenas de "supostos" índios e foi denunciado por entidades de direitos humanos e pelo Fórum de Entidades Negras do Estado como discriminatória.

A informação sobre o inquérito é do procurador geral da República, André Pimentel, da Procuradoria Federal em São Mateus, norte do Estado. Segundo ele, o inquérito será instaurado em duas semanas, quando o procurador retornará de uma viagem a trabalho.

A denúncia sobre a cartilha chegou ao MPF pelo Fórum de Entidades Negras, dos índios Tupinikim e Guarani e antropólogos e historiadores, que também denunciaram a postura da empresa na Assembléia Legislativa, na última semana.

Segundo eles, a cartilha vem sendo distribuída entre funcionários e até nas escolas da rede pública de ensino do município de Aracruz. A iniciativa foi classificada como racista, discriminatória e hedionda, e gerou uma carta de repúdio assinada por estas entidades e a Igreja Metodista.

Isaías Santana, do Fórum de Entidades Negras do Estado e presidente licenciado do Conselho Estadual de Direitos Humanos, ressaltou que a empresa está, através de seus funcionários, entrando nas escolas e difundindo a mentira de que os índios são baderneiros, invasores de terras e além de tudo, falsos. Ele alertou também sobre o fato da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) e do município, não se manifestarem sobre estas ações.

A denúncia ao MPF também será feita ao Ministério Público Estadual (MPE), como prometeu Isaías. A intenção, segundo ele, é cobrar providências que censurem esse tipo de ação da empresa, impedindo a difamação da comunidade indígena perante toda a sociedade brasileira.Em denúncia feita na Assembléia Legislativa na última sexta-feira(15), o antropólogo Sandro José da Silva, da Universidade Estadual do Espírito Santo (Ufes), também caracterizou a ação da empresa como uma negação ao Estado Brasileiro, lembrando que a presença dos índios no Espírito Santo, assim como a legitimidade de suas terras, são incontestáveis.

As palestras difamatórias em defesa da Aracruz Celulose nas escolas desqualificam a cultura indígena Tupinikim e Guarani no Estado, assim como seus costumes, pintura, músicas e crenças. Além disso, a empresa está passando uma lista de assinaturas contra a demarcação das terras indígenas, como informou os índios.

Segundo a carta da comunidade indígena Tupinikim e Guarani, em resposta às acusações da transnacional, os índios viviam na região do rio Piraquê-Açu, onde em 1556 foi fundada pelo jesuíta Afonso Brás a Aldeia Velha (Santa Cruz). Além disso, há registros da etnia Tupinikim na região de Aracruz nos escritos de André Thevet, Hans Staden, e dos jesuítas José de Anchieta e de Fernão Cardim.

Flávia Bernardes – Século Diário

A propósito do texto do Cléber de Oliveira Paradela

Por: Ana Gloria Prates Gris da Silva
A propósito do texto do Cléber de Oliveira Paradela: “Igreja Metodista - CESE: o que Deus uniu, não separe o homem”

Prezado Cléber, você foi muito feliz no seu texto, do título até as últimas expressões, com o seu testemunho pessoal.

Faço questão de ratificar as suas palavras e o faço com o meu testemunho. Nestes mais de 30 anos de ministério pastoral na Igreja Metodista, tenho sido agraciada pelo Senhor, com bênçãos, além de maravilhosas, importantíssimas e as tenho acolhido como lições de vida e prática cristã-ministerial. Tenho consciência de que o Senhor sempre me tem colocado em situações de aprendizagem. Testemunho aqui algumas dessas situações, nas quais me baseio para afirmar que posso ratificar o seu texto:

1. Tive a grata satisfação de receber a consagração ao ministério pastoral pela imposição das mãos do Bispo Sady Machado da Silva;

2. Pelas mesmas mãos e palavras foi que Artêmio e eu recebemos a bênção sobre o nosso casamento;

3. Pela graça de Deus tive a oportunidade de, no início do meu ministério pastoral, caminhar junto com o mesmo Bispo. Por dois anos fui sua secretária. A partir do seu testemunho de vida e ministério estabeleci padrões para a minha vida e prática pastoral, porque vi nele um servo de Deus, comprometido com o Senhor da Igreja e com a Igreja do Senhor. Foi nesse período que a CESE foi criada, acompanhei o processo de criação;

4. Entre outros tantos “presentes” que recebi do Senhor, está a oportunidade de ter sido pastora em Salvador, na comunidade da Boca do Rio, e ali encontrado pessoas tão especiais, solos tão férteis, onde a semente do evangelho germina e produz o seu fruto “a trinta, a sessenta e a cem por um”.

5. Junto com essa bênção veio a oportunidade de colaborar no trabalho de entidades ecumênicas com sede em Salvador, como é o caso da CESE e do CEADe. Participei, com o pessoal da CESE e demais lideranças cristãs, da criação da Campanha da Primavera, inclusive da elaboração da cartilha e demais documentos da campanha. Sou testemunha da seriedade e do compromisso da CESE com a promoção da vida, da paz e da justiça. Sempre participei (e continuarei participando) das ações e celebrações ecumênicas, tendo plena consciência de estar agindo na linha da vontade de Deus.

Por isso digo que você tem razão “Igreja Metodista – CESE, uma tem a cara da outra”, “o que Deus uniu, não separe o homem”, “quem tem coragem que desfaça essa união e assuma a responsabilidade pelo seu ato”.

O Bispo Sady não estava errado, como também não estão errados, e nem agridem as doutrinas metodistas, os irmãos e irmãs que, ao longo dos 34 anos de vida da CESE, militam juntos buscando uma vida digna para todos. Nem tampouco acho que o rebanho metodista foi reduzido em função disso. Entendo sim que a luta pela unidade, pelo acolhimento e inclusão de todas as pessoas, contra a discriminação e o preconceito é uma luta muito mais árdua do que aquela cuja prática é sectarista, discriminatória, geradora de divisão, mas é a que tem a vitória garantida, por ser a mesma luta de Jesus (João 17, Efésios 2).

Continue firme no seu propósito de permanecer engajado na luta ao lado da CESE e que o Senhor o abençoe.

Pastora Ana Gloria Prates Gris da Silva
Altamira - Pará

CESE - uma Instituição que merece respeito

Por: Cléber de Oliveira Paradela
"Fortalecer organizações da sociedade civil, especialmente as populares, empenhadas nas lutas por transformações políticas, econômicas e sociais que conduzam a estruturas em que prevaleça democracia com justiça."

Essa é a Missão Institucional da Coordenadoria Ecumênica de Serviço - CESE, que, de fato tem sido colocada em prática, o que me leva sentir uma certa perplexidade pelo fato de ter vivido tantos anos na Igreja Metodista desconhecendo ser ela vinculada a uma instituição tão séria e tão impactante quanto esta. Somente ao me transferir para Salvador (BA), há 11 anos atrás, passei a gozar desse privilégio e, de forma voluntária, poder melhor conhecer o seu trabalho e participar de suas celebrações e articulações, principalmente nesse momento tão desmobilizado em que vivemos.

Ao longo de seus 33 anos, a CESE já apoiou mais de 7 mil iniciativas de grupos populares, melhorando as condições de vida e tornando possível a luta por direitos de mais de 6 milhões e 600 mil pessoas em todo o Brasil, ajudando a reconstruir a história desse país de desigualdade. Somente em 2005 foram apoiados 4.141 projetos, beneficiando um total de 270 mil pessoas, com um investimento de R$ 3.945.117,00, sendo 78 % disso em apoio a Programa de Pequenos Projetos.

No ano de 2005 foram aprovados 61 projetos voltados para mulheres das camadas populares, confirmando o compromisso institucional da CESE com a luta pela equidade de gênero. Aliás, esse será o tema de um seminário a ser promovido por ela, no dia 21 de outubro, nas dependências da nossa igreja, em Boca do Rio.

Também em 2005 foram apoiados 39 projetos aos povos indígenas. A Igreja Metodista tem uma boa história de participação em programas nessa área, em parceria com a CESE.

Para formular e acompanhar a execução de políticas públicas eficazes para a promoção humana, a Coordenadoria Ecumênica apóia, na cidade de Fortaleza (CE), uma rede de organizações, qualificando pessoas e movimentos sociais urbanos.

Através do Serviço de Apoio ao Desenvolvimento Institucional – SEDI, também promoveu programas de formação de lideranças metodista para o serviço social, um deles na Sede Nacional, além de outros abertos a outras instituições.

Esses são apenas alguns poucos destaques extraídos do folder “Cidade de Paz – A CESE em 2005” e do site da entidade e, por ser testemunha da veracidade dos mesmos, posso afirmar que a CESE merece o respeito e o carinho de todos os metodistas.

Cléber de Oliveira Paradela
Igreja Metodista em Boca do Rio
Salvador- Bahia