09 junho, 2007

Semana teológica mergulha nas experiências de fé de Charles Wesley

SÃO PAULO, 8 de junho (ALC) – A opção preferencial pelos pobres, a oposição à guerra e uma visão ampla da redenção da humanidade já estavam presentes nas letras dos hinos compostos pelo pastor metodista Charles Wesley (1707-1788), irmão do líder metodista John Wesley.

A teologia da eucaristia e da graça também foi uma ênfase na produção musical de Charles Wesley, destacada pela professora Simei Monteiro, musicista e liturgista do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), nas conferências que ela apresentou na 56a. Semana Wesleyana, organizada pela Faculdade de Teologia Metodista (FaTeo), dias 21 a 25 de maio, em Rudge Ramos, São Paulo.

“Mil vozes para cantar”, tema da Semana, lembrou os 300 anos de Charles Wesley. Monteiro falou, e convidou estudantes, professores e assistentes da Semana a cantarem, intercalado à sua fala, das ênfases teológicas que o musicista inglês desenvolveu relacionadas às experiências de fé, daí resultando a opção pelos pobres e uma forte oposição à guerra do compositor metodista.

Outro conferencista da Semana foi o bispo emérito da Igreja Metodista e professor da FaTeo, Paulo Ayres Mattos, que destacou a teologia desenvolvida nas composições de Charles Wesley focadas no Evangelho de João.

Ayres relacionou essa perspectiva teológica aos desafios presentes nas igrejas hoje e sua interpretação da ação do Espírito Santo, que tem causado muitas divisões, controvérsias e crises doutrinárias.

O pastor presbiteriano e professor Carlos Alberto Rodrigues Alves apresentou um panorama da música no Brasil, as características relacionadas à cultura popular e o desafio que ele percebe para as igrejas hoje.

Logo após a abertura da Semana com um culto, na segunda-feira, 21, foi realizado o painel “Música na Igreja hoje”, integrado pelo musicista da Universidade de Brasília, Davi Junker, pelo musicista e liturgista do Christian Theological Seminary dos Estados Unidos, Tércio Junker, e pela jornalista e professora da FaTeo, Magali do Nascimento Cunha.

O bispo presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista, João Carlos Lopes, saudou os participantes da Semana Wesleyana e integrou o lançamento do CD “Charles Wesley, o poeta cristão”, que tem a participação do coral do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

A Editora da Universidade, Editeo, lançou dois livros na Semana: “Wesley e o mundo atual”, de Theodore W. Jennings, e “Pluralismo e a missão da Igreja na atualidade”, de Inderjit Bhogal.

O vice-reitor da Universidade Metodista de São Paulo, professor Clóvis Pinto de Castro, ressaltou a força das Semanas Wesleyanas para a Universidade e para a Igreja Metodista. O reitor da Faculdade de Teologia, professor Rui Josgrilberg, enfatizou: “Precisamos acrescentar Charles Wesley em nossas igrejas”.

O professor David Junker comentou a proposta da Igreja Metodista de criação de um Departamento Nacional de Música. Os passos iniciais para essa criação foram dados na Semana com a primeira reunião do grupo nomeado pelo Colégio Episcopal.

A Semana Wesleyana fechou com o painel sobre “Desafios e possibilidades para o trabalho com a música nas igrejas hoje”, seguida de culto.
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Poupança Plano Verão

POUPANÇA: AÇÃO AGORA É CONTRA PLANO VERÃO
Luciana Gondim para o Jornal do Brasil – 5 de junho de 2007

Os donos de caderneta de poupança, depois do Plano Bresser, já podem voltar à Justiça para cobrar também as perdas de outro programa de estabilização econômica. Desta vez os beneficiários são aqueles que tinham caderneta de poupança com data de aniversário na primeira quinzena de janeiro de 1989, época do Plano Verão. Os poupadores que têm direito à reposição devem solicitar já os extratos do período aos bancos para evitar atropelos. Isso porque o prazo para ajuizar ações pelas perdas de 20,46% na poupança termina em dezembro deste ano. As associações de defesa do consumidor recomendam aos poupadores a entrarem o quanto antes com as ações judiciais.

-O percentual a ser resgatado pelo Plano Verão é bem maior que o do Plano Bresser, de 8,08% - compara a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Mariana Alves.
Por isso, o melhor é não perder tempo e solicitar ao banco os extratos de janeiro e fevereiro de 1989. O de janeiro é para provar ao juiz que havia saldo na conta, e o de fevereiro para comprovar o uso equivocado do indexador.

Mariana Alves esclarece que a Lei 7.730, de 16 de janeiro de 1989, alterou as regras então vigentes para as cadernetas de poupança, e, portanto, as novas determinações não deveriam ser aplicadas às poupanças abertas ou renovadas até 15 de janeiro.

-O problema é que os bancos conferiram efeito retroativo e deixaram de remunerar as poupanças com aniversário nos primeiros 15 dias de 1989 pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que foi de 42,72%. Em vez de aplicarem este percentual, os bancos corrigiram a poupança em apenas 22,35%, utilizando a variação das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs). Por isso, os poupadores têm direito a recuperar a perda de 20,46%.

A coordenadora institucional da associação Pro Teste, Maria Inês dolci, orienta que a solicitação nos bancos seja feita em carta protocolada em duas vias. -As instituições bancárias demoraram muito para entregar aos consumidores os extratos referentes a 1987, para restituição das perdas do Plano Bresser – diz.

-Para os bancos não argumentarem que a solicitação foi feita em cima da hora, o ideal é pedir a documentação o quanto antes, inclusive para ter tempo de apresentar queixa ao Banco Central, caso o banco não atenda à solicitação.

A Justiça Federal do Rio já começou o atendimento aos poupadores lesados pelo Plano Verão.

Para entrar com a ação é preciso os extratos da caderneta de poupança referentes a janeiro e fevereiro de 1989, identidade, CPF e comprovante de residência.

Além de advogados, instituições como o Idec, Pro Teste e Anacont estão reunindo investidores para ingressarem com ações civis públicas contra as perdas do Plano Verão.

CALCULE O VALOR A RECEBER
1- Deve-se multiplicar o saldo da poupança em janeiro de 1989 por 0,2046.
2 -Multiplica-se o resultado por 13,265 que é o índice de correção monetária até maio de 2007.
3 – Multiplica-se o novo resultado por 2,335 que é o índice para aplicação do juros de mora de fevereiro de 1989 a maio de 2007.
OBS: não é necessário fazer correções pela mudanças de moeda. Elas já estão incluídas nos índices.
Inormes - de Airton Campos

Importante para pastores/as

Correção da poupança – plano verão

No dia 7 de maio e depois no dia 29 enviei mensagens alertando para as correções das poupanças em geral e especialmente para os depósitos de pecúlio dos pastores que foram espoliados pelo Plano Bresser e cujo prazo para reclamação judicial terminou no dia 31 de maio.

Quem perdeu o prazo para reposição das perdas nas cadernetas de poupança provocadas pelo Plano Bresser, de junho de 1987, ainda poderá ser beneficiado por uma ação civil pública ou por uma decisão do governo federal.

Como muitos poupadores não recorreram, poderão ser beneficiados por uma das duas decisões. No caso do Governo, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional analisa a questão para definir se seria o caso de editar uma súmula favorecendo a todos os poupadores, a exemplo do que ocorreu com os expurgos do FGTS.

Porém, no caso das perdas das cadernetas não ocorre o mesmo, uma vez que se trata de uma relação da qual o governo não participa. Desta maneira, não se sabe se o governo vai mesmo editar uma súmula em favor de todos os poupadores que tiveram perdas em 1987.

Quanto à ação civil pública, seria necessário que tivesse abrangência nacional para que todos venham a ser beneficiados.

Os poupadores do Estado do Rio que perderam o prazo já estão respirando mais aliviados: a Defensoria Pública da União conseguiu uma liminar que impede os bancos de destruírem os extratos das cadernetas de poupança da época. A decisão favorece a todos os que têm direito à indenização no Estado. Também o Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor ajuizou uma ação civil pública e pode ser procurado para orientar os que não tiveram oportunidade de ajuizarem o pedido de correção.

Agora surge uma nova oportunidade de reaver outra correção nas cadernetas de poupança veja a notícia em anexo e mãos a obra.

Airton Campos

Mandiocas, Samambaias e fruteiras de Luiz Carlos Ramos chegou a Maringá e Marialva





Nós sempre recebemos com alegria os convites para sermões. A comunidade de Maringá e região sabem de nossa partilha na vida; que inclui a partilha no púlpito. É sempre revigorante receber o carinho das comunidades ecumênicas e até mesmo das não oficialmente ecumênicas que nos convidam, como casal e irmãos em Cristo para o púlpito.

Os convites e acolhida carinhosa das diversas comunidades testemunham algo de nós como pessoas e cristãos e nos desafiam a testemunhar delas também. Entre elas, as Paróquias católicas dirigidas por padres queridos como Padre Júlio Antônio da Silva, Padre Nelson Maia, entre outro e mais a catedral de Maringá representada pelo Arcebispo da Arquidiocese Dom Anuar Battisti. Todos, amigos generosos que abrem o coração e cedem o “sagrado” púlpito para nós; sem discriminação de gênero e religião. Há tempos devemos esse testemunho de amor cristão recebido por nós, um casal metodista que se sente profundamente amado pela comunidade religiosa de Maringá e Região.

Abaixo segue fotos do dia 3 de Junho. Primeiro na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no culto da manhã, que por estar sem pastor titular, nos colocamos como colaboradores fraternos quando e sempre que precisarem.
E no culto da noite na Igreja Presbiteriana do Brasil em Marialva, presidida pelo pastor presidente André Jorge Catalan.

Em ambos cultos, avisamos que pregaríamos o sermão adaptado: “Mandiocas, samambaias e fruteiras: Reflexões pastorais sobre “A figueira sem frutos”(Marcos 11.12-20) ” do pastor amigo metodista e professor da Universidade Metodista de Teologia, Luiz Carlos Ramos. Um excelente sermão não deve ficar escondido. “Mandiocas, samambaias e fruteiras” brilhantemente construído por Luiz Carlos Ramos, deixou um sabor doce na boca e na memória dessas duas comunidades que provaram as frutas da fruteira; uma gamela de madeira que saiu de nossa cozinha. Admoestação com graça e esperança marcaram o sermão.

Gostoso foi ouvir de ambas as comunidades: “Esse sermão ficará em nossa memória”.

Somos gratos ao nosso amigo Luiz Carlos Ramos, pelo lindo sermão que tomamos por empréstimo nesse domingo e as comunidades que nos acolhem com generosidade durante anos.

Maria e Robert Stephen Newnum – Metodistas e integrantes do Movimento Ecumênico de Maringá - http://www.grupos.com.br/group/mecum

Verso e Voz - 09 de junho

Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? - Lucas 6.46

Não podemos simplesmente rezar a Ti, Ó Deus, para terminar a guerra:
Porque sabemos que Tu fizeste o mundo de um certo modo
Que temos que achar nosso próprio caminho de paz
Dentro de nós mesmos e com nosso vizinho.
Não podemos simplesmente rezar a Ti, Ó Deus, para arraigar o preconceito:
Porque Tu já nos deu olhos
Com que podemos ver o bem em todas as pessoas
Se só os usássemos justamente. - Rabino Jack Riemer, extraída de uma oração intitulada “Ação Social” em Living God's Justice: Reflections and Prayers (A Justiça de Deus Vivo: Reflexões e Orações)

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08 junho, 2007

Lá e Cá - Congresso saúda aniversário da Igreja Metodista

Por Víctor Liza Jaramillo

LIMA, 8 de junho (ALC) - O Congresso da República do Peru felicitou a Igreja Metodista pelos 130 anos da sua primeira atividade missionária no país.

A moção de saudação foi proposta pela congressista María Sumire, militante do Partido Nacionalista Peruano (PNP), e membro da Igreja Metodista. Depois, foi aprovada pelo pleno do Congresso, durante o debate da quinta-feira.

A Igreja Metodista também recebeu felicitações, a título pessoal, do presidente da Comissão de Educação e Cultura do Poder Legislativo, o parlamentar Rafael Vásquez Rodríguez, do PNP. Saudaram-na, ainda, a congressista Alda Laço de Hornung, evangélica, e o representante do partido Restauração Nacional (RN), de orientação evangélica.
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Verso e Voz - 08 de junho

Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. - Romanos 8.20-22

É impossível comungar com Jesus dentro do mundo natural se você estiver perpetuando danos à natureza. Fazendo lixo da criação enquanto adora o Criador é sacrilégio. - Leonard Sweet, The Jesus Prescription for a Healthy Life (A Receita de Jesus para uma Vida Saudável)

07 junho, 2007

Keila Magalhães saiu da UTI

Informações do dia 05 de junho :
A professora Adriana Oliveira, reitora do IPA, visitou a Keila na manhã desta terça e informa que ela já se encontra no quarto. Elas conversaram e Keila disse que está se sentindo bem melhor. A expectativa agora é que ela possa ir para casa o mais breve possível. Continuemos orando pela saúde da Keila e em agradecimento pelas boas notícias!
Fonte - Site Sede Nacional

Verso e Voz - 07 de junho

Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades. - Mateus 19.21-22

Eu tenho a imensa alegria de ser [humano], um membro de uma raça na qual Deus ficou encarnado. Como se as tristezas e estupidezes da condição humana poderiam me subjugar, agora percebo o que todos nós somos. E se somente todo o mundo pudesse perceber isto! Mas não pode ser explicado. Não há nenhum modo de dizer às pessoas que todos elas estão andando brilhando como o sol. - Thomas Merton, Conjectures of a Guilty Bystander (Conjeturas de um Espectador Culpado)

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06 junho, 2007

Verso e Voz - 06 de junho

Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles. Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. - Lucas 6.31-38

Talvez o resultado mais valioso de toda a educação é a habilidade de fazer a coisa que tem que fazer quando deveria ser feito, gostando ou não; é a primeira lição que deveria ser aprendida. ... e provavelmente a última aprendida. - Thomas Huxley (parafraseado e encurtado)

05 junho, 2007

Igrejas cristocêntrica ou pastorcêntrica?

Por Francisco Rodés
O ministério pastoral e o sacerdócio universal
Na Igreja de Cristo, pastores e pastoras são chamados(as) a servir; os leigos e as leigas, a empregarem seus dons no exercício de ministérios. É a união de todas as pessoas, nas diversas funções, que fortalece o corpo da Igreja. A Reforma de Lutero não apenas nos lembra que podemos chegar a Deus sem intermediários, como, também, que todas as pessoas fazem parte da missão. Este é um grande privilégio e, também, uma grande responsabilidade.Dos(as) clérigos(as), espera-se que liderem com humildade e altruísmo e dos leigos(as), que assumam o compromisso com a obra do Senhor. E que cada um seja o suporte do outro, em amor (Ef.4.2).É o que nos diz o Rev. Francisco Rodés, pastor da Fraternidade das Igrejas Batistas de Cuba, em artigo publicado na revista Signos de Vida, do Conselho Latinoamericano de Igrejas, CLAI (nº 41), que reproduzimos parcialmente a seguir.

Durante a Idade Média havia se solidificado a separação: de um lado o religioso, dedicado ao culto e à oração; de outro, o secular, ocupado nas tarefas mundanas. A esta separação correspondia uma teologia que fazia distinção entre o material e o espiritual. Enquanto uns estavam num nível inferior --- dedicados a questões temporais e imperfeitas; outros, num nível superior, na esfera das coisas eternas e santas. Daí se conclui que essa diferenciação fazia a uns dependentes dos outros no que diz respeito ao acesso aos símbolos religiosos. Uns eram clientes dos serviços religiosos, outros eram provedores, administradores exclusivos dos favores divinos. Aí está a raiz do grande poder da Igreja na Idade Média, poder que chegou a influir em todas as esferas da vida política e cultural de forma determinante.

Lutero deu um passo decisivo ao deixar a Ordem dos Agostinianos, ao se casar com Catarina e renunciar à sua condição clerical e, mais tarde, ao negar os sacramentos à exceção do batismo e a comunhão. Já não temos outro mediador além de Jesus Cristo para estabelecer nosso relacionamento com Deus, afirmava Lutero. Portanto, não necessitamos de sacerdotes. Outro dos grandes líderes da Reforma, Calvino (que era leigo) elaborou com mais contundência teológica a doutrina do sacerdócio acessível a todos os crentes, sem distinção, fazendo com que as atividades manuais, como a de um simples sapateiro, possam se converter em um serviço a Deus. É o que ele chamou de “santificação da vida cotidiana”. Desde então, todos os evangélicos repetimos com certo orgulho este princípio protestante do sacerdócio universal de todos os crentes.
Ressurge o clericalismo protestante
Contudo, uma coisa é o que expressa a doutrina e outra o que se experimenta na vida real. Na verdade, o clericalismo não morreu: sobreviveu sobre outras bases. Abriu-se uma nova fonte de serviços à religiosidade, a dos dispensadores da doutrina correta, a dos que manejam a arte de pregar a Bíblia e animar a fé. O conhecimento da Bíblia requeria dedicação, estudos em seminários e universidades. O ministro protestante recupera muito da auréola de santidade do antigo sacerdote; sua autoridade se estabelece nas novas estruturas das igrejas, que são controladas pelos novos clérigos, e o sacerdócio universal dos crentes converte-se em outra página borrada do ideário protestante.

Naturalmente não há nada contra o profissionalismo. Afinal, todo o desenvolvimento nos campos da cultura e do saber ocorre como resultado da consagração, em áreas específicas, de pessoas com vocação. A Igreja necessita de profissionais, de músicos, de teólogos, de professores e pregadores, e damos graças a Deus por essas pessoas. O problema consiste no exercício do poder na igreja, quando por conhecer um pouco mais de teologia ou ter mais habilidade para falar em público, exercemos estes dons não para servir, mas para erigirmos uma autoridade controladora sobre os demais. Assim surgem as igrejas pastorcêntricas.
Que são as igrejas pastorcêntricas?
São as igrejas nas quais as decisões emanam da autoridade do pastor. Os membros acostumaram-se tanto a que a voz de Deus seja ouvida apenas do púlpito, que lhes parece um sacrilégio diferir das idéias de seu pastor ou pastora. Seria como uma deslealdade, um pecado grave não estar de acordo com ele ou ela. Em muitos casos, o(a) pastor(a) que se vê a si mesmo(a) como revestido(a) de uma unção exclusiva, sente-se tão afagado pelo aplauso da congregação, que se desenvolvem imperceptivelmente ostraços de egocentrismo que conduzem ao autoritarismo. Estes são os resquícios da antiga separação entre clérigos e leigos, alimentados pela própria tradição da Igreja. Isto o escreve quem tem sido pastor por mais de quarenta anos, pelo que o faço sem vontade de denegrir um chamamento que reconheço como divino e uma vocação que viverei até o último dia da minha vida.

Não é estranho, então, que a linguagem mais espiritual, a voz mais carregada de bendição converta-se em disfarçada manipulação aos demais para impor critérios próprios. E tudo ocorre em uma atmosfera de piedade e devoção. Os pastores(as) assim transformados por este autoritarismo começam a falar de “minha igreja”, “meus membros”, “eu não permito em minha igreja”, “tenho um membro”, como se a igreja fosse de sua propriedade.
O modelo cristocêntrico de Igreja
Isso dista muito do modelo cristocêntrico de Igreja no qual Cristo é o cabeça, a autoridade, e os membros do corpo, todos iguais na importância, contribuem cada um com seu dom para o crescimento de todo o organismo. Paulo nos adverte que “o corpo não é um só membro, mas muitos” (1 Coríntios 12.14). (...)

Um texto em que se baseia uma saudável eclesiologia é Efésios 4.11-12. “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo (...).” Estes diferentes serviços oferecidos pelos pastores(as), evangelistas, etc., aperfeiçoam os “santos”, a igreja toda, para a obra do ministério. Quer dizer, estes dons não são para auto-engrandecimento, mas para ajudar uma igreja conscientee preparada em seu ministério. A Igreja é protagonista principal, o corpo de Cristo, tem uma missão de Deus no mundo.

Por isso é tão importante uma tomada de consciência dos mecanismos psicológicos e inconscientes pelos quais uma pessoa institui para si um poder controlador sobre uma comunidade crente. Porque, então, o sacerdócio universal de todos os crentes não passa de um slogan sem validade prática alguma. Uma igreja na qual a congregação não tem voz própria, que não faz mais que repetir a de seu pastor, e o dizemos com todo o respeito, é uma comunidade pobre, imatura e dependente. O modelo bíblico é o de uma comunidade participativa, rica em aceitação da diversidade de critérios e personalidades e unida pelo espírito de amor e de paz que nos ensinou nosso Mestre, quem, como sabemos não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida pelos perdidos.

Novos modelos participativos
A raiz de tudo o que vimos discutindo tem que ver com a questão prática de como se tomam as decisões na comunidade crente. (...) Todos os membros têm a mesma possibilidade de ser ouvidos, inclusive os mais recentes, os mais jovens, os mais humildes? Penso que o que Jesus fez levando um menino no meio do grupo de discípulos foi nos mostrar um novo modelo de comunidade. Um menino carece de poder, de autoridade, de experiência. Porém, nele também há a sabedoria de Deus e a disposição para aprender que os mistérios de Deus somente Ele pode concedê-los. Uma igreja evangélica na tradição da Reforma deve aprender a por o menino no centro, e a abrir-se ao que Deus fala na comunidade. Este é o verdadeiro sentido do sacerdócio universal de todos os crentes.
Francisco Rodés

Igreja Católica vai buscar os afastados

SÃO PAULO, 4 de junho (ALC) – A Igreja Católica vai ampliar e enfatizar as visitas domiciliares como uma das formas de ir ao encontro dos católicos afastados. A proposta está referendada no documento final da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, encerrada na quinta-feira, 31, em Aparecida do Norte, São Paulo.

O prefeito da Congregação para o Clero, o cardeal brasileiro Cláudio Hummes, disse, em entrevista coletiva antes do término da Conferência, que a Igreja Católica não quer, com aquela iniciativa, entrar em conflito com nenhum grupo.

“A liberdade religiosa é fundamental para nós, mas temos o direito de ir a todos”, esclareceu o bispo, segundo a assessoria de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O documento final da V Conferência, reunida em Aparecida do Norte de 13 a 31 de maio, segue o método ver-julgar-agir. Ele está dividido em três partes, dez capítulos e 570 parágrafos. Nele, os bispos reconhecem “as luzes e sombras que há na vida cristã e na vida eclesial”.

Os bispos reunidos na Conferência assumem o desejo, de acordo com o documento, de iniciar uma nova etapa pastoral, com “forte ardor apostólico e um maior compromisso missionário”. Eles se dispõem a “renovar as comunidades eclesiais e as estruturas paroquiais” no trabalho de transmissão da fé.

Temas como a opção preferencial pelos pobres, comunidades eclesiais de base, Amazônia, são contemplados no documento, que também enumera os rostos dos pobres do continente: desempregados, migrantes, abandonados, enfermos.

“Os destinatários privilegiados da missão são os pobres. A eles devemos ir em primeiro lugar”, explicou o prefeito da Congregação para o Clero. “Ir aos pobres, dar-lhes apoio, ser solidário com eles, isso é política no sentido amplo. A evangelização não pode se separar da promoção humana” ponderou.

Hummes enfatizou que a Igreja Católica quer contribuir, com todas as forças da sociedade, para que a fome, o analfabetismo e demais carências sejam eliminadas.

Na avaliação do arcebispo de Tegucigalpa e membro da Comissão de Redação da Conferência, cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga, o resultado do documento final foi “estupendo”. O tema transversal que atravessa todo o documento, comentou, é a palavra do Evangelho “para que Nele todos tenham vida”.

“Queremos reafirmar nossa opção pelos pobres na prática e não na teoria. E há caminhos para isso”, afirmou o cardeal hondurenho na coletiva de imprensa. Ao todo, 267 pessoas, entre cardeais, bispos, convidados, peritos e observadores, participaram da V Conferência do CELAM.
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Comunidade ecumênica perde Waldo César

RIO DE JANEIRO, 4 de junho (ALC) – Foi sepultado hoje no início da tarde, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, o teólogo, sociólogo, professor, jornalista e escritor Waldo Aranha Lenz Cesar, 84 anos. Ele faleceu ontem, após três anos de luta contra um câncer.

Natural de Resende, no Rio de Janeiro, Waldo César integrava o grupo assessor de Responsabilidade Pública da presidência da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e foi assessor e colaborador da Fundação Luterana de Diaconia (FLD). Ele presidia as ONGs Davida e Crescente Fértil, do Rio.

Waldo César foi um dos fundadores da Editora Paz e Terra e integrou o Núcleo de Pesquisa do Instituto de Estudo da Religião (ISER). Ele coordenou a seção sobre religião das enciclopédias Delta-Larousse e Mirador Internacional.

De 1979 a 1987, foi coordenador da Campanha Mundial contra a Fome – Ação para o Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), para a região América Latina.

Intelectual de formação protestante, Cesar foi bolsista do Instituto Ecumênico, do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), em 1957, para a especialização em ecumenismo e igreja e sociedade. Em parceria com o teólogo presbiteriano Richard Shaull, Waldo foi autor de “Pentecostalismo e futuro das igrejas cristãs – promessas e desafios”.

Nos anos 60 do século passado, Waldo César foi um dos coordenadores da Confederação Evangélica do Brasil (CEB), fundada em 1932 e que reunia a maioria das igrejas dessa família confessional.

A CEB foi a primeira organização ecumênica organizada no Brasil, que programou uma série de três conferências, entre 1956 e 1961, sob o tema “Cristo e o processo revolucionário brasileiro”, para o debate da situação do país, mas a partir do quadro do Nordeste.

Waldo era viúvo, foi casado com a professora Maria Luiza Cesar. O casal teve dois filhos, jornalistas, uma filha, poeta, e um neto.
A cerimônia fúnebre foi presidida pelo pastor Mozart Noronha, com a participação dos pastores Edson de Almeida Fernandes, Luís Longuini Neto, Carlos Alberto, Zwinglio da Mota Dias e José Roberto Cavalcante, da pastora Margarete Emma Engelbrecht e da diácona Vilma Petsch.
A pregação esteve a cargo de Rubem Alves, que falou de esperança e saudade e leu uma oração do pastor batista norte-americano Walter Rauschenbush.
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Verso e Voz - 05 de junho

Se retive o que os pobres desejavam ou fiz desfalecer os olhos da viúva; ou, se sozinho comi o meu bocado, e o órfão dele não participou (Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como se eu lhe fora o pai, e desde o ventre da minha mãe fui o guia da viúva.); se a alguém vi perecer por falta de roupa e ao necessitado, por não ter coberta; se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com a lã dos meus cordeiros; se eu levantei a mão contra o órfão, por me ver apoiado pelos juízes da porta, então, caia a omoplata do meu ombro, e seja arrancado o meu braço da articulação. Porque o castigo de Deus seria para mim um assombro, e eu não poderia enfrentar a sua majestade. - Jó 31.16-23

Acredito que a base para a ação política válida só pode ser o reconhecimento que a verdadeira solução para nossos problemas não é acessível a qualquer partido ou nação isolada mas que todos têm que trabalhar juntos para chegar a isto. - Thomas Merton

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04 junho, 2007

Igreja Atuante - Sacerdote anglicano defende benefícios sociais para prostitutas


LIMA, 31 de maio (ALC) - A Associação Civil de Trabalhadoras Sexuais “Miluska Vida e Dignidade” e organizações defensoras dos direitos dos trabalhadores sexuais apoiaram a proposta do congressista José Macedo, que salvaguarda benefícios sociais para os trabalhadores sexuais do país, e refutaram o projeto de lei que proíbe a difusão de anúncios desses serviços.

O apoio foi manifestado em coletiva de imprensa, na sexta-feira, 18 de maio, que contou com a presença do reverendo David Limo, da Igreja Anglicana e Diretor Executivo do Centro Paroquial Ecumênico Rosa Blanca.

Limo esclareceu que sua posição quanto ao tema é meramente pessoal e que fala do lugar de "um pastor que acompanha homens e mulheres que realizam serviços sexuais e que é confidente de histórias que de nenhum modo podem ser reduzidas a histórias de mulheres vítimas, más ou libertinas".

Quando se fala de “prostituição”, disse Limo, parece difícil reconhecer que por trás de um serviço sexual existem pessoas com histórias próprias, com filhos e netos que vivem numa situação de abandono social.

O clérigo ressaltou que os e as trabalhadoras sexuais são seres humanos com direitos que devem ser resguardados pelo Estado. "Nosso Estado é um estado de direitos, e portanto, não podemos tolerar que existam cidadãos de segunda categoria. Esta é sua obrigação e estamos aqui para demandá-las", enfatizou.

O presidente da United Relligions Iniciative (URI LIMA) terminou dizendo que "agora não nos cabe atirar a primeira pedra de uma dupla moral, ou um conservadorismo que nos ofusca a visão do que ocorre nas ruas de nossa cidade. Neste sentido, o evangelho é cativante quando Jesus diz ‘que no caminho ao Reino dos céus as prostitutas andam melhor do que vocês’. Ou, como em outra versão bíblica, diz que ‘as prostitutas entrarão antes que vocês no reino dos céus’”.
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Verso e Voz - 04 de junho

Não matarás. - Exodus 20.13

Os pioneiros de um mundo sem guerra são as jovens mulheres e homens que recusam o serviço militar. - Albert Einstein

03 junho, 2007

Verso e Voz - 03 de junho

Pois o necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente. Levanta-te, SENHOR; não prevaleça o mortal. Sejam as nações julgadas na tua presença. Infunde-lhes, SENHOR, o medo; saibam as nações que não passam de mortais. - Salmos 9.18-20

Não somos espíritos sem corpos. Deus aparentemente valoriza o material o bastante para dotá-lo com o espiritual. A Encarnação é exatamente isso. Chegamos a noção da exaltação do espírito quando perdemos respeito pelo veículo do divino que é o corpo. Onde vemos Deus? Vemos Deus na natureza e nas pessoas ao nosso redor. - Joan Chittister, Alive Now (Vivo Agora), julho/agosto de 1994

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