18 agosto, 2006

Meditação Diária - 19 de agosto

Cordões, dobras e força

Texto: Eclesiastes 4:9-12

Esse texto nos remete à questão da união que gera força... na verdade, todos nós queremos ser mais fortes, mas, infelizmente, nem sempre, entendemos que isto é bem mais fácil quando nos unimos ao/a outro/a.

Usando a figura de um cordão, Salomão nos faz pensar sobre esta questão... mostrando que na junção de várias cordas existe mais resultado, mais garantia, mais energia.

Sabemos que nas diversas relações que temos, visamos resultados práticos e proveitosos e que a questão de somar esforços tem sido a grande tônica da modernidade, mesmo que estes laços aconteçam somente por interesses pessoais... o mundo tem aprendido que a solidão, quase sempre resulta em fracasso.

Lamentavelmente, porém, a lição de Salomão muitas vezes é ignorada. Ainda existe quem insista que individualidade seja mais eficiente que coletividade... não são poucos os/as que rejeitam a possibilidade de entrelaçamento, permanecendo sempre nos arredores do sucesso, esgotados/as pela sua própria soberba.

A imagem dos cordões nos alerta para a realidade de que na vida as tensões sempre serão testadas... de que o trabalho será sempre o caminho para todos os tipos de realização e, sobretudo, que sozinhos/as somos presas fáceis do cansaço.

Precisamos aceitar que “Melhor é serem dois do que um”... mesmo que esses dois sejam diferentes... esta deve ser nossa utopia: “Unidade na diversidade”... diversos/as, mas não divergentes... a diferença das peças é que dão beleza aos mosaicos! É na junção das particularidades que está o ganho da humanidade... ao mesmo tempo em que ela é sua fraqueza é também sua riqueza!

Que Deus nos enriqueça através da unidade... que a imagem das cordas de Salomão nos inspire a sermos pessoas abertas às diferenças, ao entrelaçamento, ao trabalho... e que sejamos fortes, resistentes e vitoriosos! Amém!

* será que tenho tido coragem de colocar minhas fraquezas e potencialidades à disposição dos entrelaçamentos necessários à convivência?

Oração: Deus Santo, faça-me humilde a ponto de reconhecer que preciso ser ajudado/a por alguém. E da mesma maneira, abnegado/a a ponto de oferecer minhas qualidades na ajuda de outros/as. Amém!

Colaboração:
Rev. Nilson da Silva Júnior

40 anos de diálogo Católico-romano – Metodista

Por: Gabriele Cipriani

“A graça que vos foi dada em Cristo”

O engajamento na busca comum da unidade dos cristãos através de diálogos teológicos e cooperação entre católicos e metodistas teve início há 40 anos prosseguindo ininterruptamente até os dias de hoje. O diálogo ecumênico entre a Igreja Católica Romana e o Conselho Metodista Mundial (WMC). é o mais antigo dos diálogos metodistas e um dos mais antigos da Igreja Católica. A Igreja Católica Romana entrou ativamente no movimento ecumênico mundial durante o papado de João XXIII. O Concílio Vaticano II estabeleceu oficialmente o compromisso ecumênico da Igreja Católica e permitiu a formação de uma ampla rede de relações com diferentes tradições cristãs, visando a busca comum da unidade do povo cristão.

No Brasil, todos conhecemos a participação da Igreja Metodista no Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e na Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese) onde atua como parceira a Igreja Católica Romana. Menos conhecido é o diálogo teológico e a constante colaboração entre a Igreja Católica Romana e o Conselho Metodista Mundial (WMC). Este, desde 1961, ano de sua fundação, respeitando a autonomia das Igrejas Metodistas espalhadas pelo mundo, serve à unidade de seu testemunho e de sua ação. O Conselho Metodista Mundial encoraja também a participação metodista no Movimento Ecumênico e promove a unidade do testemunho e do serviço metodista dentro do movimento.

O WMC tornou-se um interlocutor eficiente e dinâmico no diálogo ecumênico com a Igreja Católica Romana. Em todas as sessões do Concílio Ecumênico Vaticano II, o WMC esteve presente com um grupo altamente qualificado de 16 observadores. Em 1965, o Comitê Executivo do WMC convidou a Igreja Católica a formar um Grupo de estudo e ação conjunta entre as duas comunhões. O plano foi realizado em 1966, depois do Congresso do WMC daquele ano. Na Mensagem final do Congresso lê-se: “O marco principal é a derrubada das barreiras de suspeitas e de ignorância que nos têm separado dos irmãos da Igreja Católica Romana e eles de nós”. [1]

Depois de constituir oficialmente uma Comissão Mista de diálogo teológico, logo foram realizados encontros de trabalho em Ariccia, Londres, Cambridge, e em outros lugares. Pela primeira vez foram convidados teólogos católico-romanos para o Encontro Teológico (4°) promovido pelo Instituto de Estudos teológicos metodistas de Oxford. A convivência de dez dias permitiu aos teólogos católicos conhecer melhor o pensamento metodista. Na reunião de Rabat, em 1970[2], a Comissão Mista estava em condição de publicar um primeiro Relatório, parcial e provisório, com o intuito de receber reações e contribuições em vista de um Relatório final a ser submetido à apreciação das respectivas Igrejas. Acordado o método de trabalho e debatidas as temáticas prioritárias, quatro argumentos foram tomados em consideração formalmente: a Eucaristia, a crise de autoridade na Igreja e no mundo, o ministério, a secularização. Dois outros temas foram sugeridos para serem estudados sucessivamente: lar e família cristã, vida cristã e espiritualidade. Na parte final do documento, a Comissão Mista avalia que os progressos da experiência ecumênica dos últimos anos foram rápidos e certamente conduzidos pelo Espírito Santo. Agradecidos a Deus, os membros renovam seu compromisso de redobrar os esforços no estudo e no diálogo, cientes das dificuldades futuras, especialmente do desafio de educar os fiéis de ambas as Igrejas e comunicar a eles a alegria e a inspiração que foi concedida aos membros da Comissão.

Em outubro de 1970, o documento “Declaração de Intenção”[3] da Igreja Metodista Unida dos Estados Unidos contribuiu para que se prosseguisse com entusiasmo pelo caminho iniciado. A resolução adotada pela Conferência Geral da Igreja Metodista Unida é um passo importante no progresso rumo à unidade cristã. A Declaração de Intenção se refere às atitudes e intenções ecumênicas da Igreja Metodista Unida com relação à Igreja Católica Romana. A Resolução está ligada a uma longa passagem do Book of Resolutions of The United Methodist Church 1968 que expõe o pensamento ecumênico dos Metodistas. A Comissão teológica de estudo sobre a Doutrina e as normas doutrinais encarregada de examinar a dimensão ecumênica dos Artigos de Religião anti-católicos havia sugerido suprimir esses artigos do Book of Discipline da Igreja. A Declaração de Intenção, acolhendo essa sugestão, depois de ter situado na história e avaliado os conteúdos anti-católicos dos Artigos de Religião, declara: “Em conseqüência, nós decidimos, pelo presente ato, declarar nossa intenção de interpretar daqui por diante todos os nossos Artigos de confissão e outras normas de doutrina em conformidade com as nossas melhores concepções de avaliação ecumênica, tal como aparece da resolução da Conferência de 1968 sobre “A Igreja Metodista e a base da Unidade Cristã” (The Book of Resolutions of the United Methodist Church, 1968, pp.65-72). Pelo menos, isso implica de nossa parte em uma muito sincera benevolência e fraternidade cristã para com todos os irmãos católico-romanos, na esperança certa do dia em que todas as lembranças tristes (as nossas e as deles) serão remidas pelo dom da plenitude da Unidade cristã, feito por Deus, Pai do nosso comum Senhor Jesus Cristo”. (Declaração adotada pela Conferência Geral da Igreja Metodista Unida, Saint Louis, Missouri – 23 de abril de 1970).
O Relatório da primeira fase de diálogo foi apresentado ao WMC na Conferência de Denver (Colorado, USA)[4]. O Cardeal Johannes Willebrands, convidado a ter uma conferência que introduziu o debate sobre o primeiro Relatório, sublinhou os avanços do trabalho realizado e o valor da herança comum das duas Igrejas.

A segunda Comissão Mista, da qual era membro também o Dr. José Miguez Bonino (Argentina), a partir das recomendações do Relatório de Denver (1971) trabalhou intensamente e, pontualmente, entregou às Igrejas o Relatório 1972-754. Os 119 números desenvolvem as temáticas: testemunho comum e salvação hoje, espiritualidade, lar e família cristã: casamentos inter-eclesiais, questões morais: eutanásia, Eucaristia -- com os sub-temas: posição católico-romana e metodista sobre a Eucaristia, Presença de Cristo, Sacrifício de Cristo, Comunhão eucarística --, ministério, autoridade, tarefas para a união eclesial.

Concluindo o Relatório da segunda série de diálogos, a Comissão Mista, consciente de que haveria ainda um longo caminho a percorrer, reafirma a disposição para continuar a tarefa ecumênica ampliando os contatos e tratando das preocupações comuns, “pois não há razão para duvidar no início da caminhada nem para desanimar ao longo do caminho”. Aquilo que une as duas Igrejas é muito mais daquilo que as divide. Na mensagem enviada, em nome do WMC, para a eleição do papa João Paulo I, o presidente do Comitê executivo da WMC, Kenneth G. Greet, afirma que iniciou uma nova era de relações entre católicos e metodistas com um diálogo sistemático, que agora vai ser prolongado por mais dez anos, e que é um privilégio viver em uma época em que vemos com clareza a busca da unidade plena como autêntico testemunho a Cristo. Lembra também que, no diálogo, já foram descobertas muitas maneiras de cooperar no serviço do único Senhor da Igreja, dando um comum testemunho do seu Evangelho e contribuindo para estabelecer uma ordem justa e pacífica da sociedade sobre a terra. “Nossa prece é que possamos, no período do vosso pontificado, aprofundar a compreensão da nossa fé comum e o chamado a estreitar os laços da comunhão no Serviço de nosso Senhor”. Depois de apenas 28 dias, por ocasião da morte de João Paulo I, o Secretário Geral do WMC, em sua breve mensagem, citava, com profunda comoção, Charles Wesley: “Inseparably joined in one, the friends of Jesus are”.

Na reunião de Roma, em janeiro de 1979, a Comissão mista debateu o tema da Pessoa e da obra do Espírito Santo. Os co-presidentes, em nome da Comissão, declararam: “Nós cremos que é o Espírito Santo que nos reuniu aqui em Roma e que, como cristãos, católicos e metodistas, estamos fundamentalmente e essencialmente de acordo sobre a doutrina e a pessoa do Espírito Santo e sobre a sua obra na justificação e santificação no seio da Igreja”. “Nós cremos que a unidade que nos foi dada de partilhar no diálogo tem sido, de qualquer maneira, a realização da oração que nosso Senhor fez para que nós fossemos um nele e no Pai”. (SI, N° 40, 1979/3, p. 20-21).

João Paulo II, em 5 de dezembro de 1980, ao receber em audiência a Comissão Mista, exortou: “Façam tudo o que está ao seu alcance para ter a certeza de que a sua busca de reconciliação seja compreendida e envolva católicos e metodistas em qualquer lugar do mundo onde eles se encontrem”.

Em 31 de janeiro de 1981, a Comissão Mista publicou o Relatório da terceira série de diálogos (Relatório 1977-1981)5. A Comissão adotou o critério de preparar os relatórios, ainda que parciais, de cinco em cinco anos, antes da reunião do WMC, em 1971, 1976, 1981. A Comissão entendeu que o envolvimento freqüente das respectivas Igrejas fosse pedagogicamente mais útil do que publicar um relatório final muito tempo depois. A cada qüinqüênio, os teólogos metodistas e católicos foram convidados a se debruçar sobre os documentos e a enviar seus comentários. Os Relatórios mostram a concordância cada vez mais ampla e a convergência crescente alcançadas através do diálogo. Conservam também a intenção inicial de falar juntos – metodistas e católico-romanos – às pessoas da nossa época apontando os sinais animadores da ação do Espírito Santo na Igreja hoje. O tema central do Relatório (1977-81) é a pessoa e a ação do Espírito Santo: o Espírito Santo-Deus, a obra do Espírito, o Espírito Santo e a comunidade cristã, o Espírito Santo transforma em Reino de Deus a comunidade humana, Espírito Santo: experiência cristã e autoridade na Igreja. Na última parte, “As decisões morais cristãs”, um estudo especial é dedicado ao matrimônio cristão. A Comissão definiu também o programa da série seguinte de diálogos: “A natureza da Igreja”. Convictos, enfim, de que as declarações conjuntas sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo têm aumentado a confiança acerca da futura unidade entre católicos e metodistas, os membros da Comissão manifestam a esperança de que as autoridades do WMC e da Igreja Católica destaquem a importância desses diálogos e relatórios e o conseqüente comprometimento. O WMC, na sua reunião de 1981, dedicou uma sessão inteira ao debate sobre esse terceiro Relatório.

Animados pelo consenso alcançado sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo, os membros da Comissão Mista da quarta série de diálogos publicaram um novo documento de trabalho com o título “Para uma Declaração sobre a Igreja”, aguardando as contribuições de teólogos católicos e metodistas. Tiveram que constatar que nenhum comentário ou crítica chegou nem por parte católica nem por parte metodista. A Comissão deparou com as questões: “Até que ponto os resultados destes diálogos são conhecidos nos âmbitos da Igreja Católica e das Igrejas Metodistas? Como podemos favorecer uma compreensão crescente por parte dos membros das Igrejas em diálogo, superando o isolamento do grupo de delegados da Comissão?”.

O diálogo havia chegado a pontos positivos sobre o objetivo da unidade visível, da plena comunhão na fé, na missão e na vida sacramental. No encontro de Lake Junaluska (Carolina do Norte – U.S.A.), em novembro de 1984, à luz das diferentes tradições foi estudada, em um clima de fraternidade e de cordialidade, a questão específica de uma primazia universal na Igreja, com debates sobre a figura de Pedro no Novo Testamento e sobre o conceito de primazia na teologia e na vida da Igreja. A Comissão, ao expressar a convicção de que as divisões manifestam um falta de caridade entre as diferentes tradições cristãs e representam um escândalo para o mundo, sente a responsabilidade de continuar as conversações em vista da unidade.

O quarto Relatório (1982-86)6, conhecido como Relatório de Nairobi, tem como título: “Rumo a uma Declaração sobre a Igreja” e abre com uma das definições mais belas da Igreja - segundo Jean Marie R. Tillard -: “Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho e o Espírito Santo para nos conduzir à comunhão com Ele. Esta participação na vida de Deus que resulta da missão do Filho e do Espírito Santo encontra sua expressão na “koinonia” visível dos discípulos de Cristo, a Igreja” (n.1). O Relatório trata da natureza da Igreja, a Igreja e os sacramentos, chamados/as à unidade, caminhos em direção de uma única Igreja, estruturas e ministério, a função de Pedro (Pedro no N.T. e Primazia e ministério de Pedro, Jurisdição, Ensino repleto de autoridade). O Relatório expõe com clareza as convergências e as diferenças e fixa aquisições definitivas nas etapas da caminhada para a unidade, ainda que falte aprofundar o campo de estudos. Para alcançar uma convergência sobre os problemas em aberto, a Comissão Mista decide que o título geral dos estudos dos anos seguintes seja “A tradição apostólica”.

O Relatório 1986-1991, dedicado ao estudo da Tradição Apostólica, é dividido em duas partes: 1ª Parte “A fé apostólica – seu ensino, sua transmissão e recepção, 2ª Parte “Ministério e ministérios: o serviço na tradição apostólica. Metodistas e católicos têm uma mesma perspectiva de ministério, de importância fundamental, quando afirmam que o ministério ordenado é essencialmente de natureza pastoral. Os ministros ordenados são encarregados de exercer e manter unidas as funções de proclamação do Evangelho, convocar homens e mulheres para a fé, alimentar a comunidade com a palavra e os sacramentos e fazer conhecer Jesus Cristo pelo ministério de serviço no mundo. Vários problemas relativos ao ministério ordenado permanecem ainda sem solução e serão estudados no futuro: a sacramentalidade da ordenação ministerial, as formas de transmissão e episkopé, quem pode ser ordenado. É importante sublinhar que, no Relatório, a Comissão se absteve voluntariamente de enfrentar todas as diferenças doutrinais ou práticas. Este método corresponde à convicção de que metodistas e católicos já partilham uma certa forma de comunhão ainda que imperfeita, isto é, o que os une e maior do que aquilo que os separa, e estão “comprometidos a seguir o caminho que nos levará à plena comunhão na fé, na missão e na vida sacramental” (Rumo a uma declaração sobre a Igreja. N° 20). Os Relatórios querem contribuir ao êxito desse processo e uma vez mais, com este relatório a Comissão faz progredir a compreensão ecumênica da natureza da Igreja.

Uma delegação oficial do WMC se encontrou, em Roma, com membros do Pontifício Conselho para a unidade dos cristãos para avaliar os progressos do diálogo e preparar os programas futuros. No dia 26 de março de1992, a delegação foi recebida pelo Papa João Paulo II que, em seu discurso, destacou os frutos evidentes do diálogo constante que dura há 25 anos e solicita metodistas e católicos a renovarem o compromisso da cooperação a serviço do Evangelho envolvendo as comunidades locais. O Rev. Dr Donald English, saudando o papa em nome dos 54 milhões de membros da família metodista espalhados em 94 países, destacou a existência de um alto nível de fé comum. Trata-se agora de consolidar os pontos de concordância e perseverar no estudo das questões controversas.

A fase seguinte de diálogo debate como a revelação de Deus produz fruto na Fé, Missão e Vida Sacramental na comunhão da Igreja. O Relatório 1992 –1996 “A Palavra de vida, Declaração sobre a revelação e a fé”7 foi apresentado à Conferência Metodista Mundial do Rio de Janeiro, em 1996. A Declaração, na primeira parte, trata da Revelação (Auto-comunicação de Deus, a revelação de Deus na história, a revelação de Deus Pai, Filho e Espírito Santo) Na segunda parte trata da Fé (a Fé pela qual nós cremos, a Fé que é crida ou os conteúdos da fé, a fecundidade da Fé - o crescimento da fé, os frutos da fé, o discernimento da fé. Na terceira parte trata-se da Missão ( a missão da Igreja vem de Deus, a Missão: palavra e ação, a Missão e a comunidade, a Missão apostólica, Missão e ecumenismo, Missão e culturas. A parte quarta trata da Vida Sacramental, a quinta da Koinonia ( a Comunhão no testemunho apostólico, as grandes expressões da comunhão nas nossas Igrejas – Fé, culto, Missão – a Igreja universal). Na conclusão, a Comissão Mista faz um balanço positivo dos trinta anos de diálogo: aproximação e conhecimento, estudo conjunto das grandes questões doutrinais debatidas no campo ecumênico, considerável concordância sobre os grandes temas da Pneumatologia ( Relatório 1981), Eclesiologia (Relatório 1986), Tradição Apostólica (1991), Revelação e Fé (1996). Chegou a hora de concentrar-se sobre questões mais detalhadas que ainda criam dificuldade a partir das concordâncias firmadas.

O teólogo William Henn, comentando o Relatório “Palavra de Vida, Declaração sobre a Revelação e a Fé”8, o considera “sensacional”. ‘A maturidade desse documento, a natureza fundamental das questões levantadas e o quadro teológico sólido no qual elas são estudadas, sugerem que os membros da Comissão têm toda razão de alimentar a esperança. Para favorecer o trabalho seguinte, seria particularmente útil promover no meio dos fiéis das duas comunidades a recepção daquilo que foi alcançado até agora no processo de diálogo” (HENN, W., Reflexões sobre “A Palavra de Vida”, SI, 92, 1996/3, p.132-139). Na Conferência do Rio de Janeiro, foi dedicada a esse relatório o debate em Plenária. O WMC aprovou a continuidade do diálogo com a Igreja Católica e a participação metodista na preparação do Jubileu do ano 2000.

Temos a alegria de poder ler em português o Relatório 1997-2001: “Dizer a verdade na caridade, a Autoridade de ensinar entre católicos e metodistas”, publicado pelas Paulinas9. Este Relatório foi debatido no encontro de Jerusalém, encontro intenso e emocionante que se concluiu com a visita ao Patriarca Michael Sabbat, e foi definitivamente elaborado no encontro de Ile Saint-Simon (Geórgia, USA), lugar histórico da presença de John Wesley nos Estados Unidos 255 anos antes. Esta declaração apresenta os dados comuns ao catolicismo e ao metodismo e formula as diferenças que ainda existem em vista do trabalho a ser realizado sobre as condições que permitem aos fiéis de continuar a aderir à revelação trazida por Jesus Cristo e transmitida pelos apóstolos. O Relatório 2001 reconhece diferenças na estrutura ministerial da autoridade doutrinal na Igreja, “mas existe uma fé comum fundamental na presença do Espírito Santo e na utilização pelo Espírito Santo das instâncias legítimas de exercício da autoridade doutrinal para assegurar a verdade do Evangelho em que crêem metodistas e católicos” (Relatório 2001,121). A conclusão mostra mais uma vez a perseverança e a confiança na caminhada ecumênica: “Buscando avançar juntos em direção à unidade plena na caridade e na verdade, metodistas e católicos comprometem-se aqui e agora a confessar a verdade na caridade, uns aos outros e a todos os povos do mundo” (ib., 122).

Aproximando-se o aniversário de 40 anos de diálogo houve uma visita a Roma da Delegação do WMC, em dezembro de 2005. Essa visita tinha como objetivo refletir sobre a possibilidade de concretizar os resultados do diálogo teológico que progride sem interrupção desde 1966. Embora permaneçam questões doutrinais não resolvidas, o desejo é de consolidar os resultados intermédios. Papa Bento XVI, ao saudar a Delegação metodista, observou que no diálogo perseverante foi alcançado um grau considerável de convergência sobre temas fundamentais de teologia. O conhecimento e a estima recíproca permitiu de reconhecer os tesouros cristãos presentes nas nossas tradições e exortou a um empenho comum pela Palavra de Deus, o testemunho e a oração em conjunto. Varias propostas foram conversadas com o Cardeal Walter Kasper para incrementar as relações católico-metodistas. As conversações sobre esses assuntos práticos continuarão depois da adesão dos metodistas à Declaração Conjunta católico-luterana sobre a Doutrina da Justificação, em pauta na próxima Conferência do WMC. Pode-se, de fato, considerar resultado do grande trabalho teológico Metodista-Católico também essa iniciativa em curso das 76 Igrejas-membro do WMC de aderir à Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação assinada em 1999 pela Igreja Católica e pela Federação Luterana Mundial.

A atual Comissão Mista terminou pontualmente seus trabalhos entregando o documento de próxima publicação que tem por título: ”A Graça que nos foi dada em Cristo: Católicos e Metodistas refletem mais profundamente sobre a Igreja”. Metodistas e católicos chegaram a uma compreensão recíproca nova. Os metodistas consideram a Igreja Católica uma verdadeira Igreja e um meio de graça e de salvação; os católicos reconhecem que os metodistas são cristãos como os católicos e que as Igrejas metodistas são comunidades cristãs em que a graça da salvação é presente e operante. O documento oferece propostas que podem ajudar metodistas e católicos a progredir em direção à plena comunhão que buscamos. A Comissão espera que esse documento dê novo impulso às relações católico-metodistas nos diferentes contextos em que as duas Comunhões vivem lado a lado.

Nesses 40 anos não foram ignoradas as dificuldades das relações que entre católicos e metodistas existem em alguns lugares do mundo, inclusive em algum país da América Latina. Nessas situações seria útil que os católicos como os metodistas estejam informados sobre as boas relações que efetivamente existem em outros lugares entre os membros das duas Igrejas e sobre os progressos dos diálogos teológicos em curso há 40 anos, diálogos que nos aproximam cada vez mais da comunhão na única fé e na única missão.

Pe. Gabriele Cipriani
Secretário para os Programas do CONIC


1 Conseil Pontifical pour la Promotion de l´Unité des Chrétiens, Service d´Information, I, 1967, p. 8.
2 Service d´Information, IX, 1970, p. 23-29.
3 Conseil Pontifical pour la Promotion de l´Unité des Chrétiens, Service d´Information, XIII, 1971/1, p.21-25.
4 Conseil Pontifical pour la Promotion de l´Unité des Chrétiens, Service d´Information, XXXIV, 1977/2, p. 8-20.
5 Conseil Pontifical pour la Promotion de l´Unité des Chrétiens, Service d´Information, XLVI, 1981/2, p. 87-100.
6 Conseil Pontifical pour la Promotion de l´Unité des Chrétiens, Service d´Information, LXVI, 1988/2, p. 113-127
7 Conseil Pontifical pour la Promotion de l´Unité des Chrétiens, Service d´Information, LXXVIII, 1991/3 e 4, p. 222,234.
8 Conseil Pontifical pour la Promotion de l´Unité des Chrétiens, Service d´Information, XCII, 1996/3, p. 113-131.
9 Comissão Mista: Igreja Católica Romana e Conselho Metodista Mundial, Dizer a verdade na Caridade, a autoridade de ensinar entre católicos e metodistas, Paulinas, São Paulo, 2002.

Mensagem do ITESC

Meu Irmão Clay.

Fui surpreendido com a notícia de que o 18o. Concílio Geral da Igreja Metodista está retirando essa Igreja de organismos ecumênicos que tenham a presença da Igreja católica - e de religiões não cristãs.

Lastimo profundamente tal decisão. Entendo ser uma ruptura antievangélica da comunhão que Cristo quer e um contra-testemunho em relação à tradição ecumênica da Igreja Metodista. Com a Igreja católica, o metodismo internacional tem uma linda história de 40 anos de diálogo. Muito foi e está sendo construído a favor do Reino da comunhão.

Lastimo ter sido excluído da mesa do diálogo. E lastimo também a auto-exclusão dos que votaram tal decisão.

Quero manifestar a você a minha solidariedade ecumênica. A teimosia da fé não permite sucumbir às dificuldades encontradas na busca do diálogo e da unidade. O Espírito nos garante a Sua presença constante, de modo que nenhum outro "espírito" poderá pooderá impedir a realização da vontade de Cristo "Que todos sejam um...".

Portanto, irmão, em frente. Continuemos a caminhar juntos.

Pe. Elias Wolff

Mensagem dos alunos do ITESC

ECUMENISMO, ENTRE AVANÇOS E TROPEÇOS

Nós, 35 alunos da 2ª. turma do Curso de Pós-graduação em Diálogo Ecumênico e Inter-religioso, do Instituto Teológico de Santa Catarina, membros das Igrejas luterana, católica, metodista, batista e pentecostal, fomos surpreendidos, no dia 17, deste com a decisão do 18º. Concílio Geral da Igreja Metodista, reunido em Aracruz-ES, nos dias 10 a 16 de julho do presente, de retirar essa Igreja dos organismos ecumênicos que tenham a presença da Igreja católica e de religiões não cristãs.

Respeitamos a legitimidade do Concílio. Mas compreendemos que o Movimento Ecumênico, com apoio total e irrestrito da Igreja Metodista, constitui-se hoje como um evidente sinal da graça de Deus que une as Igrejas cristãs na realização do Reino e no testemunho da comunhão: “Que todos sejam um ... para que o mundo creia” (Jô 17,21).

Sabedores da fundamental contribuição desta Igreja para a unidade cristã, desde os primórdios da caminhada ecumênica, lamentamos as razões que levou o 18º. Concílio a tomar tal decisão. Entendemos que a ruptura das relações não condiz com os princípios da Igreja e o carisma de Wesley. Por isso, estamos perplexos e tristes com esta notícia, orando para que a mesma seja revista.

Na mesma fé e como irmãos de Jesus Cristo, subscrevemos.

Florianópolis, 19 de julho de 2006.

Mensagem da IECLB à Igreja Metodista

À
Igreja Metodista

Estimada irmã e estimados irmãos do Colégio Episcopal,
estimadas irmãs e estimados irmãos da Igreja Metodista!

Saudações fraternas, na paz do Senhor, de parte da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)!

A IECLB adota anualmente um tema comum para reflexão e inspiração de suas comunidades e instituições. Neste ano assumimos o tema que norteou a recente Assembléia do CMI, a saber, a petição: “Deus, em tua graça, transforma o mundo”. Simultaneamente, a IECLB adota um lema bíblico anual para acompanhar o tema escolhido. Neste ano nos inspiramos em 1 Pedro 4:10: “Sirvam uns aos outros, cada qual conforme o dom que recebeu.” É no espírito dessa exortação apostólica que saudamos a todas as irmãs e todos os irmãos metodistas.

Tomamos conhecimento da notícia da decisão tomada no 18.o Concílio Geral da Igreja Metodista, no sentido de se retirar de “órgãos ecumênicos com a presença da Igreja Católica e grupos não cristãos” (conforme site da Igreja Metodista), portanto também do CONIC. Como é óbvio, respeitamos integralmente a decisão da igreja co-irmã, tomada de acordo com a convicção majoritária de seus conciliares. Ainda assim, com base nos laços fraternos que têm tão belamente congraçado nossas igrejas co-irmãs, queremos compartilhar fraternalmente que a notícia entristeceu profundamente o nosso coração.

Fazemo-lo, antes de tudo, manifestando o agradecimento da IECLB à rica contribuição da Igreja Metodista para a prática eclesial e ecumênica em nosso país. Por exemplo, através de sua história a Igreja Metodista, mundo afora, tem tido como uma de suas características primordiais a conjugação de evangelização e compromisso social. Inestimável tem sido também a contribuição da Igreja Metodista à ecumene universal e em nosso país. A IECLB se regozija por ter sido parceira e co-irmã da Igreja Metodista em incontáveis eventos e iniciativas comuns, em nível local, regional e nacional. E assim continuará sendo, estamos confiantes.

No caso específico da IECLB, temos arraigado em nossa Constituição o vínculo de fé que nos une com aquelas igrejas que professam a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Esse tem sido o nosso critério para nossas relações ecumênicas. Quando há essa base comum não vemos razões para discriminar entre as igrejas. Entendemos que cada igreja tem sua própria identidade, em doutrina e prática, e, assim, há divergências, maiores ou menores, para com as demais igrejas. Mas na fé em Cristo, encontramos uma unidade comum fundamental, a partir da qual nos comprometemos a, em respeito mútuo e cooperação conjunta, buscar a superação de nossas divergências, que atribuímos a razões históricas e contextuais, mas também à realidade do pecado humano em todas as nossas igrejas. Nesse sentido, sentimo-nos co-irmanados com todas as igrejas que professam a fé em Cristo como Senhor e Salvador. E mesmo em tópicos doutrinários em que no passado divergimos radicalmente com a Igreja Católica, como na doutrina de justificação, encontramos hoje, graças a Deus, notáveis convergências.

Nesse contexto de difíceis e lentos, mas promissores avanços, a decisão da Igreja Metodista, naturalmente, representa um forte baque no movimento ecumênico no Brasil, que assim enfrenta um desafio adicional em sua caminhada muitas vezes espinhosa, mas sempre necessária. Nesta caminhada, a Igreja Metodista estará também revisando sua Pastoral de Ecumenismo. Ela poderá ocorrer também em consulta com igrejas co-irmãs, na busca de diretrizes comuns? Como seja, almejamos que o Espírito de Deus nos oriente a cada uma de nossas igrejas, a fim de que encontremos à frente novos caminhos de cooperação entre as igrejas.
Recebam esta carta, como expressão do sincero sentimento vindo de co-irmãos e co-irmãs de uma Igreja que segue se sabendo irmanada à Igreja Metodista, na fé comum em Jesus Cristo.

Na paz de Cristo crucificado e ressurreto,
fraternalmente,

Walter Altmann
Pastor Presidente


c.: CONIC
CMI
P. Sin. Rolf Schünemann, 2. Vice-Pres. do CONIC

Meditação Diária - 18 de agosto

Esta roupa não é minha!

Texto: 1 Samuel 17

Todos nós já ouvimos falar sobre a luta de Davi e Golias. Existe, porém, uma particularidade nesse texto bastante interessante. Conta a história que quando Davi se indignou com as ofensas de Golias e decidiu enfrentá-lo, foi chamado pelo rei Saul para ser devidamente paramentado para o confronto – todo lutador de um exército usava armaduras, espada e escudo – contudo Davi, talvez pela pouca idade e pequena estatura, não conseguiu se mover com aquele peso todo. Resultado: enfrentou o gigante com aquilo que tinha, um estilingue!

A história da veste de guerra de Davi nos leva a refletir sobre uma questão importante de nossas vidas... as medidas, os moldes e as expectativas que temos uns/umas dos/as outros/as!

Você já prestou a atenção como a sociedade em que vivemos quer decidir sobre as estratégias de cada um... como somos cobrados/as a termos padrões únicos nas guerras que travamos contra os nossos gigantes? Em qualquer contexto que vivamos, existem aqueles/as que querem nos enfiar vestimentas segundo suas próprias expectativas!

Na verdade, existem padrões pré-concebidos que muitas vezes não se encaixam em todos/as! São armaduras sim, mas que, dependendo da pessoa, ao invés de ajudar, atrapalha!

Ocorre, com bastante freqüência, uma despersonalização absurda, porque um/a outro/a usou aquela mesma tática e deu certo! E não pode ser assim! A roupagem que serve pra mim, pode não servir para o/a outro/a, e não é por isso que eu não posso vencer os gigantes que estão na minha frente!

Se Davi tivesse aceitado enfrentar seu inimigo vestindo aquela armadura pesada e incômoda, espada e escudo, a exemplo dos outros soldados, certamente, teria fracassado! No entanto, ele tinha o seu próprio jeito, sua maneira, sua estratégia, sua peculiaridade que foi a grande diferença para derrubar aquele monstro!

Precisamos acreditar mais uns/umas nos/as outros/as! Temos que confiar nas particularidades de cada pessoa, afinal, a diversidade pode ser um fator decisivo em nossas lutas diárias!

* cada um de nós tem um tamanho, um gosto e um estilo e desrespeitar isto pode dificultar a convivência e atrapalhar o serviço comunitário.

Oração: Deus bondoso ajuda-nos a aceitar nossas peculiaridades e entender que Tu ages a partir delas. Amém!

Colaboração:
Rev. Nilson da Silva Júnior

17 agosto, 2006

Debate Jurídico da decisão do Concílio Geral

Por: Lair Gomes de Oliveira
Observação: versão, com alterações, a pedido do autor (18/08/06)

A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DA DECISÃO DO 18º CONCÍLIO SOBRE A RETIRADA DA IGREJA METODISTA DOS ÓRGÃOS ECUMÊNICOS

Conforme imaginei e escrevi no último artigo do “blog” “Metodistas e Ecumênicos”, a discussão em torno da decisão conciliar que determinou a saída dos representantes metodistas de organismos ecumênicos com presença da ICAR ou religiões não cristãs, ainda deve gerar muitas expressões, umas conformadas e outras inconformadas. Não esperava, contudo, que meu ponto de vista, com algumas considerações jurídicas despretenciosas, viesse a merecer empenho daqueles que são contra a participação ecumênica da Igreja Metodista, e fosse tomado como parte de uma arquitetada reação de “inconformistas”. Razão pela qual, sinto-me desafiado a esquentar o debate, agora de forma mais técnica, respondendo aquilo que o advogado e pastor, Sr. Dino Ari Fernandes, tomou como o SEU “PARECER JURÍDICO”(1), obviamente motivado por muitos que o incentivaram a escrever sobre o assunto. Fá-lo-ei, mesmo não contando com a experiência jurídica dele e, sem a menor intensão de contraditá-lo em suas convicções. Para um bom debate jurídico, é preciso se desprender de elocubrações emocionais, que até podemos fazer em outros momentos. Tomo a liberdade então, de emprestar do respeitável advogado a forma para, pedagogicamente, repetir as mesmas perguntas, organizando argumentação diferente. Pretendo, com isso, além de oferecer minha contribuição para o debate, mostrar que a técnica jurídica, pode valer-se de tantas palavras quanto quisermos e servir a gregos e a troianos.

Antes, porém, alerto aos irmãos e irmãs, de que o acima citado “PARECER JURÌDICO” foi escrito e parece ter alcançado logo o caráter de contraditório, diante da minha opinião, mesmo não havendo ainda, nenhuma lide instalada. Este contraditório veio, mesmo assim, em boa hora, pois presta-se ao amadurecimento do assunto e das posições. Mantenho-me convicto do que opinei anteriormente e tentarei ser mais convincente em meus argumentos, mas entendo, como muitos irmãos e irmãs que se esforçam por arrazoar suas opiniões a favor do movimento ecumênico, que o caminho jurídico, sozinho, pode ser legítimo, mas somente o caudal de educação e consciência cristã serão capazes de fazer o 18º Concílio Geral da Igreja Metodista e seus delegados, chegar a melhor decisão do que a já tomada.

Passo a transcrever as “Questões levantadas:

1ª) HÁ ALGUMA CLÁUSULA PÉTREA NOS CÂNONES, OU ELAS SÓ EXISTEM NO ÂMBITO DA CONSTITUIÇÃO METODISTA?

2ª) A DECISÃO DO 18º CONCÍLIO GERAL DA IGREJA METODISTA FERE ALGUM PRECEITO CONSTITUCIONAL METODISTA?

3ª) SE A OPINIÃO do SR. LAIR GOMES DE OLIVEIRA estiver correta sobre a inconstitucionalidade da decisão, em que, para a aprovação da proposta de saída da IM dos órgãos ecumênicos só poderia ocorrer por decisão de 2/3 dos membros do Concílio Geral indaga-se: não teria que ser observado os 2/3 também no Concílio Geral que aprovou tal ingresso em 1982, e no de 2001 em que o mesmo tema veio à discussão?”(2)
Tal como o texto de lavra do Sr. Dino Ari Fernandes, também tenho algumas considerações preambulares que devem ser acolhidas da doutrina constitucional, a título de servirem ao arrazoado que se seguirá. Tendo o irmão antecipado o ensino, não precisarei discorrer sobre a importância de uma Constituição e sua interpretação e nem expor sobre o que possa vir a ser uma cláusula pétrea. Será preciso, entretanto, corrigir a direção tomada por uma interpretação desavisada e tendenciosa, em alguns pontos, pelo referido advogado parecerista.

Desta forma devo perguntar:

I. O que vem a ser uma situação de INCONSTITUCIONALIDADE?

“Inconstitucionalidade é o que se dá em um determinado tipo de relação entre a Constituição e um ato que lhe venha imediatamente abaixo.”(3)

“É aquela que se caracteriza pela prática de um ato, pela edição de uma lei ou pela materialização de um comportamento, em antagonismo ao preceituado na Constituição.” E continua o ensino do renomado e douto jurista Celso Ribeiro Bastos: “É pois uma inconstitucionalidade positiva, cujo remédio é a sua nulificação.”(4)

Das diferentes classificações possíveis de inconstitucionalidade, destaco duas, referidas pelo mesmo autor: “A inconstitucionalidade material é aquela na qual o antagonismo surge entre o seu conteúdo e o da Constituição. A inconstitucionalidade formal diz respeito tão-somente a um desvio na elaboração do ato. Por sua vez, ela é sempre total.”(5) Neste ponto acrescento a título de maior ilustração a citação de rodapé: “O controle formal é estritamente jurídico. Confere ao órgão incumbido a competência para examinar a conformidade das leis com a Constituição, do ponto de vista de observância das formas estatuídas, (...) Tal premissa, a de que o regime constitucional deve servir ao homem, parece exigir um controle mais efetivo, que transcende aos aspectos meramente formais, para ser um controle material. Com substância política (politicidade), esse controle incide sobre o conteúdo da norma, visando a conformá-la com o texto constitucional e também com o espírito e sua filosfia, com os princípios, enfim, informadores de seu texto.”(6)

Do que foi dito ressalte-se que um ato inconstitucional não é passível de revisão, mas sim de nulidade. Não existe, porque nunca existiu.
II. Passemos às respostas das questões:

1ª) HÁ ALGUMA CLÁUSULA PÉTREA NOS CÂNONES, OU ELAS SÓ EXISTEM NO ÂMBITO DA CONSTITUIÇÃO METODISTA?

Em nenhum momento eu levantei a questão de que a decisão do Concílio feriu “cláusulas pétreas”da Constituição da Igreja Metodista. Perda de tempo empenhar ciência nesta questão. Dois foram os comentários que fiz sobre o assunto. Na minha primeira participação, respondendo um correio eletrônico, lamentei que a Igreja Metodista não tomasse alguns pontos de sua legislação canônica e doutrinária como princípios que fossem mais difíceis de serem alcançados por reformulações e descaracterizações. Imediatamente depois, já no blog “Metodista e Ecumênico” voltei ao tema reconhecendo que “quando escrevi, reagindo ao comentário (...) ponderei que a Igreja Metodista deveria ter mais cuidado com suas doutrinas, cercando-as tal como as “cláusula pétreas” do Direito Constitucional brasileiro, já que parte de sua Constituição enquanto Igreja, ou pelo menos, que tornasse mais difícil a possibilidade de sua alteração. A verdade é que, não havia ainda me detido com atenção ao texto dos nossos Cânones, onde agora descubro -dizia eu- que estes cuidados existem e são bastante claros.” Pois bem, ainda que eu não tenha invocado o instituto da “cláusula pétrea” como argumento fundamental da minha tese, afirmando antes a maculação do preceito constitucional, a digressão realizada pelo advogado, Sr. Dino, reconhecendo o instituto em diversos artigos da Constituição dos Cânones é aproveitável. E foi oportuna a citação daqueles artigos que o advogado considera cláusulas pétreas: arts.1º-6º, 8º-9º, 12-15, 17-18 e 20, e os que ele não considera, apenas três (um deles revogado!): arts.7º, 10º e coincindentemente o 16º, sobre o qual vale debruçar-nos.

2ª) A DECISÃO DO 18º CONCÍLIO GERAL DA IGREJA METODISTA FERE ALGUM PRECEITO CONSTITUCIONAL METODISTA?

O artigo 16 dos Cânones é textual quando informa a respeito das “relações de cooperação com outras Igrejas”. E enfatiza: “...na forma estabelecida nos Cânones”. Três perguntas são importantes para compreender o espírito da lei:

a) O que se entende por “outras Igrejas”?

Não há como interpretar a inteligência do termo “outras Igrejas” de forma limitada, restritiva, se a forma utilizada é a abrangente e ampliada. Portanto, “outras Igrejas” são TODAS AS IGREJAS e QUALQUER UMA DAS IGREJAS, não se excluindo nenhuma delas por imposição da abrangência da norma.

b) O que vem a ser “cooperação”?

Esta indagação nos remete, simplesmente, ao dicionário Aurélio, onde pode-se ler: “Ato ou efeito de cooperar” e por conseguinte, “Operar ou obrar simultâneamente; trabalhar em comum; colaborar; cooperar para o bem público; cooperar em trabalhos de equipe. Ajudar, auxiliar, colaborar.”(7) Resta claro, o sentido de ação reunida, conjunta. Ressalte-se, enfim que o artigo 16 nem mesmo restinge as relações de cooperação às Igrejas Cristãs. Não existe esta restrição no texto e, portanto, não há como fazê-la.

Qual é a forma que os Cânones estabelecem para esta cooperação?

Esta última indagação nos envia para reconhecer no texto do Plano Para a Vida e Missão da Igreja Metodista, sob o título: PLANO PARA AS ÀREAS DE VIDA E TRABALHO, letra “G) ÁREA DE PROMOÇÃO DA UNIDADE CRISTÔ, um lugar onde está explicita, a necessária forma como se dá esta cooperação. Por outro caminho chegamos ao mesmo lugar.

Considerando-se ou não, junto com a interpretação do advogado, Sr Dino, ou a revelia dele, o artigo 16 como cláusula pétrea, a decisão conciliar, em qualquer caso, fere frontalmente a materialidade do texto constitucional. Estamos diante de uma INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL, onde deve ser exercido o controle da constitucionalidade para que a lei infra-constitucional possa se subsumir ao texto constitucional. E aqui devemos ponderar: Qual decisão atende melhor ao que versa o texto do artigo 16; a que mantém as boas relações ecumênicas ou a que partiu do 18º Concílio Geral? Foi a lição do próprio citado advogado que recomendou dizendo que “em se tratando de LEI MAIOR de uma entidade, ela (a Constituição) é quem dá a voz de comando a todo o ordenamento menor, chamado de infra-constitucional.”

3ª) SE A OPINIÃO do SR. LAIR GOMES DE OLIVEIRA estiver correta sobre a inconstitucionalidade da decisão, em que, para a aprovação da proposta de saída da IM dos órgãos ecumênicos só poderia ocorrer por decisão de 2/3 dos membros do Concílio Geral indaga-se: não teria que ser observado os 2/3 também no Concílio Geral que aprovou tal ingresso em 1982, e no de 2001 em que o mesmo tema veio à discussão?”

Para responder a questão sobre o quorum, será preciso pesquisar a legislação cânonica de 1978, perceber-lhe a forma e compará-la aos Cânones de 1982, para chegar à conclusão de que houve uma mudança profunda na estrutura dos Cânones, neste período. O legislador instituiu, além da Proclamação da Autonomia e da Constituição da Igreja, uma longa “Parte Geral” que tratou chamar “Dos elementos Básicos da Igreja Metodista”. Tamanha importância atribuiu a este título para a Igreja Metodista, que destacou no artigo 1º tratar-se dos “elementos básicos para a sua caracterização, vida e missão”. E incluiu uma ORDEM, no parágrafo único: “Em nenhuma circunstância, qualquer igreja local, órgãos ou instituições podem planejar, decidir ou executar, ou ainda, posicionar-se contra os elementos indicados neste artigo, porque deles decorre a característica metodista.”

Se olharmos os Cânones de 1978, existiam apenas os elementos “Das doutrinas”, “Dos costumes” e “Do Credo Social”. Foram acrescentados nos Cânones de 1982: “Normas do Ritual”, “Plano Para a Vida e Missão”, Diretrizes para a Educação” e o “Plano Diretor Missionário”. Foi sábio o legislador quando incluiu o Plano Para a Vida e Missão nesta Parte Geral. Em tempos de muita crítica a este importante documento da vida da Igreja, fiquem atentos todos e todas, aqueles e aquelas que quiserem se indispor contra o referido documento. Ele não é parte da LEI ORDINÁRIA como quer fazer crer o Sr. Dino. Quis o legislador que este e os outros documentos incluídos estivessem equiparados no mesmo nível dos que já estavam. Cumpre destacar que todos os tópicos abordados nesta parte tratam de matéria complementar à Constituição. Podem ser considerados, portanto LEI COMPLEMENTAR.

Erra o advogado Sr. Dino, ao mencionar em seu PARECER JURÍDICO que toda a matéria que não seja a Constituição é LEI ORDINÁRIA passível de alteração a cada Concílio Geral.

“A lei complementar foi, e ainda é, por muitos doutrinadores, tida por norma interposta entre a Constituição e a lei ordinária, ou seja, como uma norma que ocupa uma posição de prevalência constitucional, ou seja, uma norma à qual a lei ordinária submete-se hierarquicamente”. (8) O engano fica mais evidente quando lemos a introdução da Parte Especial, onde se vê: “Lei ordinária da Igreja Metodista, organizada no Brasil em 2 de setembro de 1930...”. Esta é a legislação ordinária a que se refere o Sr. Dino. Completamente diferente da Parte Geral, que não é Constituição, mas também não é Lei Ordinária e nem poderia ser, visto tratar-se algo completamente diferente, bem próprio das leis que complementam a Constituição. O artigo 19 da Constituição chama a reunião de tudo “Cânones” e informa que é lei que “regulamenta e complementa”. Isto vai ao encontro do que afirmei no primeiro artigo e que repito agora. Os Capítulo I a VII da Parte Geral não podem ser alterado sem quórum qualificado, instituído pelo artigo 20, lembrando que o próprio artigo 20º observa as restrições imposta pelo artigo 11º. E o parágrafo único do artigo 1º da Parte Geral, só corrobora a tese proposta de que estes são princípios de fé da Igreja Metodista. “Portanto, a lei complementar caracteriza-se por dois pontos: pelo âmbito material predeterminado pelo constituinte e pelo quorum especial para a sua aprovação, que é diferente do quorum exigido para a aprovação da lei ordinária.”(9)

Não observado quorum especial, se considerarmos que não se trata de LEI ORDINÁRIA, estaremos agredindo o espírito do texto constitucional. Se ferida a norma pelo modo como se deu a votação, então temos um vício formal, passível consequentemente de INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL, cujo remédio também é o da nulificação.

Chama a atenção em algumas edições dos Cânones a presença de uma “Nota Explicativa”. De caráter apócrifo ao teor do Documento, parece tratar-se um acréscimo do editor, visto não haver quem assina. Haveria a necessidade de se consultar “Atas e Documentos” para saber se é documento aprovado no Concílio pois que, o autor, insere uma questão polêmica e que demonstra seu desconhecimento jurídico. Ele afirma não caber introduzir modificações no texto referente às áreas de vida e trabalho e ao mesmo tempo afirma que a parte das áreas de vida e trabalho mencionadas no Plano não devem ser tomadas como “normativas”. Sua intenção, certamente, foi a de propor que a descrição das áreas de vida e trabalho não servissem para restringir a liberdade das igrejas em trabalhar ou não com cada área mencionada, satisfazendo a presença de dons e ministérios entre os irmãos e irmãs. O que reforça o espírito de liberdade presente nos Cânones e que a permanecer a decisão do 18º Concílio é afrontado. Não devia, entretanto, tê-lo feito desta forma. Como pode ser, que isso sirva para que pareceristas incautos normatizem também uma nota explicativa, (que defende a ausência de normatividade em todo um pedaço da Parte Geral dos Cânones), adianto a observação sobre a possível brecha jurídica. Certamente que, se a nota faz parte dos documentos aprovados no Concílio serei obrigado a, neste ponto, mudar minha opinião. Não creio que seja o caso.

Sobre a questão do quorum para a entrada, a necessidade dele não existiu, pelo simples fato de que ao tempo da realização do Concílio de 1982 estivemos debaixo da vigência da legislação canônica de 1978. Àquela época o legislador reorganizou os Cânones, ao que parece, especialmente para acolher os novos tópicos da recém criada “Parte Geral”. Não houve contrariedade nem alteração que pudesse ser objeto de arguição a exigir o referido quórum pretendido pelo advogado, Sr. Dino, pois a matéria acolhida não contrariou a conformação da Constituição em nenhum dos pontos do artigo 11º. Não há como sobreviver a tese que questiona a entrada da Igreja Metodista no CONIC, forçando a aplicação do mesmo argumento que utilizo para num pretenso silogismo querer desacreditar meus argumentos. O que o legislador fez foi dar efetividade ao texto constitucional, apoiado no artigo 16º, complementando através do Plano Para a Vida e Missão da Igreja a forma como se daria a relação de cooperação da Igreja Metodista com as outras Igrejas, nos termos tratados anteriormente, na letra “G” sob o título: “ÁREA DE PROMOÇÃO DA UNIDADE CRISTÔ. A decisão de entrada, não fez restrições em relação a grupo nenhum, podendo ser considerada mera decisão administrativa, lei ordinária, mesmo passível de alteração, já que simplesmente visou atender a voz de comando do artigo 16º, combinado com o Plano para a Vida e Missão da Igreja Metodista, ou se se quiser outro caminho, o artigo 11º, também combinado com o Plano para a Vida e Missão da Igreja Metodista. A decisão que tramitou no 18º Concílio, impôs não somente a saída, como medida meramente administrativa, mas tratou-a como meio para impedir-se a prática do ecumenismo com determinado grupo: a ICAR. Eis porque transformou-se em medida arbitrária, completamente discricionária e ofensiva à Constituição; tanto contra o artigo 16º, quanto contra o artigo 11º.

Ademais, devemos salientar que se trata, ao que parece, de revisão de matéria, já que altera decisão tomada por Concílio Geral (1982), ratificada pelo Concílio de 2001. Assim, resta claro que o argumento de quorum privilegiado deve prevalecer.

III.Ressalto a ILEGALIDADE DA DECISÃO E SEU ASPECTO CIVIL:

A lei da Igreja não pode ferir a Lei Maior, e não podemos nos afastar do que determina a lei secular, já que o próprio ensinamento de Cristo em Mt 22.21 (“A Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”), nos incita a obedecer a ordem instituída. Assim, queremos crer que as decisões da Igreja Metodista não podem ser contrarias à legislação Civil brasileira. Quando a decisão conciliar aponta o grupo com quem não queremos mais sentar à mesa, estamos de forma direta discriminando aqueles grupos. Vale lembrar que a Igreja Metodista, já foi condenada em Processo Cível, por erro crasso de um de nossos Bispos, que sem obedecer a legislação intra muros, e nem a legislação civil, deu causa a uma questão jurídica. É o caso em questão, quando deixam de ser respeitados os artigos 3º e 5º da Constituição Federal.

A Igreja Metodista se apresenta como personalidade jurídica da Associação da Igreja Metodista, que é obrigada a obedecer as normas positivas vigentes. Assim não podemos discrimanar qualquer grupo, em nossas decisões, sob pena de desrespeitarmos a Constituição Federal e os próprios preceitos da Igreja Metodista, (artigo 3º – Dos Costumes).

Outras questões levantadas pelo respeitável advogado, por irrelevantes não merecem atenção.

IV. E CONCLUO:

A decisão do 18º Concílio Geral que decidiu pela saída da Igreja Metodista de toda representação ecumênica onde esteja a Igreja Católica ou religiões não cristãs pode ser questionada teológicamente como intolerância religiosa. Posição completamente avessa aos princípios wesleyanos. Este questionamento serve também como recurso para a arguição de afronta material (e política) de norma constitucional programática da Igreja Metodista(artigo 16º). Para tal vício de INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL INTERNA E EXTERNA, só existe um remédio: o da nulidade.

Como se não bastasse isso,é de se reconhecer também que o modo de aprovação da matéria no Concílio, pode ser questionada. Em se tratando de LEI COMPLEMENTAR e considerando que a decisão afronta ao interesse de instruir a Constituição, necessitaria quorum especial, que reputo ser o do art.20. Para tal INCONSTITUIONALIDADE FORMAL, igualmente, admite-se o remédio da nulificação da decisão.

De um ou de outro modo, não há como tal decisão encontrar guarida no texto normativo dos Cânones, ou seria fazer desmoronar o edifício construído sobre o nosso sistema jurídico, proteção de nossa razão social, teologia, doutrina, vida e missão.

De mais a mais, não seria absurdo imaginar que por descumprimento da ordem da Parte Geral, artigo 1º, parágrafo único pudesse o advogado, Sr Dino, vir a ser advertido 'por posicionar-se contra os elementos indicados” naquele artigo. Como não há penalidade referida para o descumprimento da ordem, livra-se o advogado.

No ponto em que chegamos cessa o debate. Não resta mais dúvidas quanto a possibilidade de procedência de representação que arguição, junto à Comissão Geral de Constituição e Justiça da Igreja Metodista, a INCONSTITUCIONALIDADE DA DECISÃO POR AFRONTA A NORMA CONSTITUCIONAL DA IGREJA METODISTA.

Convido os doutos advogados e advogadas afeitos ao direito e à melhor justiça para juntarem-se com suas contribuições na petição a ser intentada junto ao órgão parecerista da Igreja Metodista.
Que o Concílio compreenda a importância da educação para a valorização de uma cultura de paz. O testemunho e a contribuição da Igreja Metodista neste tema tem sido luz e não pode ser jogado no lixo por um contexto de irresponsabilidade institucional. Por isso o consternamento de tantas pessoas.

Não é a primeira vez que a Igreja Cristã vê-se diante de uma decisão conciliar passível de questionamento, também não será a última. Não seja por inércia, entretanto, que permitiremos à história da Igreja contar de nosso descalabro.
Citações:
(1) FERNANDES, Dino Ari. PARECER JURÍDICO. In: <www.metodistaonline.kit.net>acesso em 07 de agosto de 2006
(2) idem
(3) BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: SARAIVA, 2001. p. 415.
(4) idem. P 416.
(5) idem
(6) idem. p.417.
(7) FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: NOVA FRONTEIRA, 1986. (8) BASTOS, Celso Ribeiro. Dicionário de Direito Constitucional. São Paulo: SARAIVA, 1994. p. 99.
(9) BASTOS, Celso Ribeiro. Dicionário de Direito Constitucional. São Paulo: SARAIVA, 1994. p.100.

Será mesmo um retrocesso?

Por: Pedro Nolasco

Será mesmo um retrocesso a saída da Igreja Metodista dos órgãos ecumênicos para nossa formação cristã, ação missionária e social?

A resposta pode parecer óbvia para alguns, especialmente aos que participam ativamente do movimento ecumênico. Entretanto, creio que para aqueles que são ecumênicos em sua vivência cotidiana e local, talvez tais implicações possam não ser tão claras.

Também aos que se iniciam nesta caminhada ou até mesmo para os que são pré-conceitualmente contrários à ação ecumênica, isso precisa ser melhor esclarecido.

Ouço pessoas de boa vontade afirmando: “Não tem problema, nós continuaremos ecumênicos”. Será que as coisas são assim tão simples?

Um exemplo, pra começo de conversa...
Nos últimos anos tenho sido convidado a prestar estudos e artigos sobre a igreja e o meio ambiente. É sabido que o tema é pouquíssimo trabalhado no âmbito das igrejas de tradição protestante no Brasil. No contexto cristão, os principais subsídios para tal reflexão e ação são elaborados, em grande parte, por organizações ecumênicas, como o CESEP e DIACONIA. Participar destas organizações, significa participar de suas reflexões e ações. Significa unir-se na busca de solução de problemas comuns a todos seres humanos.

Um motivo do surgimento do movimento ecumênico
Uma das motivações que deu origem aos organismos precursores do movimento ecumênico, ainda no século XIX, foi a necessidade das igrejas unirem suas forças em prol de trabalhos missionários comuns. Sozinhas elas não conseguiam, por exemplo, sustentar a missão em países distantes. Daí surge a necessidade unirem esforços e recursos para cumprirem tarefas comuns.

Eles pensam nisso?
Quando o Rev. Adonias afirma discordar que a decisão do Concílio Geral tenha provocado uma ruptura no diálogo e no serviço social, apresento, humildemente, pelo menos três perguntas:

1. A questão ambiental é inerente a todos seres humanos. Será possível dialogar e servir efetivamente junto com outras igrejas, sem participar dos organismos ecumênicos?
2. Ele estaria subentendendo que a Igreja Metodista não precisa contar com o apoio de tais organismos nestas questões fundamentais?
3. A Igreja Metodista consegue, sozinha, refletir e agir em prol da questão ambiental?

Você pode ajudar?
Visando uma maior compreensão das implicações da saída da Igreja dos organismos ecumênicos e do valor da participação nestes organismos, peço que irmãos e irmãs escrevam artigos sobre o assunto. Tais subsídios podem ser valiosos no fortalecimento do movimento ecumênico nas nossas igrejas.

Um abraço fraterno.

Pedro Nolasco
Pastor - 3a Região Eclesiástica

Igrejas parceiras lamentam decisão de Concílio Metodista

Por: Paulo Hebmüller

SÃO PAULO, 16 de agosto (ALC) - A decisão do 18. Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil, realizado em julho, de que a instituição deve deixar os organismos ecumênicos dos quais participem a Igreja Católica e as religiões não-cristãs, repercutiu intensamente no Seminário Teológico promovido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), realizado no começo de agosto em Guarulhos, São Paulo. A Igreja Metodista é uma das fundadoras do Conselho, que completa 25 anos em 2007.

Para o presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), pastor Walter Altman, o cenário religioso no país e no mundo “torna cada vez mais urgente o esforço ecumênico”, pois “existem forças que também estão colocando pontos de interrogação sobre a sua validade e autenticidade”.

Altmann, que é também moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), disse que o episódio da decisão do Concílio metodista “é doloroso para as igrejas parceiras, que muito têm se beneficiado do testemunho e do envolvimento ecumênico da Igreja Metodista”.

O caso também “realça a importância de que, se for preciso, estabeleçamos novas linhas de diálogo entre as igrejas sobre a natureza do nosso compromisso com a unidade, conforme o desejo do próprio senhor Jesus Cristo, e que dialoguemos com franqueza fraterna sobre as divergências que temos, na busca de um entendimento possível”, agregou.

Um dos palestrantes do seminário em Guarulhos, Altmann reafirmou ter “esperança de que no futuro a Igreja Metodista possa reavaliar com serenidade a decisão tomada e o cenário religioso no país, porque certamente de nossa parte não desejamos de forma alguma um afastamento, mas uma integração, em fidelidade ao próprio Evangelho de Jesus Cristo”.

Para o padre José Bizon, assessor do setor de Ecumenismo e Diálogo Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o momento é de lamento e de tristeza. “A mim me deixou entristecido quando li que uma das razões da saída era a presença da Igreja Católica. Não haveria uma razão para isso, mas a gente compreende e aceita”, assinalou.

Bizon afirmou que desde o Concílio Vaticano II, nos anos 60, a Igreja Católica tem procurado entendimentos bilaterais com várias confissões. “Sei que no passado já se propôs à Igreja Metodista formar uma comissão bilateral, e diante da atual situação a Igreja Católica não está fechada a sentar-se com as lideranças metodistas e trabalhar no que for necessário para o melhor entendimento e para que isso ajude as nossas comunidades a colocar-se a serviço do reino de Deus pela construção da paz, da justiça e da solidariedade”, disse.

O assessor de Ecumenismo da CNBB lembrou que, também em julho, o Conselho Mundial Metodista aderiu à Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, firmada originalmente pela Igreja Católica e pela Federação Luterana Mundial em 1999.

Para o padre, cabe dar passos para que as coisas não permaneçam como estão. “Uma das virtudes do cristianismo é a esperança, e não podemos perdê-la. Esperamos que esse período, para a Igreja Metodista e para o movimento ecumênico, seja um momento de purificação, de revisão e também de retomada de algumas questões”, defendeu.

O pastor luterano Rolf Schünemann, que assumiu a presidência do CONIC com a saída do bispo metodista Adriel de Souza Maia, disse que o episódio “afeta o movimento ecumênico e levanta uma série de interrogações acerca da realidade religiosa contemporânea”.

Para o Conselho, o fato “é bastante doloroso, uma vez que a Igreja Metodista foi uma das fundadoras e vanguarda em muitos processos que envolviam as instituições eclesiásticas no cenário brasileiro”, afirmou Schünemann. O pastor assinalou que seria positiva uma reversão da decisão na continuidade do Concílio, em outubro, mas salientou que o CONIC “não tem ingerência na vida interna das igrejas-membro”.

Para a pastora Margarida Ribeiro, professora da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, em São Bernardo, São Paulo, “a notícia ainda está sendo trabalhada nas comunidades”. “Houve muito impacto e ele aos poucos está chegando, de diversas maneiras”, relatou.

Especialmente no que diz respeito à participação nos órgãos ecumênicos, “estão ocorrendo esses constrangimentos de alguns membros terem que sair, mas isso não impede que possam participar como assessores ou em outras situações”, frisou. A pastora também salientou que as mãos devem continuar estendidas “nos trabalhos que envolvam atos de solidariedade, de justiça, de paz e de dignidade de vida”.

Dentro do meio ecumênico, afirmou, os metodistas contrários à decisão conciliar têm sentido “solidariedade, acolhida e possibilidade de diálogo e caminhada em conjunto, apesar de toda essa situação”. Há também um clima de expectativa, pois o Concílio Geral terá continuidade em outubro.

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A Rosa de Hiroshima iluminou a Noite pela Paz em Maringá

“Pensem nas crianças, mudas telepáticas. Pensem nas meninas, cegas inexatas. Pensem nas mulheres, rotas alteradas. Pensem nas feridas, como rosas cálidas. Mas oh! Não se esqueçam da rosa da rosa, da rosa de Hiroshima. A rosa hereditária, a rosa radioativa, estúpida e inválida. A rosa com cirrose, a anti-rosa atômica, sem cor sem perfume. Sem rosa sem nada” - Vinícius de Moraes.

Impulsionados por essa canção, acenando rosas e lenços brancos, lideres religiosos, homens, mulheres e crianças pediram a paz no mundo e em especial, no Oriente Médio na 3ª. Noite pela paz em Maringá no dia 14 de agosto do ano de 2006, organizada pela Comissão de Diálogo Inter-religioso. Famílias de Maringá que saíram as pressas do Líbano choraram os parentes mortos no conflito, durante as canção e orações da noite.

Os tambores das religiões-afrobrasileiras e os taikos do Budismo ecoaram, o som da paz e por algumas horas as diferenças desapareceram. O desejo pela paz foi forte o suficiente para unir os povos representados pelos treze líderes unidos numa mesa comum; a mesa da tolerância.

Ao recitar em árabe o Zícar, o anfitrião Xeique Mohamed Elgasim Abbaker - Al Ruheidy da Mesquita Muçulmana em Maringá, iniciou os momentos de uma espiritualidade ímpar entre os quase 500 presentes. Nos cinco minutos dessa oração cantada, experimentou-se o silêncio; o silêncio desejado pelos que sofreram o barulho terrível e desumano das bombas, que ao cair despedaçaram corpos de criançinhas, mulheres e homens inocentes no Oriente Médio.

“Deus! Queremos a paz para nossos irmãos que estão sofrendo no Oriente Médio”. Essa frase resumiu as orações dos os líderes religiosos.

“Não podemos calar nossas consciências e corações” desafiou a senhora Neda Fatheazam da Comunidade Mundial Fé Baha'i; seguida da afirmação do Xeique Ahmad Saleh Mahairi da Mesquita Muçulmana de Paranavaí: “Precisamos usar nossa inteligência para promover a paz, unindo as mãos para orar e agir, Deus não quer divisão nem guerra, precisamos gritar: Paz! Jesus não ensinou matar, Buda não ensinou matar, Mohamed não ensinou matar. Alá quer Paz. Deus pode ter nomes diferentes, mas não é indiferente e nós também não podemos ser”.

O Pastor Metodista Rev. Robert Stephen Newnum, representante do Conselho Latino-Americano de Igrejas – CLAI informou que as 150 igrejas e organismos filiados ao CLAI enviaram, via CLAI, documento a Onu que diz: “A ONU mostra-se, às vezes, incapaz de responder com sentido de justiça à irracional potência hegemônica mundial, e, em outras ocasiões, parece amoldar-se a esse poder." O CLAI pediu a Kofi Annan que "por amor de Deus, por amor à humanidade que sofre, se levante Nações Unidas que responda às demandas de um mundo que se globaliza e se fragmenta". E finalizou com a Oração de Lucas 4.18 e 19.

As orações do Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Romana, Dom Anuar Battisti e do Primeiro Arcebispo da Igreja Católica em Maringá, Dom Jaime Luiz Coelho foram ao encontro da mensagem da Monja Budista Teisho Inabe. Os três líderes afirmaram que buscar a paz é responsabilidade de todas as pessoas religiosas e também e de todas as pessoas de boa vontade. Conformar-se com as guerras e todas as formas desumanas, injustas e egoístas é se distanciar de Deus e dos ensinamentos dos livros sagrados de nossas religiões.

Cada líder dispôs de 5 minutos para suas orações e por último o coordenador da Comissão de Diálogo Inter-religioso, Dr. Irivaldo Joaquim de Souza, leu o documento que será enviado ao presidente da República, ao Congresso Nacional, ao presidente dos Estados Unidos e a UNU.

A noite foi encerrada com todos os presentes, de mãos dadas, cantando a música cristã: “Segura na mão de Deus”.

Assinaram o documento os representantes oficiais das religiões:
Presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana de Maringá: Feres Mohamed Salem; Xeique da Mesquita Muçulmana em Maringá: Mohamed Elgasim Abbaker - Al Ruheidy; Coordenador da Comissão e Diálogo Inter-Religioso de Maringá: Irivaldo Joaquim de Souza; Arcebispo da Igreja Católica Apostólica Romana em Maringá: Dom Anuar Battisti; Primeiro Arcebispo da Igreja Católica em Maringá: Dom Jaime Luiz Coelho; Xeique da Mesquita Muçulmana de Paranavaí: Ahmad Saleh Mahairi; Pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil em Maringá: Rev. Raimundo C. Correia; Assessor do Diálogo Inter-Religioso da Igreja Católica em Maringá: Pe. Júlio A. da Silva; representante das religiões afro-brasileiras em Maringá: Sra. Oscarina Venâncio Martins; representante da Comunidade Mundial Fé Baha'i em Maringá: Sra. Neda Fatheazam; Representante do Conselho Latino-Americano de Igrejas – CLAI e do Rev. Luiz Caetano Grecco Teixeira, ost Secretário Regional para o CLAI/Brasil: Reverendo Robert Stephen Newnum, da Igreja Metodista; Representante da Igreja Anglicana em Maringá: Reverendo Santo Riograndino; Representante da Federação Espírita do Paraná - União Regional Espírita: Lannes Boljevac Csucsuly; Representante da comunidade Budista, Monja Teisho Inabe.

A imprensa local, incluindo a TV católica 3º. Milênio, Rede Globo, TV cultura, TV comunitária e principais jornais, cobriram o evento.

Maria Newnum
Assessora de imprensa da Comissão de Diálogo Inter-religioso

Os metodistas pensam e deixam pensar

Por: Nilton Giese
Assembléia Constituinte abre passagem à esperança, dizem metodistas
LA PAZ, BOLÍVIA, 16 de agosto (ALC) - A instalação da Assembléia Nacional Constituinte é motivo para "falar de esperança", sustentou o bispo emérito Efraín Yanapa, na abertura do I Congresso Nacional do Serviço Educativo Metodista da Bolívia, que ocorre de 15 a 17 de agosto, nessa capital.
"Os metodistas pensam e deixam pensar", disse o religioso, após afirmar que a missão é de "ser intérpretes da Palavra de Deus e conscientizadores na sociedade". No encontro serão analisadas as políticas educacionais da Igreja Metodista na Bolívia, que conta com 16 colégios, 17 mil alunos e 1,5 mil professores.

O bispo da Igreja Metodista na Bolívia, Carlos Poma, explicou que o congresso trabalhará em três direções: a responsabilidade dos metodistas como educadores a partir da Bíblia, sua identidade como metodistas da corrente wesleyana, e o enfoque cultural.

"Como vamos oferecer uma proposta educacional ao país valorizando o aspecto que somos uma nação formada por 36 povos originários?" - perguntou Poma aos participantes. O bispo acrescentou que essa situação constitui um desafio para os docentes metodistas, que deverão abrir caminho para as futuras gerações.

O congresso de La Paz realiza-se no marco do Centenário da Igreja Metodista na Bolívia, que se celebra de 14 a 20 de agosto, culminando, no domingo, com uma marcha pelas ruas da capital até o Coliseu Julio Borelli Viteritto, onde a igreja receberá condecoração do Estado boliviano.

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Meditação Diária - 17 de agosto

Sopa de Espinhos

Texto: 2 Cor 12.7

Vemos aqui o lamento de Paulo, o apóstolo, afirmando: “... foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás...” - uma limitação, um incômodo, um atrapalho!

Várias especulações são feitas sobre o que seja este espinho de Paulo, mas, o certo é que, ele admitia ter um entrave que o entristecia, quem sabe, até o envergonhava.

O cristianismo nos aponta para uma lógica inversa... diante da Graça, ficamos bem não porque somos livres de nossas limitações mas, porque, mesmo no meio delas, temos a presença de Deus, completando em nós o nível de merecimento para obtermos Suas bênçãos! Não é o fato de não termos os espinhos que nos faz melhores, mas de termos a ação compensadora da Graça de Deus em nós!

Muita gente equivoca a fé porque não admite os “espinhos na carne” de seus/suas irmãos/ãs, exigindo uma carne sem espinhos – humanidade sem pecado.

Cada um de nós traz consigo espinhos também! Não há quem esteja livre deles! Somos um amontoado de espinhudos/as, carentes do Deus que não nos deixa de abençoar, apesar deles!

Há quem os tenha em sua personalidade, ou no caráter, na saúde, na conduta, na moral, na sua tolerância, outros/as no oposto dela... existem os que são profundos e graves, outros superficiais, os que machucam os outros, mas, também, os que só machucam quem os têm... os que estão à vista, e os que estão ocultos, os que envergonham muito, outros que, nem tanto.

É necessário admitir os espinhos... sobretudo, porque não existe maneira de separar carne de espinho, espinho de carne, é tudo, uma coisa só!

Precisamos aprender a gostar de todos/as, com espinho e tudo!

Que possamos voltar nossos olhos para a Graça... esta que nos faz conviver em meio a espinhos... que nos leva a trabalhar contra eles, pela sua remoção, mesmo que esta seja uma tarefa demorada, dolorida, trabalhosa.

* será que dou mais ênfase aos espinhos de meus/minhas irmãos ou a Graça de Deus que age neles/as?

Oração: Pai querido, dá-me a humildade de reconhecer também os meus espinhos... que incomodam e agridem meus irmãos/ãs. Assim, permita-me amar, conviver, com os olhos em Tua Graça. Amém!

Colaboração:
Rev. Nilson da Silva Júnior

16 agosto, 2006

Sobre os metodistas que deixam o CONIC

Deus, outrora veio a nós em forma de criança. E Ele continua vindo em forma de encontros entre pessoas que professam seu Santo Nome. Quem sabe, hoje Ele está vindo em forma de vazio provocado pela Igreja Metodista?
Deus, preenchedor de todos os vazios, preenche com teu Santo Espírito este vazio criado pela Igreja Metodista. Ampara, cuida daquelas e daqueles que estão sendo perseguidos. Esteja com a tua Igreja que acredita que a tua beleza se revela na variedade dos atos e da forma de te professar. Amém.

Abraços ecumênicos.

Pastor Raimundo Corrêa (IECLB)

Foi na IM que construi visões ecumênica e social...

Olá, meus irmãos metodistas!

Fui pastor por muitos anos. E foi na IM que construi visões ecumênica e social. Muitos dos seus líderes como João Parahyba, Almir dos Santos, Isac Aço, Günther Barth, Sady M. da Silva, Elias Boaventura, Paulo Ayres etc., me ensinaram a amar o próximo e buscar cientificamente a transformação da sociedade.

Agora assisto com tristeza essa puchada de tapete que alguns de seus próprios membros lhe deram, tirando-a do convívio ecumênico oficial.

Mas, não temam, metodistas autênticos: continuem a luta!

Abraços,

Orvandil Moreira Barbosa

Li o que você contou e agora quem se emocionou fui eu!

Magali e meus amados irmãos metodistas,

Li teu texto, a pretexto da fala do Beozzo, dentro do contexto do Concilio da Igreja metodista no Brasil.
Queria como católico dizer que apesar da decisão eu continuo amando os metodistas que conheci, muitos metodistas que ainda vou conhecer, e na fé comum, todos os metodistas que jamais conhecerei.
Aprendi a gostar de vocês demais da conta e agora com decisão juridica ou não, eu não volto atrás nesta amizade que me tornou irmão de muitos e por tabelinha peregrino nas estradas comuns de nossas Igrejas.
Li com gosto a vida e obra de Wesley, cantei alguns de seus hinos, e às vezes (poucas) já senti meu coração arder do jeito que acho que o de voces arde. Disse a mim mesmo que quero sentir e viver isto mais vezes.
Queria de novo agradecer teu relato.
Queria de novo e publicamente agradecer de ter amigos metodistas. Voce e teu marido.
Pastores e pastoras, leigos e leigas, bispos e bispas. Daqui, da Inglaterra, do Sri Lanka e dos Estados Unidos. O Clóvis com seu sorriso e delicadeza quando esta conosco. A Nancy, a Dilene e a Elena, "trio parada dura". Fraternas e inteligentes, com a suavidade e ternura de Jesus.
Tive também professor metodista, veja só, e que era tão transparente e bom que me fazia pensar como e de onde ele tinha tamanha beleza interior: Julio de Santa Ana.
Tive e tenho companheiros de trabalho do mundo metodista.
Tive e tenho companheiros de sonhos universais.
Na Metodista de São Bernardo, de Piracicaba, das periferias de São Paulo e do Rio, e até, Deus seja louvado, embaixo do Viaduto com o povo de rua. Lá conheci o Samuel. E gostei do que vi. Amor de Deus para com gente quebrada e machucada.
Queria deixar para tua comunidade de base (tua Igreja local) este texto bonito da Palavra sagrada:
"Os propósitos do coração do homem são águas profundas, mas quem tem discernimento os traz à tona" (Provérbios 20,5).
Passadas as águas do redemoinho, teremos chance de discernir e mergulhar sem afogamentos ou temores. É o Espírito que convoca, apesar das Igrejas para o momento da graça. E este momento, certamente acontecerá, na comunhão.

Shalom!

Fernando Altemeyer Junior
Ouvidor da Pontificia Universidade Catolica de São Paulo

Seminário avalia situação ecumênica no país e no mundo

Por: Paulo Hebmüller
SÃO PAULO, 15 de agosto (ALC) - O ecumenismo é fundamentalmente uma paixão; não nasce de um vago desejo das igrejas, mas do âmago da fé, e é, portanto, mais forte do que eventuais percalços. Essa foi uma das certezas proclamadas pelos participantes do Seminário Teológico promovido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), reunido em Guarulhos, São Paulo, de 1 a 3 de agosto.
A reflexão sobre o tema “Deus, em tua graça, transforma o nosso país”, inspirado na IX Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que se realizou em Porto Alegre em fevereiro deste ano, motivou os cerca de 90 participantes do encontro, oriundos das igrejas-membro do CMI, das representações regionais do CONIC, dos institutos de formação teológica e convidados.
Os participantes avaliaram o cenário ecumênico nacional e internacional, no qual constataram a existência de dificuldades e crises. “Externamente, há uma histórica oposição e fortes atitudes antiecumênicas; distanciamento bastante generalizado do movimento pentecostal e das igrejas independentes em franco crescimento. Internamente, o CMI enfrenta divergências de ordem teológica e prática como, por exemplo, quanto à eucaristia, à ordenação de mulheres e ao diálogo com religiões não-cristãs”, diz o documento final do seminário.
O texto reconhece que problemas da mesma ordem são enfrentados no Brasil. “Cristalizam-se posições antiecumênicas no interior das igrejas-membro; há dificuldade de diálogo com os movimentos pentecostais e neopentecostais; cresce a dificuldade financeira para a realização de programas ecumênicos”.
O documento registra que o CONIC “solidifica sua representatividade diante da sociedade brasileira e de órgãos governamentais para tratar de questões de relevância social” e “é uma genuína manifestação da graça de Deus às igrejas brasileiras e ao movimento ecumênico”.
Para os participantes, “urge alimentar a convicção ecumênica por práticas de acolhida mútua entre as igrejas-membro”. Para isso, sugerem, “é preciso fomentar a partilha de informações; exercitar a linguagem do respeito entre as igrejas e a prática da escuta permanente; reconhecer culpas e buscar o perdão mutuamente; rever elaborações teológicas de caráter excludente ou de afirmação de superioridade, sobretudo nas formulações eclesiológicas; estimular o intercâmbio entre os organismos ecumênicos de dimensão continental”.

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15 agosto, 2006

Meditação Diária - 16 de agosto

Tem uma orelha caída no chão!

Texto: João 18.1-11

Pedro foi um dos discípulos mais chegados a Jesus. A meu ver, sua franqueza agradava o Mestre.

Nesta espiritualidade sincera, disposta e apaixonada, que chegou ao Monte das Oliveiras com Cristo e os outros. Mas, de repente, uma questão inesperada, e pior, uma injustiça, a prisão anunciada de Jesus. Pedro, na sua espontaneidade, não hesitou: sacou da espada e partiu pra cima do soldado que prendia Jesus e “vupt!”, arrancou-lhe a orelha!

Imagino que houve um silêncio naquela hora... quem sabe um sentimento de medo, misturado com arrependimento e decepção ... talvez um ar de condenação... mas Jesus colou, de novo, a orelha do homem, restaurando-lhe a saúde.

Existem situações em que nos vemos naquela aflição... uma pessoa na nossa frente sangrando, uma espada ensangüentada em nossa mão e o olhar de Cristo sobre nós. Horas em que percebemos a bobagem que fizemos e não conseguimos sentir alguma coisa concreta em relação ao fato.

Muitas vezes sangramos as pessoas que convivem conosco num repente, impensadamente, sem critério, sem ponderação, só por emoção, por reação! E quando percebemos que existe uma orelha no chão, entramos em pânico!

O que seria de Pedro se aquela orelha tivesse continuado lá! O que seria de nós e das pessoas que ferimos se a mão curadora de Jesus não atuasse nestes momentos! Seríamos um bando de “sem orelhas” e, pior, sem amigos/as, sem irmãos/ãs!

Se estivermos com Cristo, teremos uma segunda chance, e nossos/as amigos/as, irmãos/ãs, uma segunda orelha! Se não estivermos com Ele, seremos nada mais que uma sociedade de mutilados/as.

* será que nosso cristianismo tem nos inspirado mais às espadas, ao sangue ou à Vontade de Deus?

Oração: Deus Bondoso ensina-me a deixar cair minhas espadas ao invés de, através delas, ferir e magoar meus irmãos!

Colaboração:
Rev. Nilson da Silva Júnior

Dirigentes metodistas deixam cargos no CONIC

Por: Paulo Hebmüller

BRASÍLIA, 15 de agosto (ALC) – O secretário executivo do CONIC, pastor metodista Western Clay Peixoto, eleito em fevereiro passado, entregará o cargo no final do mês, em decorrência da decisão da Igreja Metodista de se retirar dos organismos ecumênicos que tenham a presença da Igreja Católica e de grupos não-cristãos.

A função será assumida, provisoriamente, pelo secretário adjunto, padre católico Gabriele Cipriane. O bispo metodista Adriel de Souza Maia já entregara a presidência do organismo ecumênico, pelo mesmo motivo. Até a próxima assembléia do CONIC, em novembro, o vice-presidente da entidade, pastor luterano Rolf Schünemann, assumirá interinamente o cargo.

Clay Peixoto recebeu uma emocionante homenagem dos participantes do Seminário Teológico que o CONIC promoveu, no início do mês, em Guarulhos, São Paulo, sob o tema “Deus, em tua graça, transforma o país”. A decisão do 18. Concílio Geral de retirar a Igreja Metodista dos organismos ecumênicos onde a Igreja Católica estiver presente atingiu diretamente líderes da denominação que trabalhavam ou dirigiam tais entidades, como é o caso do CONIC.

O pastor luterano Carlos Möller disse que a diretoria do CONIC, a qual representava na ocasião, acolhia com lamento e dor a decisão metodista. “Mas temos também a certeza de que na vida passamos por situações com as quais não concordamos e não nos identificamos. Somos animados e desafiados a entender que não é ali que a vida termina, mas sim é ali que a vida começa”, disse, agradecendo ao reverendo Clay Peixoto por seu trabalho e desejando as bênçãos de Deus em seu futuro.

O padre Gabriele Cipriane, que assume a secretaria executiva, também agradeceu o trabalho do pastor metodista. “Nas horas em que eu queria largar tudo porque estava cansado de batalhar, sempre alguma coisa acontecia, e era um sinal de que era preciso continuar, porque a coisa vai dar certo”, disse, relembrando sua trajetória no movimento ecumênico. Para Cipriane, a aproximação de igrejas batistas e de novos grupos ao CONIC são exemplos de sinais positivos.

Clay Peixoto pediu que os participantes orassem por ele e por sua igreja. O pastor relatou o exemplo de uma igreja metodista nos Estados Unidos, que certa vez acolheu uma comunidade judaica cuja sinagoga havia desabado. “Essa convivência dura muitos anos, e o mais bonito é que ela se tornou uma importante parceria no trabalho de atendimento a milhares de pessoas na cidade”, disse. No interior desse templo, uma faixa proclama o primeiro versículo do Salmo 133: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos.”

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Resposta do Pr. Adonias, bispo eleito, ao Prof. Jaider

Uberlândia, 12 de agosto de 2006.

"Tanto há coisas boas no pior como há coisas más no melhor, de modo que é absurdo condenar alguém" Provérbio hindu.

Jaider, Graça e Paz.

Amigo Jaider! Espero que esta o encontre na perfeita paz, juntamente com sua esposa Nádia e seus filhos.

Primeiramente Jaider, desejo reafirmar minha alta estima e consideração que tenho por você e conseqüentemente por sua família, que, apesar de não conhece-la pessoalmente, merece toda consideração de minha parte. Sempre te respeitei por sua coerência entre discurso e pratica e infelizmente temos poucos ditos progressista e liberal de sua estirpe. Se tivéssemos em grande numero em nossa Igreja, quem sabe me animaria a tender mais para estas posturas teológicas e filosóficas, que com certeza, tem qualidades e virtudes a serem aprendidas. Mas, minhas posturas são outras em sua essência e se me referenciar em você, continuarei a aprender coisas boas e utilizáveis em minha caminhada. O que já valeria a pena pra mim. Quanto às qualidades e virtudes ditas por você a meu respeito, eu agradeço o reconhecimento e valorização das mesmas. Espero na Graça que eu continue com elas em todas as circunstancias da minha vida. Entendo sua dificuldade quanto as minhas colocações, no texto sobre episcopaveis e não fiquei surpreso com sua reação. Creio que me admiraria, se suas reações fossem parecidas com as minhas e se você concordasse com algumas coisas que eu disse. Você é e pensa diferente a vida, a igreja, o reino. Diferente de mim em vários aspectos e será que isso é tão ruim assim? Há não ser que a sua verdade seja melhor que a minha e suas concepções sejam mais verdadeiras que as defendidas por mim. Não proponho sermos iguais, mas sim respeitar nossas diferenças, por mais gritantes que elas sejam, para que, quem sabe, na caminhada continuar aprendendo um com o outro. Por mais que você não concorde com algumas posições minhas, vou continuar aberto a aprender com você, pois sei que tens muito que ensinar e também muito que aprender. Parafraseando umas das frases de W. Shakespeare, Quero ter meus ouvidos agudo aos conselhos e o mais surdo possível aos elogios, mas tudo dentro do amor e do respeito, principalmente nas diferenças.

Quanto aos 3 defeitos que você diz carregar, penso que por mais que eu não concorde com eles, é você que os esta vivendo como suas verdades, então penso que você não deva estar incomodado realmente com meus comentários. Mesmo porque eu não pactuo com um tipo de catolicismo e sei que você também e é este que eu condeno e jamais as pessoas católicas. Condeno e recrimino o imperialismo católico romano, com sua soberba e altivez de única Igreja instituída por Cristo na terra. Condeno varias praticas e posturas desta Igreja exageradamente institucionalizada e parcial para com muitas posturas da Igreja Metodista. O fato de você ter casado com uma católica, pra mim não faz diferença alguma, pois católicos também são cristãos. Eu consigo separar católicos de catolicismo Jaider! Resisto em me aliançar com a instituição católica, mas insisto em me relacionar com católicos de boa fé. Trabalho com católicos de boa fé faço casamento de membro de minha Igreja com católico de boa fé, ainda este ano vou fazer dois deles com padre, mesmo os tais resistindo em fazer com evangélico. Quanto ao batismo infantil, não sei se faria o que você fez a não ser que os pressupostos teológicos sobre a criança tenham mudado na Igreja Católica. Mas, mesmo assim, respeito sua posição, quem sou eu para condena-la. O fato de você ser liberal não me incomoda também, mas continuo não sendo liberal em minhas convicções teológicas, a não ser em poucas exceções. Continue pensando e me deixa pensar também do jeito que eu penso. Não tente controlar minha consciência, pois não é próprio dos liberais fazer isso. Quanto à teologia da libertação, bem, eu sei que ela deve ter contribuído com alguma coisa para algum segmento da Igreja na América latina. Principalmente em criticar quase tudo e não colocar nada substancial no lugar do que estava. Até que se fosse por você e sua pratica, poderíamos ter mais algumas coisas boas para nossa sociedade. Tudo bem, não vou jogar fora o valor da teologia por causa de pessoas, mas você sabe muito bem que, no nosso meio metodista, poucos tem tido coerência em seu discurso de TL. Mas confesso que não é minha linha teológica. Espero ser respeitado também nisso. Quando falo de olhar para Roma, estou falando daquele catolicismo imperialista e institucionalista que vem de Roma. Quando falo de Roma, estou falando que me recuso a me submeter ao guarda-chuva romano, às suas praticas contraditórias com as Escrituras Sagradas. Quando falo de olhar para Jerusalém, estou falando da centralidade da Cruz do Cristo e da obra de Cristo por cada um de nós. Não será Roma que vai ajudar o metodismo a ser mais metodista e mais cristão, sim Jesus Cristo. Contudo, dialogar é preciso, com quem for preciso, no tempo que for oportuno. Entendo que sair dos órgãos ecumênicos, não é deixar de sermos ecumênicos. Particularmente não quero estar nestes órgãos para ser ecumênico e se tiver que estar, eu posso estar, e não tenho nada que temer, pois tenho convicção de minha fé e de minhas convicções teológicas. Sou contra o macro ecumenismo(ou sua tendência!) que vinha(continua) sendo desenvolvido por esses órgãos. Jesus Cristo foi e sempre será Àquele que convida a todos para estar junto dele e para ir até o Pai. Por isso ele convida a todos, até as prostitutas, antes porem Ele diz que precisa nascer de novo. Ninguém entrará no céu se não for por meio da conversão genuína e do novo nascimento. A graça preveniente, a graça justificadora e a graça santificadora esta disponível para todos, indistintamente. Mesmo porque nenhuma pessoa que se aproxima de Jesus de verdade pode continuar praticando o pecado e obras mortas de religiosidade. Como você mesmo poder ver nos evangelhos, nenhuma pessoa que se aproximou de Jesus de verdade deixou de experimentar uma transformação em seus corações e em suas ações a partir de então. Creio que ninguém vai cercear ninguém em sua caminhada na Igreja metodista. Por isso estou achando muito estranha a postura de muitos, principalmente do meio acadêmico, sendo tão intolerantes em seu discurso para com os que pensam diferentes na vida da Igreja. Você já percebeu quantos sinônimos pejorativos já recebemos dos ditos tolerantes e ecumênicos da Igreja? Olha que são nossos irmãos metodistas heim? Imagina se não fossem, do que nos chamariam? Penso que o padre Beozzo seria mais tolerante e compreensivo que muitos metodistas. Paradoxos da vida humana! Então a Igreja Metodista só tinha que pensar do jeito que vinha pensando? Parece-me que existe somente um jeito de ser metodista dentro da metodista. A intolerância para com os "ditos" avivados da Igreja sempre foi muito grande Jaider, e você sabe muito bem disso. Haja vista que nas pastorais quase nunca convidam pessoas de experiência puramente carismática e avivada da Igreja, por serem proselitista, ou seja, procuram ganhar almas, como foi a vivencia de nosso fundador. Enquanto reitor de instituição metodista gostaria de saber, quantos verdadeiramente avivados e carismático da Igreja Metodista você convidou para trabalhar com você? Por não saber, que eu te pergunto. Quantos professores da FATEO são carismáticos assumidos?

Quanto ao fato de ser restrito, posso te dizer o seguinte. O reino é de Deus e no reino há princípios que os rege e a restrição esta na não sujeição aos princípios do reino. Existem trevas e luz. Trigo e joio, bom e mal. As próprias pessoas se restringem em sua participação no reino de Deus. Não confundamos reino com o que pensamos e com as instituições criadas por nós.vai muito alem.

Concordo com você no que diz respeito às doações. Realmente nós é que deveríamos ser doadores maiores para segmentos sociais que precisam de nós.

Quanto ao fato de haver presidentes de conselhos diretores da IMEs que prestam serviço para as outras instituições da Igreja, julgo muito serio e totalmente sem ética os que desenvolvem tais praticas em nossas instituições.

Quanto à sede ser em Brasília, você não esta pensando em sede nacional? Creio que a Igreja já deveria mesmo ter sua sede em Brasília.

Enfim, podemos discordar no mundo das idéias, mas não precisamos ser inimigos no campo da vida. Pretendo continuar respeitando você, mesmo sendo contra algumas posturas que você possui. E pelo fato de você ser liberal, creio que muito mais, poderei contar com sua compreensão e tolerância em minhas posturas. Em tudo, o amor de Deus, que esta derramado em nossos corações pelo Espírito Santo.

Com respeito e saudades

Adonias