27 outubro, 2007

Verso e Voz - 27 de outubro

Poderá alguém condená-los? Foi Cristo quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. Ele pede a Deus em nosso favor. - Romanos 8.34 (BLH)

A religião deveria promover o senso de segurança e confiança. Muitas vezes ela é usada como instrumento de ameaça e terror. É vital ser consciente de que a religião não deve ser instrumento de condenação, terrorismo espiritual ou de manipulação. Nem tudo que se faz invocando o nome de Deus é válido. Jesus é a manifestação viva do amor e da misericórdia de Deus! Agir de outra maneira é agir contra Deus e a própria vida. - Derrel Santee

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26 outubro, 2007

Tradição e Modernidade


O que é a tradição? “A tradição, digamos assim, é a cola que une as ordens sociais pré-modernas”, afirma Giddens. A tradição envolve, de alguma forma, controle do tempo.“Em outras palavras, a tradição é uma orientação para o passado, de tal forma que o passado tem uma pesada influência ou, mais precisamente, é constituído para ter uma pesada influência para o presente”. (1997, p. 80)

A Tradição integra e monitora a ação à organização tempo-espacial da comunidade (ela é parte do passado, presente e futuro; é um elemento intrínseco e inseparável da comunidade). Ela está vinculada à compreensão do mundo fundada na superstição, religião e nos costumes; pressupõe uma atitude de resignação diante do destino, o qual, em última instância, não depende da intervenção humana, do “fazer a história”. Dessa forma, conhecer é ter habilidade para produzir algo, está ligado à técnica e à reprodução das condições do viver. A ordem social sedimentada na tradição expressa a valorização da cultura oral, do passado e dos símbolos enquanto fatores que perpetuam a experiência das gerações.

Por outro lado, a tradição também se vincula ao futuro. Mas este não é concebido como algo distante e separado, mas como uma espécie de linha contínua que envolve o passado e o presente. É tradição que persiste, remodelada e reinventada a cada geração. Não há um corte profundo, ruptura ou descontinuidade absolutas entre o ontem, hoje e o amanhã.

A tradição envolve ritual; este constitui um meio prático de preservação. Nas sociedades que integram a tradição, os rituais são mecanismos de preservar a memória coletiva e as verdades inerentes ao tradicional. O ritual reforça a experiência cotidiana e refaz a liga que une a comunidade, mas ele tem uma esfera e linguagem próprias e uma verdade em si, isto é, uma “verdade formular” que não depende das “propriedades referenciais da linguagem”. Pelo contrário, “a linguagem ritual é performativa, e às vezes pode conter palavras ou práticas que os falantes ou os ouvintes mal conseguem compreender. (...) A fala ritual é aquela da qual não faz sentido discordar nem contradizer – e por isso contém um meio poderoso de redução da possibilidade de dissenção”. (p. 83)

A “verdade formular” na qual se funda o ritual necessita de intérprete, o guardião da tradição. O guardião se caracteriza pelo status, isto é, o papel que ocupa na ordem tradicional. Diferentemente do perito, o especialista da ordem social moderna, seu conhecimento se reveste de mistério, se funda na pura crença e tem um sentido místico, ao inacessível ao comum, ao leigo:

“A tradição é impensável sem guardiães, porque estes têm um acesso privilegiado à verdade; a verdade não pode ser demonstrada, salvo na medida em que se manifesta nas interpretações e práticas dos guardiães. O sacerdote, ou xamã, pode reivindicar ser não mais que o porta-voz dos deuses, mas suas ações de facto definem o que as tradições realmente são. As tradições seculares consideram seus guardiães como aquelas pessoas relacionadas ao sagrado; os líderes políticos falam a linguagem da tradição quando reivindicam o mesmo tipo de acesso à verdade formular”. (p. 100)

A interpretação monopolizada pelo guardião constitui uma verdade acessível apenas aos iniciados, isto é, aos que aceitam a verdade revelada pelo guardião e, conseqüentemente, o status deste. A tradição é intrinsecamente excludente: apenas os iniciados, os admitidos, podem participar e compartilhar da sua verdade, do ritual. A discriminação do não-iniciado, o “outro”, é fundamental para fortalecer o status do guardião e do ritual em si: apenas os iniciados têm o direito de compartilharem a sua verdade. O “outro” está fora, a verdade formular lhe é interdita. A identidade do “eu” vincula-se ao envolvimento com o ritual e, portanto, diferenciação em relação ao “outro”.

Nas condições da modernidade, o ritual é reinventado e reformulado. O mesmo ocorre com o guardião, substituído pelo especialista, o perito. A modernidade reincorpora a tradição, reinventa-a, e, neste sentido, também expressa continuidade. Não por acaso, ideologias modernas também se alimentam da tradição. Irmãos e irmãs, companheiros e camaradas de seitas políticas e religiosas, vinculados às mesmas origens, disputam o espólio e quem representa a continuidade da tradição.
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Referência Bibliográfica

BECK, Ulrich, GIDDENS, Anthony e LASH, Scott. Modernidade reflexiva: trabalho e estética na ordem social moderna. São Paulo: Unesp, 1997.

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Verso e Voz - 26 de outubro

Estabelecerei paz na terra; deitar-vos-eis, e não haverá quem vos espante; farei cessar os animais nocivos da terra, e pela vossa terra não passará espada. - Levítico 26.6

Quando alguém fala, a pessoa vira seu rosto para olhar na direção de onde a voz vem; mas se a voz vem sem nenhuma direção, se a voz vem de dentro e vem sem palavras, e mais poderosamente ainda por ser sem palavras, então de certo modo a pessoa deixa de olhar para qualquer coisa. Seus olhos ficam cegos, e se alguém fosse passar uma mão na sua frente, a pessoa quase não notaria a mão. Se pode dizer que a pessoa está olhando para qualquer coisa, então provavelmente está olhando, sem realmente ver, algo de nenhuma importância qualquer, como o galho de uma árvore que mexe no vento ou o punho de manga desfiado da sua camisa onde seu braço descansa no batente. - Frederick Buechner, Segredos na Escuridão: Uma Vida em Sermões

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25 outubro, 2007

Verso e Voz - 25 de outubro

O rei justo sustém a terra, mas o amigo de impostos a transtorna. - Provérbios 29.4

Ensinar a Escritura como uma história permite que a história de Deus se torna uma luz que orienta o estudante. Recursos para a fé são providenciados que possam apoiar o desenvolvimento de caráter de uma pessoa. Imagens são apresentadas que podem criar uma construção da identidade cristã que é fiel à igreja. ... Ouvintes são inspirados e encorajados a identificar sua história com a escritura. Os leitores são equipados a se relacionar e se ampliar suas experiências pessoais, levando em conta sua existência social. Aos estudantes é dado o poder de julgar e redefinir o que é significante nas suas vidas. - Joseph V. Crockett, Ensinando a Escritura de uma Perspectiva Africano-americana

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24 outubro, 2007

Verso e Voz - 24 de outubro

Mas agora Deus já mostrou a maneira como aceita as pessoas, e esta aceitação não tem nada a ver com a Lei. A Lei de Moisés e também os profetas dão testemunho disto: Deus aceita as pessoas por meio da fé que elas têm em Jesus Cristo. Ele faz isso a todos os que crêem, pois não há nenhuma diferença entre as pessoas. Mas Deus, pela sua graça e sem exigir nada, os aceita por meio de Cristo Jesus, que os salva. - Romanos 3.21-22, 24 (BLH)

Ter fé em Jesus é muito diferente do que acreditar em Jesus. Ter fé em Jesus é aceitação de Jesus com compromisso, enquanto acreditar é uma aceitação intelectual de dogmas e doutrinas a seu respeito sem compromisso. Acreditar em Jesus é apenas admirá-lo. Ter fé em Jesus é fazer o que Jesus fazia e tomar as suas palavras como modelo para a nossa vida. Acreditar em Jesus é apenas concordar com ele sem deixá-lo dirigir a nossa vida. ]Ter fé em Jesus não nos leva a orientar a vida por um conjunto de regras e leis, boas que sejam, mas adotar uma postura de amor em relação ao próximo e em relação ao meio ambiente. Ter fé em Jesus é deixar que a nossa vida seja orientada pelo amor ao próximo. - Derrel Santee

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23 outubro, 2007

Verso e Voz - alguém quer ajudar?

No dia 31 de outubro vou terminar as postagens de Verso e Voz. Estamos preparando para nossa viagem para os Estados Unidos, onde vamos para três meses. Preciso o tempo antes da viagem para preparar outras coisas. Se alguém se propõem a continuar, sua contribuição seria bem vindo!

Steve Newnum

Anunciada criação de novo organismo das igrejas reformadas

Por Manuel Quintero

GENEBRA, 23 de outubro (ALC) - A Aliança Reformada Mundial (ARM) deu um passo definitivo para a criação de um novo organismo das igrejas reformadas quando seu Comitê Executivo, reunido esta semana em Trinidad e Tobago, aprovou a união desse organismo ao Concílio Ecumênico Reformado (ERC, a sigla em inglês).

http://www.alcnoticias.org/articulo.asp?artCode=6914&lanCode=3

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Verso e Voz - 23 de outubro

Tenho visto os seus caminhos e o sararei; também o guiarei e lhe tornarei a dar consolação, a saber, aos que dele choram. Como fruto dos seus lábios criei a paz, paz para os que estão longe e para os que estão perto, diz o SENHOR, e eu o sararei. Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz. - Isaías 57.18-21

A abordagem de Jesus sempre está fresca, surpreendente, nova, e inesperada. Por conseguinte, sempre provocou uma reação direta. ... Ele quebrou convicções e crenças firmemente formadas. Ele freqüentemente usou a linguagem não religiosa, enquanto evitou a linguagem religiosa dos seus contemporâneos, uma linguagem que tinha sido usado tanto tempo, e tão freqüentemente por tantas pessoas, que ela tinha perdido seu significado quase completamente. Ele continuamente usou exemplos da vida cotidiana para se expressar. - Joseph G. Donders, Orando e Pregando o Evangelho de Domingo

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Ecumenismo brasileiro perde um refencial


BRASIL
Presbiterianos perdem professor e pesquisador

SÃO PAULO, 22 de outubro (ALC) – Vítima de câncer, faleceu no sábado, 20, aos 85 anos de idade, o professor Antônio Gouvêa Mendonça, conhecido nos meios ecumênicos e acadêmicos por seus estudos em Sociologia do Protestantismo e História Social. Ele foi enterrado ontem, em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo.

Natural de Arealva, pequena cidade do interior paulista, filho de família de agricultores, Antônio Gouvêa foi levado pela avó a São Paulo, capital, para iniciar seus estudos. Cursou Filosofia na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, mas, por dificuldades financeiras, transferiu-se para o curso de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP).

Gouvêa concluiu a licenciatura em Filosofia em 1957 e 12 anos depois começou carreira no magistério superior, na Faculdade de Filosofia da Fundação Santo André. Defendeu tese em Ciências Sociais, em 1982, quando tinha 60 anos de idade, sobre os fatores religiosos, sociais e políticos que permitem a inserção do protestantismo na sociedade brasileira.

Por “questões eclesiásticas”, como definiu em entrevista ao professor de História da Igreja, Adailton Maciel Augusto, Gouvêa perdeu o lugar de professor e reitor da Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana Independente (IPI), em 1978, período da ditadura militar.

Foi trabalhar, então, no Instituto Metodista de Ensino Superior, hoje Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo, onde atuou por mais de 20 anos, recebendo o título, que muito o honrava, de professor emérito, em 2002. Depois disso, foi trabalhar no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, onde coordenava o Núcleo de Estudos da Reforma.

Foi um militante do ecumenismo, “o que me causou problemas eclesiásticos que me distanciaram até hoje de minha denominação”, contou na entrevista. Ele foi pastor da IPI, denominação da qual era membro desde a infância, ordenado pelo Presbitério Leste de São Paulo, em agosto de 1965, embora não tivesse formação teológica. Antes de assumir atividades acadêmicas, Gouvêa trabalhou por muitos anos em companhia de seguros.

Ele era casado com Elisa, e o casal teve três filhas e um filho. Autor de livros, o mais conhecido deles é “O celeste porvir: a inserção do Protestantismo no Brasil”, lançado em 1984 pela Paulinas, que teve duas edições esgotadas.

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22 outubro, 2007

Verso e Voz - 22 de outubro

Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. - Efésios 6.13-17

Só existe saber na invenção, reinvenção, busca inquieta, impaciente e permanente que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros, o que se traduz numa busca esperançosa. - Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido

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21 outubro, 2007

Verso e Voz - 21 de outubro

Eu não me envergonho de Evangelho, pois é o poder de Deus para salvar todos os que crêem: primeiro os judeus, e depois os não-judeus. Porque o Evangelho mostra que Deus nos aceita por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: "Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus." - Romanos 1.16-17 (BLH)

Chegamos a existir sem nenhuma participação da nossa parte, mas temos o poder de veto depois de tudo feito. Recebemos a vida sem pedí-la, mas podemos rejeitá-la. Podemos dizer “não” à vida. Este “não” pode ser dito de diversas maneiras. A mais dramática é o suicídio, mas não é a mais comum. A mais comum é rejeitá-la pela negligência, sendo levados pelas correntezas da morte sem reagir em favor da vida. Outra maneira é a de nos aliarmos com as forças da morte. Para continuarmos vivendo é necessário uma confirmação da nossa parte. Esta confirmação nasce dentro de nós, naquilo que chamamos fé. É só querer viver! O meio, o querer da fé, é o mesmo para todos, sejamos judeus ou não-judeus, religiosos ou não-religiosos. Não é questão de religião, a questão é de vida. Pela fé assinamos embaixo o decreto da vida e, assim, ele entra em vigor. Tudo depende de nós! - Derrel Santee

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