16 setembro, 2006

Meditação Diária - 17 de setembro

Vivo outra vez
Efésios 2.1-10

Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo. Efésios 2.4-5

Quem tem a oportunidade de escalar o Uluru, às vezes conhecido como Rocha de Ayer, no centro da Austrália, pode descobrir algo maravilhoso. Durante os raros momentos em que chove na região, pequenas criaturas parecidas com peixes, chamadas de camarão girino (Notostraca), podem ser vistas nas poças de água no topo desse imenso monólito. Elas nadam por lá, tratando da vida, comendo, bebendo e procriando durante uma ou duas semanas, antes que as poças sequem.

As pessoas se perguntam como essas criaturas chegam lá. Caem das nuvens? São trazidas por mãos humanas? Não. Elas estão lá o tempo todo, mesmo quando os locais das poças estão completamente secos durante anos; vivas, mas adormecidas, como se estivessem mortas. Quando a chuva cai, ocorre um milagre aparente: as minúsculas criaturas voltam à vida, e o ciclo continua.

Algo semelhante se aplica às pessoas. A boa-nova de Cristo declara que a vida prevalece sobre a morte. Mesmo quem se sente espiritualmente morto, excluído da presença de Deus, ou não experimenta qualquer prodígio em sua vida e nenhum desejo de orar ou servir ao próximo, pode voltar à vida. Esse milagre acontece quando respondemos ao Espírito de Deus e nos voltamos para Cristo, a vida.

Oração: Ó Deus, derrama o Teu Espírito sobre toda a família humana e leva-nos à vida. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: Deus leva vida aonde ela parece não existir.

Oremos pelas pessoas que se sentem separadas de Deus.

William (Bill) Adams (Queensland, Austrália)

No Cenáculo, Setembro/Outubro 2006, Igreja Metodista

Meditação Diária - 16 de setembro

Deixe brilhar!
Mateus 5.14-16

Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. Mateus 5.16

Num final de tarde, fui caminhar com meu cão, Elko. Embora eu seja cego, sabia que ficaria escuro antes de regressarmos para casa. Mas continuamos caminhando com confiança e segurança. Chegamos a um cruzamento e um motorista, vendo-nos, afirmou: "Seu cão-guia é muito visível com essa fita refletora no colete!" Assenti e fiz, então, um comentário similar sobre meu casaco, que também continha material refletor da luz para que as pessoas pudessem me ver à noite.

Mais tarde, pensei em como isso ilustra o fato de que, como cristãos, devemos refletir Cristo em nossas vidas. Quando as pessoas nos vêem, será que enxergam o amor de Cristo? Será que percebem que O conhecemos como nosso Senhor e Salvador? Por nos conhecerem, será que sabem que podem ter seus pecados lavados e viver uma vida nova pela confiança em Deus?

Somos chamados a deixar nossa luz brilhar em um mundo repleto de escuridão. Quando as pessoas virem a luz do amor e da retidão de Deus brilhando em nossas palavras e atos, saberão que, verdadeiramente, seguimos a Jesus Cristo.

Oração: Senhor, mostra-nos como deixar Tua luz brilhar em nossas vidas, de modo que possamos ser Tuas testemunhas. Que nossas vidas levem as pessoas a Ti, e não para longe de Ti. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: Como minhas palavras e atos refletem o amor de Jesus Cristo?

Oremos por quem trabalha com pessoas cegas.

Medite: Salmo 27

Roger Brannon (Kentucky, EUA)

No Cenáculo, Setembro/Outubro 2006, Igreja Metodista

15 setembro, 2006

Meditação Diária - 15 de setembro

A presença de Jesus
Isaías 43.1-7

Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o Senhor, meu Deus, derrama luz nas minhas trevas. Salmo 18.28

Eu nunca fui maltratada fisicamente como resultado de raiva. Mas, ainda criança, meus medos ganharam vulto quando eu pensava no que poderia acontecer quando os adultos gritavam e assumiam uma postura de briga. Lembro-me de uma noite em que, com cerca de sete anos, fui arrancada de minha cama e colocada no banco de trás de nosso carro. Enquanto minha irmã e eu nos aconchegávamos em nossos pijamas, ainda com olhos sonolentos, nossos pais, sentados à frente, brigavam exaltadamente. Quanto mais acordávamos, mais nossos medos cresciam. Enquanto tentávamos perceber o que acontecia, o volume das vozes e da tensão cresceu a um grau aterrorizante. Minha mente infantil estava esmagada por perguntas: O que está acontecendo? Que vai acontecer? Meu pai vai machucar minha mãe? Aonde vamos no meio da noite?

A terrível lembrança dessa noite foi curada quando trabalhei o episódio com uma conselheira cristã. Ela me pediu que procurasse Jesus no meio daquela cena. Seguindo sua orientação, uma visão de conforto e proteção emergiu. Nela, vi Jesus sentado no banco de trás do carro, comigo e com minha irmã. Ele nos abraçava amorosamente. A imagem dos braços protetores de Jesus amainou minha lembrança dessa noite. Jesus Cristo estava comigo nessa ocasião, como sempre esteve e sempre estará.

Oração: Senhor Jesus Cristo, ajuda-nos a perceber que Tu estás conosco nos momentos dolorosos de nossas vidas. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: Que imagem de Deus conforta e tranqüiliza você?
Oremos: pelos/as conselheiros/as cristãos/ãs e as pessoas a quem atendem.
Medite: Salmo 26

Janet S. Sutton (Texas, EUA)

No Cenáculo, Setembro/Outubro 2006, Igreja Metodista

14 setembro, 2006

CESE pede que metodistas reavaliem decisão conciliar

SALVADOR, 14 de setembro (ALC) – A direção da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) pede que o Concílio Geral metodista, que terá uma segunda etapa agora em outubro, reavalie a desvinculação da igreja desse organismo de serviço.

Em correspondência dirigida ao Colégio Episcopal da Igreja Metodista do Brasil, dirigentes da CESE solicitam que o tesoureiro do organismo, Luiz Carlos Escobar, reeleito na assembléia de junho passado e que vem prestando excelente serviço, continue na diretoria até o fim do seu mandato, em junho de 2007.

Reunido em Aracruz, de 10 a 16 de julho, o 18o Concílio decidiu pela retirada da Igreja Metodista de todos os organismos ecumênicos que tenham a presença da Igreja Católica e de grupos não-cristãos. A decisão implica o desvinculamento de seus representantes em cargos eletivos e diretivos daqueles organismos.

A carta da CESE, assinada pelo presidente, bispo episcopal anglicano dom Jubal Pereira Neves, e pela diretora executiva, Eliana Rolemberg, historia a caminhada da Igreja Metodista desde a fundação do organismo ecumênico de serviço, em 1973.

“A presença constante e atuante de membros da Igreja Metodista na diretoria da CESE contribuiu para o amadurecimento e profissionalismo de nossa instituição, tanto no aspecto das relações ecumênicas, quanto no zelo pela correta e transparente utilização dos recursos que nos foram confiados, quanto no envolvimento com pessoas e grupos marginalizados e oprimidos dentro de nosso país”, assinalam Neves e Rolemberg.

Também a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) remeteu mensagem à Igreja Metodista, em fins de agosto, reiterando a “total disponibilidade” para a constituição de uma Comissão Bilateral de Diálogo, “para construirmos pontes que nos ajudem a superar as divisões existentes e possam ser fraternalmente estudadas e compreendidas”.

A mensagem, assinada pelo presidente, vice-presidente e secretário-geral da CNBB, respectivamente, cardeal Geraldo Majella Agnelo, bispo Antônio Celso de Queirós e bispo Odilo Pedro Scherer, reconhece a importância do papel da Igreja Metodista para o testemunho cristão no Brasil.

“Em momento tão difícil de divisões, violência e guerras que atravessa o mundo, um distanciamento entre nós enfraquece e debilita nosso testemunho cristão e nossa capacidade de prestar um bom serviço às pessoas de hoje e ao mundo em que vivemos”, dizem os prelados na mensagem.

A direção da CNBB abre-se ao diálogo, entendendo que a decisão conciliar metodista representa uma “dolorosa separação”, também para as demais igrejas parceiras na caminhada ecumênica.

“Entendemos que as dificuldades do presente não anulam o compromisso ecumênico de nossas igrejas e o espírito cristão de fraternidade, diálogo e convivência que levou nossas igrejas a fundar o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e a caminhar juntas durante 24 anos”, destacam os líderes católico-romanos.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)

O Progresso dos Retrocessos

Por: Nilson da Silva Júnior

Minha primeira filha acabara de nascer quando caiu o muro de Berlim. Que alegria! Uma cena inacreditável estava diante do mundo... ao vivo e à cores! O maior simbolismo da intolerância estava sendo despedaçado com martelos, marretas e chutes. As pessoas choravam num misto de alegria e tristeza em meio às lembranças da dor vivida por tanto tempo e a esperança por melhores dias.

Depois daquilo assistimos o mundo se modificar assustadoramente. Vimos a modernidade dos carros chegar, depois a telefonia, a internet... estávamos num caminho bom... demos saltos inimagináveis! Até que chega o fatídico “11 de setembro”.

Daí em diante as coisas também foram alteradas... o país mais poderoso do mundo levantou uma bandeira contra o fundamentalismo e a intolerância à custa de seu próprio fundamentalismo e intolerância... e passou a disparar seus mísseis de discórdia pelo mundo... mais uma vez assistimos pela televisão, ao vivo... primeiro, a invasão do Afeganistão para encontrar Bin Laden... o país foi aniquilado e nada foi encontrado. Em seguida, o Iraque... à procura de armamento nuclear o exército americano invadiu, e quase destruiu aquele país... nada foi encontrado.

Ainda vemos muitos conflitos absurdos esparramados pelos cantos do mundo... a crise entre Israel e Líbano é a cena mais recente.

Depois de quase 17 anos, chego a conclusão que nada mudou... o muro ainda está de pé, mas de outras formas... podemos até pensar que outros tantos muros foram construídos a partir daquele que caiu... infelizmente, o progresso do caráter humano, tão sonhado naquele tempo, têm sido nada mais que uma fantasia. As pessoas ainda se agridem e se matam... a tecnologia, simbolismo de melhoria, tornou-se instrumento de guerra e não de paz... é preciso admitir... estamos em franca marcha ré!

A religião, que deveria ser o referencial maior de que a humanidade melhora, tem sido, pelo contrário, o pivô dos maiores atritos do mundo! Vivemos um tempo de guerras medíocres que disputam a tapas a última palavra das coisas! Os gritos, que deveriam ser para anunciar paz e tolerância, são canais de ofensas e separação. A tônica da crença tem sido: “Quem está com a razão?” “Quem tem a melhor estratégica?”; “Quem tem a revelação?”; “Quem é usado/a por Deus?”.

Andamos na contramão do que seria a religião pura e sem mácula, como diz Tiago, especialmente porque a fé da modernidade não tem encontrado eco na sociedade em geral... é preciso pensar se não vivemos o tempo mencionado por Paulo em carta a Timóteo: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas.” (2 Tm 4.3e4).

Quero estar enganado na minha impressão! Mas quanto tem crescido a paz, a tolerância, o respeito, a fraternidade, a misericórdia, o amor, a consideração, a verdade, a justiça, o direito, a igualdade, por conta do crescimento das igrejas cristãs no mundo? Se elas crescem, não são notadas, não mudam, não transformam... não basta o senso! Tem que haver transformação! Não basta o número! É preciso ser luz! E se somos, de fato, onde está nosso clarão? E se somos sal, onde está nosso gosto?

Talvez esteja confuso, mas imagino que o projeto de Cristo não era este de fazer um cerco onde acontecessem as mudanças! Uma mudança que só cabe dentro de determinados limites e espaços, que não sai da igreja com a pessoa em direção ao dia a dia, que não atinge a palavra, a atitude, a intenção mais íntima, é uma mudança que não muda... é uma imitação de mudança!

É triste ver o retrocesso mundial, apesar de tamanha inovação tecnológica, sentir que ainda temos carências de humanidade... é mais doloroso perceber que a fé – a grande proposta de evolução da vida – também está em crise... e na maioria do tempo, sem apresentar grandes avanços!

Quem sabe, a salvação esteja mais perto que pensamos: dentro de nós mesmos/as. Basta externar, praticar aquilo que já sabemos na teoria. Ter coragem de romper com os atrapalhos dessa evolução... ter a ousadia de ouvir; de colocar-se no lugar do outro – ver as coisas pelo ângulo alheio; dar mais que receber – desvinculando-se dos padrões de troca tão difundidos atualmente; buscando mais entender que ignorar, ceder que enrijecer, abdicar que fazer questão, crer que duvidar...

Certamente os passos da evolução começam por cada um/a de nós! Será que estamos dispostos/as?

Que Deus nos abençoe e nos dê evolução e paz!

Na graça e na paz,

Rev. Nilson da Silva Júnior
Pastor Metodista em Cândido Mota - São Paulo.
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O pai do metodismo morreu Anglicano, o que o futuro nos reserva?

Por: Maria Newnum

O futuro é incerto. Isso é “uma máxima” verdadeira da natureza humana. Posso partir dessa uma para melhor(?) antes da conclusão desse ensaio. Mas essa idéia não me paralisa. Me vejo velhinha ao lado do meu marido, sonhando com o nosso futuro e de nossa igreja amada; segunda paixão.

Para ver o futuro é preciso analisar a história. A igreja Metodista é marcada pela resistência. Nasceu da resistência primária da reforma promovida por Lutero contra a forma absolutista de poder, controle e venda de indulgências dos gananciosos papas romanos.

A ganância sempre desafia para a resistência e faz nascer o desejo louvável de assumir o poder no lugar e na forma que possibilite mudanças e libertações. Orientados pela ganância uns matam, outros oprimem; alguns perseguem e atemorizam.

Como Lutero, Wesley foi um resistente. Resistiu especialmente às idéias hegemônicas; andou literalmente na contra-mão de sua história. Quando o impediram de pregar nos templos, subiu em túmulos e dizia que “o mundo era sua paróquia”.

Quando os ataques dos católicos fundamentalistas vieram contra os protestantes na Irlanda, onde inclusive, conta a história, Wesley foi recebido a pedradas, escreveu a linda “carta ao um amigo católico”.

Quando a sua Igreja Anglicana omitiu-se do compromisso com os pobres Wesley, iniciou o movimento metodista que além de uma espiritualidade marcada pelas orações e hinos, ele e os dos “clube dos santos” agiram de forma intensa nas minas de carvão, presídios e comunidades pobres . Poucos sabem, mas o pai do metodismo atuou, inclusive como médico, usando fórmulas naturais para curar as pessoas carentes.

Wesley não tomou de assalto o poder. O poder lhe foi nascendo como resistência.

Finalmente quando o movimento metodista pregou divisão e o rompimento com Igreja Anglicana Wesley resistiu. Morreu Anglicano.

Em toda a vida Wesley foi conquistando poder; inclusive o poder de decidir sobre sua condição religiosa.

Quantos/as metodistas morrerão metodistas no Brasil? Quantos serão os homens e mulheres desse tempo? Quantos buscarão o poder para transformar e resistir?

Em que pese avaliação simples, é possível afirmar que “sobreviverão” o/as metodistas no Brasil que abandonarem a condição “de ovelhas”; analogia lindamente usada por Jesus, contudo, apropriada posteriormente, ora de forma despretensiosa, ora com fins de manipular e amortizar as consciências. Ovelha não pensa, obedece; ovelha tem visão limitada e precisa ser guiada; ovelha não se empodera, fica sob o poder. Já ouvi de um líder da Igreja Metodista que: “Ovelha rebelde, se mata e se come”. Será um caso isolado na igreja hoje?

Que não paire o engano, esse tempo secular e eclesiástico é dirigido pela busca incessante de dinheiro e poder.

O poder “pelo poder” é ruim e danoso. O poder como resistência e transformação, é necessário.

Infelizmente pessoas que não almejam dinheiro e controle, se afastam do poder. O poder, seja no âmbito eclesiástico, seja no secular, é quase sempre visto como coisa ruim.

Ivone Guebara, em Poder e não- poder das mulheres , p. 12, diz: “A desconfiança em relação àqueles que têm poder é quase contínua, pois a história confirma através do caminho da cruz dos pobres o que o poder dos ricos lhes impôs como sofrimento, como “canga”, como fardo insuportável. Portanto essa experiência não é teórica ou abstrata, mas está fundada numa longa experiência que atinge até o cotidiano. Ela está na memória dos pobres como cicatriz que sangra continuamente...” Assim, pessoas “de bem” querem ficar longe do poder. Porém, com isso, corre-se o grande risco apontado por Martin Luther King: “O que mais me espanta não é maldade dos maus, mas a omissão dos justos”.

O poder é necessário, seja para dominar e enriquecer, seja para libertar e repartir riquezas.

Daqui há 5 anos a Igreja Metodista estará diante de um novo concílio. Alguns dos atuais bispos encerrarão seu período de “poder”. Cabem algumas perguntas: Quantas “ovelhas” serão conciliares? Quantos estarão afoitos em assumir o poder, motivados pela ganância e desejo de controle?

E mais importante: Quantos/as se colocarão a disposição de concorrer ao ”poder episcopal” movidos/as pelo senso de resistência, responsabilidade e transformação?

É necessário que se comece a encontrar respostas. Cinco anos, passam rápido.

Maria Newnum - Metodista da 6a RE.

13 setembro, 2006

Meditação Diária - 14 de setembro

Benefícios extras
Efésios 2.11-22

[Jesus disse:] Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe. Mateus 12.50

As Escrituras nos lembram de que todos os crentes são filhos de Deus, herdeiros conjuntos conforme a promessa de que somos concidadãos no reino de Deus e membros de Sua família. Jesus não teve vergonha de nos chamar de irmãos e irmãs. Há anos, ainda criança, aprendi na igreja um corinho que dizia que Jesus ama todas as crianças do mundo: "Vermelhas e amarelas, brancas e negras, todas são preciosas a Seus olhos". Em toda a minha vida eu acreditei nisso.

Recentemente, ganhei um novo discernimento: um benefício extra por ler o No Cenáculo. Todos os dias, leio os pensamentos e as experiências de pessoas que contam como Deus lhes fala e vai ao encontro de suas necessidades. Devo confessar que, às vezes, fico surpreendida ao perceber que vivem em um país ou cultura que não o meu, porque me identifico imediatamente com as lutas de cada um, sua fome espiritual, preocupações e alegrias. Isso me ajuda a perceber nossa unidade em Deus.

Sei que somos todos feitos à imagem dEle, mas agora já não me surpreendo. Faço questão de não observar o nome ou o país antes de terminar de ler toda a meditação. E, então, confirmo, mais uma vez, que verdadeiramente somos uma família em Deus.

Oração: Deus de todo o mundo, obrigado pelo Teu amor, graça e salvação, que ofereces a todos os que crêem no Teu Filho, Cristo Jesus. No nome dEle oramos. Amém.

Pensamento para o dia: Em toda a nossa singularidade, somos um.

Ann Babel (Virgínia, EUA)
Oremos por unidade no corpo de Cristo

No Cenáculo, Setembro/Outubro 2006, Igreja Metodista

Congresso de líderes religiosos busca o diálogo para a paz

ASTANA, CAZAQUISTÃO, 13 de setembro (ALC/LWI) – O secretário-geral da Federação Luterana Mundial (FLM), Ishmael Noko, que participa do II Congresso de líderes de tradições religiosas reunido em Astana, afirmou que o tema do diálogo inter-religioso não pode ser ditado pela política, mesmo nesses tempos em que o assunto terrorismo parece tudo dominar.

Na abertura do Congresso, ontem, o presidente do Cazaquistão, Nursultán Abischewitsch Nasarbajew, declarou que conflitos políticos não podem mais ser solucionados apenas no campo político. As religiões e seus líderes são um fator decisivo para a construção da paz e a segurança no mundo, agregou.

Nasarbajew propôs que a Organização das Nações Unidas conclame para um “Ano Internacional da Tolerância Religiosa e Cultural”.

Participam do Congresso em Astana 27 delegações, reunindo 180 pessoas, de 20 países, representantes do budismo, cristianismo, hinduismo, islamismo, judaísmo, xintoísmo e taoísmo, também da ONU e da UNESCO, do Parlamento Europeu e de instituições em busca da ampliação do diálogo religioso e da liberdade religiosa. O encontro termina hoje.

A República do Cazaquistão, uma ex-república da União Soviética, está localizada no centro-oeste da Ásia, tem 16,3 milhões de habitantes, a maioria seguidora do islamismo e onde o cristianismo é minoritário. A taxa de analfabetismo no país é zero e tem uma densidade demográfica de seis habitantes por quilômetro quadrado.

Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)

Carta da CESE ao Colégio Episcopal da IM

Salvador, 11 de setembro de 2006
"Rogo-vos, irmãos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que
faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões;
antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental
e no mesmo parecer "(1 Co 1.10)
Caros irmãos, cara irmã do Colégio Episcopal
da Igreja Metodista do Brasil

Paz e Bem!

Recebemos, com tristeza, o comunicado do Colégio Episcopal sobre a decisão do 18º Concílio Geral da Igreja Metodista, reunido em Aracruz – ES, entre os dias 10 e 16/07/06, de se retirar deste organismo ecumênico, bem como de todos os demais dos quais faça parte a Igreja Católica Romana.

Nos causa surpresa e estranheza a confirmação com referência à CESE, uma vez que esta é uma entidade de serviço, de defesa da Vida, de ação social, adotando com ênfase os ensinamentos de João 10.10 "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância".

Entre as várias manifestações a que tivemos acesso, nos chamou a atenção a palavra do pastor da Igreja Central de Uberlândia, Adonias Pereira do Lago, eleito bispo no 18º Concílio Geral, em entrevista concedida à Agência Latinoamericana de Comunicação - ALC, na qual afirma que " a não participação em cultos ecumênicos não significa que os metodistas não estejam dispostos a dialogar e cooperar com outras igrejas... na minha região não temos problemas em cooperar com outras igrejas em questões de defesa da vida, de cidadania, de ação social".

Nossa experiência com a Igreja Metodista, fundadora da CESE em 1973, foi a de tornar concreto aquilo que o apóstolo Paulo afirma no texto acima citado.

Agradecemos a colaboração persistente e comprometida das delegações da Igreja Metodista às Assembléias da CESE, agradecemos, também, ao seu Serviço de Ação Social, bem como a muitas comunidades e organismos nos quais a Igreja Metodista está presente e que, no decorrer destes mais de 33 anos, vêm se relacionando com a CESE e permitindo processos de aprendizado partilhado. Agradecemos, ainda, as diversas possibilidades que nos deram de ministrar cursos de formação voltados para o desenvolvimento institucional, onde a convivência entre igreja e grupos do movimento popular se fortaleceu, e se enriqueceu mutuamente.

Muitas outras ocasiões de trabalho conjunto nos aproximaram do compromisso com o compartir ecumênico de recursos e com toda ação diaconal ecumênica em prol da cidadania.

A presença constante e atuante de membros da Igreja Metodista na Diretoria da CESE contribuiu para o amadurecimento e profissionalismo de nossa instituição, tanto no aspecto das relações ecumênicas, quanto no zelo pela correta e transparente utilização dos recursos que nos foram confiados, quanto no envolvimento com pessoas e grupos marginalizados e oprimidos, dentro de nosso país.

Por tudo que foi exposto, que é um breve e incompleto resumo de nossas relações, respeitando as decisões conciliares, mas cientes de uma próxima fase, em outubro, solicitamos que a desvinculação da Igreja Metodista de nossa entidade seja reavaliada.

Nos permitimos solicitar que o atual Tesoureiro da CESE, Luiz Carlos Escobar, que vem prestando excelente serviço nessa área e, reeleito por unanimidade para a função, em Assembléia Geral Ordinária, realizada em junho pp, possa seguir integrando a Diretoria até o final do mandato.

De toda forma, temos que seguir as determinações do código civil e de nossos estatutos, com referência à homologação do desligamento, caso venha a ser confirmado. Essa decisão compete à Assembléia Geral, prevista para junho de 2007, a qual se pronunciará a partir de um pedido formal.

Atenciosa e fraternalmente,

Dom Jubal Pereira Neves
Presidente da CESE

Eliana Rolemberg
Diretora Executiva

Meditação Diária - 13 de setembro

Diga a seu Pai
Salmo 32.1-5

Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. [...] Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado. Salmo 32.3,5

"Você vai contar a seu pai o que fez, ou então!" Essa ordem penetrante precedeu minha perturbada caminhada para casa, vindo de uma loja de brindes onde minha primeira e última tentativa de furto acabara em um flagrante e em uma reprimenda do dono da loja. Como um garoto de 11 anos, senti um dilúvio de emoções. Culpa, vergonha e medo revolviam meu estômago e inundavam minha mente. Não consegui comer e, mais tarde, naquela noite, não consegui dormir. Finalmente, com o coração pesado, bati à porta do quarto de meu pai e, em lágrimas, confessei o que acontecera. O alívio que minha confissão trouxe foi imenso.

Também houve momentos, como adulto, em que vivi dias repletos de ansiedade e noites de inquietação por me recusar a reconhecer meus erros para com outras pessoas e Deus. Embora haja conseqüências para o pecado, a dor física e psicológica que vem da ocultação silenciosa é desnecessária. A solução? Podemos bater à porta de Deus, confessar e conhecer a bênção de um coração perdoado e pacificado.

Oração: Ó Deus, ajuda-nos a reconhecer nossos pecados e ensina-nos a confessá-los prontamente, para conhecermos a alegria do Teu perdão. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: "A paz de espírito dá saúde ao corpo." (Provérbios 14.30) [NTLH]

Charles P. Axe (Pensilvânia, EUA)

Oremos por alguém perturbado por memórias de má-conduta.

No Cenáculo, Setembro/Outubro 2006, Igreja Metodista

12 setembro, 2006

O Espírito Santo e a Unidade Cristã: um testemunho de esperança

Por: Claudio de Oliveira Ribeiro

"Que sejamos um para que o mundo creia" (Evangelho de São João)

[Depoimento solicitado pela Diocese Católica de Duque de Caxias
e São João do Meriti (RJ) para ser publicado no jornal Pilar].

Quando eu era criança, vi em minha Igreja Metodista na cidade de Volta Redonda a presença de um bispo católico, d. Valdir Calheiros. Aquela visita despertou a minha atenção, pois não era um fato comum.... evangélicos e católicos juntos. Depois, soube que ele estava ali em conversa com o pastor e membros da comunidade para encontrar caminhos de apoio a uma família de nossa igreja que havia perdido o filho, vítima da repressão militar daquela época. Foi a semente para que eu mais tarde pudesse entender que ecumenismo não é um conceito, uma idéia abstrata, uma discussão teórica. O ecumenismo está baseado no amor concreto dirigido às pessoas.
Cresci naquela cidade respirando o ar de renovação que o Espírito Santo estava possibilitando para a Igreja Católica, desde o final dos anos de 1960. Como adolescente metodista e depois jovem, fui descobrindo também as coisas boas da minha igreja, assim como os limites dela, e percebi, muito concretamente, que a unidade cristã não é uma opção. Ela é base do Evangelho!
Muito jovem, já no seminário preparando-me para o pastorado, conheci outros grupos católicos, li livros e reflexões de pessoas como Leonardo e Clodovis Boff, D Paulo Evaristo Arns e teólogas como Tereza Cavalcanti, Ana Maria Tepedino. Trabalhamos em iniciativas comuns cujo alvo era a paz, a justiça e a comunicação mais nítida do amor de Deus, em comunhão e solidariedade.
Aos 21 anos fui chamado por um pastor metodista amigo, de um coração enorme e de um firme compromisso ecumênico [aliás, isso é uma repetição, pois coração e união são lados inseparáveis de uma mesma moeda], para fazer parte da equipe de pastores metodistas da Baixada Fluminense. Era o pastor Melchias Silva e ele me apresentou muitas pessoas, de quem guardo a lembrança de um testemunho bíblico significativo e mostrou-me um caminho sobremodo elevado de pastorado, que se faz na vida concreta, na solidariedade e na justiça. Lembro-me, com carinho da Mariazinha e do padre Domingos nos primeiros passos da Pastoral Ecumênica da Terra, em Xerém, Duque de Caxias, e, entre os metodistas, o seu Catita, a Mônica e tantos outros. [Posteriormente, o padre Domingos, por ocasião da Campanha Ecumênica da Fraternidade, em 2000, trouxe uma impactante pregação da Palavra de Deus em nossa comunidade metodista Filadélfia, no bairro Dr. Laureano].
E foi assim: manhã escaldante do dia 10 de janeiro de 1984. Rodoviária "do Shopping" (assim falávamos), com filas intermináveis de jovens indo para a praia no Rio. E lá estava eu: terno e gravata, rumo à Parque Araruama, São João do Meriti, minha primeira nomeação como pastor! Na primeira semana de trabalho, procurei colocar em prática aquilo que Deus havia me mostrado desde garoto: que o Espírito Santo não tem barreiras de igrejas ou de religião, que os desafios pastorais são muitos e que somente podem ser enfrentados ecumenicamente. Na comunidade do Sagrado Coração de Jesus, encontrei o padre Marcos, belga, preocupado com a saúde do povo e com a pastoral operária. Ele abriu a porta e me estendeu a mão, como se apraz aos cristãos. Juntos, participamos de esforços concretos de justiça: campanhas contra a dengue, manifestações, reuniões da ABM (Associação de Bairros de Meriti), cursos populares, etc... Católicos e evangélicos juntos: Noêmia (da Metodista), Ester, a irmã e o pai dela, padre Adelar, frei Atílio, hoje no Estado do Espírito Santo, Sérgio Bonnato e muitas outras pessoas cujo testemunho fica na memória. Dois anos depois, tive o prazer de ter o padre Marcos participando como celebrante de meu casamento com Magali.
E dessa forma fui "aprendendo e ensinando uma nova lição": que o amor de Deus nos une, que a fé sem obras é morta e que se não amarmos a quem vemos do nosso lado não poderemos amar a Deus que não vemos. A nossa igreja organizou o Baixada Livre que era um movimento pastoral que procurava colocar a fé em ação, a Bíblia na vida, afirmar que a igreja é de todos, que as mulheres e as crianças têm destaque e que os pobres podem se sentir felizes porque deles é o reino de Deus. Entre os metodistas daquela época guardo com carinho a companhia das pastoras Rosângela (da pastoral da mulher, que impetrou a bênção em uma das grandes celebrações do Sétimo Intereclesial, em 89), Elena, Nancy, Joana D’ Arc (dos cursos bíblicos de Petrópolis) e Maria (da Comissão Pastoral da Terra) e dos pastores Jorge Luiz, Nelson, Jorge Militino, Ênio, Léo, Dermival, Oséias entre outros, e uma lista de dezenas de leigos e de leigas – como a Belgita (do PAS-Baixada), a Andréia (do Conselho Comunitário de Saúde), o Reinaldo César, a Francisca e o José Alves, a Laura, a Fezinha, a Zípora, a Sirley e sua família, o Daniel Evangelista e outros –, que desejavam ver a fé se tornar robusta ao ser alimentada na comunhão. Nas atividades do Baixada Livre contávamos sempre com o Frei Davi e com os sonhos dele, muitos hoje tornados realidade, com a Luciene e o trabalho popular com as mulheres, com o pessoal do MUB (Movimento de União dos Bairros), com o testemunho do Zumba, do Miguel e da Edna Maia, na luta política, e uma lista interminável de contribuições.
E veio a organização do Sétimo Encontro Intereclesial de Comunidades de Base... Aí foi demais! Como eu aprendi com o Névio, com a irmã Delir, com o Celso e a Leu (alías, ajudei a celebrar o casamento deles), com a irmã Luzia, com o Tião, com a Edna, com a Elza (que depois trabalhou no ISER), com o Geraldo e a Neidiana, com a Sílvia (hoje em Costa Rica), com a d. Zenaide, com a Lea, do ensino religioso, com a Rosa, com o Pedro (de Xerém, que vi chorar de emoção lá em Ilhéus, no Décimo Intereclesial, quando cantamos juntos o "Trem das Cebs", composição dele), com D. Mauro Morelli, que eu tive também como bispo para mim, não obstante ter os meus: bispos Paulo Ayres e Paulo Lockmann. A unidade cristã se faz no cotidiano, nas situações concretas de serviço e de amor ao próximo e também é sinalizada em experiências como a do Sétimo Intereclesial, quando católicos abriram suas casas para acolher evangélicos e vice-versa, quando partilharam o alimento, a fé, a mesa, o mesmo abraço, o mesmo ideal: vida abundante para todos (João 10.10). É impossível não nos perguntarmos: por que há grupos que ainda são contra o ecumenismo?
Por onde passei, aprendi muito do Evangelho com os irmãos e as irmãs das comunidades católicas. Espero ter partilhado também algo de bom. No Gramacho, recordo-me com prazer de ouvir a pregação da Palavra feita em nossa igreja pelo Roberto Ayres, no dia da Reforma Protestante; e também do sr. Antônio, do sr. Eduardo, esposo da Arlete, que era de nossa igreja, do padre Paulo. Creio que o Espírito Santo preparou tudo isso e essa memória florescerá nesse novo século, como a mesma força das águas que cobrem o mar. Na Igreja Metodista Filadéfia (Dr. Laureano), já no final da minha estada aí, após 18 anos, tive a satisfação de fotografar o padre Marcos Santana, junto com o pastor Levi Bastos, nossos amigos, celebrando o batismo do Guilherme, meu filhinho, que hoje está com 5 anos. Em casa, sempre mostramos a foto para ele e procuramos ensinar que o amor de Deus é maior que as barreiras humanas, que a divisão das igrejas não é da vontade Dele e que o mundo só terá paz se a humanidade se unir em comunhão. Mostro nas fotos a Edna, do CEBI, e conto para ele que, nesse dia, ela cantou uma linda canção para os metodistas que lá estavam anunciando e pedindo que o Espírito Santo viesse nos iluminar. Sempre trabalhei alimentado por esse espírito: o da paz, da comunhão e da solidariedade. Agradeço a Deus pelas comunidades da Diocese de Duque de Caxias e São João do Meriti, pelo pastor D. José Francisco, bispo dessa igreja, e confio que a experiência ecumênica vai aumentar e se fortalecer, como aprendi com o irmão Jether Ramalho, da Igreja Congregacional, ainda que haja sinais em contrário. Pelo menos, sonhemos que as crianças como o Gui possam colher no futuro os frutos da comunhão.
Hoje, com 44 anos de idade, lecionando teologia e trabalhando como pastor em terras paulistas, continuo o mesmo. Mudam os nomes dos irmãos e das irmãs católicas com as quais convivemos aqui, são outras as experiências e desafios missionários, mas não muda o sentido maior da fé e do Evangelho. Muitos amigos/as têm nos perguntado sobre a decisão da Igreja Metodista, em sua assembléia nacional em julho passado, de se retirar dos órgãos ecumênicos nos quais a Igreja Católica Romana também integra oficialmente, como o Conselho Nacional de Igrejas (Conic), por exemplo. É difícil acreditar que tenha sido algo do Espírito Santo. Difícil também não pensar – e há sinais evidentes disso – de que se trata mais de uma política de grupos para ter o seu poder interno reforçado. Todas as igrejas, católica e evangélicas, passam por isso, não é verdade? Não foi, a meu ver, uma decisão corajosa, pois somente o diálogo faz acabar o medo. Senti tristeza, confesso. Acatamos a decisão, mas, humildemente, acho que eles "não sabem o que fazem", como no final do Evangelho. "É importante destacar que a decisão não impede a participação de metodistas em celebrações e atos ecumênicos e cursos ministrados por entidades de caráter ecumênico. Pastores e pastoras presentes no Concílio e que participam do movimento ecumênico deixaram claro que, embora tenham que desligar oficialmente da diretoria de algumas organizações, não deixarão de participar de atos públicos, celebrações e projetos sociais em favor da vida" (cf. jornal Avante, agosto 2006, Igreja Metodista do Rio de Janeiro, p.6). [maiores informações na internet http://www.metodistaecumenico.blogspot.com]. O resultado é que, em meio ao descontentamento com a decisão, várias pessoas e grupos, em diferentes partes do Brasil e do mundo, têm se sentido vocacionadas pelo Espírito para reavivar a prática ecumênica. O ecumenismo ao invés de diminuir em nosso meio, poderá aumentar e se fortalecer. Espero que também seja assim no meio de vocês.

Claudio de Oliveira Ribeiro
pastor metodista

Consulta a respeito da decisão do 18º CG, sobre ecumenismo

O Instituto Teológico João Wesley (ITJW), da Segunda Região Eclesiástica, a partir da decisão do 18º Concílio Geral da Igreja Metodista, sobre ecumenismo, "decidiu pela abertura de um fórum a respeito do assunto, como forma de proporcionar o conhecimento mais amplo sobre a opinião, na II Região Eclesiástica, a respeito daquela decisão".

Está aberta uma consulta aos pastores e pastoras da 2ªRE, para que se manifestem na seguinte questão:

"Como a/o Irmã/ão posiciona-se diante da decisão Conciliar de retirar a Igreja Metodista de 'órgãos ecumênicos com a presença da Igreja Católica e grupos não Cristãos'?"

As respostas devem ser enviadas para o ITJW - itjw@ipametodista.edu.br, até o dia 27/09/2006. Veja abaixo, na íntegra, a circular do Instituto a esse respeito.
________________________

INSTITUTO TEOLÓGICO JOÃO WESLEY DA IGREJA METODISTA
2ª REGIÃO ECLESIÁSTICA
Celebrando a nova vida em Cristo: Fé, Compromisso e Desafio

Rua Cel. Joaquim Pedro Salgado, 80 - Prédio B - 90.420-060 Porto Alegre - RS
Tel.: 051 3316-1211 e 3316-1212 E-mail: itjw@ipametodista.edu.br Página da Internet: http://www.ipametodista.edu.br/it

Of.Circular 015/2006-ITJW

Porto Alegre, 08 de setembro de 2006.

Prezadas/os Pastoras/es
Igreja Metodista - II Região Eclesiástica

Graça e Paz!

Diante da recente decisão do 18º Concílio Geral a respeito da participação ecumênica da Igreja Metodista (vide Expositor Cristão, agosto 2006, p.9) e da importância desse encaminhamento para a vida da Igreja Metodista, o Conselho Diretor do Instituto Teológico João Wesley decidiu pela abertura de um fórum a respeito do assunto, como forma de proporcionar o conhecimento mais amplo sobre a opinião, na II Região Eclesiástica, a respeito daquela decisão.

Dados os escassos tempo e recursos disponíveis, que impossibilitam uma consulta a todos os Membros da Igreja Metodista no RS, estamos lançando mão desta correspondência para levantar a opinião a respeito do tema junto ao Corpo Pastoral, às Coordenações de Ministérios Regionais e Pastorais, às Diretorias de Federações e a outras lideranças metodistas reconhecidas na II Região Eclesiástica.

Tão logo tenhamos respostas, as levaremos ao conhecimento do Conselho Diretor desta Casa para possíveis encaminhamentos - a título de subsídios - à Administração Regional e à Coordenação da Delegação Gaúcha eleita para representar a II RE no 18° Concílio Geral.

Diante disso, convidamos a/o Irmã/ão a responder à seguinte questão:

Como a/o Irmã/ão posiciona-se diante da decisão Conciliar de retirar a Igreja Metodista de "órgãos ecumênicos com a presença da Igreja Católica e grupos não Cristãos."?

Dada a urgência do tempo, solicitamos que as respostas sejam enviadas até o dia 27 deste mês, dirigidas ao endereço do Instituto Teológico João Wesley que se encontra no cabeçalho deste expediente.

Agradecendo pela acolhida e resposta,

Fraternalmente,

Pastor Marcelo M. Heygertt
Assessor Teológico

Miguel M. Montaña
Diretor

Debate democrático e necessário

Tenho sido beneficiado pela leitura das manifestações neste espaço ecumênico e metodista. Encontrei hoje a carta do Bispo Josué, muito esclarecedora no tocante aos mecanismos e atitudes de parte da IMB em sua região, ao mesmo tempo que reafirma o ecumenismo como elemento constitutivo da identidade metodista. Encontrei também o artigo do meu querido amigo Fernando Oshige - fomos colegas na Faculdade de Teologia em 1968 - que é tão aberto quanto tolerante em relação às novas igrejas e ao movimento pentecostal na América Latina.

Assim, gostaria de compartilhar uma reflexão que me é sugerida neste momento por ambas as manifestações, mas que se desenha no Brasil há alguns anos.

Primeiro: o avanço recente do diversificado mundo evangélico no campo da política (partidos, parlamentos, governos), depois de décadas de recusa a este tipo de participação, tem sido maculado por procedimentos de corrupção e de uso privado dos bens e recursos públicos.

É certo que haverá inúmeros exemplos de participação e contribuição democrática de evangélicos na política. Lembro e homenageio aqui o Rev. Elias Abraão, pastor presbiteriano durante décadas em Curitiba, tendo sido professor, secretário de Educação e Meio Ambiente; foi excelente deputado federal (PMDB-PR) e presidiu com maestria a Comissão de Educação lá por 1994. Conheci-o de perto, fui seu amigo durante anos e sei de sua intensa preocupação social e integridade pessoal e política. Como disse, haverá muitos outros. Elias Abraão faleceu precocemente numa campanha política.

Segundo: a despeito dos que agem democraticamente, a avalanche evangélica na política imprime projetos de poder incompatíveis com o caráter republicano e democrático do Brasil seja pelo grau de corrupção de suas práticas (quantos não fazem parte do mensalão e do esquema das ambulâncias!), seja pela perspectiva de implantação de um "reino de deus" que não poderá dispensar mecanismos autoritários. No momento, o que mais destaca a presença pública destes novos donos da política são a criação e-ou o domínio de partidos políticos, a formação de bancadas pluri-partidárias que cultivam posições estritamente conservadoras quanto à vida moral e uma voracidade na apropriação de recursos públicos, além da clara e aberta prática de manipulação de votos dos membros de suas igrejas. Há lideranças evangélicas que negociam milhares de votos, elegem pastores e bispos em regiões às quais não pertencem; enfim, aproveitam-se das liberdades democráticas e, a seguir, voltam-se contra elas.

Terceiro: tenho a impressão de que a IMB está vivendo uma manifestação pequena e tímida dos traços anti-democráticos e messiânicos (não me refiro aqui à corrupção, é certo) que procurei desenhar em meus comentários. O risco é imenso, inclusive o de perdurar durante anos como ocorreu em outras igrejas históricas.

Um abraço

Eliézer Rizzo de Oliveira

Carta do Bispo Josué, da IV Região Eclesiástica da Igreja Metodista

SENHOR, VENHA A NÓS O VOSSO REINO...
Esclarecimentos sobre evasão de membros da Igreja Metodista no
Estado de Minas Gerais e Espírito Santo

Tenho acompanhado em veículos de comunicação informações que envolvem a evasão de membros de algumas igrejas metodistas nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Segundo estas informações a evasão se deu em função do ecumenismo com a Igreja Católica, pois tal situação estaria trazendo muitos transtornos para o povo metodista destes dois Estados.

Lamentavelmente, esta informação não corresponde com a verdade dos fatos. Em maio de 2002 publiquei uma carta pastoral tratando do assunto e para dar esclarecimentos à Igreja sobre as verdadeiras razões de cinco pastores deixarem, por livre e espontânea vontade, a Igreja Metodista e fundarem suas próprias igrejas.

Estes pastores fundamentaram seu desligamento no ecumenismo, na maçonaria e na itinerância pastoral. Além destes motivos, questionavam o batismo infantil e o sistema de governo episcopal. Era certo também que os mesmos exerciam um ministério personalista, fato este que levou membros a seguirem-nos no desligamento da Igreja Metodista e na fundação de novas igrejas. Muitos destes membros já deixaram as igrejas que ajudaram fundar e se integraram em outras igrejas evangélicas. Alguns membros retornaram para a Igreja Metodista e alguns acabaram deixando de freqüentar qualquer igreja.

Estes atos causaram dor e desesperança. Alguns perseguiram aqueles que são metodistas convictos e desejaram permanecer na Igreja Metodista. Ainda hoje assediam membros de nossas igrejas metodistas, mesmo tendo firmado compromisso com o bispo de que não tomariam tal atitude.

Como pastor e bispo da Igreja Metodista na Quarta Região Eclesiástica (Minas Gerais e Espírito Santo), esclareço aos irmãos e irmãs que os pastores que assim procederam, deixaram o ministério pastoral por livre e espontânea vontade e, mesmo após muito diálogo com o fim de demovê-los desta atitude de afastamento, não houve deles a disposição em permanecer e acatar os desafios missionários e pastorais que a Igreja Metodista lhes apresentava. Não dispostos, recusaram a nomeação pastoral entregando suas credenciais de pastor metodista.

Lamento que ainda impere a idéia de que o ecumenismo foi o motivo para a evasão de membros. Isto não é verdade. O ecumenismo foi um dos motivos, mas não o principal. Lamento a informação sobre o número de membros que deixaram a Igreja Metodista. Com toda certeza não chegou ao patamar que alguns afirmam. Lamento que esta idéia anti-ecumênica seja divulgada como sendo a de todos os membros, pastores e pastoras da Quarta Região Eclesiástica. Não o é, pois a grande maioria dos membros em nossas igrejas locais não participam destas preocupações. Reconheço que há pessoas, leigos e clérigos, que fazem restrições ao ecumenismo, sobretudo com a Igreja Católica, mas isto não pode ser colocado de forma genérica, como alguns estão fazendo.

Em que pese a evasão de membros e as questões ecumênicas apresentadas pelos dissidentes e pelos que veiculam estas idéias, a Igreja Metodista na Quarta Região não deixou de crescer, pelo contrário, as igrejas que sofreram evasão estão em pleno desenvolvimento, assim como as demais. As estatísticas assinadas pelos pastores e pastoras evidenciam este fato e a motivação que encontro nas visitas que realizo às comunidades locais deixa claro que há entre nós um despertamento missionário saudável e frutífero e, conseqüentemente, um crescimento equilibrado.

Aproveito também para lamentar o crescimento de idéias estranhas, muitas delas oriundas do âmbito dos movimentos neo-pentecostais, e que acabam sendo introduzidas em nosso meio. A Igreja Metodista é pentecostal, no sentido de que ela é movida pela ação e pela dinâmica do Espírito Santo de Deus. Mas ela não segue o curso dos modismos denominados de neopentecostais, que apresentam eclesiologias, práticas ministeriais e ações pastorais que não combinam com a identidade doutrinária e a confessionalidade que fundamentam a organização da Igreja. Modismos que transformam o culto em uma busca desenfreada por bênçãos e experiências emocionais ao invés de ser expressão de serviço, de dedicação e de adoração a Deus ou movimentos como G-12 e suas variações, onde impera a promoção de conceitos doutrinários diferenciados daqueles que são confessados pela Igreja e marginaliza as pessoas que não participam de seus encontros, são maléficos e divisionistas. Além destes, outras tendências que surgem como ondas que vêm e vão embora, mas que deixam marcas na vida daqueles/as que foram alcançados/as por tais práticas.

Sobretudo, lamento que a Igreja acabe por perder seu sentido de laós, povo de Deus que, sendo sal da terra e luz do mundo, deve influenciar a sociedade a fim de que o respeito, a paz, a solidariedade e a justiça estejam presentes como sinais de que o Reino de Deus está entre nós.

Bispo Josué Adam Lazier
Presidente da Quarta Região Eclesiástica

Meditação Diária - 12 de setembro

Um círculo de bênção
Filipenses 1.3-11

[Paulo escreveu:] Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor. Romanos 15.30

Quando os problemas de trabalho me deprimem, orar pelos outros me tira do meu abatimento. Sempre encontro listas de pedidos de oração em sites cristãos. Um grande número de pessoas se debate com vícios, doenças, problemas financeiros e relacionamentos conflituosos; todos problemas maiores que o meu.

Quando acontece a intercessão, duas pessoas são abençoadas: a pessoa por quem se ora e a pessoa que ora. Deus ouve nossas orações e entende que queremos o que é melhor para as pessoas por quem oramos. E podemos colocar nossos próprios problemas em perspectiva ao orar por alguém com uma doença terminal ou por solitários que necessitem de pessoas amorosas e atenciosas em suas vidas. Nossas orações formam um círculo de bênçãos ao redor de nós e das pessoas por quem oramos.

Oração: Senhor, hoje Te peço por (nome da pessoa). Ajuda-o/a a encontrar soluções para os problemas de hoje. Dá-lhe o prazer de apreciar as flores, o céu azul e os pássaros. Cerca-o/a com Tua presença curadora e preenche-o/a com alegria. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: Alguém precisa de minhas orações hoje.

Anitha Dayanand (Tamil Nadu, Índia)

Oremos por alguém que esteja infeliz no trabalho.
Medite: SALMO 25

No Cenáculo, Setembro/Outubro 2006, Igreja Metodista

11 setembro, 2006

Para manter fiéis, Metodista diz não ao ecumenismo

Terra Magazine
Segunda, 11 de setembro de 2006, 07h31

Antoine Morel

Em julho último, em Concílio Geral, a Igreja Metodista, notável representante do protestantismo histórico, decidiu não mais fazer parte de qualquer culto, organização ou festividade ecumênica em que a Igreja Católica e grupos não-cristãos estivessem presentes.

O líder da região de Minas Gerais e Espírito Santos da Metodista, Antonio Lutero de Oliveira, afirmou que o ecumenismo nunca foi bom para a sua igreja. "Não trouxe qualquer benefício para a Igreja Metodista. Se fosse só o diálogo, tudo bem, mas o diálogo foi só a porta de entrada para celebrações, festas com diversas religiões... Teve uma debandada muito grande por causa do ecumenismo. Perdemos muitos membros da igreja, inclusive pastores", explicou, enfatizando ser a perda de fiéis a principal razão para a nova postura.

Lutero, que atua nos estados que mais lutaram a favor da medida, afirma que a "debandada" foi de dois mil dos 20 mil membros na sua região nos últimos seis anos. Para se ter uma idéia, atualmente - segundo o mais recente Censo do IBGE de 2000 - 73,2% da população brasileira é católica e 15,41% é protestante. Esse percentual, que inclui desde denominações históricas até pentecostais, é o maior de todos os tempos no país e se deve, especialmente, à expansão das correntes neopentecostais, que atraem milhares de fiéis desde os anos 90. A Metodista congrega apenas 0,2% da população brasileira.

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou uma carta assinada pelo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, em que lamenta o resultado do Concílio e se diz aberta a novos diálogos: "Respeitamos com o coração constrangido a decisão tomada no 18º Concílio (...) Em momento tão difícil de divisões, violência e guerras que atravessa o mundo, um distanciamento entre nós enfraquece e debilita nosso testemunho cristão e nossa capacidade de prestar um bom serviço às pessoas de hoje e ao mundo em que vivemos". Procurada por Terra Magazine, a CNBB não quis comentar o assunto.

Padre Gabriele Cipriani, secretário-executivo do ecumênico Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil), não concorda com Lutero e explica por que o argumento dos metodistas não é válido, além de restrito. Para ele, todas as igrejas estão perdendo fiéis, principalmente a Católica. "Com a Igreja Católica é pior ainda, porque ela é a maior. Conseqüentemente, perde mais fiéis. A análise desse assunto deveria ser mais ampla... A troca constante de instituições religiosas pelas pessoas não é um fenômeno religioso e sim sociológico. O Brasil é um país em mudança."

O Conic, onde o padre Gabriele atua, foi fundado em 1982, e hoje congrega seis igrejas cristãs (Católica Apostólica Romana, Católica Ortodoxa Siriana do Brasil, Cristã Reformada, Episcopal Anglicana, Evangélica de Confissão Luterana e Presbiteriana Unida). Até o final de julho, o presidente do Conic era o bispo metodista Adriel Souza Maia, que abdicou ao cargo para concordar com o conselho da sua igreja. Outros metodistas que defendiam o ecumenismo também acataram a nova determinação e deixaram a entidade, como o reverendo Stanley da Silva Moraes, antigo vice-presidente do Conic.

"O Concílio é órgão máximo da igreja e as decisões tomadas por ele são respeitadas. A igreja quer ver isso com clareza. A decisão, então, é sair para avaliar... Esse é um assunto polêmico. O Brasil é um país católico e essa tensão é sempre presente", diz o reverendo, que não deixa, porém, de lembrar os feitos da Metodista no ecumenismo: "Já participamos e ajudamos no Conic, seja no diálogo, nos programas sociais... Esse diálogo que tivemos teve influência na realidade brasileira".

Mas na prática talvez a ruptura não seja tão simples. O padre José Oscar Beozzo, único convidado a participar do Concílio dos metodistas e coordenador do Centro Ecumênico de Serviços a Evangelização e Educação Popular, esteve nessa semana num congresso na faculdade Metodista e mostra que a decisão pode ser mais protocolar do que parece. "No aspecto formal, a Metodista saiu das organizações ecumênicas. Na prática, o futuro vai dizer o que vai acontecer."

A decisão de se afastar de cultos ecumênicos no Concílio Geral da Igreja Metodista foi tomada por 79 dos 143 votantes. O conselho volta a se reunir em outubro próximo. No entanto, não há mais chances de rever o tema.

Fonte: Terra Magazine

Há mais pontos de unidade do que diferenciais, diz mensagem

COCHABAMBA, BOLÍVIA, 11 de setembro (ALC) – “É muitos mais o que nos une do que o que nos divide”, diz a mensagem da Unidade e Fraternidade ao povo boliviano, emitido na segunda-feira, 4, por representantes da Igreja Católica e de igrejas evangélicas em busca de caminhos de diálogo entre os cristãos do país.

O convite para o encontro veio do Secretariado do Diálogo da Conferência Episcopal Boliviana e a tarefa girou em torno da famosa frase do papa João XXIII: “é muito mais o que nos une do que o que nos divide”.

A carta dos cristãos bolivianos constata que, “apesar de nossas diferenças, temos aspectos fundamentais de unidade, como: a Bíblia, o Credo, a verdadeira idéia de Deus que nos enviou o seu Filho Jesus Cristo e que Nele somos redimidos (justificados), o Batismo, a renovação-conversão e a fé que atua pela caridade”.

A mensagem fala à cristandade boliviana, mas seu conteúdo é dirigido, de modo claro, também a outros setores do país que, nesses dias, se viu envolto em informações de que seria uma nação dividida.

“O que nos torna semelhantes a todos, e o que nos faz diferentes, é o que nos faz humildes, e a humildade é fonte de unidade, para um mútuo serviço e uma verdadeira fraternidade”, diz o texto.

A mensagem lembra aos políticos, aos que foram eleitos para a redação de uma nova Constituição Política do Estado, que tenham sempre presente aquele lema do papa João XXIII. “Não são as diferenças que nos dividem, elas são antes uma oportunidade de enriquecimento mútuo e que ajudam na construção de uma nova Bolívia”, frisa o documento.

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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)

10 setembro, 2006

Meditação Diária - 11 de setembro

As ciladas do orgulho
Leia Obadias


A soberba do teu coração te enganou [...] Se te remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o Senhor. Obadias 3-4

O livro de Obadias, o mais curto do Antigo Testamento, foi escrito após os babilônios exilarem o povo de Judá. Durante esse tempo, o povo de Deus sofreu. O profeta lança um severo ataque contra o vizinho de Judá, Edom, acusando esse povo de permanecer impassível enquanto Judá era conquistada, e Jerusalém, saqueada. Ele afirma que Edom até mesmo se exultava com o que acontecia, participava da pilhagem de Jerusalém e ajudava os conquistadores.

Uma mensagem desse pequeno livro é que nossos atos têm conseqüências. O versículo 15 diz: "Como tu fizeste, assim se fará contigo; o teu malfeito tornará sobre a tua cabeça". Nem nações nem indivíduos podem ignorar o sofrimento alheio ou contribuir para isso sem enfrentar as conseqüências.

No entanto, o sofrimento e a violência não são a vontade de Deus para o mundo; Ele deseja apenas o bem e a paz para toda a criação. Embora, por vezes, pareça que nossas circunstâncias são como Obadias as retrata, Deus traz nova esperança e promessa a um mundo cheio de terrorismo e de outros tipos de maldade.

Oração: Deus misericordioso, salva-nos do nosso próprio orgulho. Ajuda-nos a encarar os necessitados com preocupação amorosa, como Tu fazes. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: Deus nos chama a agir quando vemos injustiça. Não é aceitável não fazer nada.

Medite: Salmo 24

A. L. Mitchell (Virgínia, EUA)
Oremos pelas vítimas do terrorismo

No Cenáculo, Setembro/Outubro 2006, Igreja Metodista

Os evangélicos e o poder

Por: Fernando Oshige

Um dos fatos mais importantes que vem marcando a história sócio-religiosa latino-americana, desde os anos 70 do século passado, é o crescimento significativo das igrejas evangélicas.

Esse crescimento, de modo especial das comunidades pentecostais, gerou natural interesse entre os cientistas sociais e os partidos políticos, assim como expectativa nos setores protestantes tradicionais e inquietude em muitas conferências episcopais católicas.

Segundo analistas, como Miguel Diez, esse fato constitui um fenômeno novo que pode gerar transformações políticas e sociais no continente. Muitos argumentos foram esgrimidos para explicar esse fenômeno religioso registrado na região. A partir dos próprios pentecostais, que atribuem esse crescimento à força do espírito que os anima, até alguns setores políticos radicalizados, que acusam as "seitas protestantes" nada menos do que instrumentos do governo norte-americano.

Vozes sensatas, dentro do protestantismo tradicional e inclusive do catolicismo, reconhecem que muitas dessas igrejas pentecostais passaram a ser uma das expressões mais dinâmicas do cristianismo latino-americano, produzindo transformações substanciais na forma de viver a fé e de entender a missão da igreja.

Incluímo-nos entre os que acreditam que os evangélicos vivem hoje uma situação cheia de desafios e de oportunidades. Cremos que é preciso evitar cair na tentação do triunfalismo que o rápido crescimento provoca nas hostes da fé, mas também de cair em "leituras precipitadas e simplistas" que somente vêem manipulações e utilizações dos grupos religiosos com fins políticos.

Os riscos existem e temos que nos manter alertas. Como era previsível, esse rápido crescimento estimulou a incursão de muitos líderes na arena política, animando inclusive setores a constituir partidos e frentes políticas evangélicas.

Essa preocupação social dos evangélicos merece ser ressaltada, principalmente quando provém de setores que habitualmente renunciavam a toda e qualquer participação na vida política. Mas se tal participação é desejável, é preciso perguntar se a formação de partidos evangélicos seria a melhor maneira de organização e de testemunho.

Como bem assinala o teólogo metodista argentino José Míguez Bonino, que foi membro da Assembléia Constituinte em seu país, fundar um partido evangélico suporia que há uma ideologia e uma plataforma evangélicas. Essa pretensão pode ser perigosa, pois indicaria, por um lado, que quem não compartilha essa ideologia não é evangélico, e, por outro lado, obrigaria todo evangélico a compartilhar tal ideologia.

O debate está aberto. Só o tempo nos dirá se os evangélicos estiveram à altura das exigências históricas e contribuíram, através de diferentes canais de organização da sociedade civil, para superar os problemas que afligem a região ou se decidiram aferrar-se a uma "paz" baseada na manutenção das atuais estruturas de dominação.

Fernando Oshige, diretor da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)

Meditação Diária - 10 de setembro

Uma boa notícia
Lucas 8.26-39

Também nós cremos; por isso, também falamos. 2 Coríntios 4.13

Enquanto atravessávamos uma pequena cidade, vimos um cartaz escrito a mão, ao lado da estrada, que declarava: "O gatinho preto da Jennifer foi encontrado. Obrigado". Não sabíamos quem era a Jennifer e, é claro, não tínhamos idéia de que seu gatinho estivera desaparecido. No entanto, minha família ficou contente por saber que ele estava em casa, são e salvo.

A família de Jennifer quis que toda a cidade soubesse de suas boas notícias. O cartaz fora escrito tanto com tinta como com amor, e estou certo de que nós não fomos os únicos passantes cuja manhã foi iluminada por aquela inesperada declaração.

Da mesma maneira, cada um de nós tem boas notícias para partilhar, notícias de um Salvador que nos encontrou quando estávamos perdidos e que está nos levando de volta para casa, para um alegre encontro com Ele. Será que somos tão rápidos em partilhar essas notícias quanto Jennifer foi sobre seu gatinho? Jesus disse ao homem liberto de muitos demônios que proclamasse suas notícias por toda a cidade. Com muita freqüência, a maior história de nossas vidas não merece nem mesmo um simbólico letreiro manual ao lado da estrada. Cada um de nós que foi encontrado por Jesus tem boas notícias para espalhar onde vive. As pessoas de nossa cidade precisam saber delas.

Oração: Ó Deus, ajuda os perdidos deste mundo a encontrarem seu caminho de regresso ao lar em Cristo. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: A história do amor de Cristo é a melhor notícia que poderemos partilhar.

Larry Hashman (Califórnia, EUA)
Oremos para que partilhemos a Boa-Nova

No Cenáculo, Setembro/Outubro 2006, Igreja Metodista