QUAL BATISMO? O "laissez-faire" doutrinário e litúrgico no metodismo brasileiro
Salvador, 10 de janeiro de 2007
Metodistas & Ecumênic@s
Causou-me tristeza a matéria da página 4 do jornal Compartilhar Nº 82 (REMNE), noticiando o 3º Concílio Distrital NE III, pelas fotografias que a ilustram.
Tendo sido criado na Igreja Metodista, e como um filho de um guerreiro pastor desta rica denominação que sempre teve os seus próprios costumes e práticas religiosas próprias, causa-me tristeza ver nossos pastores desprezando todo esse legado, atraídos pelas práticas que não são nossas e que nunca foram valorizadas pela nossa IM, ao longo de sua existência. Refiro-me à foto de um batismo realizado em um rio, bem como à foto de recepção de novos membros.
Seria mais coerente ambas as fotos estarem ilustrando uma matéria que se referisse a um evento da Igreja Assembléia de Deus ou outras igrejas pentecostais que existem por ai. Nunca um evento da Igreja Metodista.
Onde o Reverendo Dílson Soares Dias, Superintendente daquele Distrito buscou inspiração e respaldo, dentro da história e da doutrina metodista, para optar pelo batismo por imersão? Em qual Faculdade de Teologia ele foi orientado a adotar essa prática? Ele ainda batiza crianças ou também “decidiu” não mais fazê-lo?
A matéria fala em “significativo crescimento” quando se refere à recepção de cinco novos membros num povoado e de sete em outro. Esse é o grave problema do neo-metodismo, principalmente na Região do Nordeste onde a Igreja Metodista tornou-se estranha às classes sociais mais críticas e de maior nível sócio-cultural e, no entanto, não adquiriu integralmente a capacidade das outras denominações pentecostais, que passou a ter como referência, qual seja, a de arrebanhar massas para o seus templos. Em função disso vemos igrejas pobres de programações, pobres de práticas, pobres e dependentes financeiramente.
Aqueles que nunca tiveram nada a ver conosco, hoje são os ídolos de nossos pastores, que, no entanto, não têm a capacidade de imitá-los em seus resultados.
Fica o protesto de um metodista que teima em não desprezar as preciosidades que lhe foram legadas ao longo de décadas, e que ainda sonha em ter de volta a Igreja na qual foi criado e que aprendeu a amar.
Atenciosamente
Cléber de Oliveira Paradela
Igreja METODISTA em Boca do Rio